– Temos que tomar cuidado e manter o receptáculo junto a nós, com ele é possível mandarmos a múmia de volta.

– Pode ficar com ela se quiser, só queremos resgatar a irmã do Dylan, o resto você pode fazer. – Disse Mark empurrando o receptáculo para Minkabh.

– Isso não adiantaria comigo. O receptáculo escolheu você, o destino quis que ele encontrasse você.

– Na verdade foi meu tio que quis isso.

– E seu tio achou isso por causa do destino.

– Você acredita mesmo nisso de destino? Acho apenas coincidência.

– Meu antigo mestre me disse uma vez, existe uma linha tênue entre coincidência e destino.

Mark esticou a mão para pegar o receptáculo quando teve outra visão. Agora via a múmia caminhando numa grande pista, tinha um avião logo a sua frente e dele descia uma mulher com cabelos negros e segurava com ela uma caixa de ouro. Tudo escureceu.

– Me diz o que você viu? – Minkabh o encarava curioso. Mark contou o que viu, ainda sentindo um mal-estar.

– Temos que nos apressar, pode ser a oportunidade de resgatar a Suzana. – Minkabh pegou o dinheiro que estava no bolso do terno e deixou em cima da mesa. Todos se levantaram e foram em direção ao carro.

– Mark, como você entendia o que a múmia falava? – Perguntou Dylan.

– Como assim, vocês não entenderam?

Dylan e Prya negaram com a cabeça.

– Mas ele falou no nosso idioma.

– É verdade, eu também estava entendendo ele. – Concordou Steven.

– Não cara, acho que ele falou em outra língua. – Falou Dylan, assustado.

– Em egípcio antigo na verdade. – Falou Prya. – Não pude entender muito.

– Mas ele falava tão claro, assim como estamos falando agora. – Mark tentava convencer os outros.

Minkabh olhou para Mark, parecia que sabia o que estava acontecendo com ele, mas preferiu guardar para si.

Antes que Mark entrasse no carro, foi puxado pela gola da blusa para trás e caiu de costa contra a calçada. Sentiu uma grande dor, quando abriu os olhos viu três pessoas em pé ao seu redor, eram homens grandes que usavam roupas de carregadores de caixas.

– Pensou que poderia enganar sempre o Contador, Mark. Adivinha nós viemos cobrar a dívida dele. – Disse chutando as costelas de Mark. Este gemia de dor no chão.

– Ei deixe ele em paz. – Gritou Steven batendo com seu guarda-chuva na nuca de um dos homens. Este se virou e empurrou Steven para longe, chocando-se contra uma parede.

– Amiguinhos Mark.

– Calma Santos, eu ia pagar. – Disse Mark se esforçando para se levantar.

– Vai pagar com sua vida agora. – Santos preparou um outro chute, mas Mark conseguiu segurar sua perna e chutou ele para longe. Caiu a alguns metros e logo depois foi ajudado pelos outros dois a se levantar. Quando ia partir para cima de Mark, Minkabh apareceu entre eles segurando uma grande bengala.

– Não existe honra lutar contra um oponente já desarmado. – Disse ele.

– Não se meta nisso. – Disse Santos disparando um soco contra Minkabh, mas este desviou, dando um golpe com a bengala no estomago dele. Santos caiu com dores. Os outros dois caras vieram contra Minkabh, mas com uma série de golpes e desviando deles conseguiu derruba-los tão facilmente quanto o primeiro. Minkabh estendeu a mão para ajudar Mark a se levantar.

– Espero que esteja bem. – Minkabh disse isso com um sorriso no rosto.

– Vou ficar, eu poderia ter dado conta. – Mark agora estava com a mão sobre onde ficava sua costela.

– Sei que poderia, na verdade vive um guerreiro dentro de você. Vamos temos pressa.

Minkabh voltou-se para o carro, Dylan estava ajudando Steven a se levantar. – Peguei um deles de jeito. Facilitei para o guerreiro ali. – Dizia Steven enquanto era arrastado para o carro. Prya ajudou Mark. Os dois se sentaram no banco de trás junto com Steven. Dylan foi na frente com Minkabh.

No caminho para o aeroporto Mark sentira um incomodo em suas costas, era o receptáculo que estava no bolso do seu casaco. Quando pegou sentiu um calor correr entre as veias e ir até onde a estava a dor. Num instante suas costelas estavam boas e fortes. Mark começara a acreditar no poder que emanava do receptáculo. Pegou a mão de Steven que estava no seu lado e o fez tocar no receptáculo. Parecia que também estava funcionando para curar a dor de Steven. Ele logo começou a sorrir e ver que sua costa já não doía mais.

– Realmente essa caixinha é milagrosa. – Disse Steven sorridente. Mark largou a mão de Steven, pegou a mão de Prya e colocou sobre o receptáculo. Fechou a mão dela embaixo da sua. Os dois se entreolharam, Prya ficou com o rosto corado e pareceu viajar nos olhos de Mark.

– Desculpe. – Disse Mark percebendo a vergonha.

– Tudo bem. Parece que dar algum choque. Realmente é... mágica.

– Verdade. – Ainda continuava a se olhar.

– Me dar quero mais dessa energia maluca. – Disse Steven interrompendo o momento dos dois e tirando o receptáculo da mão de Mark. Fechou entre suas mãos, mas não acontecia nada.

– Melhor não brincar com essas energias sobrenaturais. Como eu avisei isso era uma arma de guerra e caos usada pelos faraós. – Alertou Minkabh do banco da frente, vendo eles pelo espelho retrovisor.