Víctimas Del Pecado escrita por Miss Addams


Capítulo 48
Dulce - 24




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Dulce

: - Aaaaaaaaaaaah! – eu gritei tortuosamente com um pano na boca para abafar o som, sem saber como já que minhas cordas vocais não aguentavam mais, meu corpo não aguentava mais.

:- E agora se sente melhor? - ele perguntou, além do tom de ironia, eu poderia não enxerga-lo nitidamente por que meu cabelo estava a frente do meu rosto. No fundo eu sabia que ele tinha um sorriso no rosto. Sorriso esse que só aumentava quando eu sofria mais.

Ele se aproximou e tirou o meu cabelo do meu rosto, me obrigando a olhá-lo, eu vi o rosto e pior eu vi a câmera do celular dele.

:- Me esqueci que não da para escutar você, com esse pano na boca. – falou com um falso pesar. E grosseiramente tirou o pano da minha boca e apesar de conseguir respirar melhor, meu corpo estava esgotado não aguentaria por muito tempo. – E agora se sente melhor? - repetiu a pergunta.

:- Por que não vai para o inferno, Rodrigo! – consegui falar rude, por que das vezes eu não tinha mandado ele por pensamento não tem o mesmo efeito, ao vê-lo escutando. – E você também Eugênio. – eu falei olhando para a câmera.

Rodrigo soltou um riso e virou o celular para o seu rosto, desde que começou a me tortura por pura diversão, ele gravava tudo, cada reação minha, cada sofrimento para que o meu carrasco pudesse ver. Eugênio queria me matar, mas antes queria que eu sofresse o que eu não entendo é, por que ele não está aqui. Fazendo a tortura pessoalmente.

:- Está vendo Eugênio, ela está adorando tudo. – ele sorriu para a câmera como um louco. – Veja só o seu estado, ela passou por tortura que outras mulheres imploraram pela interrupção, é muito forte mesmo. Ainda assim está acabada veja, você ainda transaria com ela assim, Eugênio?

Eu senti nojo.


De tudo. De mim. De Rodrigo. De Eugênio.

Claro que tudo o que Rodrigo fazia era para me torturar por mais que ele passou mais de duas horas me torturando com choques, nada se comparou com o que disse, eu já dormi com Eugênio.

Meu cérebro soltou diversos alertas que eu tinha que revidar de alguma forma e já que ele me torturou com palavras e pelo psicológico eu faria o mesmo.

:- Continua rindo e brincando, Rodrigo, o seu manipulador ainda está no comando. – eu falei soltando risos de dor também.

:- Do que fala? - ele parou com o que fazia.

:- Do obvio. Enquanto você está aqui me torturando, por mais divertido que possa ser para você. Onde está Eugênio? - levantei a sobrancelha – Deve está num hotel luxuoso como esse apenas aproveitando, te manipulando de longe, por que quando essa tortura acabar e a polícia chegar, você vai ser o primeiro a ser preso e condenado. Sabe o que vai acontecer? Eugênio vai se livrar por que está longe.

:- Não fale besteiras Dulce, você não sabe de nada.

:- Pode ser, mas o que eu e você sabemos é que o esquema de vocês vai acabar e quem será o primeiro e pior punido por conta disso será você. Sempre foi manipulado por Eugênio deve ser manipulado por Gonzalo também.

:- Por que você não cala a sua boca, calada fica mais bonita.

:- Confessa que você tem medo. – eu não parei, não tinha o que perder mesmo. – Que aqui você está sozinho mesmo que tenha alguns de seus homens no hotel, eles não serão páreo para te defender. O fim da linha está chegando, marionete.

Rodrigo mudou de expressão e de postura esqueceu o celular na sua mão e se aproximou novamente de mim. Furioso. Lembro uma vez que na Universidade ele uma vez foi chamado de marionete e ficou transtornado, talvez se eu mexesse com o seu psicológico também eu pelo menos teria alguma pequena diversão.

