Troublemaker escrita por Myra


Capítulo 1
Capítulo 01 - Troublemaker { Unique }


Notas iniciais do capítulo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/630300/chapter/1

Troublemaker— One short

Universo Alternativo

Derek Hale / Personagem Original

Songfic – Troublemaker, por Olly Murs

 

You’re a troublemaker
You’re a troublemaker
You ain't nothing but a troublemaker girl

 

 

Derek piscou os seus olhos levemente e levantou a sua cabeça observando o local onde estava naquele momento, demorou alguns segundos a acostumar-se à luz que provinha das enormes janelas daquele que de certeza não era o seu quarto.

O garoto de dezasseis anos piscou os seus olhos diversas vezes tentando entender onde estava naquele momento e porquê. Sentou-se na cama e passou a mão pelo seu rosto olhando em seguida para o relógio digital que se encontrava na pequena mesa de mogno escuro que separava a cama onde estava deitado de outra que por sinal se encontrava completamente desfeita.

Derek resmungou algo baixo e levantou-se enquanto se lembrava o porquê de estar ali, num quarto de hotel ao invés de sua casa e o porquê de ter dormido todo aquele tempo.

Na verdade, o jovem Hale sempre fora uma pessoa que acordava cedo, a contrário da sua irmã Cora que dormia até Thalia, a sua mãe a ir arrancar da cama. Mas infelizmente naquela manhã era Derek quem necessitava de dormir toda a manhã e tarde. O garoto suspirou fundo e encarou a cama ao lado da sua e revirou os olhos relembrando o terror que havia passado na noite anterior.

Primeiro, a sua casa havia pegado fogo quase matando todos no seu interior, mas felizmente sua mãe e os restantes haviam conseguido escapar apenas com alguns arranhões. O mesmo porém já não se podia dizer da casa que ficara completamente destruída.

Agora ali estavam eles, num hotel que pertencia ao seu tio Niklaus Hale, três anos mais velho que a sua mãe, Thalia. Não que Derek não gostasse de sair um pouco de Beacon Hills, mas fazê-lo porque a sua casa pegou fogo não era exatamente o plano perfeito para escapar da cidade durante alguns dias.

E muito menos era a ideia de que teria de partilhar o seu quarto de hotel com seu tio Peter que para além de estar sempre com piadas – que nem tem tanta graça – não se calava toda a noite impossibilitando o garoto de dezasseis anos dormir. Derek suspirou fundo e levantou-se da cama relembrando o terror que havia passado com os roncos de Peter. Como é que ele conseguia roncar tão alto e de forma tão irritante? Por diversos momentos o garoto até pensou em utilizar o seu travesseiro ( que naqueles momentos de puro terror servia como um abafador de roncos em torno da sua cabeça ) para enfia-lo bem na cara do seu tio até ele parar de respirar ( e de roncar claro ).

Dirigiu-se ao enorme banheiro que ali havia e ligou o chuveiro numa tentativa falhada de se livrar do sono que ainda sentia. Saiu poucos minutos depois e pegou nas suas novas roupas, já que as outras haviam virado um churrasco e vestiu-as rapidamente pronto a ir ao encontro da mãe para que a mesma lhe desse algo para comer.

Abriu a porta do seu quarto de hotel e preparava-se para sair mas algo o impediu. No segundo seguinte o moreno sentiu alguém embater contra si fazendo-o cair com a outra pessoa em cima de si. Depois um liquido molhou-lhe a sua cara e as suas roupas. Derek abriu os olhos devagar para encontrar uma garota em cima de si, os seus cabelos castanhos claros estavam soltos e caiam em cachos para cima do rosto do rapaz.

Derek ia dizer alguma coisa mas ela puxou-o para dentro do quarto e fechou a porta atrás de si espreitando pelo pequeno buraco que dava para o corredor do outro lado. O moreno olhou-a ainda meio confuso e depois observou a sua camisola verde agora castanha pela quantidade de café que a garota havia despejado em cima de si quando os dois caíram.

