A Nossa Historia escrita por Lilly Belmount


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!
Um beijo para a minha leitora Aylla ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/629875/chapter/6

A aula daquele dia consistia em aprenderem a libertar a sua imaginação criadora. Era como fazer uma mágica e viver presa nela durante horas. Quanto mais se alongavam mais leve o corpo ficava, flutuava pelos ares. Uma das grandes mágicas que apenas o teatro conseguia libertar das pessoas.

A música suave acalmava a respiração dos alunos. O doce toque da harpa que os conduzia a uma dimensão fora da realidade que viviam. Margareth gostava do que via, naquele exato momento todos os seus alunos mantinham o semblante calmo e sereno como verdadeiros anjinhos.

— Neste momento eu quero que se concentrem na respiração. Sintam o ar entrando e saindo, o desenho que se forma até encher os seu pulmão... a mente vai ficando vazia, uma luz colorida emana energia que faz bem a cada um. Sinta, toque essa luz. Expresse a vontade do seu corpo. — Margareth ficou feliz com os primeiros movimentos realizados pela turma — Ainda de olhos fechados, vão criar um portal com a ponta do dedo, mas cada toque revela um pouco do outro mundo que os aguarda. Aos poucos um mundo diferente pode ser visto por vocês. Continuem abrindo esse portal com todo o seu corpo.

A magia da aula se fazia cada vez mais presente em cada um daqueles alunos. Pareciam serem outras pessoas pessoas, seus corpos estavam mais leves. A alegria estampava o rosto de cada um deles. Um novo tipo de interação foi proposta por Margareth. Duplas foram sendo montadas por ela, não gostava que cada um escolhesse o seu parceiro. Tinham de ter contatos com novas pessoas. Margareth supostamente colocou Demetria com Patrick e Amy com Bruno.

Dois casais formados de formas diferentes. Logo começaram a desenvolverem movimentos poéticos e leves. Tinha de haver toque e muita verdade em cada movimento que realizassem, tinham de ser sinceros consigo mesmo e com quem interagia assim quem os assistia se sentiriam tocados da mesma forma. Um ato de responsabilidade e de crença. Cada um dos movimentos deixavam Margareth hipnotizada, causava nela a vontade de se juntar a cada uma daquelas duplas. A magia era envolvente.

De olhos fechados Amy e Demetria se moviam pela sala confiantes. Reconheciam cada lugar em que poderiam tocar sem se machucarem. A forma como se moviam fizeram com que Bruno e Patrick as observassem. Pareciam duas borboletas voando em um belo campo florido. Patrick não conseguia parar de olhar a perfeição dos movimentos, de como era surreal vê-las se exercitando juntas.

— Como é que elas não se cansam? — Sussurava Marcus para Gregório que aparentemente babava pelas garotas.

— Isso eu queria entender.

A música foi ficando baixa e assim as meninas voltaram a si. Margareth não deu tempo para que as próximas duplas se preparassem. Tudo o que ela não queria era que a magia fosse quebrada assim de repente, não precisava que assim fosse.

Bryana estava ansiosa para que a sua vez chegasse, pois Margareth havia escolhido Marcus como seu par. Também pudera, se fosse qualquer um deles qualquer garota se sentiria no paraiso. Eles tinham muito mais a oferecer do que aparentava. Eram garotos que exalavam masculinidade. Era praticamente um capricho dos deusese ter aqueles cinco garotos em sua turma. Não era errado admitir que cada um deles eram maravilhosamente perfeitos, mas seu foco era outro. Ali na escola, Amy tinha de se comportar, mostrar o quanto era dedicada e um exemplo a ser seguido por cada um dos alunos.

Os escolhidos para lhe acompanhar foram os menos interessantes. Aqueles que não se empenhavam em realizar os exercicios propostos. Não aguentava ver a cara de felicidade de Amy e Demetria.

— Quero que preparem algo para a próxima aula. Quero uma atuação dramática. Bruno, Patrick e Amy formarão um trio.

Bryana encarava Amy com um sorriso desafiador. Queria que o seu trio se formasse logo com o garoto que tanto mexia com ela. Nada daquilo fazia sentido algum para Amy, não importava quem era a sua dupla ou algo do tipo, o que importava era que o trabalho fosse realizado com maestria. Para a sua tristeza, Margareth permitiu que Demetria se juntasse a Gregório e Marcus.

— Desculpa professora, mas eu não concordo com o trio que foi formado. Por que essas duas imbecis tem o direito de realizar o exercicio com os alunos novos?

— Como é Bryana? Sou eu quem decido as coisas por aqui. Principalmente na minha aula. Se não se sente a vontade com os seus parceiros, terá de fazer sozinha e será exigido muito mais.

Bryana ia se acalmando. Não queria ter de abandonar os seu companheiros.

— Só não acho correto elas terem toda essa atenção dos novatos. As duas estão mudadas desde que eles chegaram aqui. Será que a senhora não consegue ver? Isso vai acabar prejudicando as nossas aulas.