Entretanto eu deveria saber, brincar com louco é pedir para ser punida, como eu fui. Com a outra mão ele me deu tapa tão forte que me fez virar o rosto e eu sentia o sangue acumulado fora a ardência no rosto. O que me machucou mais foi o anel que ele tinha na mão.

:- Perdeu a oportunidade de ficar calada. Nunca mais insinue que sou uma marionete, Dulce, como eu disse você não sabe de nada. – ele falou sério. - Eu prefiro dizer que sei obedecer as hierarquias, sei que entrei num labirinto sem saída. Uma hora o bicho papão vem me buscar. – ele voltou a sorrir, entendi que naquele momento mais que nunca ele não tinha limites. – mas, enquanto seu lobo não vem, eu me divirto com a chapeuzinho vermelho. – tirou um lenço com a mesma mão que me deu um tapa, passou o lenço no meu rosto, senti uma dor agonizante. Não tinha sentido antes, o tapa e principalmente o anel dele tinha me causado uma ferida. – Pronto, agora está melhor. Ou não. – ele deu uma olhada em todo o meu corpo amarrado. – Vamos seguir com o gran finale.

:- Como você deseja morrer Dulce?

:- Talvez sem esses equipamentos de tortura. – indiquei com o corpo. – Sempre pensei na minha morte como algo rápido e certeiro. Até por que eu já morri uma vez, quando me condenaram por um assassinato que não cometi. Aquela morte foi lenta, brutal dia a dia. Se eu tenho uma opção, seja eficaz, ao menos alguma vez na vida Rodrigo. – comentei.

Ele ficou me encarando surpreso com o que eu comentei dava para ver em seu rosto.

:- Como não me conhece como assassino, devo lhe dizer que de certa forma sou misericordioso costumo realizar esse último desejo das minhas vítimas. Entretanto, infelizmente não vou poder atender o seu pedido, eu já havia planejado isso há algum tempo desde que soube que eu fiquei encarregado...

:- Por que não é ele que está aqui? - eu realmente queria saber isso. – Eu sei que ele está escutando a conversa, o seu celular está ligado.

Rodrigo pensou por um momento e antes que ele pudesse abrir a boca, o seu celular emitiu um som indicando que ele recebeu uma mensagem, eu sabia por que tinha escutado aquele som várias vezes desde que eles me sequestraram.

Leu a mensagem e depois me olhou.

:- Ao que parece ele não quer que você saiba. Tanto faz, eu vou dar minha humilde opinião. É uma pena matar uma mulher como você, alguém que ele manipulou e usufruiu da maneira mais prazerosa possível. – me olhou malicioso e eu senti vontade de cuspir em sua cara, o que ele falou não fazia sentido ainda.

:- Diga a ele que é um covarde.

:- Escutou isso Eugênio? - Rodrigo riu. – Mas, agora se me der licença eu tenho uma tarefa para concluir. – não esperou nenhuma outra resposta de Eugênio e jogou o celular na cama.

Rodrigo se aproximou perigosamente de mim. Eu sentia pânico tentava me controlar com uma força absurda que não sabia de onde estava vindo. Ele retirou todos os fios que estavam grudados para me torturar e quando pensei que ele soltaria minha corda, ele apertou ainda mais, eu estava sufocada era difícil respirar.

:- Pronto acabei. – ele se afastou um pouco de mim. – Está confortável boneca? – ele sorriu. Forcei um sorriso e mesmo amarrada, consegui mostrar o dedo do meio para ele, que riu.

:- Sempre gostei do seu senso de humor, Dulce. E te admiro, sabia? Nem mesmo preste a morrer, você o perde, será uma pena o mundo perder uma mulher tão bem humorada. – Ele tinha se aproximado e agachado, na minha frente, apertando meu queixo, mesmo comigo me debatendo, com o nojo que sentia dele. – E gostosa como você. – ele olhou para meu corpo novamente sorrindo malicioso e eu fiquei mais incomodada por que dava para ver o seu olhar de perto.