— Desculpa. – Ela finalmente disse enquanto parava de observar o corredor do outro lado. – Foi sem querer.

Derek arregalou os olhos para os revirar segundos depois ainda incrédulo com aquilo que a garota lhe dizia. Ela o havia derrubado e espalhado café nas suas roupas, já para não referir o facto de ter entrado no quarto dele sem pedir se quer para – quase de certeza – se esconder de alguém. – Desculpa? – Ele repetiu sarcástico enquanto passava as mãos pela sua camisola. – Só isso?

— Sim... – Ela disse enquanto levantava uma sobrancelha confusa. – O que queres que diga mais?

— Que tal me explicares a razão de estares no meu quarto de hotel?

— Porque tens alguma coisa a esconder? – Ela disse enquanto tentava espreitar para dentro do quarto de Derek.

— Não. – Ele disse rude enquanto colocava a mão na parede fazendo com que a garota desvia-se o olhar para ele de novo. – Não te conheço de lado nenhum e entras aqui assim?!

— Eu já pedi desculpa surdo. – Ela disse enquanto cruzava os seus braços de maneira superior, Derek arregalou os seus olhos e imitou o gesto da garota na tentativa de ter uma explicação.

— Agora ofendes-me?! – Ele reclamou enquanto bufava irritado para com a garota. – Quero saber porque estás aqui no meu quarto.

Ela encarou-o durante alguns segundos para depois virar as costas e sair dali mas uma voz do outro lado do corredor a fez parar. A garota passou a mão pela testa e abriu um pouco a porta espreitando para o corredor mais uma vez para ter a certeza do que havia ouvido. Depois fechou a porta de novo e virou-se para Derek que a encarava ainda com os braços cruzados.

— Ouve. – Ela disse enquanto retirava uma mecha de cabelo da frente dos seus olhos verdes. – Depois destes nossos últimos dois minutos de conversa, já entendi que a mademoiselle não gosta de mim, mas este é um assunto de vida ou de morte portanto tenho de ficar aqui mais alguns minutos até ela se ir embora.

— Pois bem aqui a mademoiselle – ele disse irritado com aquilo que a garota lhe havia chamado. – Não te vai ajudar em nada e podes já começar a ir embora! Chegas aqui e em menos de um minuto me derrubas no chão, sujas as minhas roupas e ainda entras no meu quarto para depois me ofenderes. Portanto eu não sei o que estas a fazer ou de quem estás a fugir mas não tenho nada a ver com isso.

— Resmungão. – Ela disse entre dentes encarando o garoto irritada. – Eu também não estaria aqui a correr pelos corredores se não precisasse urgentemente de o fazer, muito menos desperdiçava o meu café nas tuas roupas ou entrava no quarto de um garoto desconhecido. – Ela disse enquanto compunha o seu casaco de ganga. – Mas tive de o fazer, agora podias ser um pouquinho simpático e deixares-me ficar aqui mais uns segundos, depois eu vou-me embora e não me vês mais na tua vida.

— Quero-te fora daqui quando voltar do banheiro. – Ele disse enquanto pegava na sua camisola e batia com a porta do banheiro fazendo a garota revirar os olhos.

Quando voltou a sair dali, encarou a mesma garota deitada na ponta da sua cama enquanto remexia no seu próprio celular.

— O que é que ainda fazes aqui? – Ele perguntou enquanto cruzava os braços e a encarava.

— Ela ainda não se foi embora. – Explicou enquanto apontava para a porta do quarto que dava para o corredor do hotel.

— Não quero saber. – Ele disse enquanto se preparava para abrir a porta do quarto para que a garota saísse logo dali.

