Meu nome de herói! escrita por Doctor Seimei


Capítulo 1
"Meu nome de herói"


Notas iniciais do capítulo

Podem achar mais cômodo yuuei, como algumas scans traduzem, mas por questão de preferência, e por achar mais correto por causa de indícios do mangá, escreverei como UA, mas relaxem, é o mesmo colégio de Deku e companhia.



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– A linda guerreira em roupa de marinheiro. Guardiã do amor e da inteligência! – Entoava epicamente a garota de cabelo azul, fazendo poses e mostrando uma placa com seu escolhido nome de herói – Eu sou a Sailor Mercury!


Todos ficaram em silêncio absoluto, observando a meiga garota que ainda não tinha percebido a tensão, rindo como se fosse uma criança. Era o dia da escolha de nosso nome de herói, todos estavam animados, mas eu ainda não havia me decidido.


– Mergulhe na água e arrependa-se! – Disse então, fazendo mais uma pose e piscando o olho direito para a turma.


“Ela é idiota!”, pensaram todos juntos...

– Negado, vá pensar em um nome melhor, Mizuhoshi! – Disse nossa professora de sala, batendo na cabeça de Mizuhoshi Nami com uma prancheta.


– Por que?? Então, que tal Sailor Neptune!? – Sugeriu com um sorriso inocente.
– Porque eu não quero, vá arrumar um nome melhor! – Exclamou nossa rígida professora.

Essa é nossa professora, Metal Empress, formou-se na UA a alguns anos e decidiu tornar-se professora. Sua roupa era como uma fina armadura de aço, mas que não prejudicava as curvas de seu corpo, não sabemos o motivo disso mas há relatos de que ela possuía certa rivalidade com a Midnight enquanto eram alunas. Seu poder é a criação de campos magnéticos, o que faz dela uma adversária e tanto para os vilões em áreas urbanas.

– Mas que saco, ela não me deixou usar um nome tão legal quanto esse! O que ela tem contra “mahou shoujo”? – Queixou-se a jovem de cabelo azul, sentando-se na carteira ao meu lado e escorando sua cabeça na mesa. – E você Kuroda-kun? Já pensou em um nome?

– Acho que se você não estivesse copiando seu nome descaradamente de uma série conhecida, poderia até ser aceita, e sobre meu nome, ainda não pensei em nada, acho que vou ficar só com meu nome por enquanto...

– Que cruel Kuroda-kun! Até você ousa criticar o poder do amor ensinado pelas guardiãs sailor?

– Não estou criticando, só estou dizendo para ser mais origina...

– NOISE HURRICANE!!!! – Exclamou Shinji Kazemaru, ele não é muito inteligente, mas é um gênio da batalha, tanto que conseguiu me derrotar no festival esportivo deste ano, classificando-se em quarto, ficando atrás somente do trio monstro do segundo ano, Bakugou Katsuki, Todoroki Shouto e Midoriya Izuku. Seus poderes consistem em soltar rajadas de vento concentradas por meio de um orifício em suas mãos e amplificar os sons de suas cordas vocais – É ISSO AÍ!!!

– Barulhento como sempre... – fui chamado e levantei-me, ao mostrar a placa com meu nome real perguntaram me:

– Não vai escolher um nome Kuroda-kun? – perguntou-me Metal Empress ao ver em minha placa meu nome, Kuroda Raito – A escolha é sua, mas como obteve destaque no festival essa seria uma ótima oportunidade para se promover...

– Sinto muito professora, mas ainda não encontrei um nome que me sirva...

– Tudo bem, vá sentar, próximo! – Exclamou a professora.
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Na hora do almoço a cantina estava bem barulhenta, todos discutiam sobre o estágio de herói, para onde iam, com quem iriam trabalhar, que tipo de atividade heroica escolheram, entre outros assuntos.

– Ao menos no final seu nome foi aceito, não é mesmo Mizuhoshi? – comentei rindo.

– Aaaaarrrgh, nem me fale! Quem a mulher-macho metida a gostosona pensa que é pra ignorar cinco opções minhas?! – Comentou irritada e comendo rapidamente. – Ao menos ela gostou da sexta opção.

– Qual é, Marine Blue é legal e combina com você...

– Tem razão, mas se eu fosse você iria colocar algo como Static Shock! (OBS: Super Choque, como é conhecido em português) – Disse convicta minha amiga.

– Isso é uma referência? Sim, é uma referência, vindo de você é quase certeza que sim... – Respondi tomando um gole de suco.