:- Sabe estou pensando seriamente em me divertir um pouco, afinal, você vai morrer. – Rodrigo frisou isso mais uma vez e não foi por sua ameaça que eu fiquei temerosa e sim por que eu sentia que esse momento estava perto, aquela ameaça seria cumprida. Ela não o subestimaria, não depois de tudo o que passou com ele esses últimos dias. Rodrigo era um rato, mas um rato que tinha a capacidade de matar.

Ele em pé na minha frente até chegou a abaixar o zíper de sua calça, mas seu celular apitou e ele foi ver o que era.

Comecei a respirar profundamente aproveitando esse momento como se fosse a última ação que eu teria nessa vida.

:- Ah que pena boneca. Houve uma mudança de planos sabe de uma coisa Eugênio é egoísta, não sabe dividir. – Ele guardou o celular no bolso e voltando com as mãos subiu o zíper. – Tenho um encontro também e devo agilizar o serviço aqui. Quer dizer que você vai morrer frustrada, não é? – Ele riu. E tive vontade de vomitar, por conta daquele ser desprezível, mas estava com medo.

Medo de morrer.

Rodrigo pegou um galão de gasolina e jogou por todo o quarto então era assim que ele planejava a minha morte? Depois de todas as torturas que me fizeram. Assim que ele terminou de jogar onde queria a gasolina pegou um isqueiro no bolso de trás, me olhando sorrindo frio, mostrando como poucas vezes sua real face, um assassino. Fingiu que jogaria o isqueiro, mas ele pegou um cigarro e o acendeu andando para a porta.

Me olhando sorrindo e fumando, ele acenou.

:- Adeus Dulce. – Riu. E eu fechei os olhos por que não queria ver o que aconteceria a seguir.

E com meus ouvidos consegui escutar um baque forte no chão e estranhando por não escutar nada mais que isso. Eu voltei a abrir os olhos. Um isqueiro ou o cigarro não faria um barulho tão grande.

Paralisei por instantes ao ver Rodrigo estirado no chão e a imagem dele fora do quarto ainda como se tivesse se materializado com as minhas preces, antes de entrar realmente no quarto pegou o cigarro que caiu e veio na minha direção totalmente sério, com expressão fechada que o deixava absurdamente sexy. E eu só conseguia respirava rapidamente surpresa por ele está ali.

:- Seu anjo da guarda estava de folga e eu vim no lugar dele. – ele tragou o cigarro e soltou a fumaça, me olhando ainda sério apesar da forma tranquila de falar. – Custa você me escutar Dulce? Eu repeti tantas vezes e você não me escuta. CARALHO! Você podia ter MORRIDO! – ele arregalou os olhos se aproximando com o seu surto repentino, demonstrando realmente suas emoções.

:- Antes de brigar comigo pelo menos me desamarra, antes que o rato acorde. – eu mordi os lábios, feliz por vê-lo ali e terrivelmente aliviada.

E ele com o cigarro na boca veio me desamarrar todo bruto e em suas mãos que não deixavam de tremer, mostrava que ele também estava aliviado por me ver viva.

:- Pronto agora você vai me escut... – ele tirou o cigarro da boca, soltando a fumaça depois que terminou de tirar as cordas que estavam tão apertadas, que deixaram marcas vermelhas no meu corpo, nos braços. Eu não esperei que ele começasse a brigar comigo de novo. O beijei.

Como nunca o havia beijado ninguém na minha vida, aquele beijo era a forma mais real e concreta que eu tinha de mostrar que estava viva, que ainda tinha muita história pela frente apesar da ardência pelo machucado que Rodrigo havia me feito.

E ele por sua vez retribuiu bruto, selvagem como eu gostava, como ele era.

:- Nunca fiquei tão feliz por te ver. – consegui falar com minha testa grudada na dele respirando ofegante em sua boca vermelha.

Antes que ele pudesse falar ou reclamar de algo, ouvimos Rodrigo se mexer, logo levantamos, de mãos dadas. Poncho deu um chute forte nas costelas dele que se contorceu de dor, pela tensão que sentia dele aquilo era o começo das vontades de descontar a raiva que sentia por Rodrigo.