— Ouve resmungão. – Ela levantou-se e ajeitou os cabelos pela milésima vez. – Olha para mim. – Ela disse enquanto apontava si mesma, fazendo Derek revirar os olhos. – Tu não sabes o pesadelo pelo qual estou a passar porque se soubesses deixavas-me ficar aqui. Achas que eu quero fugir assim e estar aqui no quarto de um garoto que não conheço de lado nenhum? Pois bem eu não quero. Preferia mil vezes estar no meu quarto a dormir mas infelizmente não posso porque a cara de cavalo da minha irmã não me deixa. – Ela disse irritada fazendo Derek arregalar os olhos para a garota que a cada momento que passava lhe parecia mais louca.

— De qualquer forma nada que a tua irmã te possa fazer é razão para estares aqui.

— Tudo bem. – Ela resmungou cada vez mais irritada enquanto passava pelo garoto direita a porta do quarto. – Mas quando hoje à noite eu me enforcar só porque ela me obrigou a usar um vestido que me faz parecer um pavão a culpa é tua! – Ela disse enquanto se preparava para abrir a porta.

Derek controlou-se para não rir mas foi em vão, a ideia de ver aquela garota, que no momento usava umas calças verde tropa e um casaco de ganga usando um vestido - que segundo ela parecia um pavão – era realmente engraçada.

— Idiota -- ela resmungou enquanto abria a porta com toda a força que tinha causando um estrondo logo de seguida. A garota logo ocorreu para o fora da porta acompanhada por Derek que logo viu o que havia causado o estrondo. No chão estava um empregado do hotel que provavelmente havia levado com a porta na cara.

Derek observou a garota a ajudar o empregado para depois apanhar do chão todas as toalhas que o mesmo havia deixado cair.

— Joshua. – Ela disse por fim enquanto encarava o garoto. – Desculpa!

— Está tudo bem 'Kim. – Ele sorriu como se conhecesse a garota. – Vi a tua irmã ainda há pouco.

— Onde ela estava? – A garota perguntou preocupada enquanto remexia de novo no cabelo.

— Ali ao fundo. – Ele disse enquanto pegava em todas as toalhas que ela lhe havia entregue. – Deve estar aí a chegar.

— Okay. – Ela disse enquanto sorria para Joshua e se despedia com um aceno, para depois começar a correr pelo corredor tentando fugir da irmã.

— Louca. – Derek murmurou enquanto Joshua sorria e virava costas caminhando na direção contrária do que a garota havia ido. – Todo o mundo deve ser louco aqui. – Derek suspirou e encarou o ponto onde a garota desaparecera.

— Hey, querido. – Uma loira disse enquanto caminhava rapidamente pelos corredores, na sua mão trazia um vestido azul berrante cheio de adornos. – Não viste uma garota por aqui? Ela tem cabelos claros e provavelmente já se meteu em algum sarilho como sempre. – A loira sorriu para o garoto que esperou alguns segundos até finalmente responder.

— Vi-a à pouco. – Ele finalmente disse. – Ela foi por ali! – Ele apontou para a direção que Joshua, o empregado, havia seguido. A loira agradeceu e saiu pelo corredor fazendo o moreno suspirar.

Ele esperou alguns segundos até se decidir o que iria fazer a seguir. Pegou no seu celular e colocou-o no bolso enquanto saia pelo corredor à procura da tal garota.

Ele ainda se ia arrepender por isso.

 

Oh oh oh
Trouble troublemaker yeah
That’s your middle name
Oh oh oh
I know you’re no good but you’re stuck in my brain
And I wanna know

Derek andou pelos enormes corredores do hotel na esperança de encontrar a tal garota mas ela parecia ter-se sumido por completo. Provavelmente havia derrubado outro garoto indefeso e se havia enfiado no seu quarto, por muito estranho que isso soasse.

Finalmente ele avistou um mar de cabelos castanhos claros que se dirigiam para a porta de saída do hotel, ele andou o mais rápido possível para alcança-la.

— Hey, tu. – Ele disse enquanto alcançava a garota e andava ao lado dela na calçada.

— O que queres? – Ela disse revirando os olhos para depois encarar o celular.

— Vi a tua irmã. – Ele disse por fim tentando ainda processar a verdadeira razão para estar ali, mas nem ele a encontrou. – Estás a fugir? – Ele perguntou por fim aleatoriamente.

