Aflição escrita por Serena
Um tão pequeno menino eu era, sincero, abraçando meus pais queridos. As poucas palavras que eu apreciava eram mais do que suficientes para que pudesse coincidi-las às chamas que cobrejavam pelo meu peito.
Meu coração de criança.
Aberto, justo, agudo.
Com tênues rabiscos sem forma, eu tentei delinear o meu próprio destino, sozinho. Não precisava do apoio pátrio dos meus pais. Quão errado fui naquele curto andamento. Abandonei-os por todas aquelas estradas que me sucumbiam em chamá-los de pais.
A rachadura se apartou ao meio.
Eu não estava mais sozinho. Eu tinha amigos que me abrangiam em seus meios; tampouco me importava com a fenda que se apartou em nosso lar. Por um tempo achei que estivessem livres, mas meus pais se abandonaram.
Vi meu pai e uma loira.
Eles se mereciam.
Vi minha mãe e um moreno.
Ele não a merecia.
Quis a lua. Ela era minha amiga nas noites de dor. Singela, de palavras tênues e acolhedoras, ela me auxiliou a exceder aquela fenda que insistiu em apartar-nos. Nossa família se estilhaçou, mas descobri que era mais perfeito.
As batalhas se findaram.
Até hoje minha querida mãe
Procura seu legítimo amor.
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