:- Eu devia usar esse cigarro para acabar com sua raça. – Poncho tragou mais uma vez o cigarro e soltou a fumaça, na cara dele, que não abria os olhos. Mas, vou me contentar com isso, ele tirou da cintura um revolver e apontou para ele, atirando.

Acertando em cheio o alvo. A perna dele, o grito de dor de Rodrigo foi torturante visualmente, mas eu não expressava nada, nem pena, nem dó. Eu sentia felicidade me lembrei de cada sorriso que ele soltou quando me escutava gritar de dor, a roleta girou e aquela era a minha vez de se divertir.

:- Assim ele não vai ir para lugar nenhum até a chegada da polícia.

:- Você chamou a Polícia, Poncho? Por quê? – perguntei enquanto saímos andando em um dos luxuosos hotéis de Los Angeles.

:- Agora não é o momento de te contar precisamos sair daqui, o mais rápido possível, pelo menos por enquanto. – E paramos de frente ao elevador entrando.

Não reconheci o hotel enquanto eu saia dali com Poncho quando entrei estava dopada, não sei como fizeram para me colocar dentro do quarto sem levantar nenhum suspeita de ninguém.

Tanto Poncho quanto eu não nos separávamos, nossas mãos pareciam se fundir de tão enlaçadas que estavam, eu a apertava para me lembrar que agora eu tinha quem recorrer e ele eu suponha que não queria me perder.

Chegamos a saída do hotel até então nada suspeito, soubemos disfarçar bem nossa tensão, caminhamos para o outro lado da rua onde estava estacionada uma moto com o olhar de Poncho logo entendi que ele queria que eu subisse, ainda sem muitas dúvidas a serem tiradas.

Nunca alcancei tamanha velocidade, me agarrava nele ainda atenta a qualquer ameaça que poderia surgir. Alguém nos poderia seguir, com a rapidez da moto de Poncho chegamos ao Parque Nacional de Los Angeles.

:- Pode falar comigo agora? – perguntei sentindo a adrenalina se acalmando em meu corpo.

:- Ainda não temos que estar longe o suficiente. – ele falou de um modo grosso, não por vontade eu pude identificar, mas por ele estar nervoso com a situação. Já tinha visto isso antes.

O vi estacionar ainda nervoso a sua moto e eu impaciente assim que desci comecei a caminhar pelo parque sem esperá-lo, tinha a necessidade de ver a natureza mesmo que de um parque para que eu acreditasse que tinha me livrado da morte.

:- Poncho se não fizemos nada de errado e dessa vez estamos do lado da polícia, por que fugimos? – perguntei assim que ele se aproximou diferente, dessa vez com sua postura superior e fria.

:- Por que eu tinha que conversar com você antes para entender o que aconteceu. Só eu sei a dificuldade que foi te encontrar ainda mais com o sumiço de Eugênio e Rodrigo. A única coisa que eu tinha que agir o quanto antes para salvar você por que até a polícia ir ao seu regate demoraria poderia ser tarde demais. – ele me olhou, e o suor pingava da sua testa por toda a ação que tivemos.

:- Mesmo brigados eu não poderia deixar minha aliada de lado. – ele sorriu presunçoso.

:- Obrigada, Poncho. – ele se surpreendeu, por minha forma gentil de falar. Nunca o tinha agradecido, nem quando ele me tirou da prisão. – Eu nunca fiquei tão feliz por te ver, se não fosse por você eu estaria com Felipe num momento desses. – eu sorri e ele fez uma careta de desgosto.

:- Eu senti falta do seu senso de humor. – ele balançou a cabeça encostando-se numa espécie de grade do parque e eu o segui.

:- Eu senti falta de você. – O olhei pela intensidade das suas palavras, pelo significado delas. E ficamos nos encarando.

:- Me conta o que aconteceu? – me perguntou me olhando de uma forma estranha para alguém como ele.

:- Fui sequestrada por Rodrigo, me surpreendi quando numa noite estava no México e na outra em Los Angeles. Desde o começo eu sempre soube que tinha sido Eugênio, justamente por essa descoberta eu fui punida.