— Mais ou menos. – Ela disse enquanto colocou o celular na mala castanha que trazia consigo.

— Mais ou menos? – Derek perguntou enquanto arregalava os olhos.

— Só por umas horas. – A garota esclareceu enquanto caminhava pela calçada de pedrinhas cinzas que contrastava com as casas altas e coloridas que ali haviam. Derek observou as pessoas que caminhavam e paravam para conversar aleatoriamente enquanto riam.

— Onde vais então? – Ele perguntou por fim enquanto andava ao lado dela.

— Não tens nada a ver com isso. – Ela disse irritada enquanto parava de caminhar. – Afinal, qual é a tua ideia? Expulsas-me do teu quarto e agora não me deixas em paz!

— Estava só a tentar ser simpático. – Ele disse por fim. – Não sei se sabes o que é.

— Idiota. – Ela resmungou. – Porque é que não colocas esse sarcasmo num certo sitio e me deixas em paz? Não me ajudas-te quando precisei portanto não fazes nada aqui.

— A rua ainda é pública, eu acho. – Ele disse ignorando o que a garota havia falado primeiro. – Além disso eu disse à tua irmã que estavas no hotel e mandei-a seguir na direção errada, isso ainda me parece ajudar.

— Oh, muito obrigada. – Ela disse de forma sarcástica fazendo Derek revirar os olhos. – O que queres logo de uma vez por todas?

— Nada. – Ele disse enquanto dava de ombros e seguia a garota que havia voltado a andar de novo. Caminharam os dois em silêncio durante alguns minutos até que Derek suspirou fundo sentindo a sua barriga a dar horas.

Boa ele não havia comido nem havia trazido dinheiro consigo.

— Tens fome? – A garota perguntou enquanto o observava colocar a mão na barriga.

— Como sabes? – Ele perguntou enquanto a encarava.

— Bem estás a cobrir a barriga. – Ela deu de ombros. – Ou estavas com fome ou com prisão de ventre. E, perguntar se estavas com fome sempre soa melhor.

Derek revirou os olhos perante o que a garota havia dito fazendo-a rir.

— Não tem piada nenhuma. – Ele disse por fim.

— Havias de ter visto a tua cara. – Ela sorriu. – Vamos sei de um sítio onde podemos comer alguma coisa.

— Mas eu... – Derek tentou avisar a garota mas a mesma já havia começado a caminhar à sua frente. – … eu não tenho dinheiro comigo. – Disse quando a alcançou.

— Não faz mal. – Ela disse enquanto entrava num antigo café. A barriga de Derek revirou-se quando o mesmo sentiu o cheiro a panquecas que provinha do local.

— Molly! – A garota sorriu quando se sentou no balcão e encarava a mulher do outro lado com um sorriso.

— Oi querida. – Ela sorriu amavelmente para a garota ao lado de Derek enquanto passava a mão pelos cabelos da mesma. O garoto observou a mulher que logo enchia a garota de perguntas amáveis. Os seus cabelos ruivos chamavam a atenção e contrastavam com os seus olhos cor de mel. – Quem é o teu amigo? – Ela sorriu.

— Ele não é meu- – A garota disse mas Derek logo a interrompeu.

— Derek, prazer. – Ele disse enquanto sorria amavelmente como sempre fazia quando queria algo de sua mãe.

— O que vão querer, queridos? – Molly perguntou enquanto sorria e pegava num bloco de notas. – Estão com cara de quem precisa de comer alguma coisa.

— Ahn... – Derek olhou para Molly seriamente. – Nós não queremos nada.

— Queremos sim. – A garota disse enquanto Derek revirava os olhos. – O mesmo de sempre Molly e para ele também. – Molly sorriu e saiu pela porta que provavelmente daria para a cozinha.

— Eu disse-te que não tinha dinheiro! – Ele resmungou quando Molly desapareceu.

