Tão Humanos escrita por Lyanna


Capítulo 1
Capítulo 1




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Mais uma vez eu estava ali, ouvindo aquela melodia que tocava meu coração e minha alma a cada nota que formada de acordo com os movimentos do meu cavalheiro, com o rosto sempre sereno, onde as marcas do tempo não tinham efeito, os cabelos compridos caiam emoldurando-lhe o rosto, e os olhos, aqueles olhos que sempre olhavam os meus. Haji sempre esteve por perto, mesmo quando eu dormia, ele continuava ali, tocando para mim; quando pensei que o tinha perdido meu mundo quase ruiu sob meus pés, talvez tenha sido assim que ele sentiu-se ao descobrir que não me lembrava dele na ultima vez em que despertei.


 


 


-Saya.


 


 


Eu estava tão perdida em meus devaneios, que nem ao menos percebi que o encarava indiscretamente, geralmente ele não ligaria, mas de uns tempos para cá ele tem se mostrado bem menos inclinado a manter seu silencio, na verdade desde a noite em que matei Diva a mais ou menos 100 anos atrás. Sim, já havia se passado um século desde meu confronto com minha irmã, todos os que eu amava e conhecia já haviam morrido, minhas sobrinhas estavam vivas, mas não mantenho contato com elas, tudo o que tenho, e tudo que preciso esta bem a minha frente.


 


 


- Hum?


 


 


-Algo errado? – Sua voz sempre foi serena, mesmo quando era mal criado comigo, como no tempo em que chegou a mansão de meu pai, e era essa serenidade que me trazia paz nas noites em que Diva me assombrava durante o sono.


 


 


- Não Haji. Estou bem.


 


 


- Parece cansada. Posso tocar para você dormir ou será que...


 


 


O vi colocar o violoncelo de lado, levantar e andar em minha direção, a janela do quarto estava aberta e o vento fazia meus agora compridos cabelos balançarem como se fossem folhas levadas pelo vento, enquanto eu o vi aproximar-se cada vez mais de mim, e no segundo seguinte me senti abraçada a ele, seu cheiro levemente amadeirado me entorpecia de tal forma a ser um convite a beber-lhe o sangue tão doce. Ele sabia o que eu pensava, por isso, apertou o abraço e me ergueu até a altura do seu pescoço.


 


 


- Não Haji. Sabe que não quero ficar bebendo do seu sangue.


 


 


-Saya sou seu chevallier, mas muito mais do que isso eu amo você, sempre te amei; e por esse amor faria tudo, e você sabe muito bem que quando praticamos a sangria é muito mais do que uma simples “refeição”.


 


 


Haji estava certo, praticar a sangria com ele não era uma refeição como Diva descrevia. Haji não era e nunca vai ser meu alimento, Haji é o meu coração. Quando sinto o doce gosto de seu sangue em minha língua, e logo depois deslizando pela minha garganta, todo meu ser se preenche dele, nossas lembranças dos tempos em que vivamos juntos na mansão, do nosso primeiro roçar de lábios, das sensações que os sentimentos que nutrimos nos causam, quando bebo o sangue de Haji sinto-me parte dele, como se nossos corpos se fundissem, e como se nossa alma voltasse a ser uma só.


 


 


Não seria essa a primeira vez que eu beberia do sangue dele, e o motivo de eu tanto lutar contra minha sede de seu sangue, era que cada vez que eu me afogava em seus pensamentos, mais eu me apaixonava por ele, e na minha idéia de casal normal, nós estávamos a anos luz dessa posição.


 


 


Eu não pude terminar com meus pensamentos, pois, em questão de segundos eu senti os lábios finos e bem desenhados dele sobre os meus, um beijo carinhoso e singelo, que levava de mim todas as duvidas e preocupações, beijos que eu não tinha coragem de pedir e muito menos era louca de não corresponder. Eram poucas às vezes em que ele me beijava não por não me amar como pensei no inicio, mas por sua posição de chevallier, e conseqüentemente ele considerava não ser digno de mim.


 


 


- Haji, assim não serie capaz de controlar minha sede. – eu disse enquanto continuávamos a selar nossos lábios, foi quando o vi sorrir somente para mim, não só com os lábios, mas também com os olhos.


 


 


- Então não devo parar. – foi tudo o que ele respondeu antes de voltar a me beijar, não como antes, claro que não faltava amor nesse beijo, mas mais do que carinho demonstrávamos desejo um pelo outro. Claro que vocês sabem que a pratica da sangria é o ato onde os dois compartilham de seu sangue, então Haji também bebia do meu, renovando seu contrato de chevallier por assim dizer, e também descobrindo todos os meus sentimentos não só com relação a ele, mas a tudo que ficava ao meu redor.


