Assim que chegamos na enfermaria, Kentin se sentou em uma das camas ali e eu fui pegar as coisas para fazer um curativo nele. Assim que encontrei, fui até ele e comecei a limpar o seu machucado. Ainda estava sangrando e eu tive que limpar com cuidado pois ele reclamava de dor enquanto eu estava limpando. Assim que tirei todo a sangue que estava ali, comecei a fazer um curativo. Não tinha sido muito grave. Ele deve ter batido em alguma pedra ali por perto quando caiu. Tentei fazer com o máximo de cuidado que eu pude, porém ouvi ele suspirar de dor várias vezes, por isso fiquei bem preocupado, confesso.

–Pronto! Terminado! Já pode cair de novo. - Falei assim que terminei de fazer o curativo, dando um sorriso para ele. Parecia que ele iria falar algo, mas nesse momento, o sinal do fim do intervalo bateu. - Oh, a aula já vai recomeçar. Se quiser, pode ficar aqui mais um tempo. Eu digo para o professor que você se machucou. Ok?

Sorri para ele novamente e já estava quase saindo dali, porém ouvi ele me chamar.

–Ei, Ale! - Me virei para Kentin e o mesmo estava com uma cara um pouco... dolorida? Ue? - Eu não estou me sentindo bem.

–Não está? Por que? Você está com dor? - Perguntei voltando para onde eu estava antes e o vendo concordar com a cabeça. - Tá. Eu vou ver se tem algum remédio aqui pra você.

Eu já ia me levantar para procurar um remédio pra ele, porém, ele me puxou de volta pela cintura, me fazendo deitar na cama junto com ele. Corei levemente e olhei para Kentin e o mesmo estava de olhos fechados com um pequeno sorriso nos lábios.

–Não precisa. Eu só estou com muito sono. - Ele disse passando uma de suas mãos em minha cintura e a outra em minha mão, entrelaçando nossos dedos. Corei ainda mais com aquela ação. - Apenas fique aqui comigo até eu dormir.

–M-mas nos temos aula. E-e você não esta realmente doente para ficar aqui e dormir. - Eu falei tentando sair de seu toque, porém, ele é mais forte que eu. Droga.

–Ah, o professor não vai se importar. E também, eu estou doente sim. - Parei de me mexer assim que ele falou isso e olhei nos seus olhos. Ele não parecia realmente doente, olhando assim de perto.

–E desde quando sono é estar doente? Vamos lá, Kentin. Eu preciso ir para a aula. - Falei tentando me soltar de seus braços novamente, porém, ele só me apertou mais.

–Não é o sono. Eu gosto de você, Alexy. Eu estou doente de amor. - Paralisei no mesmo instante. Como assim? Então ele gosta de mim?

–D-doente de amor? - Falei depois de um tempo. Olhei para sua feição e ele tinha um sorriso largo nos lábios e suas bochechas estavam levemente vermelhas,diferente das minhas que estavam queimando. - V-você gosta de m-mim? - Ele concordou. - E-eu? Alexy?

–É óbvio que é você Ale. Quem está na minha frente agora? - Dizendo isso ele começou a fazer carinho com seu polegar na minha mão. Olhei para nossas mãos ainda entrelaçadas e olhei para ele novamente. - O Kentin gosta muito do Alexy. Ok? Entendeu assim?

Dito isso, ele passou sua mão que estava em minha cintura para minha nuca e me puxou mais pra perto dele, fazendo nossos lábios se encostarem. Fiquei estático, vendo se ele iria fazer mais alguma coisa, mas foi só isso. Só um selinho. Nos separamos e eu estava muito vermelho, então tentei não o olhar, me fazendo olhar para nossas mãos entrelaçadas. Fiquei pensando no que eu poderia falar, se eu deveria responder, ou se eu poderia lhe beijar de novo. Depois de um tempo, só apreciando o carinho que ele fazia em minha mão e no meu cabelo, pensei no que dizer.

–O Alexy... - Hesitei um pouco para falar e vi que ele ficou ansioso. - g-gosta muito do Kentin t-também.

Falei baixo e olhei para seus lábios. Aquilo poderia ser muito atrevimento de minha parte, mas eu fiz isso. Com a minha mão livre, segurei seu rosto e o beijei. Era para ser só um selinho, como ele tinha feito comigo, mas de repente ele pediu passagem com a língua e eu, sem querer, cedi, começando um beijo mais aprofundado. Ficamos um tempinho nos beijando, até que o ar se fez necessário e separamos nossos lábios. Ficamos nos olhando, recuperando o ar perdido, até que Kentin se prontificou.

