Memórias de uma vida escrita por AnmyChan
No fim daquele mês passamos muito bem, seguíamos nossa vida normalmente. Liz e eu nos falávamos com frequência, mas eu sabia que o “nós” jamais aconteceria novamente, o que era triste não por mim e sim pela pequena Pietra. Estava no estúdio para uma reunião que o Stuart havia marcado, era um dia comum para mim, já estava voltando das minhas férias e logo teria que retomar os show’s e participações televisionadas.
— Ed, meu grande ruivo! – Stu disse me cumprimentando, é claro que senti que aquilo era para ser um elogio.
— Oi seu gordo, careta e careca. – Arrebatei.
— Magoou. – Fez bico. – Venha, vamos para a sala de reunião as pessoas já estão lá.
—Pessoas? – Estranhei normalmente era eu e ele apenas.
— Sim, venha, vamos entrar. – Já estávamos na frente da porta em que Stu abria ligeiramente.
— Hum, Hi!. – Acenei e cumprimentando do meu jeito, e me sentei.
— Então Ed, podemos começar? – Eu assenti e eles começaram a falar de números, e logo depois de imagem. - Eu disse para ele pintar de roxo o cabelo mais ele se recusou. – Dizia Stuart a respeito de uma proposta sem cabimento de noites atrás.
— Mas o Senhor Edward poderia ficar com o cabelo natural mesmo, já que todas as suas fãs o amam assim e o reconhecem apenas por ser assim. – Uma mulher que estava a mesa apontou e sorriu .
— É Stuart, qual é? É minha marca registrada. – Eu olhei para ela. – E não me chame de Senhor, me sinto muito mais velho do que já sou. – Ela assentiu e riu.
— Hurum! – Stu pigarreou. – Então vamos dar continuidade. –Olhei para ele com atenção. – A Ellen quer sua participação no programa dela na próxima terça.
— A Ellen? Claro, vou sim. Ela é a única apresentadora que me sinto a vontade.
— Beleza, darei resposta para ela. E outra coisa Ed, as suas apresentações começam daqui 3 semanas.
— Tudo bem, irei ensaiar e entrar no ritmo novamente.
— Ok, então finalizamos a reunião.
— Stuart. – O chamei e olhei para as pessoas. – Sem querer ofende-los. – Olhei novamente para ele. – Mas quem são essas pessoas a final?
— São sua nova equipe, quem irá nos acompanhar daqui para frente.
— Ah, então esta bem.
— Ed, nos vemos amanhã no aeroporto.
— Amanhã?
— Sim, o programa da Ellen. – Eu sorri nervoso, por que não imaginava que seria amanhã a entrevista.
— Mas e a Pietra? - Disse assustado, tanto por ser segunda e eu não ter percebido, como também sobre o que faria com minha filha.
— Leva junto ué. –Ele sorriu e saiu, sabia que eu detestava leva-la comigo por causa dos paparazzis.
Saí do prédio e corri para buscar a minha pequena na escola, estacionei na frente da estrutura e logo a vi beijando sua professora e correndo para o carro.
— Olá princesa! – Disse ao vê-la se sentar na cadeira.
— Olá Papai. – Sorriu.
— Aprendeu muito hoje? – Perguntei dando a partida no carro. Ela começou a contar tudo, mas absolutamente tudo o que aprendeu naquele dia e só terminou de falar quando estávamos em casa.
— Foi bem legal. – Disse por fim jogando a mochila no sofá.
— Oh ruiva. – Chamei sua atenção. – E essa mochila aí?
— Ah, desculpa papai, vou guardar e já volto. – Pegou e levou para o quarto. – Então ruivão, vai sair hoje? – Ela disse voltando para a sala e me provocando.
— Hoje nada, mas amanhã sim. – Respirei fundo.
— O que foi papai?
— Eu sei que nunca tivemos essa conversa, mas preciso saber o que você pensa sobre isso.
— Hã? – Colocou as mãos nas costas.
— Senta aqui. – Disse me sentando na cadeira e batendo no colo para ela subir e assim ela fez. – Você sabe que o Papai é uma pessoa pública né? Você sabe o que é uma pessoa pública?
— É quando a pessoa é vista em TV? – Perguntou um pouco confusa.
— Sim, também. – Sorri. – Bom, as minhas férias estão acabando e logo volto a fazer show e aparecer na TV e com isso terei que muitas vezes viajar e...
— E vai me deixar aqui? – Perguntou me interrompendo.
— Não, nunca, jamais. Olha a coisa é o seguinte, amanhã Papai irá para Califórnia e vai aparecer naquele programa que você gosta, o “The Ellen DeGeneres Show”.
— Sério? – Ela pulou do meu colo e me olhou com um sorriso enorme e olhos tão brilhantes que por um momento achei que ela iria chorar.
— Sim, e eu queria saber se quer ir comigo.
— Sim!! – Ela abraçou minha cintura.
— Mas agora vem outra pergunta filhota. – Ela voltou a me olhar. – O que você acha de aparecer por sites, tv, revistas e ter fotógrafos sempre te esperando na porta da escola? – Infelizmente isso era uma realidade.
— Eu gosto, por que sempre tem seu nome junto. – Ela sorriu e eu sorri junto, por que crianças não se incomodam fáceis, acham tudo sempre natural.
— Então esta bem, vamos jantar e depois arrumar sua mala para irmos. – Eu sabia que seria apenas uma noite, íamos e voltaríamos no mesmo dia, mas precisava me prevenir caso ela rasgasse a calça, ou fizesse na calça novamente.
A noite havia chegado e a Pietra não parava de falar em como a Ellen era engraçada, até me fez ver e rever programas passados na internet com ela. Eu nunca havia visto ela assim, na verdade a última vez que a vi assim foi quando Liz achou estar grávida de um irmãozinho para ela, depois aquilo acabou com a pequena de um jeito que não quero nem lembrar.
Era manhã, e sairíamos às 10h de casa para poder chegar ao aeroporto cedo e depois visitar e mostrar a Califórnia para a pequena. E foi o que fizemos, assim que pisamos em solo Californiano os olhos dela brilhavam e em tudo ela apontava e soltava “Olha papai”, “Olha aquele papai”, “Uau, Papai me dá?”. Claro, que eu cedia para ela, e quem não cede com essa fofura? Estávamos no camarim, Pietra se maquiava com o que tinha ali, e logo apareceu a maquiadora que acabou me assustando com as gargalhadas.
— O que foi? – Assim que me virei e vi a minha filha, eu gargalhei junto. – O que é isso filha?
— Estou linda? – Ela havia passado batom vermelho forte, e uns negócios colorido em cima dos olhos, aquilo por um momento lembrou um palhaço.
— Maravilhosa. – Disse a maquiadora. – Mas posso dar uma boa melhora, posso? – Pietra sorriu e sentou na bancada que existia ali embaixo do espelho. Eu era um pai babão, eu sei, mas aquela menina ficava linda até com a máscara do Jason no rosto.
— Ed Sheeran, dois minutos. – Anunciou um contrarregra e eu assenti.
— Então Pietra. – Falei. – Você vai ficar na plateia junto com o tio Stu, ok?
— Sim papai. – Falou com dificuldade, enquanto a moça arrumava seu batom.
— Ok, terminando aí o Tio Stu te leva. – A beijei e olhei para o Stu. – Cuida dela hein.
— Deixa comigo.
— 1 minuto. – Berrou o contrarregra, e eu saí correndo.
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