Antônio suspirou antes de me perguntar.

:- Ainda assim você gosta dele, verdade? – ele me olhou sério e eu estranhei aquela pergunta, naquele momento.

:- Claro que não. – Sorri com uma convicção falsa.

:- Quando eu estava na prisão me disseram algo que pode servir para você, muitas vezes quando nos damos conta de que a pessoa que nos amamos, comete erros e também tem virtudes, mas especialmente se equivoca isso pode chegar a doer e muito. – ele engoliu saliva para continuar. – Se rompeu uma ilusão e não pode voltar outra vez nisso, mas isso que se trata a vida de realmente nos damos conta de que não se pode ter tudo, isso é igual a crescer.

:- Poncho o que você quer dizer com isso? Eu… - Eu comecei a falar, mas fui cortada por ele que colocou o dedo indicador na minha boca.

:- Dulce, eu sei que por mais que negue sente algo muito forte por Eugênio ainda, tanto que você o ajudou e isso me fez ficar cego de ciúmes e romper nosso pacto. Mas, hoje eu passo por cima de tudo e sou seu aliado, servo, escravo, comparsa, amante o que for e faço tudo por você, por que... – Ele se aproximou mais e eu fiquei nervosa. – Eu amo você.

Se me perguntassem agora o que eu estava sentindo. Eu simplesmente não saberia distinguir as várias emoções que tomavam o meu corpo. Aquilo estava acontecendo mesmo? Ele tinha me dito que me amava. Eu? Logo eu que nunca o tratei bem, antes de nos envolver nem tínhamos muito em comum, depois de nosso pacto sempre o provoquei das piores formas. Como ele foi se apaixonar por mim?

Não fazia sentido algum. Nada.

Aquilo não estava certo. O que deveria existir entre nós era o desejo tão intenso que chegava a queimar a pele, desejo de vingança, nosso desejo nosso sexual. Nada mais que desejo. Porque ele gostaria de uma mulher como eu que brincou com ele, que o trocou para viver uma paixão impossível essa mesma que veio a se tornar o meu pior inimigo.

O que eu não queria enxergar era Poncho mesmo tinha me dado indícios que ele estava apaixonado mesmo depois de nossa briga quando ele me rejeitava, eu não queria ver por que mesmo que sempre tivesse sido apaixonada por Eugênio, sempre senti algo muito forte por Poncho.

E finalmente aceitando essa verdade fui tomada por uma coragem libertadora, como quando um pássaro descobre que possui asas e pode alcançar novos e altos voos. Eu não disse nada após usa declaração, apenas o beijei.

Com vontade, dominada pela saudade que sentia de tudo. E ele também me correspondeu a altura cada movimento, respirando profundamente. Quando cruzei meus braços por trás de seu pescoço depois de me cansar de bagunçar os seus cachos ele se aproveitou para passar suas mãos em minhas costas descendo até a cintura apertando me trazendo mais próximo a ele, enquanto partia o beijo.

:- Não, não, não! – ele negou com a cabeça e tirou uma de suas mãos da minha cintura e apoiou o indicador sobre minha boca que ele tinha acabado de devorar. – Não fala nada, não estou te cobrando nada.

Se antes eu não sabia dizer o que sentia após esse beijo menos ainda, o que poderia dizer é que, definitivamente aquela era uma emoção nova para mim. Eu estaria mentindo se eu dissesse que não tinha curiosidade de conhecer esse Alfonso Herrera que estava na minha frente, parecia um completo desconhecido e já que eu não poderia falar, eu beijei os seus lábios mais vezes.

:- Eu preciso que me escute agora. – ele voltou a ter uma sombra em seu olhar. – Tivemos que sair rapidamente do hotel para que os comparsas e outros traficantes aliados de Rodrigo aparecessem eles estavam escondidos, à uma hora dessas depois de sua fuga e do ferimento de Rodrigo saíram de seus esconderijos e devem estar presos. A polícia mexicana e a americana fizeram uma parceira, existe todo um jogo de interesse para prender absolutamente todos. – ele parou de falar para desviar o olhar e após trancar seu maxilar me olhar novamente. – Inclusive Eugênio.