–Ei, Ale... - Ele começou ainda respirando fundo. - Eu acho seu beijo engorda.

–Hã? - Perguntei, não entendendo aonde ele queria chegar. - Por que?

–Porque... - Ele deu uma risadinha antes de continuar. - A minha calça começou a ficar apertada.

–Como ass- - Iria perguntar, por não ter entendido, porém assim que o fiz, corei mais ainda. - EI, KENTIN! NÃO DIGA ESSAS COISAS. - Comecei a dar socos em seu peito e ele ria.

Filha da mãe. Ele ainda vai me envergonhar muito assim. Que saco. Mas isso quer dizer que ele gosta de mim, não é? É. Ele mesmo disse que gosta de mim. E eu gosto muito dele também. Então, todas aquelas provocações que ele fazia era por que gosta de mim? Não era para me irritar? E eu nem percebi que gosto disso. Dele me cumprimentando com um beijo na bochecha ou na nuca, de ele me incomodando na aula com aqueles bilhetes "K.E.N", de ele me envergonhar na frente de todo mundo. Mesmo me irritando com isso as vezes, isso era por que ele gosta de mim e eu gosto dele também, é isso? E se ele começou essas provocações porque gosta de mim? Eu nunca tinha pensado nisso. E quando foi que eu comecei a gostar dele? Foi antes disso? Depois? Será que eu estava o machucando quando eu dizia que não gostava dessas provocações? Eu dizia que não gostava, mas eu só não queria ele me envergonhando na frente das outras pessoas, mas eu gostava de quando ele fazia isso. Parei com os socos em seu peito e ouvi ele parar de rir.

–Alexy! O que foi? Por que você esta chorando? - Perguntou Kentin preocupado passando seus polegares nas minhas bochechas e só ai eu abri os olhos, que não sabia quando tinha fechado-os, e percebi que estava chorando.

–Hã? Ué? Por que eu estou chorando? - Perguntei a mim mesmo. Eu segurava fortemente na blusa preta do Kentin e o mesmo limpava minhas lágrimas. - Eu não sei. - Ele deu uma risadinha.

–Ai! Que susto! Pesava que tinha acontecido algo contigo. - Ele suspirou aliviado. Minhas lagrimas pararam de rolar pelo meu rosto, então Kentin começou a acariciar minhas bochechas enquanto me fitava com um sorriso bobo no rosto e eu tentava controlar meus sentimentos para não começar a chorar de novo. Não consegui. Comecei a chorar novamente, não sabendo direito o porque. Kentin ficou assustado com o meu choro repentino que me abraçou fortemente. - Poxa! Não chora assim. Você está realmente bem? Não esta doendo em nenhum lugar? Tem certeza? O que foi? - Ele falou ainda me abraçando.

–Eu... estou bem... Eu acho que... - Eu tentava responder através do meu choro. - Eu gostava de você a muito tempo, mas eu nunca tinha percebido. E agora que parei para pensar, você parece que gosta de mim a muito tempo também e eu não tinha percebido isso também. Eu sou tão idiota. Sou tão idiota por gostar de alguém que eu nem sabia desse sentimento.

–Ah, é por isso. - Ele riu em meus cabelos e começou a alisa-los. - Viu? Eu disse que o amor é uma doença. Você está doente igual eu.

Desfez o abraço apenas para me mostrar seu sorriso lindo, com aqueles lábios finos que eu queria tanto beijar novamente. E foi exatamente isso que fiz. Com uma de minhas mãos segurei sua nuca e aproximei nossos lábios lentamente, ate o Kentin parecer não aquentar mais e colou seus lábios nos meus. Sem demora ele pediu passagem com a língua e eu prontamente cedi. Ficamos naquele contato ate que o ar foi preciso novamente e tivemos que nos separarmos, mas isso não impediu de ficarmos de testas coladas olhando um nos olhos do outro.

–Somos dois idiotas aqui então, porque eu gosto muito muito muito de você! My Baby. - Kentin falou com a respiração ainda alterada pelo beijo, mas com um sorriso enorme na cara.

–Eu também gosto muito muito muito de ti. Meu Kentin - Falei também com um sorriso bobo na cara.

Nos abraçamos novamente e adormecemos ali, na cama na enfermaria do colégio, pois nós estávamos doentes. Doentes de Amor.