Unknown Love escrita por Katherine Henderson


Capítulo 56
Desistencia




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Isa abriu os olhos ao perceber que nada tinha acontecido, pelo menos com ela. Ouviu um soluço entrecortado e olhou pra frente. Viu Alex ajoelhado chorando, com a cabeça entre os joelhos, a mão direita caída ao lado dele, sangrando. A adaga que ele estava segurando estava no chão, com o rubi no punho quebrado. Ela tentou ficar de pé, mas ainda sentiu a dor agonizante do tornozelo torcido. Ainda agachada, ela chegou perto dele e levantou o queixo dele. Os olhos dele já não eram mais duas chamas perigosas. Eram os olhos escuros que ela ainda amava tanto, porém um pouco vermelhos de chorar...

-Eu não poderia... Eu não queria Isa, não queria te matar...
-E por quê isso? -Isa segurou a mão cortada de Alex, seguindo delicada com seus dedos o corte da mão dele- Quer dizer, era a sua missão. Por que está desistindo dela?
-Por você... -Alex olhou fundo para Isa. Olhava o rosto dela como se fosse aquela primeira vez que tinha olhado pra ela. A primeira vez que se conheceram...- Eu desisti de ser quem eu sou, desisti da minha missão, desisti de tudo que eu sou por você.
-Mas eu não entendo. Por quê?
-POR QUE EU TE AMO!!! -Alex gritou meio sem controle. Ele viu a reação no olhar de Isa. Ela estava meio assustada, não sabia se ele iria ficar maluco de novo- Eu te amo, Isabella...

Eles ainda ficaram ali, imóveis, se olhando por muito tempo. Um segundo depois se lançaram em um beijo desesperado, urgente. As lágrimas dos dois agora corriam juntos em sincronia, assim como os lábios dos dois, correndo velozes um contra o outro.
De repente a Torre Gótica, que seria o palco de uma morte impensada, virou um lugar um pouco mais feliz para os dois.
Isa já tinha sido arrastada por Alex (ela ainda reclamava do pé torcido e do fato de ter escolhido salto alto para aquela noite) e estava no palco de apresentações do clube, sentada no colo de Alex, que ainda se sentia um pouco irritado com a mão cortada.

-Sabe, eu achei que quando eu descobrisse a verdade, ela não ia doer tanto pra mim. Quer dizer, eu achei que a Chave do Apocalipse iria ser um desconhecido. Mas você... No início eu não consegui acreditar...
-É, eu também fiquei chocado em descobrir... Fiquei chocado em descobrir tanta coisa sobre mim e sobre você... Mas acho que eu vou ter que me acostumar com isso, quer dizer, fim da vida normal pra nós dois...
-Eu sei... Como tá a mão?
-Não sei não, mas acho que se eu colocar no fogo vai se curar... -Alex examinava a mão com uma cara de medo- Pelo menos é o que eu consegui ver quando eu estava com a Cristina e o Diego... Apesar que não dói tanto agora, mas eu não devia ter quebrado tão forte o rubi...
-Você precisava fazer isso. Tinha que voltar a ser você...
-Verdade... Como tá o pé?
-Dolorido. Não vou poder andar por um bom tempo. O que vai ser chato... Queria tanto poder dançar com você hoje...
-É, mas se considerar por um segundo, a gente não vai poder ir ao baile sem assustar ninguém, especialmente a Cristina.
-Por quê?
-Bom, olha só o seu vestido... -Alex apontou para o vestido de Isa, cheio das marcas da mão ensanguentada dele- Olha só a minha mão... -Ele mostrou a mão dele, começando a se curar, mas ainda estava sangrando, mesmo que muito pouco- Não podemos chegar lá sem parecer os noivos cadáveres... -Isa riu, mas logo choramingou por causa do tornozelo- E também para a Cristina, você está morta e eu estou preso naquela adaga. Se a gente aparecer como se nada tivesse acontecido, não acha que ela iria surtar? Sei lá, ficar possuída?
-Tá, você tem razão... Já sei o que eu vou fazer!!! -Isa se levantou de repente, esquecida por um minuto da dor no pé- Já sei onde eu tenho que ir...
-Onde nós -Alex sorriu um pouco com a correção- vamos ir...
-Vamos pra casa da minha tia. Ela ainda tem que esclarecer algumas coisas pra nós...
-Ok, vamos lá... Eu te carrego...
-Cuidadinho com o meu pé...
-Tá, tudo bem... -Alex pegou Isa com muito cuidado pra ela não ter que reclamar do tornozelo, até que parou na metade do caminho, um pouco curioso- Só mais uma pergunta...
-E qual é?
-Quem foi que fez essa máscara de Lady GaGa pra você?

Isa, ainda apoiada em Alex, olhou pra baixo. Viu a máscara dela, embaixo na meia máscara de Alex, que tinha caído na hora que ele tinha dado o primeiro golpe. Ela sorria ao olhar as duas máscaras, como se estivesse vendo a alma dela e dele. Duas almas tão diferentes, mas que podiam conviver juntas, sem se destruírem.

-Não desmereça minha máscara. E além do mais, quem fez foi a Linda...
-Eu já devia saber... Mas de qualquer jeito, ela fez um bom trabalho... -Alex falou olhando para os mil strasses grudados na máscara- Ela devia ser estilista...

A piada deu certo. Isa esqueceu por um momento o acontecido naquele lugar escuro e riu.

-Ok, sem graça. Pelo menos veio de carro? Ou vai correr comigo 40 quarteirões?
-Eu não sou o Superman. Quer dizer, sou um demônio, devo ter alguns poderes bem legais, mas acho que uma supercorrida não está incluído no pacote... -O garoto pegou uma chave no bolso do casaco e balançou o objeto para Isa- Mas eu vim de carro sim, não se preocupa...


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