E essa foi a minha vez de desviar o olhar, Poncho sem deixar que um clima tenso se instalasse entre nós continuou falando.

:- Todos nós temos um plano e ele precisa continuar a ser executado. – ele falou de uma forma que eu também estava incluída nisso.

:- Eu não tenho a mínima ideia da localização dele, não com precisão, na verdade sei que está hospedado num hotel de luxo. Mas, não sei dar nenhuma identificação.

:- Ele devia prever algo assim. – Poncho adquiriu um tom irritado. – Mas, existe uma forma de tirar esse caçador do escuro.

:- Qual? – perguntei me afastando, tentando imaginar o que ele planejava.

:- Ligue para ele. – tirou do seu bolso o meu celular e eu fiquei surpresa. O contato que eu tinha de Eugênio estava numa agenda secreta que só eu tinha acesso, era uma das formas de ocultar meu caso com ele.

Fui até a agenda e selecionei a ligação e a opção de auto-falante, Poncho logo me pediu silenciosamente o celular e eu lhe entreguei.

:- Aqui é Alfonso. – ele falou. – Vou ser direto com você, tenho algo que você deseja muito.

Do outro lado da chamada escutei um riso e logo após a voz de Eugênio ecoou do meu celular.

:- Está muito enganado se acredita que quero a Dulce. – soltou mais um riso irônico. – Já fui informado que está com ela.

:- Quem disse que eu falo de Dulce? – Poncho não só surpreendeu Eugênio como a mim. – Já disse que eu vou ser direto com você, sabemos que você veio para os Estados Unidos atrás de Angelique, pena que não conseguiu encontra-la até agora.

:- O que você quer realmente Alfonso? – aquela voz era de Eugênio, mas esse tom eu nunca tinha escutado antes, aquele era o caçador.

:- Eu sei a localização dela, uma das vantagens de quase ser pai de Enzo, ela deixou escapar essa informação faz muito tempo, nem ela deve lembrar disso. Eu tenho uma proposta para você.

:- Qual é?

:- Conto a localização e a forma que você vai fazer para encontrar Angelique.

:- Como vai fazer isso e por que?

:- Não tenho problema nenhum em contar onde está Angelique, entretanto vou contar pessoalmente, é isso que eu quero. Te encontrar Eugênio para um acerto de contas final.

Houve um momento de silêncio Poncho e eu nos encaramos, eu fiquei apreensiva e ao mesmo tempo ansiosa.

:- Está propondo um safári é isso? Uma última partida de caças a batalha final entre o caçador e suas presas.

:- Pense como quiser. – Poncho foi friamente indiferente a definição provocativa de Eugênio, não importava como eu sabia que Poncho queria que ele aceitasse esse desafio.

:- O nosso encontro será no Central Parque, aqui em Nova York, hoje. Até logo Alfonso. – ele não aceitou o desafio como disse sua localização e depois de esperar alguns segundos. – Até logo Dulce. – E desligou depois do convite indireto.

Se ele estava me desafiando, eu tinha aceitado. Estaria nesse encontro. Alfonso me entregou o meu celular e fez uma ligação do seu celular não conseguia entender muito até ele finalmente desligar e após um suspiro me explicar.

:- Como eu te falei a polícia quer prender todos, já encontrei uma forma dele aparecer, mas menti com relação ao nosso encontro. Vamos agora para Nova York nesse instante e de uma vez por todas colocar um ponto final nessa história.

Era absurdo lembrar do meu pensamento de quando acordei hoje, estava seqüestrada jurada de morte e agora eu tinha a chance de ter finalmente tudo o que mais sonhei durante esses últimos anos.

A minha vingança completa.

Esse encontro estava depositado tudo, minha vida e a vida de Poncho, tudo o que sofremos, planejamos e executamos dependia desse encontro. Era o final de uma era sombria. A vingança seria concluída, só restava saber o final dessa história seria marcado como o seu começo? Por sangue?

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