Unknown Love escrita por Katherine Henderson


Capítulo 54
Torre Gótica




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Isa já parecia melhor horas antes de sair para o baile. Ainda ajeitava o vestido branco de estilo medieval. Afinal, o tema do baile era "Uma Noite no Castelo" (n/a: Mãe do céu, esse nome tá com cara de especial da Globo...). O cabelo dela estava mais escuro por conta do vestido, que tratava de deixar a pele dela mais pálida, mas nem por isso ela deixou de estar maravilhosa. Só estava faltando o toque final, a máscara de strass que Linda passou a noite inteira fazendo para a amiga.

-Isa, você tá pronta? -Jennifer gritava lá da sala, com Linda, Justa e Norma fazendo coro.
-Calma, eu já tô indo...

Isa saiu do quarto e encarou os olhares admirados das amigas e da tia. Estavam simplesmente pasmas.

-UAU, ISA, VOCÊ TÁ SUPER!!! ^^ -As repetidas gritaram ao mesmo tempo, super encantadas.
-E aí, eu tô legal?
-Você está maravilhosa, como um anjo... -Jennifer não disse aquilo brincando, mas mesmo assim era elogioso.
-Isso aí, sua tia tem razão. É claro que eu tive um dedinho nessa obra prima né? -Linda reclamava seu direito de amiga-mão-na-roda- Não esqueçam que eu fiz a máscara.
-É claro que ninguém ia esquecer disso, não é Linda? Você vai ficar falando disso a cada cinco minutos quando estivermos no baile...
-Tudo bem, vamos logo ou vamos chegar atrasadas... -Jennifer pegava as chaves do carro, já tirando as garotas pra fora de casa.
-Ahn, eu não vou com vocês...
-Por que não, Isa?
-Bom, é... Que o... Alex, combinou de me pegar, vou esperar por ele...
-Mas Isa, e se ele der o bolo?
-Eu vou a pé, Linda. A gente não foi a pé aquele dia? Vou demorar um pouquinho mais, mas eu vou chegar, calma...
-Tudo bem, você é quem sabe...

As garotas já saiam da casa de Isa, indo para o carro de Jennifer. Só ela e Isa estavam ainda dentro da casa.

-Isa, tem certeza que não quer ir com as suas amigas?
-Tenho sim, tia. E além disso, eu e Alex precisamos conversar algumas coisas...
-Ah, sim... Eu digo a Linda que você vai esperar o Alex aqui mesmo... Cuidado Isa...
-Pode deixar, tia. Eu te amo...
-Eu também, Isa. -Jennifer deu um beijo na testa da sobrinha- Peça proteção a Gabriel.
-Já está feito tia...

Jennifer deu mais um beijo na testa da sobrinha e deixou Isa no portão da casa. Assim que o carro de Jennifer sumia da rua, Isa pegou o celular da bolsinha e um cartão de visita. Ela discou rapidamente o número que estava no cartão e três toques depois, atenderam.

---Telefone ON---

-Serviço de táxi, boa tarde.
-Olá, eu queria um táxi para a Coronel Augusto...
-Deixa eu ver... Temos um táxi nosso que está a 3 quadras daqui, posso contatar ele...
-Ah, sim. Muito obrigada...

---Telefone OFF---

Isa desligou o telefone e dois minutos depois o táxi chegou.

-Foi daqui que pediram um táxi?
-Ah, sim, queria que o senhor me levasse para o clube Torre Gótica...
-Clube Torre Gótica? -O taxista ficou surpreso- Mas esse lugar não está interditado, garotinha?
-Por favor, moço... -Isa esticou o braço e entregou ao taxista uma nota de 100- Só me leve pra lá, por favor...
-Ok, como você quiser...

O táxi partia veloz da casa de Isa, pronto pra ir ao baile de máscaras...

