Second Chance escrita por Snow Black


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=0hotSslLHAE



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07: 50 AM. Embora estivessem no outono, a luz do sol milagrosamente invadia o quarto de Amy. Era o início de uma nova jornada, ligou o som e colocou o novo cd de Mc Fly, "Just my Luck", presente de Nick, melhor amigo. Entrou no banheiro, pensando que logo Nick e Bonnie chegariam para irem juntos à faculdade. Faziam tudo juntos, Nick acompanhava as amigas até no salão de beleza, e as cabeleireiras adoravam quando ele ia, falavam o tempo todo o quanto ele era lindo, gato, maravilhoso... e era! ele tinha 17 anos , era um ano mais velho que a menina, mas parecia ter uns 20, no mínimo... Era alto e tinha cabelos pretos e olhos castanhos. Amy lembrava de quando Nick perdeu o primeiro dente, quando deu o primeiro beijo... ela o amava, mas como irmão. E contrariando a vontade de todos, não sentia nada de diferente pelo amigo.

You and I have got a lot in common / Você e eu temos muito em comum

We share all the same problems / Nós compartilhamos todos os mesmos problemas

Luck. Love and life aren't on our side / Sorte. Amor e vida não estão do nosso lado

I'm in the wrong place at the wrong time / Eu estou no lugar errado na hora errada

always the last one in a long line / sempre o último em uma longa fila

waiting for something to turn out right, right / esperando por algo que se torne certo, certo

Desligou Mc Fly, saiu do banheiro e deu de cara com uma loira, irritantemente linda e magra, literalmente jogada na sua cama: Bonnie.

– Heeeeeey! - foi logo abraçando a amiga. então, vai me contar tudo sobre o tal fotógrafo ou não?

– Não tem nada pra contar, Bo... ele era lindo, e só. - respondeu, e a outra fez biquinho de triste.

Amy colocou um vestido rodado, uma sapatilha e pegou um casaquinho e uma bolsa. Normalmente, não usava maquiagem, só rímel e às vezes blush, então, terminou de se arrumar, soltou os cabelos avermelhados que pegavam abaixo dos seios , e se virou para a amiga:

– Como estou?

– Aposto que maravilhosa! - respondeu uma voz masculina do outro lado da porta - Posso entrar? - e já foi entrando no quarto.

– Nicholas Smith? é você mesmo? - perguntou Bonnie, e as duas meninas fizeram *O* com a boca.

– É sério que eu ando tão largado assim? - Nick arqueou a sobrancelha.

– Você é gato, mas hoje, querido, você se superou! - respondeu Bonnie, indo abraçar o amigo.

– Posso saber o porquê dessa produção toda, Sr. Smith? - perguntou Amy, enquanto abraçava o garoto. - E... pra quê tanto perfume?

– Primeiras impressões devem ser boas... mas eu pergunto o mesmo. Porque vocês duas estão... - Nick olhou para as duas, e demorou um pouco mais olhando para Amy. - incríveis!

Ok. Uma, ou talvez duas vezes Amy já se imaginara com Nick, mas nunca demonstrara nada e também nunca havia percebido nenhuma insinuação da parte do amigo. Ela namorou um garoto no ensino médio, e estava solteira há alguns meses, mas Nick a tratava da mesma forma de sempre (embora Bonnie insistisse em dizer que ele estava diferente).

– Estão prontos? - Gritou a mãe de Amy. - Seu pai já está no carro com suas coisas, bebê!

Os três se entreolharam, e Amy arregalou os olhos e saiu batendo os pés até a sala.

– Maaaãe, eu falei que queria ir de carro com o Nick!

– E eu falei queria que você fosse comigo e com o seu pai. - respondeu, sorrindo. Ela tinha o dom de sorrir em qualquer situação, até no meio de uma discussão, por isso sempre "vencia" qualquer discussão. - Você pode ir de carro com o Nick aonde você quiser, mas eu vou te levar no seu primeiro dia na faculdade, e fim da história. - Amy sabia que era inútil discutir com a mãe, então obedeceu e foi para o carro.

– Pai? - parou na porta do carro, aonde seu pai estava. Eles discutiam algumas vezes, mas nunca ficavam brigados por muito tempo.

– Liga pra sua mãe todos os dias, Amy, ela vai sentir muito a sua falta...

– Okay.

– E... eu também.- Ele sorriu pra ela e ela sorriu de volta, geralmente era assim que faziam as pazes.

22 de setembro de 2006

Dear Diary,

Sabe quando você assiste a um filme americano bem clichê? quando o protagonista vai pra faculdade e quando ele/ela desce do carro tudo se passa em câmera lenta , tudo parece perfeito, caras lindos (L-I-N-D-O-S) usam casacos de times de Basket, meninas lindas caminham com os cabelos ao vento... acredite. Não é exagero. Ao menos foi como eu me senti ao entrar aqui.

FLASHBACK OFF

Alex se apoiava na parede com uma das mãos e segurava a barriga com a outra, de tanto rir. Ok, pelo menos alguém estava se divertindo. Estávamos de pé na porta do quarto onde passei os anos em que fiquei na universidade. As lembranças se embaralhavam em minha mente.

– Diário? Sério? - perguntou, recuperando o fôlego.

– Não vamos falar sobre isso. - bufei

– Ok.

– Eu tinha 16 anos. - rolei os olhos.

– Já entendi. - ele segurava o riso. - mas... você escrevia sobre mim ? - perguntou soltando uma risada anasalada e eu mostrei o dedo do meio.

FLASHBACK ON

– Booom dia!

Amy olhou no relógio, 6:00 AM.

– Ouch! sai, Bonnie! quero dormir!

