Miracle. escrita por Izzy Sparks


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Todos os personagens pertencem a J.K, só escrevi essa fic porque estava se nada pra fazer no serviço. É Dramione, espero que gostem!



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Ele era um príncipe, – tão belo ou até mais daqueles de contos de fada – e não tardaria a se tornar um rei. Por todo o palácio as pessoas costumavam dizer que ele seria um bom rei, - ou pelo menos, melhor que seu pai fora -. Era prometido a uma filha de um nobre desde antes mesmo de nascer. Segundo sua família, não tinha jeito melhor de manter a coroa pura, se não casando duas famílias puras. E ele sempre soube disso! Mais cedo ou mais tarde, teria que arcar com seu futuro e desposar Pansy. Ele sabia, ela sabia e todos sabiam. Mas, o fato de ele saber, não significava necessariamente que ele queria. Se fosse há alguns anos, talvez ele ainda visse esse casamento como algo bom – afinal, Pansy era bonita, requintada, e um exemplo perfeito de dama. A aparência dela era exatamente como de uma dama deveria ser. Os traços finos, os cabelos sedosos e brilhantes, os olhos claros, e toda a postura de uma princesa. Afinal, ela teve toda uma vida para se preparar, teve toda a educação que uma rainha era digna. Ela sabia tanto quando ele, que um dia seria a rainha. E ao contrário dele, havia se preparado. – Mas Draco não se preparara para seu futuro. Ele preferia acreditar que um milagre aconteceria, um milagre que pudesse fugir dessa realidade. E esse milagre veio.

Era uma tarde de outono quando Draco resolveu sair do castelo para uma cavalgada. Gostava das cavalgadas, e a sensação de liberdade que aquilo lhe proporcionava. Gostava do farfalhar das folhas em contato com os cascos do Cavalo. Gostava da forma que enxergava tudo ao seu redor quando corria entre as clareiras. Talvez, esses pequenos momentos de liberdade fosse uma das poucas coisas que ele gostava em ser um príncipe. Conhecia cada pedaço daquele reino. Desde pequeno costumava andar aos arredores do palácio – uma forma de mapear o que era dele -. E de todas as coisas daquele reino, as cachoeiras eram as que ele mais gostava. E foi em uma dessas cachoeiras que ele conheceu o seu milagre. Ela estava encostada em uma arvore d’frente ao uma queda d’agua rindo para o nada, - poderia facilmente ser confundida com uma louca – mas então que ele percebera que ela se divertia com um livro de capa velha, como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo. Nunca tinha visto nada tão belo em sua simplicidade quanto ela. Era claro que sua linhagem vinha de pessoas humildes, visto que suas vestes não eram de tanto glamour ou luxo quanto as damas do palácio. Mas, mesmo assim era possível enxergar nela uma beleza distinta das demais. Ela era intrigante ao seu modo. E mesmo sem todo o luxo de um palácio, ela era a coisa mais bela que ela já vira. O seu milagre!

Foi então, que as cavalgadas passaram de um passatempo, para uma obrigação. Uma obrigação que já tirava o sono de sua mãe, e intrigava sua noiva. Mas ele não se importava, precisava daqueles momentos de liberdade antes que não lhe restasse mais tempo. Precisava vê-la. E os dias que não a via, eram dias perdidos.

E assim, os dias se passavam [...]

Ele finalmente já a conhecia. Conhecia tão bem que até suas manias e seus defeitos eram totalmente familiares para ele. Poderiam pensar que eles eram amigos de infâncias. Exceto por um detalhe: ele a conhecia, ela nem imaginava que estava sendo observada.

E assim, os dias se passavam [...]

E era mais um fim de tarde. O outono já começava a se despedir para dar o seu lugar para o Inverno. Todos diziam que esse seria um inverno muito frio, o mais frio dos últimos tempos, não que isso importasse para ele. Ele amava o frio, e se estivesse frio de mais, a presença dela bastaria para aquecê-lo. E foi com esse pensamento que novamente cavalgou rumo ao lugar de sempre. A ansiedade em revê-la quase não cabia dentro de si.

