Experimento Vermelho Sangue escrita por Bolinha Roxxa


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oiii :)) Muito obrigada por abrir a minha história e dar uma olhada no meu capítulo. Espero que gostem.



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Ela conseguia ouvir eles vindo. O barulho de passos preenchia o ouvido da garota que respirava de modo ofegante e desesperador. Ela permanecia sentada de baixo de uma mesa, esperando o momento em que eles a encontrassem. O chão sob os seus pés estava frio, contudo Liana não parecia se importar. Ela suava muito, e sentia que todos os seus músculos estavam sendo esfaqueados. Era uma questão de tempo até eles a encontrarem, e ela soube disso desde o início.

Queria que nada daquilo fosse verdade. Liana queria voltar para a sua casa com os seus familiares, onde todos rezavam juntos antes de dormir e sua mãe vinha lhe dar um beijo na testa. Mas aquilo não era mais possível. Eles haviam matado todos. Ela havia matado - aquela senhorita arrogante com um sotaque forte. Nunca mais queria vê-la novamente, mas sabia que isso não aconteceria. Liana desejava que Antonella estivesse ali para lhe confortar e apertar a sua mão. No meio de toda aquela tempestade, Antonella fora a única desconhecida que havia lhe apoiado. Aquela mulher havia lhe ajudado a fugir algumas vezes deles, contudo desta vez não haveria salvação.

Liana fechou os olhos com força e deixou a sua mente vazia por alguns segundos. Conseguiu sentir todo o seu corpo relaxando. Sua pele começou a pinicar e ao mesmo

tempo em que isso acontecia a própria epiderme começava a sumir. Logo foi a vez dos músculos, seguido pelos tecidos e órgãos até não restar mais nada. Se alguém olhasse para aquela mesma mesa em que Liana estava escondida, não a veriam mais. Apenas passariam reto, ignorando o fato de que havia uma garota magra e desnutrida em baixo dela.

Sua respiração era alta e rápida. Aquilo não adiantaria para afastar os homens que estavam atrás dela. Eles poderiam descobrir onde ela estava pelas ondas de calor que seu corpo emanava. Eles não eram iguais a ela, mas usavam equipamentos especiais para isso.

Liana sabia o que tinha que fazer. Antonella havia lhe pedido para resistir, contudo sabia muito bem que não iria resistir nas mãos daqueles psicopatas. Ela segurava a faca que a acompanhara durante toda a sua jornada. Sua pequena e fina mão apertou fortemente o cabo da faca, como se ela fosse escapar de algum modo.

— Ela está lá. – a voz grossa de um homem gritou, acelerando os batimentos da menina.

Imediatamente a garota se levantou de baixo da mesa e saiu correndo pela sala. Ela conseguiu chegar ao corredor e começar a correr o máximo que seus pés descalços permitiam.

—Por lá! - outro gritou 

Os passos de suas botas escoavam pelo longo corredor que Liana corria. Seu coração batia intensamente, como se ele fosse escapar de seu pequeno e ofegante peito. Tudo começou a ficar lento, e o tempo pareceu parar. Como ela havia chegado aquele ponto? Por que eles faziam aquilo com ela? Liana virou bruscamente em um corredor. Ainda estava invisível aos olhos humanos, contudo aos equipamentos modernos ela ainda era um alvo. O que teria que fazer para acabar com aquilo e viver em paz?

A garota tentou abrir todas as portas sem sucesso, então correu até o elevador de modo desesperado. Quando se aproximou, acabou percebendo que a porta estava aberta, contudo o elevador não estava lá.

— Não. – ela disse em um sussurro desesperado. – Não...

O lugar era velho. Não era de se surpreender que o elevador estivesse quebrado.

— Lá está ela.

Liana se virou imediatamente para os homens. Eram dez indivíduos no total, e todos estavam vestidos uniformemente com a mesma roupa negra com coletes azuis escuros. Eles apontavam armas para a indefesa e pobre garota, que agora estava chorando como não fizera há muito tempo. O primeiro tiro foi mirado em sua perna. Liana fraquejou com a dor, e se desequilibrou. Ela começou a se tornar visível novamente em intervalos muito pequenos de tempo. Quando olhou para a sua fina perna desnuda, e agora visível, percebeu que não havia sangue. Não era uma bala normal, e sim um dardo tranquilizante. Aquilo apenas fez Liana ficar com raiva. Ela o retirou e se pôs em pé. Nunca deixaria que eles a pegassem. Nunca deixaria que ela a pegasse. Apertou a faca em sua mão e a levou em direção à garganta. Liana teria que fazer aquilo.

— Não faça isso, Liana. – Antonella disse em seu ouvido. – Você escapará disso, eu tenho certeza.

— Não há outro jeito. – ela murmurou enquanto chorava. O segundo tirou foi em seu braço. Eles se aproximavam.

— Eu irei te buscar. Eu prometi, não é mesmo?

Como o braço que segurava a faca em sua garganta se tornou inútil, ela a jogou de lado. Eu sinto muito. Era a única coisa que conseguia pensar. Eu sinto muito, Antonella.

— Eu sinto muito... – ela sussurrou. 

Liana deu dois passos para trás e no terceiro não conseguiu sentir mais o chão para pisar. Tudo aconteceu de modo lento. Um terceiro e quarto tiro haviam atingido o seu pescoço e sua outra perna. Todo o seu corpo estava amortecido pelos dardos, e suas lágrimas escorriam por sua pálida face. Eu não irei aguentar. Foi o último pensamento que passou pela mente da garota antes de ela cair para morte em um buraco escuro.

Quando os soldados chegaram na porta do elevador, já era tarde demais. A pequena garota já estava caída na escuridão, enquanto sangue escorria de sua pequena cabeça careca e encharcava o seu frágil corpo. Eles a olharam lá de cima com inexpressividade debaixo das máscaras e dos óculos.

Um dos homens segurou o aparelho em sua orelha e falou de modo claro. – Ela está morta.

A mulher se segurou para não praguejar. – Eu quero que tragam o corpo dela. Até a última gota de sangue. 

— Sim, senhora. – o homem disse olhando o corpo da garota do alto. - Considere feito. 


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Espero que sim.
E você aí que acabou lendo tudo e está acompanhando, eu não me importo de você deixar um comentário. ;)
E se você leu tudo mas não está acompanhando, eu tbm não me importo se você deixar um comentário, me falando do que não gostou :)