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Já na Torre Gótica, uma figura negra perambulava a sacada do lugar, caindo aos pedaços. Estava sendo seguida por outra figura negra, que estava um tanto impaciente.

-Ok, Cristina, você me tirou de lá da festa pra vir aqui? Por quê?
-Pra te deixar a par da situação, já que você anda tão ocupado com essas coisinhas humanas. Hoje me livrarei daquele filhote de anjo idiota e cretina que queimou a minha mão! -Cristina estendeu a mão cicatrizada para Diego ver.
-Ué, mas você já não curou essa mão? Pra quê todo esse rancor, princesa?
-Foco, Diego, foco... Eu não estou com humor pra suas gracinhas hoje. Bom, eu tratei de adiantar as coisas para nós, eu já não aguento aquela coisinha pegar o que não é dela.
-Tá bom, o que você fez?
-Bom, fiz uma pequena mudança de endereços nos convites de Alex e Isa. Eles vão vir pra cá, pensando que vão para o baile lá da escola. E, bom, tratei também de dar um presentinho para Alex...

Diego ficou parado para ler a expressão de Cristina.

-Ah, sim, a adaga...
-Exatamente. Assim que Isa chegar aqui, Alex vai tocar a adaga e vai encarar Isa como inimiga. Aquela adaga vai libertar o pior lado de Alex, e ai, quando ele estiver pertinho daquela garota... -Cristina soltou uma gargalhada aterrorizante- E quando isso acontecer, a alma de Alex automaticamente vai ser transferida para a adaga, e aí o resto é com você, Diego. Vai poder fazer o que quiser com ele...
-O que eu quiser?
-Isso mesmo, o que você quiser... Ah, e por falar no nosso demônio da sorte... -Cristina olhou para a entrada e viu Alex e sua roupa preta entrarem no lugar- Rápido, Diego, esconda-se...

Diego saiu da sacada sem fazer barulho, deixando Cristina sozinha. Alex já estava lá dentro, com o veludo negro onde estava a adaga. Ele achava tudo aquilo muito esquisito. Cadê a galera, a música alta, a diretora tapando os ouvidos por causa da galera e da música alta?

-Alex, você veio...
-Cristina?

Cristina deu um salto preciso e caiu de pé, como uma gata, de frente para Alex.

-Parece que só nós dois chegamos. Cadê a galera?
-Eu sei lá... Trouxe a adaga?
-Tá aqui... -Alex ergueu o embrulho de veludo para Cristina ver.
-Ótimo... Agora fique calmo e venha comigo... Temos que ficar escondidos, a executora pode chegar a qualquer momento...

Cristina pegou o pulso de Alex e pulou com ele até a sacada do clube, se esgueirando para o escuro. Alex se sentia um tanto desconfortável com a aproximação de Cristina, mas decidiu ignorar. Estava mais concentrado nas sombras que vinham da entrada do clube, pronto a sacar a adaga na primeira oportunidade.

-Antes que eu me esqueça Alex... -Cristina olhava minuciosamente o garoto. Olhava tanto que Alex se sentiu até incomodado- Você tá muito elegante...

Ele olhou mais uma vez para a roupa de baile dele. Um conjunto todo preto com uma meia máscara de veludo também preto. Alex fez uma cara azeda, mas mesmo assim ficou agradecido ao elogio.

-Valeu... -Alex disse sem nenhum entusiasmo.

Depois de alguns minutos de silêncio, os dois ouviram um barulho vindo da entrada do clube. Cristina sorria exultante ao farejar o cheiro de Isa, tudo estava saindo melhor do que ela planejava.

-Se prepare Alex, eu estou sentindo a presença da assassina.
-O que eu faço, Cristina?
-Lembre-se, a adaga...

Alex pegou o veludo negro onde a adaga estava guardada. Ainda estava receoso, podia ser qualquer pessoa.

-O que está esperando? Pegue a adaga logo!!! -A voz de Cristina parecia bem distante quando deu essa ordem.

