Ossos de cristal escrita por Uzumaki Sarada


Capítulo 4
Capitulo IV - Oferta


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, eu não tinha previsão de postar este capítulo hoje, mas eu recebi uma recomendação linda de morrer! *O*
Eu fiquei super emocionada e isso me deu um gás para escrever mais e mais
Estou postando este capítulo e agradecendo de todo coração à larissa100 pelo carinho e pelo tempo que dedicou escrevendo palavras tão lindas sobre esta história! Você me deu inspiração renovada!
Espero que gostem do capítulo :D



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Considerando toda a pose imponente e arrogante que ela presenciara vinda do Uchiha desde que ele pisara no hospital, ver seus olhos negros se arregalarem e sua boca se abrir em confusão foi quase um milagre para a médica de cabelos rosados.

Ele balbuciou sons incompreensíveis e Sakura esperou que voltasse a si. Ela já havia se acostumado a ter de dar notícias ruins a pessoas boas, mantendo a face impassível e a voz calma. A medicina ensinava isso muito bem com a prática. Nunca era algo bom, mas era necessário. Não quer dizer que ela havia se tornado insensível para com o sofrimento alheio, jamais!

Viu-o respirar profunda e audivelmente antes de novamente olhá-la nos olhos. – O que exatamente isso quer dizer?— Ele questionou com voz embargada que ele tentava com muito esforço controlar. Ele era empresário. Não poderia esperar que ele soubesse o que significava.

Tomou fôlego antes de começar a explicar tudo da forma mais simples que encontrou. Ele absorvia cada informação como uma esponja absorve água. Concentrado em cada palavra que deixava os lábios róseos da mulher de jaleco à sua frente.

Significa que ela tem uma doença genética que faz com que haja deficiência de colágeno do tipo I, que é o principal material formador dos ossos. Por isso ela sofre fraturas com facilidade. É como se Sarada tivesse um tipo de osteoporose.— Ela viu o homem de terno preto e quase 1,90 de altura ficar pálido como sua camisa social cara. – A doença pode ter vários níveis de intensidade, digamos assim. Ainda precisamos descobrir em que nível Sarada se encontra. Mas devo esclarecer desde já que isto pode ser grave e causar vários problemas futuros à sua filha Uchiha-sama.

Uchiha Sasuke, desprovido de todo seu autocontrole e frieza costumeira, levou à mão para trás, tateando a parede e foi se aproximando da cadeira da sala de espera do segundo andar, então largou todo seu peso sobre ela de uma só vez. Ele levou ambas as mãos ao rosto e ficou em silêncio por longos minutos.

Sakura estava um tanto sem reação diante da cena. Ele era, aparentemente, um homem que não descia de seu posto de grande chefe, e agora, diante de seus olhos, encolhia-se como uma criança com medo de uma tempestade.

A Dra. sentiu seu peito apertado por ter desconfiado do Uchiha. Estava claro como água que nada no mundo era mais precioso para aquele homem do que a pequena Sarada.

Oooooooooo

Sarada?— A voz suave e controlada da médica de cabelos rosados atraiu a atenção da pequena Uchiha que sorria animadamente enquanto brincava com Shizune, sua babá.

Tia Sakura!— O timbre infantil e o sorriso gigante da menina aqueceram o coração pesado pelas preocupações da Haruno. – Ops! Desculpe ... Dra. Sakura!— A pequena se corrigiu rapidamente e arregalou os pequenos olhos ônix idênticos ao do pai quando percebeu seu pequeno deslize. As duas mulheres dentro do quarto não seguraram um riso suave.

Pode me chamar de tia se quiser pequena. – A Dra. afirmou, aproximando-se do leito onde a garotinha permanecia semi-deitada. – Como está seu pé? Dói?— Perguntou sorrindo. Viu a testa da menina se enrugar levemente, e ela levar o polegar aos lábios, pensativa. Sakura riu internamente, ela tinha o mesmo hábito que a pequena Uchiha.

Agora não sinto mais nada.— Ela afirmou com o rostinho em forma de coração carregado de seriedade. Nem parecia uma criança de apenas 8 anos. – Mas eu não consigo mexer o meu pé, por que esse negócio estranho deixou tudo preso!— Reclamou, enquanto olhava para a bota ortopédica com uma careta e um bico extremamente fofo.

A Haruno riu novamente. Sarada era uma criança verdadeiramente especial. Não merecia jamais ter uma doença como aquela.

Tia Sakura, quando eu vou poder ir pra minha casa com meu pai?— A menina perguntou com os olhinhos brilhantes e esperançosos.

Se você se comportar e deixar que cuidemos de você, poderá sair daqui depois de amanhã Sarada!— Afirmou, sem jamais deixar de sorrir. A garotinha cruzou os braços sobre o peito, um tanto insatisfeita, mas se encheu de alegria no exato momento em que o Uchiha entrou pela porta.

Sakura percebeu que ele ainda parecia abalado, os olhos estavam opacos, sem vida, os cabelos revoltos e os ombros tensos. Ele ainda não havia conseguido digerir tudo que estava acontecendo. Olhou para a doutora, que lhe dedicou um sorriso acalentador. Sakura odiava ver qualquer um sofrer, mas isto era inevitável.

Papai, papai! Você ouviu? Eu vou poder ir pra casa logo!— Falava em alto e bom tom, animada, para o homem que se aproximava para acariciar suavemente seus cabelos negros.

Eu vou poder comer sorvete tia Sakura?— Sarada direcionou-lhe seu melhor olhar de cachorrinho pidão. Não havia como um ser humano resistir àquilo.

