E quando era eu a dizer que elas não podiam mais serem puxadas para baixo, acontecia isso comigo. Demônios.

            E pela primeira vez eu senti raiva por Dulce ter aparecido. Tudo ia bem até ela resolver se rebelar, mostrar que o sangue endiabrado dos Saviñon também corria em suas veias e que herdara a beleza característica da família... Antes disso eu escrevia minhas resenhas, bebia minhas cervejas e a vida parecia boa, agora ali estava eu, frustrado por estar sozinho, com nojo da cerveja e um livro que só me fazia lembrar dela.

            Definitivamente Dulce María era meu demônio pessoal.

            “Seja homem” gritei para mim mesmo.

            E, depois de um tempo, se aprende que o único modo de se livrar da tentação é se entregando a ela – e Dulce María era mais que uma tentação para mim.

            Baseando-me na confiança e atitude dela, eu fiz o que achava que deveria ser feito.

— Dulce — ela se virou e eu a agarrei, ambas as mãos pousadas em sua cintura fina enquanto meus lábios roçavam nos dela num frenesi louco.

— As coisas não funcionam assim para você — ela disse piscando e eu a segurei antes que se afastasse.

— Mas você pode me ajudar — eu murmurei sentindo-me um idiota logo em seguida, eu estava basicamente me humilhando para ela na frente de todos.

            Eu a puxei para fora do bar porque aquele ambiente, de verdade, nunca me agradou. Encostei-a em uma das árvores que havia na parte de fora e voltei a segurá-la pela cintura.

— Uma noite ao menos? — e eu percebi, pela primeira vez, que se eu tivesse ao menos uma noite já seria algo.