A verdadeira história de Lorule escrita por Quimera


Capítulo 2
Capítulo 2




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Majestade? Eu não trago notícias boas...

O reino estava mais sombrio e escuro do que de costume. O povo estava triste e usavam vestes negras para representar luto aos diversos acontecimentos ruins que aconteceram com a família real. A notícia que a rainha havia sido brutalmente assassinada por um anônimo durante sua viagem se espalhou por todos em tão pouco tempo, e mesmo com os membros nobres de Loure não sendo muito apreciados pelo povo, a rainha era diferente.

Quírio ficou arrasado ao saber da morte de sua mãe, principalmente por não ter conseguido despedir-se. Confiando que seu amigo iria ajuda-lo a melhorar naquele momento, o gêmeo convenceu os guardas no castelo a deixarem-no sair por algumas horas, ele queria esquecer de tudo o que tinha acontecido.

Alguns dias depois, o rei não poupou esforços para procurarem seu primogênito. Inúmeros guardas e soldados foram a procura do príncipe perdido por todo o reino, sempre voltando sem notícias dele. Quando a esperança se foi, o rei não queria admitir que sua filha governaria um dia, decretando que apenas o marido no futuro de Hilda teria um poder político no reino. Ter uma menina governando era algo inaceitável pelo rei.

–Prontinho, Quírio. Sua cama já vai estar arrumada quando você retornar. -A garota ainda tinha esperanças de que um dia ela acharia seu irmão novamente. -Quando esse dia chegar, eu irei ler aquela história que você gosta e também concordarei que é legal, eu prometo.

Já se faziam alguns dias que Hilda estava usando vestidos pretos e um colar dourado que sua mãe havia lhe dado. -Mas para isso, você tem que prometer para mim que vai voltar. -Crença de criança. Ela achava que ele poderia a ouvir.

–Princesa Hilda? -Luna abriu a porta. -Seu pai pediu que você recebesse alguns convidados dele. -A menina fez? uma cara feia. -Qual é o problema? Ele jurou que não iria demorar muito, e que você apenas os levaria até o arsenal de armas do castelo.

–Ele poderia ter me dito isso pessoalmente, ou será que está com medo de olhar para a minha cara depois de ter decretado aquilo? -Ela parecia diferente quando falava com as outras pessoas, além de suas conversas imaginárias com o irmão.

–Não é isso. Seu pai é um homem ocupado, e provavelmente está em alguma reunião com soldados e guardas. Agora vamos, é uma ordem solicitada pelo próprio rei. -A cuidadora ajudou a princesa a descer da cama em que estava sentada. -Eles já devem estar lhe esperando.

–Sim, Luna... -A princesa arrumou o vestido e abriu a porta de vidro do seu quarto para ir até o jardim; o caminho mais rápido para a entrada do castelo.

Se tinha algo que a princesa odiava era ver o jardim interno do castelo do estado que estava. Nada tinha aparência de natureza naquele lugar. As árvores não tinham folhas, nenhum resquício de frutos, flores, vida. Os guardas vigiavam a princesa atentamente, muito mais do que de costume.

A princesa correu até os portões do castelo, onde viu um casal carregando várias espadas e escudos, o que provavelmente era algo bem cansativo. -Estufe o peito e faça um sorriso, largue as espadas no chão e faça um reverenciamento, seu tolo! –A mulher morena dizia no ouvido do homem.

Concórdia, isso é impossível! Eu não consigo!

Sancho, você é um brutamontes! –A princesa deu um sorriso agradável para o casal, fazendo um reverenciamento e os recebendo carinhosamente. -Ah, saudações majestade! Aqui estão as armas que foram encomendadas.

–É, menina!

–Sancho! Tenha mais respeito! É a princesa, não é ninguém da nossa classe.

–Está tudo bem, senhores. Por favor, sigam-me até o arsenal de armas do castelo, não é muito longe daqui da entrada, e sim do lado do estábulo. Por favor. -O casal seguiu o caminho da princesa. -Você deve ser o ferreiro, não é?

–Sim, sim. Meu nome é Sancho, e essa é a minha adorável e gentil esposa, Concórdia. -A esposa fez uma careta ao comentário do marido. -É um prazer conhecê-la, majestade. -Era impossível alguém no reino não saber o nome da menina de cabelo roxo.

–O prazer é todo meu. -Enquanto a princesa os guiava, mostrando e falando sobre alguns lugares do castelo, vários guardas estavam correndo pelo jardim, falando que havia um intruso. Mesmo não querendo representar isso, a princesa ficou aflita e preocupada ao ouvir a conversa dos guardas. -E aqui é o arsenal.

–Obrigada, majestade.

–Os guardas que vigiam o arsenal lhes guiaram. Agora, se me dão licença, preciso fazer algo. -A princesa caminhou pelo jardim para tentar achar o tal intruso de quem estavam falando. Apesar de medo, pois talvez poderia ser alguém que deveria ser evitado, ou até mesmo, poderia ser o assassino da rainha. Medo de criança.

Foi andando no jardim que ela ouviu uma voz estranha, como se fosse de uma criança. -Esse lugar é muito diferente do que era descrito nos livros... -A menina correu na direção da voz, que se parecia muito com a de seu irmão.

–Com licença? -A menina cutucou as costas dele, que deu um pulo de susto ao notar a presença da princesa. -Eu acho que a sua presença está causando vários problemas entre os guardas...

–Majestade!- Era um menino de cabelo negro e olhos verdes. -Me desculpe! Eu tenho explicações! Eu li em um livro que havia uma entrada secreta no jardim externo do castelo e quando os meus pais vieram até aqui, e eu queria ver, apesar de que eles pensam que estou na entrada do castelo os esperando, e... -A explicação do menino foi interrompida.

–Isso não é necessário. -Sem dúvidas, o menino era mais velho do que a princesa. -Você é o filho do ferreiro?

–Sim, majestade...

–Acho que é melhor se você voltar para perto deles, provavelmente estão preocupados com você achando que está na entrada do castelo os esperando.

–Sim majestade...

–À propósito, qual é o seu nome? -O menino um pouco dentuço e com sardas bem visíveis no rosto ficou com as bochechas um pouco vermelhas. -Provavelmente você já sabe que o meu é Hilda.

–Ravio. Meu nome é Ravio.


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