– Como você descobriu? – espantou-se Nami.

– Somos amigos desde o jardim de infância, achou mesmo que eu não perceberia?
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Mizuhoshi Nami, amiga minha desde o jardim de infância, nossos pais são vizinhos desde antes de nascermos. Crescemos juntos como carne e unha, brincamos, jogamos, estudamos, até mesmo na escolha profissional decidimos pelo mesmo...

“Queremos ser heróis”...

Percorremos a maior parte do caminho para casa em silêncio, algo incomum, principalmente para a tagarela mestre. Após sairmos da estação de trem, tomamos a avenida que leva a nossas casas a pé. Uma enorme nuvem de chuva pairava nos céus.

Uma fina chuva começou a cair sobre nossas cabeças, Nami levantou seus dedos indicadores e impediu que a chuva caísse em nossas cabeças, essa era sua peculiaridade, WATER CONTROL, a capacidade de manipular a humidade do ar e, consequentemente, a água, à vontade do usuário.

– É uma peculiaridade muito útil em momentos assim... – parei e fiquei por alguns momentos encarando-a, estava vendo-a como não costumava ultimamente, era bonita, creio que passei a ter sentimentos mais fortes por esta louca, sentimentos que ainda não tinha coragem de revelar, preocupado continuei – você ficará bem? Se aparecer algum vilão poderoso ou algo assim? Será que sua água será o suficiente? Você sabe que dias ensolarados são sua fraqueza, além do mais....

Ela parou minha faladeira e minha preocupação com um jato de água em minha cara.

– Você é tão idiota às vezes Kuroda-kun! Eu passei no exame da UA, não passei? Estou me dando bem nas aulas de heroísmo até tive alguns interessados em me contratar após o festival! – Respondeu ela levemente irritada, mostrando um sorriso bobo logo em seguida – Eu sei me cuidar!

– É, tem razão, me preocupei a toa, se é você eu tenho certeza que dará um jeito... – tentei animar mais a mim do que a ela.
Chegando em casa nossas famílias nos receberam com um grande jantar de comemoração pela escolha de nossos nomes de herói, meus pais, porém, ficaram um pouco desapontados quando disse que não tinha decidido, mas me animaram e disseram exaltados que até o fim do estágio eu com certeza teria algo em mente.
Comemos bastante, conversamos bastante e fiquei acordado até tarde jogando videogame com Nami até ela voltar com os pais para a casa dela logo ao lado. Foi divertido, mas a partir de segunda eu teria de ficar focado, o início de minha vida de herói me aguardava!
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E assim começou uma nova semana, a semana do estágio, na estação de trem despedi-me de meus colegas, afinal eu dirigia-me para uma região mais afastada. O herói de minha escolha foi o Cyber Speedster, um velocista que utiliza energia elétrica para recarregar seu poder de super velocidade. Após uma breve explicação sobre como funciona o trabalho dos heróis começamos a fazer uma ronda pela cidade.

– Fico feliz que tenha me escolhido, Kuroda-kun. – Comentou o herói enquanto caminhávamos – Eu não sou um herói tão conhecido e você foi um dos destaques da UA, seu poder realmente me chamou a atenção por estar relacionado com eletricidade, tal como o meu e isso influenciou meu pedido.

– Também pensei o mesmo, queria trabalhar com alguém que se utilizasse da mesma propriedade que a minha, no meu caso eu posso usar a palma de minhas mãos ou a sola de meus pés para criar ou manipular cargas elétricas, por isso eu encomendei meu uniforme com essas baterias capazes de armazenar muita energia. – comentei enquanto mostrava meu uniforme de herói.

Era inteiramente negro com diversas linhas azuis, estas brilhavam como neon sempre que eletricidade passava por elas. Uma jaqueta preta fechada na frene alongava-se como uma capa por trás de mim e minhas botas, também negras, tinham solado de metal fino, para facilitar a transmissão de cargas elétricas. Minhas luvas possuíam baterias no antebraço a fim de acumular cargas elétricas para caso eu não tenha como produzir ou retirar de outro lugar e meu capacete possuía um vidro azul para impedir que algo atinja meu rosto e prejudique a visão, tudo isso feito exatamente como encomendei, após noites seguidas sem dormir pensando na mistura perfeita entre “maneiro” e “útil”.

