Tiger escrita por Poi Peterson, mlleariane


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Ressaltando, isso não é um plágio, mas uma "Fanfic da Fanfic".
Uma homenagem à tão querida fic que tanto amamos (e rimos) e à sua autora mlleariane também.



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Tiger

Mais um dia em que Deus o punia com essa sofrida existência de vidas sem fim. Se gatos possuíam apenas sete vidas, por qual motivo ele já teria passado da milésima? Tiger, nesse momento, já se sentia um highlander, o qual só conseguiria morrer se outro highlander cortasse sua cabeça, mas ele achava que já era o último, pois só poderia haver um.

Esse dom da imortalidade, porém, não o eximia de toda a dor e sofrimento que ele padecia nas mãos de seus captores, duas criaturinhas que, apesar de gêmeas e lindas, eram incrivelmente cruéis. Entretanto, na casa onde ele vivia, apesar de todo o luxo e mordomia, quando chegava a hora de suas torturas diárias, ele padecia nas mãos daquelas criancinhas.

Tiger convivia em meio à fartura, patinando e nadando sobre sorvete de pistache ao chão da cozinha ou tomando seu inocente leite cheio nescau em suas refeições. Sua ração, apesar da melhor qualidade, antioxidante e premium da mais cara que existia, tinha um paladar horrível comparável a todas as balas, pedacinhos de carne e outras guloseimas que eram jogadas escondidas para ele. Nessa hora ele adorava, mas, quando as pessoinhas queriam pegá-lo ele fugia como um diabo fugisse da cruz, pois o apertavam, tentavam estrangulá-lo, quebrar todos os seus ossos sem piedade. Ali eram seus piores momentos.

Todas as manhãs, quando escutava a palavra “escola”, ele sabia que teria a casa somente para si mesmo. Sim, era um momento mágico, onde as crianças eram capturadas pelos seus punhos e levadas a algum lugar que deveria ser tão horrível quanto aos seus piores momentos. Ele sentia-se vingado naquela hora, quando elas choravam algumas vezes falando que não queriam ir. Tiger escondia-se atrás de algum móvel e deliciava-se com a visão daquelas crianças sendo levadas, aproveitava e se lambia todo, porque um banho calmo, sem puxões e apertões, não faria mal a ninguém.

Pronto, a parte calma de seu dia começava. Ele andava ela casa e iria escolher o melhor local para tirar seu primeiro cochilo. Geralmente gostava de ficar no quarto do andar térreo, dos pais daquelas crianças. Ele ainda não entendeu como aqueles dois conseguiram ter crias tão terríveis. O pai era um louco assumido, parecia realmente com as atitudes insanas das crianças. Mas a mãe? Ah, ela era linda! Com seus passos elegantes e minuciosos parecia com ele próprio andando silenciosamente entre os objetos quebráveis da casa, sem quebra-los e elegantemente. Como ela poderia ser mãe daqueles torturadores? Ela quem o protegia muitas vezes, então já buscava logo o cheiro de sua dona, porque sim, ela era a sua dona, era o lugar onde sentia-se seguro.

Adentrando o quarto, avistou logo aqueles lençóis jogados sobre a cama, extremamente convidativos e fofinhos. Pulou rapidamente lá em cima, fez questão de se esfregar em todos para deixar seu próprio cheiro. Deixou um pouquinho de xixi em uma parte da cama só para enfatizar a marca de gato macho dominante. Não gostava do odor do marido de sua dona. Porque ela era dele, do Tiger e não de um louco homicida infantil. Chegou no local com o cheiro dela, delicado de cerejas. Sim, ali que ele iria ficar. Primeiramente ficou afofando mais o lugar com suas patinhas, pisoteando para ficar do jeito que ele gostava, depois deitou-se sobre o travesseiro, que estava impregnado com o aroma que ele tanto gostava.

Algum tempo depois, não sabia o quanto, após espreguiçar-se, rolar e se ajeitar inúmeras vezes naquele travesseiro, o dono da casa chegou e o enxotou de seu recanto seguro. Como odiava isso. Tiger, com seu instinto de sobrevivência super aguçado, saiu correndo e escondeu-se no escritório, embaixo de alguma estante.

Castle: Tiger, gato safado! Você fez xixi em meu travesseiro? – ele resmungava já arrancando todas as roupas de cama, pois tudo estava infestado de pelos e do fedor do xixi do bichano.

No fundo Tiger sorria, pois era exatamente isso que queria fazer, o que todos os dias que ele fazia quando esquecia a porta do quarto aberta, ou seja, quase sempre. A dona era dele e de mais ninguém. Ainda se perguntava como uma mulher daquelas casaria-se com esse homem doido. Ok, o gato lembrava-se que a mãe dele, Martha, também era doida, pois ele tinha ficado sob sua custódia enquanto o casal viajou para fazer sabe-se lá o quê, e foi envenenado por bolo, o qual estava muito gostoso, mas cadê a responsabilidade? Bolo saboroso e docinho, Tiger comeu tudo e nunca sentiu tanta dor em sua vida, quase morreu. Esperava ansiosamente pela sua morte, mas não que doesse, apenas fosse instantânea. Mas é claro que Deus não o quis perto dele naquele momento, pois ele deve ter sido um gato extremamente ruim em outras vidas e sua punição seria eterna.