A Cachoeira estava diferente. Os pássaros costumeiros daquele lugar não cantavam – certamente já se preparavam para o frio – as arvores e as flores não tinham mais aquele tom amarelo, costumeiro da estação anterior. E a maior diferença de todas. Ela não estava lá!

Tudo estava diferente [...]

Resolveu espera-la, afinal pessoas se atrasam. Imprevistos acontecem e não lhe custaria espera-la.

Os minutos transformaram em horas.

Draco estava prestes a ir embora, se ele tivesse de vim, ela já teria vindo. Aconteceu algum imprevisto, tentou se convencer. Hoje era um daqueles dias que ele odiava, daqueles que se ele pudesse excluir de sua memória, o faria sem pensar duas vezes. Não conseguiu vê-la, e não vê-la, era um dia perdido.

Um barulho vindo de perto o alertará. Podia ser algum bicho, ou consequência da brisa gelada que acabará de passar. Mas não, era ela, tão bela quanto ele se lembrava. Tudo parecia normal com ela, ainda tinha a pele alva que ele admirava, ainda tinha os cabelos rebeldes que tanto gostava, e tinham os olhos. Ah os olhos – estes estavam vermelhos e inchados, como se ela tivesse passado muito tempo chorando – e ela ainda chorava. E aquilo o pegará de surpresa. Chorar não combinava com ela. Ela era feito de risos e não combinava com ela chorar. E pela primeira vez os olhos se encontraram. Cinza com Castanhos.

- Quem é você? – perguntara em um fio de voz.

Foi a primeira vez que se falaram de verdade, mas não a última. Os encontros antes apenas dele, passaram a ser deles. Como deveria ser!

Ele já a conhecia, ela desejava conhece-lo.

- Sempre quis te perguntar uma coisa! – Começou o garoto.

- Então pergunte. – respondeu a garota dando com ombros.

- Aquele dia que você me viu, você estava chorando. Por que?

- Por que o interesse nisso agora? – respondera na defensiva.

- Nunca encontrei o momento certo para perguntar.

- Hm. E por que agora?

- Porque agora, sinto que podemos confiar um no outro.

- Não foi nada, bobeira. Deixa pra la! – respondeu a castanha nitidamente sem jeito.

- Não é bobeira. Te observei por muito tempo, sei que não chora por bobeira.

- Me observava por muito tempo? Olha que vai parecer obsessão em. – Tentou brincar a garota.

- Talvez seja – Foi uma resposta curta, mas tão cheia de significados. Percebendo o desconforto da garoto, logo tratou de mudar o foco. – Anda, responde. Eu lhe ordeno como sue futuro rei. – tomou um tom mais brincalhão.

- Quando vossa Majestade se tornar o rei, então talvez eu acate alguma ordem sua. – Respondeu entrando na brincadeira.

- Quando for rei, terá que acatar com todas minhas ordens sem nem pastenejar, afinal será minha – Rainha, queria dizer.

- Sua? – incentivou a castanha.

- Governanta. – Respondeu. O semblante da garota mudara. E já deu pra perceber que a brincadeira havia acabado.

- Aquele dia eu estava chorando porque recebi uma noiticia.

- Que noticia?

- Na primavera vou me casar. – respondeu a garota tão baixou que quase não foi possível o garoto ouvi-la

Mas ele ouviu.

Ouviu tão bem que parecia que ela gritava. E não gostou do que ouviu. Não imaginava aquela garota de espirito livre se casando com alguém, ainda mais alguém que ela não escolherá, alguém que nunca poderia fazê-la feliz, uma pessoa que não combinava com ela. Ela gostava da liberdade, tanto quanto ele gostava, e se esse homem não gostasse de ser livre? Ela gostava de fazer suas escolhas, e se esse homem fizesse as escolhas por ela? Ele nunca faria algo assim, com ele, ela poderia escolher o que quisesse. Ela gostava de não depender de ninguém tanto quanto ele, mas e se esse homem quisesse que ela fosse dependente dele? Foi então que ele a verdade lhe atingiu. Ele não conseguiria imagina-a casando-se com esse homem, ou qualquer outro, porque só conseguia imagina-la casando-se com ele.

