Memórias de uma vida escrita por AnmyChan


Capítulo 19
Busca por Sophia - Parte II




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— Edward! – Falou minha Mãe.

— Olá Mãe. – Sorri.

— Vovó! – Pietra entrou na cozinha, indo diretamente em dona Imogen.

— Meu amor, que lindo gesso esse hein?!

— Ganhei caindo da árvore. – Ela riu.

— Mas e então Ed, o que o trás em Suffolk? – Matthew perguntou.

— Longa história irmão. – Olhei para minhas mãos.

— Ed quer dar uma volta?

— Agora? Acabei de chegar.

— Vem logo cara. – Me puxou pelo braço.

— Pietra fica ai, Papai já volta.

— Ok Papai.

Matthew me puxou pelo braço até o jardim dos fundos, e colocou um banco próximo a cerca e se sentando me olhou fazendo sinal para que eu fizesse o mesmo.

— Senta logo aí cara, eu não vou te bater nem nada.

— Já vou. – Me sentei. – Por que me arrastou aqui?

— Quero saber a verdade, porque veio para cá?

— Já disse que a história é longa, e além do mais acabei de chegar posso pelo menos tomar um banho?

— Não, por que depois do banho com toda a certeza a dona Imogen vai querer te mostrar os novos colares e pulseiras que ela fez. Agora desembucha.

— Eu vim procurar a Sophia. – Suspirei. – Na verdade, nós viemos.

— Nós? Pietra?

— Isso, ela quer conhecer a Sophia.

— E por que não negou cara?

— Não neguei, por que uma vez que ela coloca uma ideia na cabeça não há pessoa que tire. Herança de família.

— De que parte da família?

— Da Liz né.

— Ah sim, mas você sabe por onde procurar?

— Ainda não, na verdade estava pensando em ir até a antiga casa dela.

— É um bom começo.

— Mas eu acho que a nossa mãe sabe de algo.

— Por quê?

— Quando falei ao telefone que ia vir para cá, ela ficou em silêncio.

— Muito estranho, será que ela sabe de algo?

— Não sei, mas vou descobrir logo. Agora quero saber de algo Matthew.

— O que seria Ed?

— Eu estava curioso para saber o que você faz aqui.

— Como?

— É difícil você vir até aqui, ainda mais com a sua rotina na Califórnia.

— É complicado.

— Quando quiser falar estarei aqui.

— Ok. – Ele sorriu.

Me levantei e fui em direção ao meu quarto, que continuava o mesmo desde que saí daqui, tentar meu sonho “americano”. Tomei um grande banho para relaxar, e depois do jantar minha mãe me levou até seu ateliê para mostrar todas as suas novas criações, e devo admitir que tudo ficou muito lindo. E como estávamos sozinhos, eu pude finalmente matar minha curiosidade.

— Mãe.

— Oi?

— Posso te perguntar algumas coisas?

— Fale. – Falou largando o colar de gato na mesa.

— O que você sabe sobre a Sofia?

— Nada.

— Mãe, por favor, me fale a verdade.

— Estou falando a verdade.

— Então pode que o silencio no telefone? Por que parece que você tem algo a esconder?

— Não inventa meu filho. – Suspirei e sentei em um banco próximo a mesa, mexendo em um cordão. – Qual era a pergunta mesmo? – Perguntou após um suspiro.

— Hã? – Eu a olhei e ela suspirou novamente.

— Sophia ainda mora em Suffolk.

— Como?! Eu imaginava isso, mas achei que poderia ser apenas um palpite sem fundamento.

— Não, ela mora aqui, na mesma casa e com os pais dela.

— Estranho, ela sempre quis estudar e ser professora.

— E ela é professora. – Imediatamente eu sorri.

— Mas mudando de assunto, as joias estão lindas. – Sorri e ela retribuiu.

No dia seguinte eu fui caminhar cedo, deixei a Pietra dormindo bem quentinha e eu não poderia simplesmente tirá-la daquela cama. Coloquei minha calça de pijamas e uma blusa branca com um moletom, coloquei os fones e fui ouvindo Sam Smith meu novo amigo.

Onde eu passava as pessoas me cumprimentavam, não só por ser famoso, mas por ser filho de Imogen Sheeran, como eu cresci aqui muitas idosas me conhecem desde bebê.  Era Olá aqui, e oi ali e assim foi indo até eu chegar na frente da lanchonete em que ia com amigos. Entrei.

— Olha quem apareceu.

— Oi Dolores. – Dona da lanchonete.

— Olá Sheeran, o que vai ser hoje?

— Aquele pedido antigo, e  estou revivendo meu passado. – Sorri.

— Ok, um enorme Hambúrguer a moda da casa, acompanhado de um milk-shake.

— Isso aí, acertou. – Sorri novamente e me sentei.

— Já trago querido, mas cadê a jovem Pietra soube que esta grande.

— Esta grande e com um enorme gesso. – Ri com a situação.

— Eu vi como você tem sido um ótimo pai.

— Tento meu melhor.

— E esta muito bem. Vou indo buscar seu pedido.

Apoiei meu rosto na minha mão direita e a outra troquei de música, e só então virei para a janela onde dava de frente a escola. Não que eu estivesse esperando e eu não estava, ela apareceu saindo porta a fora da enorme construção e vindo em direção à lanchonete. A pequena Sophia, a menina, a jovem moça e hoje mulher, estava completamente linda, seus cabelos continuavam compridos e negros, tinha um corpo escultural e que não passaria despercebido por ninguém, exceto por um cego. Quando percebi que a olhava demais, me ajeitei na mesa e olhei para meu celular para disfarçar o meu total estado de surpresa.

— Aqui querido, seu pedido. – Dolores ficou parada um tempo ao lado da mesa e eu subi meu olhar para ela, que no mesmo tempo sorriu e sussurrou algo como “Sophia esta aqui” e saiu.

E enquanto eu tentava entender o porquê ela me falou isso, sendo que nem sabia sobre meu interesse na dita-cuja.

— Hurum! – pigarreou, e então levantei o olhar novamente, mas agora não era a bondosa senhora de 50 e tantos anos e sim uma jovem, aquele meu motivo doido de ter vindo a minha cidade natal. Sim, era Sophia trazendo um imenso e lindo sorriso que se transformou em um sorriso travesso. – Ruivo!

— Olha o que a maré trouxe, direto da costa leste.

— Meu dels, é o Ed Sheeran, autografa meus peitos? – Eu arregalhei os olhos e comecei a rir.

— Desculpe amor, só pagando. – Foi eu terminar de fazer minha pose de esnobe que recebi um enorme puxão de braço, me fazendo ficar em pé e então receber um abraço carregado de nostalgia e de centenas de memórias. 


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