— E eu disse-te para não te preocupares. – Ela rebateu irritada. – Pelo amor de Deus qual é o mal em eu te pagar o pequeno almoço?

— Bem não sei se-

— Nem me venhas com esse papo do “o garoto é quem paga” se não levas um pontapé na bunda! – Ela resmungou e cruzou os seus braços. – É tudo o que eu posso fazer depois de te ter sujado as roupas.

— Queridos. – Molly chegou impedindo Derek de responder à garota. – Por conta da casa. – Ela colocou um prato de panquecas em cima da mesa acompanhado por um enorme batido de morango.

— Não é preciso Molly. – A garota disse enquanto sorria.

— Ora essa Kimberly. – A ruiva disse enquanto Derek encarava a garota. Kimberly era então o seu nome. – Além disso eu não podia levar dinheiro a duas caras tão fofas! – A ruiva riu e saiu deixando Derek com um sorriso convencido no rosto.

— Eww. – Kimberly disse enquanto revirava os seus olhos. – Agora despacha-te temos coisas para fazer.

— Temos? – Derek perguntou enquanto bebia o seu batido. – Onde?

— Depois logo vez convencido. – Ela disse enquanto comia. – Ainda temos algumas horas até a minha irmã desistir da ideia estúpida do vestido e até lá não posso voltar para o hotel e não acredito que tu saibas o caminho de volta, certo? – Ela disse enquanto levantava a sobrancelha e Derek confirmava. – Vamos. – Kimberly disse alguns minutos depois enquanto se levantava sendo acompanhado pelo garoto. – Molly! – Ela chamou e segundos depois a ruiva apareceu com um sorriso. – Estava ótimo obrigada! – Ela abraçou-a e Molly entregou um saco a ela.

— Para vocês depois comerem, queridos. – A ruiva disse amavelmente. – Não pude deixar de ouvir a tua conversa e se bem te conheço a ti e à tua irmã sei que não vais regressar ao hotel tão cedo. Espero que se divirtam meninos! Ela sorriu e desapareceu do campo de visão dos garotos.

— Vamos! – Kimberly disse enquanto andava pelas ruas movimentadas de novo. Derek logo a seguiu e observou o local com cuidado. Ao contrário de Beacon Hills, as ruas de Brooklynn Ville eram bastante movimentadas e até divertidas. Pessoas caminhavam alegremente pelas ruas e desejavam os bom dia alegremente aos garotos enquanto seguiam o seu caminho. Artistas de rua espalhavam-se por todos os cantos fazendo as melhores piruetas que deixavam qualquer um deslumbrado.

It’s like you’re always there in the corners of my mind
I see a silhouette every time I close my eyes
There must be poison in those finger tips of yours
Cause I keep comin’ back again for more


— Na cidade onde vives é diferente daqui? – Kimberly perguntou por fim enquanto entregava ao garoto um sorvete de morango.

— Muito diferente mesmo. – Ele disse enquanto observava a garota a pagar os sorvete deles. – Aqui é muito melhor.

— Então o que te traz aqui? – Ela perguntou enquanto comia o seu gelado e ajeitava os cabelos castanhos claros.

— Minha casa ardeu. – Ele disse simplesmente fazendo a garota arregalar os olhos. – Estamos todos bem. – Ele esclareceu por fim perante o olhar da garota. – Mas tivemos de nos mudar para aqui até arranjar-mos de novo uma casa.

— Faz sentido. – Ela encolheu os seus ombros enquanto caminhava pelas ruas.

— E tu? És daqui? – Derek disse enquanto se sentou ao lado da garota num banquinho branco da rua.

— Não. – Ela disse enquanto comia o sorvete. – Mudei-me para aqui com a minha irmã depois da nossa mãe morrer porque papai vive aqui.

— Oh, lamento. – Ele disse enquanto observava a garota. Poucos segundos depois o moreno sentiu o seu celular tremer.

 

Nova mensagem De: Mãe

 

Derek Christopher Hale, me dê uma explicação plausível para me desaparecer dessa forma sem deixar um aviso. Meu coração não é de ferro, não sei se sabe meu menino.

