O entregador de rosas escrita por Natalia Stryder


Capítulo 3
Rosas Amassadas


Notas iniciais do capítulo

Olá olá olá,
Muito muito muito obrigada a todos que estão lendo e acompanhando a minha fic, isso significa demais para mim, vocês são incrível!



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O cacheado havia colocado apenas duas rosas em sua mochila naquela manhã, uma a menos do que o usual. Não conseguira dormir a noite, tivera terríveis pesadelos envolvendo a sua rosa mais preciosa – viu o casal que tanto procurava pisoteando-a e aquilo foi o suficiente para acorda-lo no meio da noite, completamente suado e com a respiração descompassada. Aquilo de fato acabara não somente com a sua noite de sono, mas também com o seu bom humor matinal.

E em certa forma de protesto, acabara colocando uma rosa a menos, como se fosse um grande protesto de sua parte. Havia se esquecido completamente de que provavelmente encontraria o loiro naquela manha, havia se esquecido que ajudaria a formar mais um novo casal, pois se lembrasse desse pequeno detalhe provavelmente estaria sorrindo assim que colocou seus pés na escola.

Foi direto para o seu armário, pegando os livros que necessitaria para as primeiras aulas e indo para a sua sala, tomando cuidado para não amassar suas rosas – essas que ainda estavam em sua mochila. Seu professor chegou logo em seguida, dando continuidade na matéria que começara em sua ultima aula – estavam revendo números complexos, uma matéria tão fácil que fazia o cacheado viajar durante a aula. Dessa vez ele viajou olhando para o embolado de fios vermelhos que se encontravam na sala, em sua turma de matemática tinha um pouco mais de trinta alunos – não contando com o próprio e muito menos com o professor – então o chão estava literalmente repleto de fios vermelhos, esses que apenas chamavam a atenção do cacheado.

Sempre que viaja dessa maneira acabava olhando para a própria mão, se perguntando por que era o único que não possuía uma linha vermelha, por que era o único que não tinha uma alma gêmea. Odiava pensar a respeito, e só de perceber que seu cérebro acabara se encaminhando novamente nessa direção, seu humor ficou ainda pior. Ele simplesmente não tinha uma alma gêmea, não havia razão para ficar atrás de motivos, sendo que nunca acharia um bom o suficiente para satisfazê-lo.

Apenas deu alguns tapas na própria cabeça para tirar esse pensamento da cabeça e logo voltou a prestar atenção na aula, porém não conseguiu ficar muito tempo ouvindo a explicação do professor, aquela matéria era realmente entediantemente fácil aos seus olhos. Então simplesmente abriu seu caderno e começou a desenhar e escrever coisas aleatórias, em uma tentativa de não deixar sua mente vagar novamente para o assunto que tanto abominava. E assim ficou por cerca dos trinta minutos que restavam da aula, fazendo desenhos de rosas e escrevendo frases sem nexo, que variavam de “belos casais” a “quero comer hambúrguer”.

Quando o sinal finalmente tocou, Ashton ficou para trás apenas para observar todos os seus colegas de classe saírem correndo da sala, parecendo como uma manada de zebras a ser perseguida por um leão. Riu da comparação, se achando um tanto quanto idiota, e saiu da sala de aula levando tanto seu caderno quanto seu livro de matemática nas mãos, carregando sua mochila razoavelmente vazia nas costas. Teria aula de biologia logo em seguida, caso a sua professora não estivesse doente e acabasse faltando – sabia desse detalhe porque um garoto de sua classe de biologia fizera questão de avisar no grupo da escola no whatsapp. Fora algo como: “A prof de bio A vai faltar amanhã, é pra glorificar de pé que essa mulher faltou.”, o que o fez revirar os olhos na hora, porém agora estava meramente feliz com a falta da mulher.

– Pareço até mesmo um desesperado ficando feliz com a falta de uma professora. – Disse para si mesmo abrindo seu armário e colocando seu material no armário – O pior é que eu até gosto de biologia. – Concluiu balançando a cabeça negativamente, como se não entendesse a si mesmo.

