Assassinato no Fim de Semana escrita por Karura-chan


Capítulo 14
Reencontrando os colegas




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       Cheguei numa salinha onde encontrei o pessoal todo, exceto o professor, o diretor e a Dona Marta.

- Carla!! Achei que tinha acontecido alguma coisa a você! – disse a Cibele, com lágrimas nos olhos, enquanto corria pra me abraçar.

Todos olharam pra mim. Uns com a cara mais desconfiada que outros, mas todos pareciam querer explicações.

- Onde você estava, sumida? - perguntou Cibele enquanto me conduzia pra uma cadeira.

- Eu fui a primeira a encontrar o Rafael...- eu disse olhando pra janela pra não ver o rosto de ninguém. – Então gritei pra alertar o professor. Mas como eu pensei ter visto um vulto, sai correndo atrás.

- Você é doida???! Podia ter morrido também! – se alarmou Cibele.

- Achei que seria melhor buscar justiça, porque ajuda eu já tinha providenciado quando pedi socorro.

- Então pra onde você foi depois? – continuou Cibele.

- Eu segui o suspeito pela tubulação de ar, mas acabei caindo na sala onde estava o detetive que ficou investigando vocês. – eu dei uma olhada de soslaio pra sala e senti uma atmosfera de descrença, então logo “olhei pro nada” de novo e continuei. – Os seguranças dele me prenderam e ele começou a fazer um monte de perguntas. Então me conduziram a uma sala fechada e falaram que eu ficaria ali até maiores esclarecimentos. Soltaram-me agora pouco e eu vim aqui.

- Você não parece estar triste. Nem ta choramingando que nem as outras garotas... – provocou-me o Rogério.

- Eu não creio que precise de lágrimas pra provar minhas lástimas. Eu sei que o que aconteceu é uma tragédia, mas lágrimas não podem mudar nada.

- Ela tem razão, o que devemos fazer é achar o culpado! – me apoiou Thiago. Pensei em agradecê-lo, mas senti, mesmo ele tendo os olhos cobertos pelos óculos escuros, que quando ele disse culpado olhou fixamente pra mim. Acho que minha história não fora muito convincente.

- E a gente vai ficar preso nessa merda até quando? – se queixou Jéferson.

Ninguém respondeu. Após um tempo começaram umas conversas. Logo após o professor chegou e me chamou.

- Carla, eu e o diretor já sabemos onde você estava. Mas tudo bem com você? Não quer uma água com açúcar? -  perguntou me olhando de cima a baixo.

- Não, obrigada mesmo professor, o pessoal do detetive me tratou bem.- respondi.

- Então ta. – depois se dirigiu ao pessoal -  Galera, devido aos acontecimentos, acho que teremos que cancelar a peça , pelo menos por um tempo indeterminado. Mas agora não devemos ficar nessa atmosfera opressiva! Caminhem pra espairecer a cabeça! Tentem se distrair! Foi recomendação do próprio detetive.

Então imediatamente o Rogério e seu bando já saíram pra andar. Pouco depois uns ou outros  foram se movimentando e saindo.

- Carla, eu acho que vou sair pra tomar uma água com açúcar. – disse-me a Cibele - Quer vir, Cornélia?

Ela aceitou e ambas saíram. Achei estranho não terem convidado a mim também, provavelmente iam comentar o que achavam de minhas atitudes suspeitas...

- Carla, foi você que achou o corpo não? - me perguntou de repente a Paula.

- Sim, fui eu.

- Você acha que ele morreu mesmo enforcado?

- Não faço a mínima idéia, acho que sei menos dos acontecimentos que vocês. - disse tentando fingir não ter conhecimento do assunto.

- Sei.. e esse tal detetive, como ele é? – acho que na verdade isso é o que ela realmente queria saber. O resto fora um pretexto. Ela devia ter ficado cismada com o L por causa do modo dele falar, cheio de chans e kuns...

- Não pude vê-lo bem. Os seguranças dele logo me seguraram!

- E onde é que esse detetive está?

- Lamento, mas ele me pediu pra não falar. Isso pode complicar as coisas pra mim...você sabe , né?

- Ah, ta. – pareceu meio decepcionada - Pois então ta bom, eu vou pegar uns comprimidos pra minha dor de cabeça. Vou indo -  disse sorrindo e ia saindo.

Pra quebrar esse clima pesado, resolvi fazer uma brincadeira:

- Até depois então, Cití!

Ela me olhou e sorriu, depois continuou a caminhar.

- Como disse?-  me perguntou o Thiago também de repente.

- Cití, é o apelido da Paula. -  expliquei sorrindo.

- Não sabia... Mas Carla,  porque você voltou pra procurar o Rafael? – eis outro que arranjava qualquer pretexto pra me  investigar.

- Eu fiquei preocupada, ué! Ele estava demorando então resolvi procurá-lo. – expliquei.

- E como você foi parar na tubulação de ar? -  insistiu ele.

- Eu subi pelo muro aqui do lado da escola. - e antes que ele continuasse com o inquérito, eu disse: - Agora, Thizinho, se não se importa eu tenho de falar com a Dona Marta! – e sai andando.

Sei que isso era pior pra mim, agora sim eu estava mais suspeita, mas não tava afim de perder tempo me explicando. Com o tempo a verdade seria revelada. Assim eu esperava...

