Era amor. É amor. escrita por Gabriela


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Para Nena e Xará, por aturarem meus ataques em relação aos otp's e por terem me incentivado a postar. Amo vocês.



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Eram 20h e ela estava sentada no puff em frente a janela, observando o mundo lá fora e as pequenas gotas que começavam a cair pela cidade. A campinha tocou e a despertou do turbilhão de pensamentos.

- Te prometi e cumpri. – o homem em sua frente dizia à ela.

Três meses antes

Tudo começou com dois sorrisos. Dois corações acelerados e olhares apaixonados. Era amor.
Tudo conspirava contra, mas naquele dia, eles não se importaram com isso e se entregaram um ao outro como se nada mais existisse. Foi um beijo quente, apaixonado e com pequenos sorrisos entre ele. Estavam no Studio C e não havia nenhuma câmera ligada e também não haviam diretores e pessoas por todos os lados, era apenas eles e o amor tão certo e incerto.
Eles pararam o beijo e se encararam sorrindo, nada era preciso ser dito naquele momento, ficaram trocando carícias por alguns longos segundos.
- Primeiro de abril... hoje nós podemos fingir que somos um casal de verdade – era tudo muito errado, mas quando ele sorriu e a olhou com aqueles olhos azuis penetrantes, a desarmou. Naquele momento ele era um abismo e tudo o que ela queria era cair. E ela caiu.
Eles haviam “invadido” o set, estavam apenas os dois, então fizeram daquele momento, único.
- Quando foi que tudo mudou? – ela perguntou depois de um tempo deitados no chão encarando o teto.
- Nada mudou, sempre foi assim – ele disse e ela se virou para ele.
- Isso é tão errado, você sabe... – ela disse com os olhos marejados e ele virou para encará-la – eu não quero ser a outra, eu não quero fazer isso com Michele e Buster, eu não quero ser uma destruidora de família. – uma lágrima caiu.
- E eu não quero desistir de você! – ele passou o polegar no rosto dela, secando a lágrima.
- Vai chegar uma hora em que todos irão perceber, todos irão comentar e... – ela deu uma pausa – e vai chegar uma hora em que você vai ter que escolher entre eu e ela. Entre eu, uma pessoal horrível que destrói famílias e entre ela, a mulher que você passou casado todos esses anos, mãe do seu filho.
- E eu escolherei você.
- Você não sabe o que está falando! Você seria um tolo se desistisse dela pra ficar comigo. Nós não somos mais dois adolescentes. – voltou a olhar o teto, fazendo força para que as lágrimas não caíssem.
- Mas...
- Jonny, não existe nenhum mas! – ela voltou a encará-lo – você é um homem comprometido, você tem uma família e eu não tenho o direito de aparecer assim do nada e bagunçar toda a sua vida!
O silêncio pairou no ar. Aquelas palavras machucavam brutalmente o coração de ambos.
- Sabe... – ela continuou – algumas pessoas estão destinadas a se apaixonarem, mas não estão destinadas a ficarem juntas. – ela completou.
Jonny sabia que ela estava certa, mas ele não queria desistir daquele amor, não depois de tudo o que viveram até ali.
Um dos maiores impedimentos por incrível que pareça não era o casamento. Na verdade era, mas Jonny não chamava mais de um casamento, não era uma relação estável e saudável há muito tempo. E Michele sabia o que estava acontecendo, ele não a amava mais. E ela o amava, mas não o suficiente para lutar por ele. Buster. Era por Buster que eles estavam suportando tudo nos últimos tempos.
Jonny estava diariamente cansado da vida real e toda vez que ele pisava no set de gravação e via Lucy sorrindo para ele, tudo passava. Ela era a calmaria nas horas turbulentas. E agora estava tudo bagunçado, desde o dia em que sem pensar duas vezes, eles se beijaram no camarim.
- Antes de te conhecer eu sempre quis alguém assim, como você. Alguém que fosse tudo de lindo que você é. Alguém que tivesse tudo de mágico que você possui. E eu ganhei um presente... – deu uma pausa – ganhei você. De um modo incomum, de um jeito estranho, mas real! E eu não vou desistir de você, eu não vou desistir de nós. Eu te prometo. – disse com os olhos marejados e se sentou com pernas de índio, ela fez o mesmo.
- Você não pode prometer isso. – ela o encarou, com os olhos também marejados.
- E mesmo assim, estou! – ele deu um sorriso fraco lembrando da cena que gravaram como Sherlock e Joan com essas falas. E Lucy não resistiu sorrir junto.
Aos poucos você se acostuma com aquela pessoa, e passa a depender completamente dela, então pensa por três horas, e esquece por dois minutos. Se ela não está perto, você experimenta as mesmas sensações que os viciados têm quando não conseguem a droga. E agora eles estavam em abstinência, abstinência um do outro. Dando tempo ao tempo.

Três meses depois

Ela o encarava sem reação alguma, estava completamente sem palavras e sem saber o que fazer. Até que uma lágrima escorreu e um sorriso diferente de todos os outros que foram dados nos últimos dias surgiu. Ela não esperou mais nenhum segundo e pulou em seu colo. Ele também sorria como um bobo e a segurava como se nunca mais fosse soltar. Se beijaram e ele foi entrando com ela em seus braços, Lucy bateu o pé na porta a empurrando e virou a chave, a trancando.
Ele a colocou delicadamente no sofá e ficou por cima dela.
- Eu te amo e amo esse sorriso. – ele disse olhando minuciosamente cada detalhe de seu rosto.
- Eu também te amo. – ela sorriu ainda mais bonito e seus olhos quase se fechavam.
Ele a beijou. A ventania e a chuva daquela noite faziam as folhas das árvores viajarem pelo ar, faziam barulho e as pessoas caminhavam depressa até suas casas antes da tempestade chegar. O mundo caia lá fora e eles se amavam no sofá, como se não houvesse o amanhã.
Cheio de carinho, cuidado, delicadeza e amor, muito amor envolvido. E naquele momento eles iam totalmente contra as leis da física, pois, dois corpos estavam ocupando o mesmo espaço.
Tudo terminou com dois sorrisos. Dois corações acelerados e olhares apaixonados. Era amor. É amor.


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