Sim, querida. Mas vai ter que se alimentar muito bem de agora em diante ouviu?— Disse, balançando o dedo indicador enquanto sorria. – Shizune vai estar encarregada de ficar no seu pé, mocinha.

Sarada fez uma careta. “Eu não vou comer alface!” pensou, enojada!

Oooooooooo

Quanto você ganha por mês? Eu dobro!— O Uchiha disse, em voz firme e lábia de quem faz este tipo de negócio todos os dias.  Sakura sentiu-se quase ofendida diante da proposta do homem a sua frente. Ele realmente achava que poderia comprar tudo e todos?

Sinto muito Uchiha-sama, mas não posso aceitar.— Repetiu pela, talvez, terceira vez desde que eles iniciaram aquela conversa.

Dra., dinheiro realmente não é o problema— Ele acrescentou com tom persuasivo e encarando-a fixamente com aqueles olhos escuros e perspicazes como de um falcão. Sakura sentiu um arrepio subir por sua espinha. Havia algo nos olhos dele que a incomodava de um jeito estranho. Ela não sabia definir ao certo.

Eu percebi, Uchiha-sama!— Declarou com a voz carregada de desdém. – O problema é que eu sou uma funcionária deste hospital e trabalho aqui para atender a todos. Se minha intenção fosse prestar serviços particulares eu abriria uma clínica própria.— Disse a moça, convicta. Havia uma batalha de olhares no pequeno cômodo do escritório da Dra. Haruno. De um lado, os orbes negros e extremamente treinados para persuadir do Uchiha e de outro os verdes determinados que revelavam a paixão por salvar vidas da doutora.

Ele bateu o punho com um pouco de força na mesa. Aquela maldita mulher não compreendia que a oferta que ele lhe fazia era irrecusável? Estava oferecendo a quantia que ela quisesse para que cuidasse exclusivamente de sua filha. Médica estúpida!

Aqueles malditos olhos verdes o afrontavam descaradamente. Uchiha Sasuke não era contrariado por ninguém. Mas aquela médica baixinha, de grandes e expressivos olhos verdes e cabelos estranhamente rosados era ousada o bastante para discutir com ele.

O que faria você mudar de ideia?— Tentou novamente, franzindo o cenho. Seu descontentamento já não podia mais ser escondido. Estava irritado com a atitude teimosa dela.

Nada me faria mudar de ideia!— Esclareceu, sem desviar os olhos dos dele um segundo sequer enquanto pronunciava cada palavra com a maior clareza possível.

As mãos dele coçavam. Queria chacoalhá-la até que entendesse o quanto aquilo era importante. Precisava garantir que teria apenas os melhores cuidando de sua preciosa Sarada. Ela era tudo que tinha.

Entendo que queira apenas garantir que sua filha seja bem cuidada Uchiha-sama, mas eu não vou deixar meu cargo neste hospital!— Ela afirmou, cruzando os braços em frente ao peito, enquanto o encarava com os olhos semicerrados. – Se quiser isto, terá de procurar outro médico!— Completou, empinando o queixo na direção dele. Viu a testa do homem se franzir ainda mais. Odiou-se por achar que ele parecia uma escultura de um artista grego enquanto sua face sustentava aquela expressão irritadiça.

Mas...— Pausou e notou que uma das sobrancelhas de Sasuke se ergueu em interesse. – Eu me proponho, por Sarada,— Deu ênfase no nome da menina – a visitá-la em casa periodicamente para conferir o andamento de seu tratamento, em meus horários de folga.

O Uchiha deu um passo em sua direção, observando a médica de cima. Aquela era um proposta decente, finalmente!

E quanto isso irá custar?— Inquiriu ainda concentrado na face alva da moça, buscando qualquer traço de brincadeira ou indecisão.

Eu não vou cobrar para fazer o que eu gosto.— Sakura declarou.

Sasuke arqueou ambas as sobrancelhas, ligeiramente surpreso. Isso era de fato inesperado. Ela não cobraria por ir até sua casa em seus dias de folga? O que aquela mulher tinha naquela cabeça cor de rosa?

Ele deu um sorrisinho de canto, e deu de ombros antes de se posicionar a um passo de distância da mulher e estender-lhe a mão. Sakura resistiu à vontade de dar um passo atrás. Ele invadia seu espaço deliberadamente e isso a fazia sentir-se desconfortável de um jeito... bom e diferente.

Negócio fechado!— Disse e pigarreou quando notou que ela o observava distraída. Sakura baixou o olhar para a mão grande e alva estendida. Suspirou pesadamente. Seu maldito coração mole só fazia com que ela se encrencasse, mas algo lhe impedia de deixar o caso da adorável Sarada nas mãos de outra pessoa. Mordeu o lábio e esticou sua mão, apertando a dele e balançando de leve.

No exato instante em que se deu o contato pele com pele uma corrente elétrica percorreu ambas as mãos fazendo todos os pêlos se eriçaram. O arrepio foi mútuo e, por um momento, os olhos verdes se fixaram nos ônix e viram seus próprios pensamentos refletidos neles. O que era aquilo que havia acabado de sentir?


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Notas finais do capítulo

A partir deste capítulo o enredo vai de fato começar a se desenrolar, e há muita coisa por vir galera! Mas eu quero deixar claro que todas as críticas e sugestões são muito bem vindas!
Perdoem os erros de português!
Quem quiser se informar melhor sobre a doença, há uma série de reportagens e artigos a respeito, mas eu indico este link: http://drauziovarella.com.br/letras/o/osteogenese-imperfeita-ossos-de-vidro/ é bem simples de entender e razoavelmente completo!
:*



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