No caminho, pra meu azar, esbarro no Pedro, que estava voltando pra sala.

- Nossa, Carla, que pressa! -  disse ele com um sorriso meio triste.

- Pois é, é que eu preciso falar com a Dona Marta, com licença. - e empurrei ele levemente pro lado pra que eu passasse.

Mas o infeliz não saiu.

- Ah ta, -  e me segurando de leve continuou – mas só por curiosidade mesmo, onde está esse detetive?

- Pergunta pra Paulinha que eu contei já tudo pra ela! Licença. – ai beijei o rosto dele como despedida e sai logo esquiva antes que ele me detivesse.

Sai pelo caminho e encontrei o Marcelo olhando o céu pela janela. Resolvi ser educada e falar com ele.

- Oi, Marcelo, tudo bem? – perguntei polidamente.

-Ahn!? Ah, claro! -  levou um pequeno susto, parecia estar distraído. – Estou bem sim e você?

- Estou bem também. – disse sorrindo.

Depois de uma curta pausa ele disse:

- Carla, sinceramente, você acha que esse detetive é grande coisa? – perguntou refletindo.

Eu pensei em responder que achava que era bom sim, mas...achei melhor fazer uma provocaçãozinha ao Ryuuzaki. Ehehe.

- Pfff! Aquele!? Parece ser um charlatão! Nem vem fazer as investigações, você reparou?

- Isso mesmo, – pareceu se animar, e olhou pra mim – era nisso que eu pensava! Eu até desconfio que nem seja mesmo um detetive de verdade...

- É possível, ele me pareceu não ter método nenhum, nem parece saber o que faz! Na minha opinião a investigação dele não vai dar em naAAAda! – dei um gritinho de repente e levei a mão ao ouvido. O baka do L havia posto um ruído insuportável no microfone!

- O que foi Carla?! Tudo bem!? -  perguntou-me o Marcelo e pôs a mão em meu ombro.

- Ah, não foi nada! - sorri de orelha a orelha.  – Foi só um pernilongo que acho que me mordeu,  ou coisa parecida. Ahahah. Mas pensando bem, é melhor eu ir indo! Tenho que falar com a Dona Marta! Até – e sai apressadamente.

Por um reflexo numa janela vi o rosto atônito do Marcelo.

- L seu ..seu! – sussurrei pelo microfone.

Me desculpe, Carla-chan, teve uma falha de transmissão, peço desculpas.” – disse L pelo microfone. Que mentiroso cínico!

Então, cheguei ao refeitório.

- Dona Marta! Tudo bem? - cheguei sorridente a ela.

- Oi, minha fia! Cê tinha sumido! Fiquei preocupada co’cê! – disse sorrindo também.

- Ah, eu estava com aquele detetive, sabe...mas uma coisa Dona Marta, alguém mexeu na despensa além da senhora? – perguntei simulando mera curiosidade.

- Não fia, ele trusseram as caixa e eu arrumei tudo! Eu tenho uma arrumação só minha, que ninguém faz igual! Se fizer de outro jeito daí eu num acho as coisa...ninguém mexe não se eu não deixar, se não dá uma confusão...é que todo mundo tem um jeitinho de deixar, né? – aproveitei a pergunta retórica pra interrompê-la.

- É sim, claro, mas outra coisa, alguém veio aqui pegar alguma coisa além da senhora? – indaguei novamente.

- Não que eu vi...daqui cuido eu!Ahaha – e riu um riso meio esquisito e próprio dela.

Ri também pra não chateá-la, até que L sussurrou em meu ouvido: “Carla-chan, poderia pegar e olhar essa folha a sua direita?”. Então reparei que ele se referia a lista de pedidos de almoço que o Thiago tinha feito.

Estava escrito:

“ Thiago – X-burger, fritas, suco uva, pudim. (catchup, mostarda)

Pedro – pizza, fritas, refri uva, bolo chocolate

Cibele – misto quente, salada maionese, refri laranja, pudim.( molho salada)

Cornélia – cahorro-quente, suco laranja, bolo chocol (catchup)

Marcelo – pizza calabresa, fritas, mousse chocol

Rogério – x-burguer, fritas, refri cola, bolo chocol (cat, most)

Diogo – feijoada, farofa, salada maionese, refri coca, bolo chocol

Felipe – misto quente, fritas, refri coca, bolo chocol (cat, most)

Paula – sanduba natureba, suco verde (adoçante), salada alface cenoura tomate, pêra

Carla – misto quente, suco  laranja, pavê dois choco

Rafael – cachorro-quente, fritas, refri coca, bolo choco (cat, most)

Jéferson – cachorro quente, refri coca, pudim (cat, most)”

 - Isso sem falar no salário baixo! – Dona Marta continuava falando. – A gente se mata aqui e nem é reconhecido!

- Obrigada mesmo, Dona Marta, a gente se vê. Agora que eu lembrei, eu tenho de falar com a Cornélia, até mais! - eu disse e sai. Ela se despediu.

“Carla-chan, poderia ir até a biblioteca verificar se lá se encontra o livro que Pedro-kun diz ter devolvido?”, disse-me L pelo microfone.

 Assim, me dirigi à biblioteca.


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