 


 


Aos poucos o senti caminhar até a cama, e me deitar sobre ela, para logo depois ficar sobre mim, senti sua respiração em meu pescoço aquecendo minha pele, e me fazendo ter arrepios, para depois sentir sua língua aveludada passear em minha nuca e logo depois seus dentes causaram uma leve pressão em minha carne, nada de dor, em nenhum momento houve medo, apenas sentia suas mãos acariciando meu corpo e sua boca enquanto sugava meu sangue, era como fazer amor na linguagem de vocês humanos, eu já não podia mais reprimir os gemidos em minha garganta. Apesar de não ser a primeira vez que ele bebia meu sangue, era sempre eu quem comandava o processo, mas dessa vez eu era submissa a ele, e estava completa e totalmente preparada para todas as sensações que ele estava disposto a me fazer sentir.


 


 


Senti sua mão em minha pele, por de baixo da minha roupa ele acariciava minha barriga com uma das mãos enquanto a outra brincava com meus cabelos, senti ele se afastar e abri os olhos para poder vê-lo, foi a primeira vez em que o vi com os cabelos desalinhados e a respiração forte.


 


 


- Desculpe Saya, não pude me controlar. – ele virou o rosto, antes pálido agora um pouco corado devido ao constrangimento, o que eu achei muito fofo.


 


 


-Haji... – ele não me deixou terminar a frase.


 


 


- É que seu cheiro é tão suave, e seu gosto tão delicado e doce. É impossível para mim... – agora era minha vez de calá-lo, antes que ele se arrependesse do que estávamos vivendo, puxei a gola de sua camisa trazendo-o de encontro aos meu lábios, um beijo carnal, com desejo e sedução, um beijo humano.


 


 


Senti-me um pouco fraca, ele havia bebido bastante de meu sangue, mas agora era a vez dele ser submisso a mim, usei um pouco de força para trocarmos de lugar, agora eu estava no comando, abri sua camisa e observei o físico perfeito e totalmente desenhado dele, a pele branca me lembrava a neve, mas perto dele eu jamais sentia frio, curvei eu corpo até alcançar sua orelha, depois seu pescoço e cravar meus dentes nele, logo a sensação de nostalgia me invadiu, senti seu sexo ereto em mim, enquanto eu bebia o doce néctar que dele brotava, sim seu sangue para mim era como um elixir, não de vida eterna, mas de amor. Assim que o senti ofegar, parei imediatamente de beber seu sangue e o olhei, ele sorria para mim enquanto falava.


 


 


- Eu a amo.


 


 


Senti meu coração acelerar, era claro que eu também o amava, mas eu nunca o tinha dito depois daquela noite no anfiteatro, talvez fosse o medo de entregar o meu amor a ele, e logo depois ele partisse para algum lugar, mas agora eu já tinha me determinado a perder esse medo, pois eu sabia que Haji nunca me deixaria.


 


 


- Eu amo você Haji.


 


 


Em questão de segundos  eu estava novamente em baixo dele, ele era meu alfa então a mim só restava obedecer e agradecer as sensações que o seu toque me proporcionava. Senti ele tirar minha camisola, e o vi tirar a sua camisa, o arrepio percorreu meu corpo quando senti sua pele em contato com a minha. Longos e doces carinhos foram dados e recebidos durante aquela noite, o senti quando me preencheu totalmente e começou a se movimentar dentro do meu ventre, aquelas emoções eram tão mágicas, eram tão humanas, senti espasmos enquanto ele aumentava a força e a velocidade, e não pude suprimir um gemido em minha garganta.


 


 


-Ha...ji...


 


 


Ele entrelaçou suas mãos as minhas, quando sentiu o seu orgasmo se aproximar e disse meu nome antes de desabar sobre mim.


 


 


- Saya...


 


 


Estavamos suados, e cansados como um casal comum depois de fazer amor durante toda a noite, eu estava feliz por ter escolhido passar a eternidade ao seu lado, do jeito que ele me ensinou, um dia de cada vez é assim que se vive para sempre e seria assim que viveríamos juntos.


 


 


- Eu te amo Haji.


 


 


- Eu amo você Saya. Sempre te amei e sempre vou amar.


 


 


Essas foram as ultimas palavras que houvi antes de adormecer em seus braços mais uma vez, e sonhar com ele mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Espero que voces tenham gostado dessa one, assim como eu gostei de escreve-la...deixem suas opnioes e criticas...
bejokssss