E assim os dias se passavam...

Ele agora entendia que a amava, e que todas as vezes que sua barriga se revirava só com o sorriso dela, é porque a amava. Entendia o porque de sonhar com ela, de se sentir completo quando estava com ela é porque a amava. E isso era uma daquelas certezas que o feriam, não que ela o ferisse, o que feria era saber que nunca poderiam viver esse amor.

E assim os dias se passavam...

- O que foi? Porque está tão calada ultimamente? – perguntou o garoto. Há alguns dias ela estava mais calada, mais pensativa. Como se não estivesse o tempo todo ali. E aquilo estava o deixando louco.

- Falta pouco Draco. – Respondeu desanimada.

- Pouco pra que? – perguntou fazendo-se de desentendido. Ele sabia exatamente do que ela se referia, só não estava pronto pra aceitar. Na verdade, nunca estaria.

-Para meu casamento.

Pela primeira vez desejou não ser da realeza, desejou não ter que seguir aquele futuro que lhe reservaram, desejou que ela não tivesse que se casar, desejou poder tomar aquela garota dos cabelos rebeldes em seus braços, desejou mais do que tudo poder ama-la sem consequência nenhuma.

E assim os dias se passaram...

Ela passou a faltar aos encontros e se não faltava chegava atrasada.

Ele sabia que devia aproveitar esses últimos momentos. Em breve ambos seguiriam por caminhos opostos e tudo acabaria. Foi perdido nesses pensamento, que avistou ela correndo. A visão mais bela que já tivera. Ela corria com um sorriso nos lábios, os cabelos soltos esvoaçando ao vento junto do seu vestido. Parecia uma miragem de tão bela!

- Achei que não chegaria a tempo de te encontrar – disse a castanha se recuperando da corrida.

- Eu não iria a nenhum lugar sem antes te ver. Já se passaram dias, sinto sua falta. – A garota ficou levemente corada, podia ser por conta do calor resultado da corrida ou do comentário do garoto. Nunca saberia.

E assim passou mais uma tarde. Agradavel como sempre era na companhia dela. Conversas jogadas fora, planos que nunca sairiam dali. Aproveitaram cada momento. Ambos estavam deitado na clareira, admirando o céu calados, cada um perdido em seus próprios pensamentos. A castanha virará de lado para encarar a pele sempre branca do garoto, e as íris de seus olhos, que dançavam entre o cinza e o azul.

- Eu te amo. – Disse a garota pegando Draco de surpresa. Ele sabia que a amava, mas nunca imaginou que era amado também. E seu mundo desabou.

E assim o dias passaram...

Seria daqui a duas luas o casamento da garota. E desde o momento que ela dissera que o amava, não se viram mais. Não a culpava por não querer vê-lo. Ele não foi capaz de respondê-la. Nem se quer um obrigado, ou o que talvez ela esperasse o “eu também te amo”. Não que ele não a amasse, porque ele amava, e se pudesse gritava para o mundo ouviu. Ele só não sabia o que dizer. Até que ela se foi, e junto a sua paz.

Ele esperou todos os dias por ela. E ela não veio. Ele precisava dizer que a amava também, que se não fosse a sua família, suas obrigações, e sua vida, ele a levaria para bem longe. Para um lugar só deles.

- Pensei que nunca mais a viria – Draco disse depois de perceber a presença da castanha próxima a ele.

- Tinha algumas coisas para resolver antes do casamento. – o tom de voz da garota era seco, quase sem emoção – quase porque ele sabia o que ela sentia.

- Eu te esperei todos os dias. Precisamos conversar sobre aquele dia.

- Aquele dia foi um erro, pode, por favor, esquecer? – pediu a menina nitidamente sem graça.

- Não, eu não posso esquecer porque pra mim não foi um erro. Foi a melhor coisa que aconteceu. – respondeu com raiva o loiro.

- É a melhor coisa? E por que seria?