– Não existe a opção "continuar dormindo" aqui. Ou você levanta ou eu puxo a sua coberta. - descobriu o rosto, e deu de cara com uma Bonnie irritantemente animada às seis horas da manhã. As pessoas não deveriam ser felizes pela manhã.

Devidamente vestida, com uma minissaia jeans e uma camiseta azul que Bonnie havia escolhido já que "azul realçava os seus olhos", Amy pegou uma bolsa e saiu do quarto direto para a sua primeira aula: Filosofia. A amiga assistiria Economia e mais tarde se encontrariam para Teoria Geral do Direito mas felizmente teria companhia na primeira aula: Nick.

– [...] A primeira destas questões prende-se com a distribuição dos bens materiais e com os direitos e as liberdades. Qual é a justificação para a posse de riqueza? Que direitos e liberdades devem ser atribuídos às pessoas? A segunda questão diz respeito à distribuição de outro bem: o poder político. Locke definiu o poder político como «o direito de fazer leis com penas de morte e, consequentemente, todas as penas menores» [...]

O professor de Filosofia era assustadoramente parecido com Quin-Gon Jinn de Star Wars, talvez pela roupa que mais parecia uma fantasia. Depois de se apresentar e falar um pouco sobre o curso, começou o assunto.

Já temos planos pra hoje. Festa, 8 P.M ;)

A menina ao lado entregou um bilhete e Amy logo reconheceu a letra. Esticou o pescoço para procurar o amigo e sorriu ao vê-lo no fundo da sala. O sinal tocou e todos saíram da sala, Nick a esperava na porta.

– Pode ir me contando que festa é essa e quem te convidou. - foi ao encontro do garoto, abraçando-o.

– É uma festa pra veteranos daqui e de outras duas faculdades, mas... eu consegui convite. Três. - respondeu mostrando três pulseiras pretas.

– Eu ouvi "festa”? Nós vamos? Ah, te amo migo! - falou, dando pulinhos e batendo palmas feito uma foca. Necessário dizer que isso era irritante?

– Amiga, menos, tá?! E eu ainda não sei se o meu pai vai deixar.

– Como assim menos, Amy? é super difícil conseguir ingresso pra essa festa. NICHOLAS SMITH, QUEM FOI A VADIA QUE TE DEU ESSES CONVITES? PODE PEGAR, TÁ APROVADA.

– A "vadia" foi o meu amigo,Liam. - respondeu, fazendo sinal de "aspas" com as mãos. - E quanto a pegar ele, eu passo. - fez careta.

– Eu estou aceitando. - Bonnie levantou os braços.

– Você se vende por muito pouco, Bonnie! - Amy levou a mão à boca, fingindo espanto.

23 de setembro de 2006 ( 8 p.m )

Dear Diary,

O dia passou rápido, conheci uma garota na aula de Introdução ao Direito, Liv, uma alemã que ficou - quase - tão empolgada quanto Bonnie quando contei sobre a festa que iria mais tarde. No almoço, apresentei Nick e Bonnie à minha nova amiga e conheci Caio, o mais novo "amigo" de Bonnie, um veterano que também ia à festa e se ofereceu gentilmente para levá-la. Aliás, minha mãe convenceu o meu pai a me deixar ir pra festa, mas “prometi” chegar antes da meia noite. Ele anda assistindo Cinderela demais. A tarde foi livre para que os alunos pudessem conhecer melhor o campus, que inclusive, é imenso! Fiz questão de escrever que são 8 PM, porque minha querida melhor amiga está se arrumando a DUAS HORAS e provavelmente não ficará pronta por tão cedo. Vou me arrumar agora, let's party.

– Você vai ficar aí parado me olhando por mais quantas horas, Nick ?

Bonnie já havia saído com Caio e Nick ficou de ir com Amy. Ela tomou banho e a roupa já estava em cima da cama, assim como uma mala imensa de maquiagem e uma Bonnie extremamente empolgada. "Você não está pensando em usar isso tudo em mim não, né?" perguntou, arqueando a sobrancelha. "Cala a boca e senta aqui." A garota respondeu, apontando pra cama. Não era uma ideia ruim... não usava maquiagem porque tinha preguiça (e porque não sabia passar e quando se arriscava ficava mais parecida com uma imitação barata do palhaço Bozo) e não porque não gostava. Quase uma hora depois usava um vestido justo azul escuro que ia até o meio da coxa, sapatos pretos de salto agulha, maquiagem um pouco mais carregada que a de costume e cabelos ondulados.

– Depende... você vai sair assim?

–Por quê? - perguntou, assustada. - Eu não devia ter deixado a Bonnie me arrumar. Tô parecendo uma drag queen ?

– Não, não... - ele sorriu e coçou a cabeça - você tá linda, acho que esse é o problema...

– Oi? é um problema eu estar linda? - Amy riu, e girou mostrando a roupa. - Aliás, você também está lindo. Vamos? - puxou o garoto pela mão até o carro.

FLASHBACK OFF

– Ah, fala sério, Amy! Você não percebeu que ele tava a fim de você ?

– Não. E não estava tão na cara assim.

– Sinal número um: ele parece um idiota perto de você, gagueja e não consegue sequer terminar uma frase. E sinceramente, eu já achava que o Smith tinha uma quedinha por você quando a gente namorava...

– CERTEZA QUE NÃO. - falei imediatamente, mas não tinha tanta certeza assim.

– Ele não gostava muito de mim... acho que era ciúmes - continuou, colocando uma pipoca na boca (sim, ele comprou pipoca, e não tente entender como.)

– Não gostava de você porque você me traiu. - fiz uma voz afetada e franzi a testa.

– Passado. Supera, Carter... - ele deu batidinhas nas minhas costas e eu rolei os olhos teatralmente , segurando o riso.


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