Deu meia volta, pronto para ir para a quadra fechada, porém se assustou ao perceber que tinha alguém exatamente atrás de si. Chegou até mesmo a soltar um grito assustado, porém a pessoa que o assustou tampou sua boca com as próprias mãos, impedindo que ele passasse tamanha vergonha no meio do corredor repleto de alunos, e com esse ato acabou fazendo com que o cacheado encostasse seu corpo inteiro contra os armários.

Era Luke.

– Oi. – Falou ele tirando as mãos da boca do cacheado – Desculpe pelo susto, não foi à intenção.

– As minhas rosas. – Exclamou o mais baixo com os olhos arregalados, empurrando o loiro para frente e puxando sua mochila para frente, abrindo logo em seguida e puxando duas rosas amassadas de dentro da mesma – Você amassou as minhas rosas. – Completou em choque, como se não acreditasse no que estava vendo com os próprios olhos

– Ahm... Desculpe, compro outras para você depois da aula. – Comentou o mais alto sem graça, coçando a nuca, mas ao perceber o olhar indignado do outro complementou – Ou não.

– Nenhuma rosa que você me comprar vai ser tão especial quanto essas que você amassou. – Respondeu ele desviando o olhar para as rosas por um breve instante, e suspirou pesadamente, como se estivesse segurando a respiração desde que puxara as rosas para fora de sua mochila – Mas não dá para chorar pelo leite derramado, não é? Acho que essas rosas terão que voltar comigo hoje. – Terminou parecendo um tanto quanto decepcionado com aquela ideia

– Você ia dar essas rosas para alguém? – Perguntou o loiro e o cacheado assentiu – Para a sua namorada? – Adicionou logo em seguida, o que fez o outro rir

– Não tenho namorada. – Comentou voltando a abrir o armário e agora colocando tanto à mochila quanto as rosas dentro do mesmo – As rosas são para os casais verdadeiros que eu encontraria hoje, é um hábito que tenho desde quando era mais novo. Muitos acham sem sentido, apenas acho interessante dar uma rosa para as pessoas que conseguiram achar suas almas gêmeas por conta própria. – Concluiu fechando o armário e se voltando para o mais alto

– É fofo da sua parte. – Murmurou ele em resposta, arrancando um sorriso sincero de Ashton – Mas como você sabe que eles são almas gêmeas?

– É um segredo. – Respondeu ele ainda sorrindo – Eu teria que te matar caso te contasse.

– Interessante... – Comenta o outro – Então só de me olhar você sabe quem é a minha alma gêmea? Ou você só fica sabendo quando eu estiver com alguém?

– Eu posso descobrir quem é a sua alma gêmea, sei que ela não está muito longe daqui. – Disse o cacheado – Posso te contar quem é, caso você queira.

– Eu gosto de surpresas, Ashton. – Comentou ele sorrindo, e logo o sinal tocou – Não solte spoilers de minha vida, se não ela perde a graça.

E com esse comentário, o mais alto se retirou, indo em direção a sua próxima aula – obviamente ele não estava na mesma classe de biologia que Ashton. Esse por sua vez que ficou rindo, no mesmo lugar em que Luke o deixara, por minutos sem fim, pois achara engraçado o fato de que o loiro era uma das únicas pessoas que ele conhecia que não queria saber com quem deveria ficar no final das contas. Na verdade achara engraçado que ele chamara o fato de saber quem era sua alma gêmea de spoiler, ninguém nunca dera esse apelido para isso.

“Espero que a sua alma gêmea seja tão engraçada quanto você.”. Pensou ainda com um grande sorriso no rosto, indo para a quadra fechada para ouvir algumas musicas e ficar um pouco no twitter, talvez observar alguns alunos praticando esportes.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que vocês tenham gostado do capítulo tanto quanto eu.
Qualquer duvida ou erro, é só comentar. Juro que sou uma autora muito legal e que não mordo ninguém -risos.
Mols de beijos,
Natalia



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