Any Other Day escrita por Orquídea


Capítulo 11
Capítulo 11




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Não sei quanto tempo tinha se passado desde que ele subiu, mas quando nós saímos do nosso transe não falamos sobre o que vimos e nem ouvimos, a sensação que tive, acho que a sensação que todos nós tivemos foi a de que se não tocássemos no assunto ele de alguma forma desapareceria e por isso nos calamos, mas isso obviamente não aconteceu, foi em silêncio que um a um foi deixando a sala seja indo embora como fez meu pai, indo para área externa da mansão como fizeram minha mãe, Frank, Rhodes e os pais do Tony ou fazendo como ele que desceu para a sua tão preciosa oficina, eu ainda fiquei por algum tempo até que subi e andei com passos incertos na direção do quarto dele, quando chego na porta do quarto a encontro entreaberta e eu nunca pensei na minha vida que fosse tão difícil bater na porta de alguém como está sendo agora, depois de perder sei lá quanto tempo fantasiando sei lá quantas conversas as costas de meus dedos encostam na madeira da porta emitindo um oco e baixo som.

— John. - chamo após botar a cabeça para dentro do quarto e o encontro sentado na cama completamente entretido fazendo algo em um caderno. - John. - repito o seu nome e agora que estou de frente para ele capturo sua atenção por poucos segundos até que ele volta a baixar a cabeça para continuar o que fazia, e em silêncio eu me sentei e o observei puxar cada traço que dava vida ao seu desenho. - Você ama desenhar, não é? - pergunto ao vê-lo tão empenhado em deixar o desenho perfeito e recebo como resposta um aceno positivo, não sei quanto tempo gasto apenas observando sem dar um pio sequer, mas quando ele acaba e dá um peteleco na folha satisfeito pelo que fez eu sorrio comigo mesma. - Ei, ficou lindo. - elogio ao ver o resultado.

O que mais impressiona nos desenhos dele é a importância que ele dá aos mínimos detalhes, o desenho de agora tem Scooby como modelo, ao fundo está tudo que constitui a área externa da mansão, na margem da folha um pedaço da piscina, perto dela as espreguiçadeiras, alguns vasos com plantas que provavelmente eu cultivava, o parapeito, enfim, tudo o que faz aquele ambiente, ele ainda foi capaz de fazer o céu de uma noite de lua cheia e um pouco estrelada e dar um toque realista em todo ele.