E assim continuamos por mais algum tempo até que de repente recebemos um chamado, um assalto a três quarteirões daqui, Cyber Speedster avisou que iria à frente, me pediu para chegar lá o mais rápido que conseguisse. Sem perder tempo escalei um prédio, pulei no poste de luz mais próximo e “surfei” através da rede elétrica, concentrando uma corrente sob meus pés, aumentando em muito minha velocidade de locomoção.

Chegando no local do crime avistei Cyber tendo dificuldade de enfrentar alguns bandidos, estavam fortemente armados mas não pareciam ter peculiaridade alguma.

– hahahahaha, heróis lixos! Vocês se acham grandes por terem poderes, mas o que são diante de uma arma de fogo? Nada! Hahahaha
Uma gangue de humanos comuns, o que é, na verdade, algo bem incomum. Começaram a disparar na direção do velocista, que conseguiu desviar da maioria dos tiros, quando de repente uma bala perfura sua panturrilha por trás. Era um franco atirador!

Escondi-me antes que fosse avistado e tentei localizar sua trajetória, tive de utilizar uma técnica desagradável, mas necessária neste momento, com minha mão concentrei uma corrente elétrica em meu cérebro, a alguns anos descobri que isso aumenta exponencialmente minha velocidade de pensamento e meus instintos, porém, deixando-me com um raciocínio extremamente lento alguns minutos depois e uma dor de cabeça de matar.

Descobri onde estava o sniper, fim da rua no telhado de um restaurante fast food da McBonalds, ele preparava-se para outro disparo, tinha de agir rápido. Saltei do telhado e aterrissei entre o herói e os criminosos, criando uma barreira de energia com minha mão esquerda, parando os tiros, ao mesmo tempo em que me concentrava no fraco atirador. Fechei meus dedos, estirando apenas o indicador e o polegar, como se minha mão fosse uma pistola. Concentrei energia em meu dedo e disparei no atirador no exato momento em que ele iria disparar contra Cyber Speedster.

Seu tiro passou raspando em minha testa, mas ele já encontrava-se inconsciente, virando para os bandidos mais próximos aumentei o tamanho do campo de energia com minha outra mão e .o disparei para frente, jogando no ar todos os assaltantes. Pouco depois a polícia chegou no local e apreendeu os desordeiros.
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– Hehehe, salvo por meu estagiário, quem diria ein? Você fez um ótimo trabalho ali garoto, creio que posso deixar a ronda amanhã por sua conta, já que estou meio incapacitado no momento. – agradeceu-me o veloz herói.

– Somente fiz o que qualquer um em meu lugar faria senhor, é o trabalho de um herói arriscar sua vida pelos outros, não é? – respondi com um sorriso.

– Exatamente! Ai... – exclamou com dor no local do tiro – Ele realmente me pegou desprevenido. Descanse jovem! Amanhã estará por conta!

– Sim senhor! – exclamei retirando-me e indo descansar com o pressentimento de que amanhã seria outro longo dia...
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– Caaara, que saco, logo no primeiro dia de estágio o herói com quem eu ia trabalhar se machuca... – Comentei enquanto fazia uma patrulha pelo quarteirão – Bem, ao menos não é nada muito grave, eu acho...

Era quase hora do almoço quando avistei uma barraca de ramen, sentei-me e pedi uma porção ao cozinheiro. Era um dia frio e um pouco de macarrão com caldo quente não faria mal.

Enquanto almoçava um senhor de idade senta do meu lado e pede o mesmo que o meu, fica me encarando com um sorriso simpático.

– Hã... Posso ajuda-lo senhor? – perguntei.

– Hã? Ah, não, desculpe, não era nada, apenas notei que você é um herói, isso me lembrou dos velhos tempos, eu já fui um herói como você, jovem, lutando contra os bandidos, salvando o dia! – comentou animado.

– Nossa, que legal! – respondi, depois de um tempo em silêncio decidi fazer uma pergunta – Qual era seu nome de herói, senhor?

– Hum, meu nome de herói, faz tempo que não sou chamado por ele, mas vejamos... Eu não lembro! – afirmou rindo. – Mas e quanto a você? Qual seu nome de herói?

– E-eu.. – comentei cabisbaixo – eu ainda não me decidi sabe? Estou somente fazendo um estágio, ainda não sou um herói profissional e...

– Aqui está o seu, senhor! – interrompeu o cozinheiro, entregando o ramen do velho.

– Ah, obrigado! – respondeu, comendo rapidamente tudo logo em seguida e entregando o dinheiro. – Bem, já vou indo rapaz, e ah, lembrei, meu nome de herói era Heavy Rain, o herói do clima, fui famoso no meu tempo, mas hoje poucos se lembram de mim, até mais e boa sorte!