O garoto olhou pra trás. Cristina já tinha sumido. Não teve muito o que pensar. Tirou a adaga do veludo negro e tocou meio devagar, mas no momento que o aço frio tocou os dedos de Alex, ele simplesmente foi possuído pelo seu demônio. Justo numa hora errada...
Naquele momento, Isa já tinha saído do táxi, que tinha parado bem na frente do clube. Um minuto depois do táxi ir embora de lá, a garota entrou no lugar com cuidado, como se o lugar fosse feito de Doritos (n/a: Doritos são um pouco resistentes, mas não aguentam uma boa pisada. Verdade, já fiz essa experiência e desperdicei meus Doritos... [/modo autora maluca ON). Já estava dentro quando sentiu que o chão não iria ranger sob seu pés, mas ainda assim, se sentiu insegura, como se algo horrível fosse acontecer...
Os olhos de Alex ficaram em chamas, vermelhos. O rubi na adaga começou a brilhar forte, sinal de que a alma dele já estava começando a se aprisionar na joia. Foi só olhar Isa, que já estava no espaço livre do salão, que ele já tinha se esquecido de quem ela era. Saltou da sacada com uma rapidez espantosa, assustando Isa.

-Ah, Alex, é você. Puxa, mas que susto... -Isa parecia um pouco aliviada, mas ainda estava tensa. Alex não a respondia, respirava forte, como se o ar estivesse grosso o bastante pra não entrar no pulmão. Ela percebeu a adaga na mão do garoto e começou a perder o alívio- Alex, o que você tá fazendo com isso aí na mão?
-A filha de Gabriel tem que ser eliminada... -A voz que saiu da garganta de Alex era cavernosa, sombria. A voz de um assassino.

Isa se deparou com essa frase e encaixou todas as peças que ainda faltavam pra completar o mistério que era o passado dela. A tia nunca quis revelar quem era a chave do Apocalipse ou a filha de Lúcifer, agora já sabia bem por quê. Ela queria correr, mas como poderia? Teria primeiro que convencer Alex a parar com isso, mostrar que o que ele estava prestes a fazer era loucura.

-Alex, por quê você... Você quer mesmo me matar?
-Não tenho outra alternativa...
-Escuta, olha pra mim, -Isa pegou o rosto de Alex, meio coberto, mas ainda podia se ver seus olhos queimando por trás da máscara- sou eu, a Isa, sua namorada. Você tem que me reconhecer, por favor, olha pra mim... Pára com essa loucura...
-Tarde demais...

Alex tinha estendido a adaga, prestes a cravar em Isa, mas errou o alvo e arrancou a máscara da garota. Isa já tinha corrido pra longe, aproveitando o erro de calculo do Alex, mas não conseguiu correr muito longe. Bendito dia que ela resolveu usar salto alto, ela sabia que não era um sapato bom pra correr. E um piscar de olhos, lá estava ele outra vez, na frente dela. Não tinha muita esperança de escapar viva. Ela já via seu fim refletido na adaga de Alex, mesmo assim resolveu apelar para um último recurso.

-Escuta, você que tá aí dentro, liberte o Alex, por favor... Alex, sei que você tá me ouvindo, você é mais forte que isso que tá te dominando. Você tem que lutar. Volta Alex, por favor... Volta pra mim...
-Não adianta, é tarde demais pra ele e pra você...
-Ok, quer me matar? Vai em frente, me mata. Sei que essa é a sua missão, mas se eu não sobreviver, o Alex também não vai. Seria muita coisa pra ele me perder... Então, eu sugiro que quando você me matar, leve o Alex pra longe. Eu não quero que ele sofra com o fato de ter me matado...
-Chegou a hora... -Alex levantou mais uma vez a adaga, prestes a matar Isa.
-Alex, eu te amo... -Isa sussurrou uma última vez antes de fechar seus olhos e esperar pelo fim...


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