— Quem te ensinou a desenhar?
— Não sei, acho que aprendi sozinho.
— Em toda a minha vida só conheci duas pessoas que conseguissem desenhar tão bem e mesmo assim você ainda consegue superar os dois.
— Quem eram?
— Seu tio e o meu tio. Meu Deus, acho que até hoje eu desenho na base daqueles bonecos de palitinhos, sabe. - ele ri e eu pego uma das folhas que está sobre a cama e lhe mostro meus "dotes" artísticos.
— O que são esses 'V'? - ele pergunta com um tom de voz que nunca ouvi antes, um tom zombeteiro.
— Não são 'V' são gaivotas ou qualquer outros tipos de pássaros. - explico com um misto de vergonha e contentamento por vê-lo sorrindo em zombaria do meu desenho. - Bom, eu tenho talento em outras áreas posso superar a falta desse. - ele concorda com um aceno e sorri. - O que você mais gosta de desenhar?
— Eu não tenho gosto, faço o que vem na minha cabeça. - ele responde e começa a rabiscar algo.
— Um dia eu achei um desenho seu, o desenho de uma casa muito bonita, eu sei de quem é a casa e já fui lá muitas vezes, mas você desde que chegou que não sai daqui e mesmo assim conseguiu desenhá-la detalhadamente, como?
— Basta que eu veja uma vez e vou desenhar tudo o que eu consegui ver, e depois que eu voltei pra cá eu lembrei de muita coisa acho deve ser por isso.
— Antes de vir pra cá você não lembrava de nada?
— Bem, eu comecei a ter impressões de que já tinha visto vocês, mas não era nada que pudesse se considerar lembrança.
— Quando seu pai te encontrou você teve a mesma impressão?
— Não, só comecei com isso por ver vocês dia após dia. - ele responde ainda concentrado no que fazia.
— Por que... Ham... Por que você tentou suicídio?
— Protocolo. Seu marido me chamou por um nome e revelou ter um grau de parentesco comigo e com isso me sobrou três opções matar eles, induzi-los a me matar ou me matar, eu não ia conseguir matá-los, ele por supostamente ser meu pai não iria deixar me matarem, logo, me sobrou a terceira opção. - ele responde com uma naturalidade que chega impressionar e assustar.
— Okay... Primeiro de tudo, vamos tirar as palavras e o ato matar e morrer da sua vida, segundo, o único protocolo que você vai seguir daqui pra frente será aquele de cancelamento de linha telefônica, estamos entendidos, John Stark?
— Estamos. - ele responde após soltar uma risada abafada.
— Estamos o quê?
— Estamos... Mãe. - ele diz um tanto quanto incerto e eu assinto pra ele ter a certeza de que é assim que eu quero que ele me chame. - Sabe por que você foi a primeira pessoa aqui em que pude confiar? - ele pergunta de cabeça baixa enquanto finaliza seu próximo desenho que a proposito ele não me deixa ver e eu emito um som simbolizando o não. - Por que você estava tão perdida quanto eu e achei que se conseguisse encontrar um rumo talvez pudesse mostrar um pra mim também.
— Eu mostraria um rumo pra você mesmo que não estivesse encontrando o meu.
— Agradeço por isso.
— Você não tem que me agradecer nada, John... Por falar nisso não era esse nome que eu queria pra você.
— O quê?
— John, não era esse nome, quer dizer estava na lista de nomes que eu pensava para um filho, mas não estava entre os principais, eu tinha como principais William ou Thomas ou Logan, eu gostava de Anthony também, mas se eu colocasse esse nome em algum filho iam logo achar que era por causa do Tony, também tinha Joseph, Hank e Dylan.
— Bom, se quiser pode mudar, embora, eu venha escutando muito esse nome eu ainda não tô acostumado em ser chamado de John.
— Como você era chamado?
— Herdeiro de Ferro. Nunca parei muito pra pensar nesse "nome" e nem no tom de deboche que usavam quando me chamavam, mas agora ganhou sentido pra mim.
— Sinto muito por não ter o poder de fazer nada para mudar tudo isso que aconteceu com você...
— Não pre...
— Deixe-me terminar, John. Sinto muito por não ter o poder de fazer nada para mudar tudo isso que aconteceu com você, mas te prometo que todos nós vamos fazer o possível e o impossível para que essas coisas ruins nunca mais aconteçam, me entendeu? - ele assentiu. - Agora me responda, o que você tá desenhando?
— Isso. - ele responde virando o caderno e me mostrando uma bela gaivota, dá até vergonha olhar para a minha gaivota.
— Quase igual a minha. Ainda bem que eu não mostrei meu desenho do sol entre duas montanhas senão era capaz de você desenhar o Everest. - eu digo em um tom brincalhão e ele ri. - Talvez quando conseguirmos resolver isso você possa fazer algo que envolva desenho para o seu futuro.
— Não, eu gosto de desenhar até me ajuda a pensar, mas eu sou melhor planejando ou construindo algo.
— Bom, então você vai unir o útil ao agradável já que seus projetos precisarão de desenhos.
— Eu sei, mas é que ele funciona melhor na minha cabeça.
— Não tô entendendo.
— Quando eu penso em algum projeto, eu não só penso eu o vejo. - ele diz empolgado e eu franzo o cenho um tanto quanto curiosa. - Sabe quando você pensa em algo e diz "queria ver ela funcionado pra vê se daria certo?" Eu posso ver, se eu souber o que quero e pensar bem sobre ele eu posso ver tudo, desde as peças se encaixando até ela trabalhando da forma como eu quero. - ele diz fascinado com algo que estava em seu campo de visão, porém, não estava no meu.
— Já vi que a medicina está fora de questão.
— Como?
— Seu avô vai espernear quanto a isso, mas o outro vai ficar bem feliz. Converse com Howard e se você falar com ele da mesma forma que falou comigo você vai ganhar um grande mentor.
— Eu não acho que...
— Nem pense nisso, John, todos eles amam você e eu tenho certeza que vai ser uma grande alegria pra ele ver que o único neto o quer por perto para aprender tudo o que ele sabe, e quem sabe ensinar alguma coisa a ele também.
— Falarei.
— Acho bom. - digo com uma certa autoridade, mas logo a perco devido a um bocejo involuntário e só então percebo que em meio a tanta coisa eu ainda não dormi.
— É melhor dormir um pouco.
— Não é uma má ideia. - digo me levantando. - Qualquer coisa é só me chamar.- aviso antes da sair do quarto e ele apenas assente.