Permaneci lá, sentado, pensando naquele senhor, famoso em seu tempo, mas agora esquecido. O mesmo destino da maioria dos heróis, com a excessão de alguns, tais como o símbolo da paz, All Might.
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Neste dia nada mais ocorreu. Ao anoitecer dirigi-me para o alojamento da companhia de heróis onde fazia meu estágio e fiquei no meu quarto pensando. Eu ainda não tinha meu nome de herói, mesmo que um dia eu acabe sendo esquecido não deixa de ser algo necessário para dar uma segurança no coração das pessoas. Horas sem obter resultado algum, virei-me na cama e fui dormir.
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Terceiro dia, cá estava eu em mais uma patrulha, Cyber Speedster já havia sido tratado e andava comigo pelas ruas da cidade. Mais um dia ordinário pelo visto...

Quem dera. Este fora o pior de todos, isso sim...

Quando estava para anoitecer, já estávamos terminando nossa patrulha, fomos acionados por um chamado de emergência, um terrorista estava causando pânico no centro. Diversos heróis foram mandados para impedi-lo mas forma derrotados. Era nossa vez então de entrar em ação.

Speedster foi em frente, correndo com tudo que tinha. Como não era tão rápido tive de usar minha velha tática de “surfar nos fios”. Talvez fosse só mais um bandido qualquer, mas eu estava muito enganado.

Chegando lá vi cerca de trinta heróis e alunos de outras instituições, todos no chão, incapacitados. Alguns encontravam-se feridos, outros somente inconscientes. O velocista lutava contra o vilão, mas parecia não ser capaz de fazer nada.

– Muahahahahaha – riu o vilão. Era um homem com cerca de dois metros de altura e bem musculoso, seu rosto era deformado e suas mãos maiores que a de um humano comum. Ele as balançava na tentativa de acertar o veloz herói, não obtendo sucesso. O mesmo podia se dizer para o outro. – Não adianta, não adianta! Eu sou feito de borracha! Seja eletricidade, seja força bruta, nada disso funcionará contra mim! Desista!

Em um momento de descuido o velocista foi pego pelo homem de borracha e arremessado com força em um prédio próximo, juntando-se ao número de derrotados.

– Ótimo, estou sozinho contra alguém que é feito de borracha... – comentei – mas não é por isso eu irei recuar!
Disparei várias correntes elétricas que não fizeram efeito algum. Como não conseguia por mim mesmo criar correntes maiores recorri às baterias de minha luva, disparando então uma poderosa e concentrada descarga. Mais uma vez, nada...

– Hahahahahaha, - riu o meu inimigo – isso não faz mais que cócegas em mim! Vamos heróizinho! O que mais você pode fazer contra mim? Mostre-me!

Ele mesmo afirmou ser feito de boracha, mas eu precisava confirmar isso, eletricidade não funcionou e meus punhos provavelmente não iriam também, mas era algo que eu precisava tentar. Individualidades não são “poderes”, são características físicas, e elas tem um limite, eu só preciso encontrar o limite dele!

Avancei então contra ele, era rápido, mas eu era mais, socava, chutava, disparava mais eletricidade, nada funcionava. Seu corpo era extremamente mole, mas seus socos eram duros como pedra, quando ele começou a contra atacar de verdade não pude resistir e caí, como todos os outros que o enfrentaram.

Ele escapou, e tudo o que permaneceu comigo foi a frustração e o gosto amargo da derrota.
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Passei a noite em branco, já estava mais descansado, mas ainda assim minha cabeça, assim como meu corpo, doía. Individualidades tem um limite, a minha tem, a da Nami tem, dos nossos professores, dos grandes heróis, por menor que seja todos tem uma fraqueza, e eu precisava descobrir o que era, se ele era só mais um terrorista que quer a destruição do mundo de heróis, algo comum nos dias de hoje, ele aparecerá novamente, e eu terei de estar pronto.

Fui ao banheiro e joguei um balde de água fria em minha cabeça, precisava me acalmar, analisar, pensar direito. Seu corpo podia se esticar, era mole quando recebia os golpes, absorvia a eletricidade, definitivamente era borracha. Nesse caso, como seus golpes doíam tanto? Seu soco era forte, mas não parecia ser nenhuma habilidade de endurecer.