 

O garoto revirou os olhos perante o exagero da preocupação da sua mãe e digitou uma resposta para a mesma. Desde a morte de Paige, sua namorada, que toda a sua família o tratava como um bebé e ele odiava isso. Não é como se ele se fosse suicidar a cada segundo que passava. Paige se havia ido, ele sabia disso e todos os dias se lamentava por isso. Todos os dias ele queria alterar o seu passado e salvar Paige, mas infelizmente não havia nada que ele pudesse fazer sem ser seguir em frente. Já se haviam passado dois anos depois do incidente e por muito que lhe custasse ele tinha de finalmente ir com a sua vida para sempre.

— Afinal porque é que a tua irmã iria querer que tu usasses aquela coisa horrível? – Ele perguntou tentando deixar todos aqueles pensamentos de lado.

— O meu pai hoje vai ter um jantar qualquer chato onde eu vou ter de conhecer um parente qualquer da minha idade porque vai ser bom para mim e blah blah blah. – Ela revirou os olhos enquanto imitava uma voz fina. – Então a minha irmã decidiu que eu tinha de usar alguma coisa apropriada. Mas a não ser que o jantar seja no jardim zoológico, eu definitivamente não quero usar aquilo que mais parece ter sido tirado das penas de um pobre pavão. – Eles riram os dois. – Aqueles jantares são sempre super chatos, da última vez tive de conversar com um idiota qualquer que me perguntou se eu queria um petit gâteau de fruits rouges. Não era mais fácil perguntar se eu queria logo a porcaria de um bolo? Que lamechas. – Ela resmungou. – E havias de o ver, mal cabia no fato azul celeste que usava. – Derek riu acompanhado por ela enquanto que a garota abanava os seus cabelos castanhos claros. – Então para além de ter de ir encontrar outro idiota qualquer ainda tenho de usar aquela coisa por isso é que fugi da minha irmã. Pode ser que assim ela desista da ideia do vestido ou eu de certeza que nem meto os meus pés naquele jantar. O resto tu já sabes.

A garota sorriu e levantou-se do pequeno banco para depois seguir por um pequeno trilho de pedra que dava para uma pequena praia. Kimberly retirou os seus all-star brancos e pegou neles para depois passear pela praia acompanhada por Derek que olhava atentamente o mar.

— Achas que a tua irmã vai demorar a desistir da ideia do vestido tão cedo? – Ele perguntou quando se sentava na areia ao lado de Kimberly.

— Esperemos que seja daqui a pouco tempo. Logo o papai vai perguntar por mim e quando ela não tiver resposta para dar, logo vai dar o braço a torcer e desistir do vestido horrível. – A garota disse enquanto brincava com a areia. Derek sorriu e observou o mar calmo à sua frente.

— Bem, vamos? – Kimberly disse enquanto se levantava minutos depois dos dois estarem ali.

— Onde? – O garoto perguntou enquanto a encarava.

— A um sítio especial. – Ela riu e pegou na sua mala. – Ninguém pode sair daqui ser ir lá. Vá, vamos convencido.

Ela seguiu pela praia com Derek ao seu lado aproveitando o silêncio confortável que se instalara entre os dois. Pararam em frente de uma pequena gruta e Derek observou o local. A pequena gruta estendia-se em alguns metros revelando um enorme buraco no topo de onde se podia observar o céu que agora se tingia de laranja e amarelo. Derek franziu a sua testa constando que boa parte do seu dia se havia passado, ainda há tão pouco tempo atrás ele havia acordado e agora já estavam no final da tarde e logo eles os dois teriam de regressar ao hotel e provavelmente nunca mais iria ver Kimberly. Porque no final de tudo ele até apreciava a companhia da morena que apesar de se ter metido em mil e um problemas naquele dia, que na sua maioria foram causados pela mesma ser desastrada, a sua companhia era boa. Pela primeira vez em muito tempo ele sorria sem razão e não passava a maior parte do seu dia a culpar-se pela morte trágica de Paige que ele mesmo havia – no final de contas – causado.