Agora que me dei conta que não tinha dormido todo o peso do sono se abateu sobre mim e eu nem aguentei tomar um banho direito, se a minha vó estivesse aqui e visse esse banho tão rápido com certeza diria que foi um banho de gato, vesti uma calcinha e a camisa do Tony, me deitei naquela maravilhosa cama macia e me entreguei ao sono.

Acordei em um sobressalto, o sonho de uma queda livre me fez despertar e embora eu tenha tentado voltar a dormir eu não consegui, sentei na cama e pedi para Jarvis abrir as persianas só para eu ter a certeza de que já era noite, com um pouco de preguiça eu me levantei e saí do quarto, já tinha um caminho certo de um quarto com a porta aberta para ir e quando cheguei vi, Tony, sentado em uma poltrona com uma garrafa vazia em seus pé e outra meia em sua mão, dando-lhe suporte no sustento do peso que ele fazia sobre ela que estava entre sua mão e o braço da poltrona, apesar da pouca visibilidade que só estava sendo possível ter graças ao abajur que estava aceso na mesinha de cabeceira ao lado esquerda da cama, eu vi que ele estava olhando pra frente, no entanto, na cama não havia ninguém e presumi o óbvio que ele estava olhado John que tem o péssimo costume de dormir no chão.

— Há quanto tempo está aqui? - ele deu de ombros.
— Ele ainda não se acostumou com a cama, não é?
— Só pra sentar. E então você e seus amigos tiraram bom proveito do que ele disse? - ele ficou calado. - Quando ia me dizer que sua amiga atirou nele?- o mesmo silêncio. - Vai ficar aí calado?
— Até onde eu sei tenho esse direito.
— Tem, com toda a certeza tem o que eu acho engraçado é que ele não teve. - vi ele apertar o gargalo da garrafa e rapidamente se levantar, ele saiu do quarto pisando duro e eu de certa forma me arrependi por ter falado o que falei, mas não fui atrás dele permaneci em pé por algum tempo e depois voltei ao meu quarto onde fiquei no escuro e tentando entender como minha vida se tornou essa novela mexicana.

Nunca imaginei que viveria pra ver Tony tão quieto, calado e pensativo, nos dias que se passaram ele mal falou ou ficou perto de nós, disse a ele que meu pai e Frank tinham falado com amigos que atendem por aqui e com amigos de amigos que atendem por aqui e que conseguiram consultas em um horário mais privativo para atender John, mas ele não ligou, contei também a ele que não fui para não termos alguma surpresa desagradável, mas que meus pais tinham ido no meu lugar e me dito tudo que os médicos falaram e sobre os resultados de uma bateria de exames a qual ele foi submetido, mas ele também não se importou, as poucas vezes que o vi foram a noite por que toda vez que ele entrava no quarto eu despertava por alguns segundos e de manhã por que eu sempre acordava primeiro que ele, tirando isso ou ele passa todo o tempo dele fora ou trancado em sua oficina e isso já estava consumindo o restante da minha energia e paciência.

— Vamos, John, sua avó fez torta de maçã e disse que quer que você prove ela assim que sair do forno! - falo alto esperando ele descer e logo ele surge com camisa de manga cumprida, calça e sapatos social, os cabelos bem arrumados e a postura séria de sempre. - John, você tem 16 anos, então se permita entrar um pouco nessa idade. - digo enquanto faço algumas minúsculas mudanças como dobrar as mangas da camisa para que cheguem aos cotovelos, abrindo uns dois botões de sua camisa e bagunçando um pouco seus cabelos. - Agora sim, vamos?
— Vamos, mas cadê...
— Ele não está aqui, desde ontem que não aparece, espero que pelo menos ele apareça no jantar, afinal é ação de graças.
— Ainda não entendi a dinâmica desse feriado.
— Eu explico de novo no caminho. Jarvis, por favor, avise ao Tony que nós estamos na casa dos pais dele e que eu sinceramente espero que ele vá para lá se juntar a nós.
— Sim senhora.
— Vamos, John. - ele assobia para Scooby que rapidamente se põe ao seu lado e nos segue ao carro.