- Porque eu nunca imaginei ser amado por uma pessoa como você. E porque você sabe o que eu sou e o que eu tenho que fazer.

- E o que você é? Um príncipe? É eu sei. E sei também que você precisa se casar com uma nobre, sei também que logo vai se casar, e que você está bem acima de mim, que seu sangue é puro e quanto ao meu? Não serviria nem para ser sua criada. Isso eu já sei. Mas vou te dizer uma coisa! Não me apaixonei por um príncipe. Me apaixonei por esse cara aqui, o cara que todos os dias vem aqui, que todos os dias rir das minhas piadas sem graças, que adora meus cabelos. O cara simples, sem preocupação que você é quando está aqui. Me apaixonei mesmo sabendo de tudo o que você é, porque não mando no meu coração. E quando disse que te amava, eu disse porque no fundo eu imaginei que esse cara daqui, também pudesse me amar. Amar a mim, e não o que eu tenho ou o que eu não tenho. – dizia a menina entre as lágrimas – Eu disse que te amava, porque no fundo eu imaginava que você largaria tudo por mim. Que se você me amasse poderia enfrentar tudo, porque nosso amor é maior que tudo. Como nos livros! Sou ingênua, eu sei. Desculpa pelo constrangimento. Eu só vim aqui porque precisava me despedir. – a menina rira em deboche do último comentário – Quem eu quero enganar? – continuou – A verdade é que vim aqui com minha última esperança, porque se você me ama, então é a hora de dizer. É a hora para largarmos tudo. Amanhã me caso, e em seguida seguirei com meu marido para longe. Então por favor, é a hora de dizer o que sente. – despejou tudo a garota.

- Eu te amo. Amo tanto que nunca pensei ser possível. E é por isso que vim aqui, todos os dias te esperando, porque você precisava saber que não amava sozinha. Eu amo tudo em você. E o que você é, não o que não tem. Amo sua pessoa, e não seus bens. Mas não posso largar tudo, eu não posso fazer isso. A minha vida inteira fui criado para isso. Assumir o trono, casar com a Pansy. Ser um rei. É o que eu sou, e por todo amor do mundo eu não poderia abdicar disso. – respondeu o menino gritando.

- Tudo bem, se você é covarde demais para abdicar disso, então realmente não merece o meu amor. Eu preciso ir, espero que você seja feliz com tudo que conquistou. Adeus Malfoy,- responderá á lhe dando as costas.- E ah, vinda longa ao rei – disse a castanha se virando para vê-lo pelo o que ela pensava ser a última vez.

Sentiu um apertão em seus braços e quando percebeu os braços fortes de Draco a seguravam. A diferença de altura era nítida, mas ainda sim os lábios quase se encostavam. E mais uma vez, aquela nuances de cores, os castanhos no cinza, e o cinza nos castanhos.

- Não posso deixa-la ir sem sentir seus lábios nem que uma única vez. – Não houve tempo para respostas, o loiro tomara seus lábios em um beijo que guardava toda a magoa pelo destino, todo o amor que sentiam e toda tristeza por ser o único beijo dado.

As horas passaram [...]

Acordou com os raios solares batendo em sua face, e quando se mexeu não sentiu mais o peso da garota que antes estava adormecida em seus braços. Notara que estava sozinho, que suas roupas ainda se encontravam no mesmo lugar de ontem a noite, como deixará, mas sem as roupas dela. Então a realidade veio. Ela partiu! E junto qualquer esperança de uma vida com ela. Ele sabia que a culpa era toda dele, ele fora covarde de mais. A vida havia lhe dado a melhor coisa do mundo, o amor dela. Ele a amava e era amado, e ele foi covarde demais para abandonar os seus deveres por ela. E ela havia partido. Havia cumprido sua palavra, se amaram uma única vez.

Hermione Granger, a filha de camponês que conquistara o amor de um príncipe de linhagem pura e rica, que fora a única pessoas capaz de conhece-lo como ele era de verdade, a única que o amara por quem ele era, e não o que tinha, ela o seu milagre, havia ido embora junto com qualquer esperança que o destino tinha para os dois.


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