Não consegui dormir. Frustrado, fomos liberados no dia seguinte para nos que alguns heróis pudessem se recuperar, eu não estava tão machucado então saí para uma caminhada com minhas roupas casuais. Estava um pouco frio e o tempo parecia nublado, perguntei-me se o terrorista atacaria novamente, aproveitando que parte dos heróis estariam incapacitados para, assim, causar mais estrago. Após pensar isto não tarda até que eu escutasse o som de algo explodindo a alguns quarteirões de onde estava.

Não estava com minha roupa de herói e nem planejava voltar para busca-la. Sem pensar corri na direção do barulho. Estava um caos, e lá estava ele novamente rindo em cima de uma pilha de carros enquanto explosões ocorriam nos prédios ao seu redor.

Escombros iam cair em cima de uma mãe e sua filha, sem pensar corri e as empurrei. Pensei que seria meu fim mas no último segundo fui salvo pelo Cyber Speedster!

– Bom trabalho garoto – ele disse sem tirar os olhos do vilão e cuspindo sangue logo em seguida. – Merda, corri por que pensei ser capaz de fazer algo, mas não me recuperei direito ainda. E você?

– Por sorte, ou por fraqueza minha, ele não me deu mais que alguns golpes antes de me derrotar, mas agora será diferente. – Respondi determinado.

– Então manda ver garoto! Vou retirar os civis da região, tente aguentar até que cheguem reforços!

Dito isto ele saiu para cumprir sua parte, tinha de cumprir a minha também. Precisava insistir, ele tinha de ter algum ponto fraco!

Disparei minhas rajadas, mas novamente não surtiram efeito. Fui até o poste mais próximo, absorvi uma enorme quantidade de energia e disparei contra ele, novamente sem efeito.

Se os disparos não teriam efeito, tinha de tentar fisicamente, corri então para cima dele carregando eletricidade em meus punhos. Consegui desviar de seus ataques, socando-o logo em seguida diversas vezes, mas sem efeito. Quando ele tentou dar-me um soco, em vez de desviar continuei avançando, porém, deixando minha mão carregada de eletricidade entre seu soco e eu, fazendo-o recuar. Foi aí que percebi, ele tinha sim um ponto fraco!

Ele não é feito de borracha, é diferente, ele pode amolecer seu corpo e deixa-lo com propriedades de borracha, como a resistência a correntes elétricas.

– Eu sabia, é impossível existir qualquer individualidade sem um uma fraqueza! – confiante exclamei – Você transforma seu corpo em borracha, mas ele não é assim o tempo todo, não é mesmo? Você precisa voltar ao normal para me socar, caso contrário seu corpo mole não terá efeito algum contra mim!

– E daí? – sorriu de volta o vilão – Eu ainda tenho outras formas de te matar, não preciso socar diretamente!

– E daí que das duas, uma irá ocorrer: Você se cansará de tanto se transformar ou minha eletricidade superará sua borracha, você escolhe!

– Que tal você calar a boca? É por isso que odeio heróis, muito papo e pouca ação! Venha! Mostre-me do que é capaz!

Corri em sua direção liberando eletricidade pura no ar, formando um clarão que o cegou temporariamente. Aproveitei essa chance para passar direto e chegar onde queria, um fio solto pelas explosões, logo atrás dele!

Absorvi toda a eletricidade que pude e disparei nele. Após um segundo atordoado com a energia ele tornou a rir.

– Hahahaha, isso faz cócegas! Essa é toda aquela eletricidade que vai me fritar? Hã? Onde ele foi?

– Não, é esta aqui! – respondi pulando em suas costas, aplicando um “mata leão” e soltando toda a eletricidade que tinha.

Como disse antes, todas as individualidades tem um limite, a minha não é exceção. Soltando tanta energia meu corpo não aguentava mais, minha visão estava escurecendo e meus músculos ficando dormentes.

– Como eu disse, não surte efeit... – parou subitamente o vilão – Argh, retiro o que disse, está começando a incomodar, já pode sair, seu merdinha! – E contorcendo-se, livrou-se de meu “mata leão” e jogou-me com força no chão. Como estava fraco devido ao uso excessivo de minha individualidade, quase desmaiei.

– Vou lhe reconhecer por isso, pivete. – disse o vil homem que mais um vez havia me derrotado. – Nunca pensei que alguém da sua idade, principalmente com uma peculiaridade elétrica, pudesse me causar tanto problema.Qual seu nome de herói garoto? – perguntou-me, mas não obteve resposta – Que seja, deixarei que viva, pois assim contemplará a destruição que causarei nesta cidade!!