Kimberly deitou-se no chão da gruta e observou o céu, sendo acompanhada por Derek. Ele preparava-se para dizer alguma coisa mas foi interrompido pelo som de uma mensagem entrando no telefone de Kimberly.

— A Freya já desistiu da ideia. – Ela levantou-se e sorriu. – Já podemos regressar para o hotel. Vamos, os teus pais já devem estar preocupados contigo. – Kim colocou os seus cabelos para trás enquanto Derek assentia.

Eles caminharam por poucos minutos até chegarem de novo ao hotel onde tudo começara. O garoto encarou-a sem saber como se despedir da mesma.

— Então até mais convencido. – Ela sorriu e assim como apareceu pela manhã, desapareceu.

Derek caminhou até ao seu quarto em silêncio parte dele ainda queria ver Kimberly de novo, apesar de saber que isso não seria possível. Muito provavelmente ele logo se iria embora para regressar de novo a Beacon Hills e logo Kimberly o esqueceria. Abriu a porta do seu quarto e encontrou Peter e Thalia conversando, logo os dois adultos o encararam e a sua mãe colocou as mãos na cintura.

— Derek! – Ela resmungou enquanto se aproximava do garoto. – Onde é que te meteste?

— Andei por aí. – Ele encolheu os ombros tentando encerrar o assunto logo aí antes que Thalia começasse com o seu interrogatório de mãe galinha, ou de mãe loba nesse caso.

— Ele esteve com uma garota. – Peter disse enquanto tirava o sarro do mais novo como sempre fazia. – Está no olhar dele.

Derek revirou os olhos e Thalia sorriu logo a sua expressão séria desapareceu do seu rosto.

— O teu tio hoje vai jantar connosco. – Ela sorriu e encarou o irmão com um olhar cortante fazendo o mesmo engolir o riso. – Estamos atrasados, portanto despachem-se. – Ela sorriu mais uma vez para o filho com aquele olhar de 'depois falamos sobre isso' e deixou o quarto. Derek pegou nas suas roupas e dirigiu-se para o banheiro enquanto revirava os olhos para Peter que continuava com idiotices.

 

Why does it feel so good but hurt so bad
My mind keeps saying
Run as fast as you can
Troublemaker
I say I’m done but then pull me back

 

— Este é o teu vosso tio Niklaus. – Thalia disse enquanto apresentava um homem loiro e de olhos azuis que se parecia bastante com Peter em termos de face. Niklaus cumprimentou os três garotos e logo os encheu de perguntas fazendo Laura, Derek e Cora revirarem os olhos com tanto interrogatório.

— Estas são as minhas filhas. – Ele disse alguns minutos de um monólogo intenso. – A Freya e a Kimberly. – Ele apresentou as garotas fazendo Derek sorrir, os seus olhos caíram em Kimberly que sorria para ele e revirava os olhos para a irmã que logo começou a tagarelar algo numa tentativa falhada de conversar com Laura.

Derek sentou-se ao lado de Kimberly que parecia contrariada em ali estar, como acontecia com ele e com as suas irmãs. Nem Peter parecia com vontade de ali estar. A sua mãe, por outro lado ouvia atentamente Niklaus, como quase todos os outros membros da família que ali estavam.

— Hey. – Derek disse por fim depois de alguns minutos calado. – Queres ir comer um petit gâteau de fruits rouges?

— Definitivamente não. – Kimberly sorriu mas logo se levantou. – Mas aceito uma pizza.

— Pizza parece-me perfeito. – Derek sorriu e pegou no seu casaco enquanto os dois saiam dali sem que ninguém desse por eles.

 

I swear you’re giving me a heart attack
Troublemaker

 

— x- x- FIM – x- x-

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostavam de ler mais uma fanfic desses dois? Sim ou não? Me digam por favor!
Beijos,