Eu passei boa parte do caminho explicando pra ele outra vez sobre ação de graças e parece que dessa vez as coisas ficaram mais claras, quando chegamos na mansão dos meus sogros eles passaram os olhos procurando por Tony, Maria por não encontrá-lo já assumiu um feição mais entristecida e Howard manteve a sua feição dura de sempre embora eu saiba ou pense que sei que ele o queria aqui.

— Tony, está em uma missão. - minto para justificar a falta.
— Tudo bem, espero que ele chegue a tempo. Sua família vem?
— Frank e mamãe vem, meu irmão voltou com a esposa e as filhas para passar o feriado com os pais dela, e o meu pai não está muito bom com a minha cara então eu acho que não.
— Mas Brian não falou até com amigos para conseguir as consultas do John?
— Sim, mas como ele mesmo disse uma coisa sou eu, outra é o neto dele. Uma hora a raiva passa. - digo e exibo um sorriso confiante e ela me conforta pondo a mão sobre o meu ombro e dando um sorriso também.
— Quer dizer que você vai usar óculos, John?
— Eu não gosto disso.
— Mas tem que usar. - eu e Maria falamos com autoridade e ele logo fica de cara amarrada.
— Sua avó e sua mãe tem razão, é pro seu bem e além do mais nem é tão ruim assim, ultimamente tem gente usando só por que está na moda ainda mais se for aqueles com a armação quadrada. Aliás as meninas adoram, sabia?
— Não comece, Howard!
— O quê? Eu só comentei. - ele se defende, mas Maria faz careta e ele da uma piscadela para John. - Venha, meu garoto, preciso te mostrar umas coisas.
— Sofremos do mesmo mal, não é? - pergunto ao ver John, Howard e até mesmo Scooby caminhando para mais uma oficina/laboratório que os prendem lá e não permite que eles vejam o tempo passar.
— Sofremos. Talvez a esposa de John dê mais sorte.
— Pelo o que eu vi, não vai não. - ela riu e nós duas sem termos outro destino fomos dar uma olhada nos últimos detalhes do jantar.

Depois que acabamos tudo tivemos a difícil missão de tirá-los da oficina foi um sacrifício para arrastarmos eles de volta, mas conseguimos trazê-los para o jantar, a essa altura minha mãe e meu padrasto já tinham chego e nada do Tony, é claro que esse sumiço dele me preocupava, mas também me irritava e me fazia ter certeza de que quando ficássemos frente a frente iríamos discutir e discutir feio, foi com esse pensamento na discussão e até mesmo no diálogo que teria que me fez perder a atenção na movimentação a minha volta, quando dei por mim ele já estava puxando a cadeira para sentar do meu lado e apesar do forte cheiro de bebida e da cara amarrada ele aparentemente estava bem.

— Boa noite, Anthony, estávamos na certeza de que não viria.
— Sabe como é, sou conhecido por fazer o contrário que as pessoas pensam. - ele retruca para Howard que ia respondê-lo, mas vi Maria discretamente apertar a mão dele em um silencioso pedido para não dizer nada e ele respirou fundo.
— Se sirva, meu bem, nós praticamente terminamos o jantar, mas podemos esperar que termine o seu para podermos apreciar a sobremesa juntos.
— Ah, não, sirvam-se a casa é de vocês. - ele responde, pega a garrafa de vinho e a despeja em sua taça. - E então, o que estavam conversando antes de eu chegar?
— Sobre algumas festas que demos aqui.
— Uh! - ele diz empolgado e batendo as mãos. - Ótimo assunto, na minha opinião a melhor festa foi a minha de 18 anos. - ele diz tomando o vinho em poucos segundos.

É, tá aí um dia que foi marcante não só para Tony como para todo mundo que viu a cena, os dois estavam alcoolizados e no meio das várias pessoas que estavam na mansão da família para comemorar a maior idade do único herdeiro Stark começaram a discutir, foi questão de segundos para que os ânimos dos dois se elevassem ainda mais, eles trocaram socos e ofensas e quando Rhodes conseguiu puxá-lo para longe Howard bradou que não existia pessoa que ele desprezasse mais que o Tony e em seguida o expulsou de casa, me lembro que fez-se uns 5 segundos de silêncio e depois Tony saiu feito um raio, desde aquele dia ele não pisou mais na casa dos pais e não teve pedido de Maria que fizesse um dos dois voltar atrás... É por lembrar desses momentos que fico me perguntando qual dos dois falou primeiro.