Continuando com sua rotina, Tiger saiu de seu esconderijo e subiu as escadas, observando bem se não estava sendo seguido pelo pai de seus torturadores. Entrou no quarto infantil, que também era extremamente confortável, claro, sem as crianças ali, pois com elas parecia mais uma câmara de tortura nazista, onde todo tipo de experiência era feita com seu pobre corpinho peludo.

Subiu em uma cama e estava cheia de bonecos duros e horríveis de se acomodar. Para quê uma criança iria querer dormir com um boneco enorme verde e outro azul com escudo. Mas o boneco com arco e flecha era o que Tiger mais odiava, pois aquele item vivia sendo espetado nele. Suspirando em frustração pulou para a outra cama, com mais coisas fofinhas, inclusive um ursinho que ele adorava morder, destruindo por vingança, chamava-se Fluffy, o preferido da menina. Pois com o gato era assim, olho por olho, dente por dente, ele era apertado e torturado, nesse caso ele faria alguma coisa que doesse nas crianças também, então, nada melhor que tentar ver o conteúdo interno do ursinho, sendo tirado aos poucos por suas unhas afiadas e dentes.

Passado algum tempo, ele escutou os gritinhos infantis e se desesperou, tentando logo esconder-se no primeiro lugar, embaixo da cama. O gatinho escutou os pequenos passos aproximarem-se, o barulho das mochilas sendo jogadas de qualquer jeito pelo quarto e seu nome sendo proferido. Que Deus o ajude dessa vez.

Jo: Papai, o Tiger não está aqui! – a menina procurava pelo quarto, mas, como não era bobo nem nada, Tiger escondeu-se por trás dos brinquedos jogados embaixo da cama e ficou imóvel, sem fazer nenhum ruído que alertasse de sua presença.

Castle: Ainda bem, porque se eu pego esse gato hoje...

Alex: Papai, você jogou o Tiger fora? – o menino logo interrogou desesperado.

Castle: Ainda não, mas ele fez xixi no meu travesseiro e encheu minha cama de pelos, ainda por cima estava deitado todo folgado no travesseiro da sua mãe.

De seu esconderijo, o gato somente sorria internamente de sua peripécia, tentando permanecer furtivo.

Jo: Mas você não fez maldade com ele, né, papai? – a menina já estava com cara de choro.

Tiger: “Que comédia, ela preocupada comigo e é uma das piores coisas que aconteceu em minha vida. A que mais puxa meu rabo, mas me faz carinhos também.” – o gato não deixou de pensar no absurdo que estava escutando.

Para seu alívio, os passos e vozes seguiram andar abaixo e ele pode sair de seu esconderijo silenciosamente. Espreguiçou esticando cada patinha e seu pescoço, pois tinha ficado muito encolhido e tenso pelo medo de o encontrarem. Seguiu as vozes, tentando permanecer oculto por trás ou embaixo dos móveis. Se fosse um agente secreto, seria o melhor, pois seus métodos eram muito bons e bem treinados pelo tipo de vida que levava.

Alex: Olha, papai, achei o Tiger! – o menino viu o final do rabo do gato antes dele esconder-se. E correu para puxar o bichano pelo mesmo.

Tiger: "Ferrou! Dessa vez eu morro!" – deu logo um miado desesperado com o puxão e o aperto que o menino deu.

Logo em seguida Johanna puxou o gato dos braços do irmão e o apertou também, acariciando sua cabeça com tanta “delicadeza” que parecia que iria arrancar seu pelo e seu couro como em taxidermia, para empalhá-lo depois para a posteridade.

Após livrar-se de seus algozes, dando alguns arranhões e contorcendo todo seu corpo, correu para a lavanderia e ingeriu um pouco de sua ração vitaminada fortificante premium, somente assim para sobreviver a tanta coisa. Precisava esconder-se novamente para esperar sua dona chegar, somente ela aliviava suas torturas. Tentou ficar por ali mesmo, próximo à secadora de roupas, lugar quentinho, mas não tão confortável quanto a uma cama fofinha, pois detestava ficar sobre pano de chão fedido. Estava acostumado aos mais finos lençóis então, ter que se ajeitar em um pano chinfrim não fazia seu gênero.

Obviamente seu esconderijo não era tão escondido assim e ele foi encontrado. Alguns puxões em rabo, pernas, orelhas, mas vingou-se com arranhões e tentou fugir e todas as formas que pensou, mas em vão. O amor dói, algum escritor disse isso uma vez e ele tinha certeza de tal fato.

Em algum momento da noite, ele escutou o barulho da porta de entrada e viu sua dona entrar. Correu logo para esfregar-se em suas pernas, ganhando logo um afago gostoso por todo seu corpinho. Sua protetora estava em casa, então ele poderia ficar tranquilo. O marido dela veio logo para saudá-la, e Tiger logo enfiou-se entre os dois, tentando empurrá-lo para longe, o que era meio impossível, levando logo um empurrão com o pé do pai, indo parar diretamente nas mãos dos filhos.

E assim a vida continuava, um dia de cada vez, sobrevivendo em meio a carinhos e torturas. Doces, chocolates, balas e idas ao veterinário. Esperava o dia em que o jogassem pela janela do prédio, pois tinha certeza, cairia em pé e sobreviveria, claro.


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Notas finais do capítulo

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