Dito isto, mais uma vez ele foi embora, andando. Permanecia alguns segundos olhando para o céu, tinha começado a chover. Era uma chuva fria e pesada, com nuvens negras como a noite.

Pensamentos encheram minha cabeça. Lembrei-me de Nami, do quanto me preocupei no estágio dela. Lembrei-me do senhor do restaurante de ramen, pensando que me tornarei somente mais um herói esquecido, e pior ainda, sem nome.

“Uma nuvem de tempestade nos céus...” – pensei.

“Não posso desistir.”

Um trovão ressoou no céus, levantei-me e encarei ferozmente o homem de borracha debaixo da pesada chuva.

“Eu não irei desistir!”
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“Ele lutou bem”, pensou o velho Heavy Rain do topo de um dos prédios, observando a luta, “mas isso não está muito justo, acho que criar essas nuvens não fará mal, estou apenas igualando as forças, não acha senhor vilão?”
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– Ei feioso! Vira pra cá! – gritei em sua direção.

– Hã? – respondeu confuso o vilão.

– Eu disse vira pra cá! Eu ainda não acabei contigo!

– Então você ainda está vivo, interessante! Mostre-me do que é capaz!

– Sabe, pessoas que nascem com individualidades relacionada a eletricidade sofrem um pouco no começo para aprender a controlar. Já perdi a conta de quantos equipamentos eletrônicos queimei sem querer, de amigos que machuquei porque não sabia controlar meu poder! Mas agora posso me soltar, você aguenta, não aguenta?

– E daí?

– Você me perguntou meu nome de herói – afirmei-lhe – eu ainda não tinha uma resposta, mas agora tenho! Eu sou aquele cujos relâmpagos perfurarão os céus como brocas! Aquele que não desistirá, nem que a última faísca de meu corpo seja extinta! Aquele que superará o impossível, e derrotará um homem de borracha usando eletricidade!

– Interessante! Qual o seu nome pirralho?! – respondeu o homem de rosto deformado, abrindo um largo sorriso.

– Lightning Drill! Esse é meu nome!

– Que nome ridículo! E eu aqui esperando algo incrível! Hahahahahaha!

– Vou te mostrar o ridículo! – um relâmpago pairou sobre nossas cabeças. – Quero que saiba que não somente sou capaz de manipular as cargas diretamente, mas também de manipula-las à distância!

– E eu pergunto de novo! E daí? Eu sou de borracha! Eu aguento tudo o que você tiver!

– Então aguenta isso! – gritei levantando as mãos e unindo-as – GIGAAAA...

– E-ei, pera aí, isso é sério? – ele olhou pra cima e começou a se preocupar.

– WAAAAAAAAAATT...

– Acha que vou ficar parado e deixar? Acha que não vou tentar te impedir? – correu desesperadamente em minha direção.

– HAAAAAAMMMEEEEEEERR!! – baixando minhas mãos e atingindo o terrorista, dessa vez ele cedeu e gritou de dor, mesmo que possuindo uma individualidade que o protegesse, eu o superei.

O criminoso tombou pela dor, inconsciente. Ainda bem, não queria ter matado alguém sem querer. Logo em seguida tombei também.
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– Sério isso? Você fez mesmo tudo isso Kuroda-kun? – exclamou entusiasmada Nami. – Que incríííveeeel!

– Ele tá falando sério! – disse Yukio, um de meus colegas, cuja individualidade é assumir características de animais diversos – Saiu no noticiário e tudo mais!

– É, - afirmei – mas os noticiários não falaram nada sobre eu ter ficado internado por dias sem sequer acordar...

– Liga não, eles são assim mesmo! – respondeu Yukio.

– Mas Kuroda-kun, que surpresa, finalmente decidiu seu nome de herói! Mas bem que poderia ser melhor pensado né? – disse Nami, zombando de minha cara.

– Pelo menos não foi Sailor Mercury, não é mesmo?

– Calado! Esse nome seria perfeito! Seu idiota! E por acaso seu nome é uma referência ou é impressão minha?

– Ei, não é só você que sabe fazer referências!

– Há! Eu sabia! Não tinha como eu deixar essa escapar!

E assim foi o resto do primeiro dia pós estágio, todos contando suas experiências, suas ações, suas aventuras. Rimos muito, conversamos muito. Esta foi nossa primeira experiência como heróis de verdade. Alguns me perguntaram se eu senti medo, claro que senti, mas isso faz parte da vida de um herói, não é?

E o mais importante, eu me decidi, meu nome de herói! Lightning Drill, esse é meu nome de herói!


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