— Foi memorável não foi não, velho?
— Cala a boca, Tony!
— Mamãe, você fez uma péssima escolha em casar com o Howard, deveria ter ficado na Holanda apreciando a viuvez.
— Você falou do Marcel pra ele?
— Ué, ele se chama, Marcel? E eu achando que era Holandês Voador.
— Holan... Não acredito que você contou essa história e que ainda por cima o insultou com esse apelido!
— Ah, me desculpe, Maria, por ter apelidado um fantasma com o nome de outro, quer que eu chame de laranja mecânica?
— Quero que o respeite, Howard Anthony Walter Stark, por que ele nunca abriu a boca para falar bem ou mal de você. - ela diz visivelmente enraivecida e abandona a mesa.
— Mãe, Frank, vão atrás dela, por favor. John, leve seu avô daqui, eu vou levar o seu pai pra casa.
— Lá vem a líder do esquadrão, faltou o go, go, go! - ele debocha e eu vejo todos fazerem o que eu pedi, quando John foi ajudar Howard a se levantar ele até tentou avançar em Tony, mas John o conteve e o levou para fora da sala de jantar.
— Vamos, Tony, vamos pra casa.
— Eu sinceramente não te entendo, uma hora você quer que eu venha, depois você quer que eu vá.
— O que você precisa entender é que em ambos os casos quero que você esteja comigo. Vamos, por favor. - peço após levantar e estendo a mão para ele que fica testando minha paciência, mas que no final acaba pegando, ele até tenta ir para a sua armadura e mais uma vez uso de toda a minha paciência para convencê-lo a ir comigo, no carro ele não disse nada e descobri o por que do silêncio quando parei o carro na garagem de casa e o vi dormindo, o acordei sem problemas, na verdade o grande problema foi levá-lo para o quarto e enquanto o carregava ouvia ele falar sozinho e rir de suas palavras totalmente desconexas, o deitei na cama, tirei seus sapatos e cinto, o cobri e voltei a sala para poder telefonar para casa dos pais dele.
— Alô.
— Oi, mãe, eu pensei que já tivesse ido. Como estão as coisas por aí?
— Estavam bem, mas agora eles estão discutindo. E aí, como está?
— Ele tá dormindo, mas amanhã vou conversar com ele. Mãe, quando vier não traga o John diga que ele vai ficar aí hoje.
— Eu já tinha dito que ia ficar. Essa história é antiga e pelo que ouvi não vai ser resolvida tão cedo.
— Com tanto que eles não tenham nenhum problema de saúde por causa disso por mim essa história pode se arrastar pela eternidade. - ela riu. - É nessas horas que agradeço por papai não ter ido.
— Somos duas. Eu vou desligar querida, vou conversar com Frank e John e daqui a pouco vou embora.
— Tudo bem, mamãe, peça ao Frank pra ter cuidado no caminho de volta, dê um beijo no meu filhote por mim e boa noite.
— Farei tudo isso, querida, boa noite. - ela desliga e eu ponho o telefone de volta na base, me sento no sofá cansada e apoio minha cabeça pesada, dolorida e cansada sobre minhas mãos.
— Jarvis?
— Senhora.
— Por favor, me lembre de pensar duas vezes dá próxima vez que eu disser que vou fazer ou ir a um jantar que tenha como motivo alguma data comemorativa, está bem?
— Sim senhora. - respirei fundo e subi, assim que abri a porta do quarto bateu aquele nada agradável cheiro de bebida, rumei ao banheiro e fui tomar um banho para relaxar um pouco, estava me enxugando quando senti uma forte pontada na cabeça, a sensação que eu tenho é que tem um coração que está batendo muito rápido dentro da minha cabeça e que a qualquer momento ele vai explodir e quando explodiu houve dor que me fez encolher a ponto de eu procurar apoio no chão do banheiro, mas também houve flashes e a certeza de que que minha memória está aqui, de que todas as minhas lembranças estão de volta.


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