— Cuida da sua vida, garota! — Esbravejava Amy — Quem você pensa que é para ficar falando a respeito da minha vida? Não te devo satisfação alguma. Vai pentear macaco.

A sala inteira ficou espantada, pois nunca viram Amy agir daquele jeito. Sempre ficava quieta em seu canto esperando apenas o seu momento para realizar o exercicio. Nunca dera trabalho algum enquanto estava em aula. Um exemplo a ser seguido em qualquer lugar. Amy aproveitou para pegar as suas coisas e saiu correndo da sala para se trocar. Não ficaria mais nennhum minuto naquela aula. A vontad e que ela atinha era a de poder bater em Bryana até que ela acabasse perdendo a memória. Era isso que faltava para que aquela garota pudesse manter a cabeça no lugar.

Amy não gostava de deixar de planejar os seus exercicios. Assim teria mais tempo para se dedicar aos seus outros afazeres. No fim de semana ela poderia estar disponivel para seus amigos. Iria passar um tempo ao lado de sua tia. Precisava de um momento com a família de seus pai. O único lado que a compreendia nos momentos mais dificeis. Precisava estar em contato com esse lado familiar, colocar os pensamentos em ordem, refletiria acerca de tudo o que está acontecendo com ela. Tinha de aproveitar o máximo da liberdade que possuia. Não gostava de pensar em ter de deixar a sua mãe na mão de seu padrasto, mas ela também tinha uma vida e ser artista exigia que ela estivesse com os pensamentos ordenados.

A jovem se aproximou de Patrick, precisava combinar algo antes de sair da escola e urgentemente.

— Patrick? Haveria alguma possibilidade de fazermos um pequeno ensaio hoje? — Perguntou ela esperançosa.

— Claro que podemos! Na verdade, os meninos vão lá para casa. Estaremos todos reunidos e você pode ajudá-los a preparem algo para a próxima aula.

— Sem problemas. Deixe o endreço com a Demetria. Tenho um compromisso para resolver, assim que eu retornar passo na casa dela para irmos. — Explicou Amy apressadamente.

Amy despediu-se de Patrick e saiu correndo da escola. Demetria estava preocupada com as histórias que algumas meninas estavam contando a respeito de Amy. Dera sorte ao encontrá-la arrumando sua bolsa na porta de entrada da escola.

— Onde pensa que vai? — Indagou Demetria desapontada.

— Eu queria muito poder te contar toda a verdade nesse momento amiga, mas já estou atrasada.

— Amy, todos estão te achando estranha nesses últimos dias. As meninas falaram que é devido a essa amizade sem explicação que está tendo com o Marcus, mas eu sei que não é apenas isso. — Explicou Demetria pensativa.

— Vai dar ouvidos a tudo o que disserem a meu respeito? Aquelas imbecis só se importam consigo mesmas. Gostam de cuidar da vida dos outros sem o menor problema, mas por favor tente me entender.

— Não vou insistir, mas espero que saiba o que está fazendo. Não quero te ver mal.

— Mais tarde nos falamos.

Amy saiu empolgada com a ideia de seu suposto passeio. Não queria que mais ninguém tivesse envolvido, dizia a respeito de sua família e ela lutaria enquanto pudesse. Faria tudo o que estivesse ao seu alcance, desejava ser feliz novamente mesmo que isso talvez lhe acabasse levando para algum outro lugar.

Ela esperava por algum táxi, infelizmente não estava nada fácil, pois parecia que ela não exista naquele momento. Era tratada como um ser invisível. Não havia nada de atrativo ser tratada dessa maneira. Ninguém tinha obrigação de tratá-la como celebridade, mas o mínimo de respeito era bom. Pelo menos enquanto esperava poderia vislumbrar a fachada da loja de noivas. Sempre foi o seu referencial ao sair ir para o encontro tão importante. Sonhava com o dia que colocaria um daqueles em seu corpo. Não sonhava com algo grande, mas apenas com o suficiente para marcar uma data tão importante na sua vida.

Aguardou mais um pouco, suas esperanças já estavam praticamente se autodestruindo. Nada poderia dar errado naquele dia, fosse em qualquer outro momento menos naquele. Esperou ansiosamente e não iria desistir tão fácil, mesmo que isso lhe exigisse um grande sacrifício. Felizmente uma alma caridosa havia parado diante dela. Só poderia ser obra de Deus. Seu compromisso não seria adiado. Rapidamente ocupou seu lugar no táxi e pediu para que o motorista desse partida. Passou todas as informações necessárias e assim seguiram adiante.

A ansiedade e o nervosismo não deixavam Amy ter pensamentos coerentes para o seu encontro. Sabia que logo suas emoções iriam cair por terra. Nada mais iria importar. Demonstraria o quanto aquela situação a deixava fragilizada e preocupada.

Quanto mais próximo ficava mais o seu coração disparava. Seu corpo já se preparava para as surpresas que estariam por vir. O táxi já estava a uma boa distância da cidade, praticamente entrando no centro da cidade vizinha. Não havia nada demais que pudesse agradar os seus olhos por ali.

O carro a deixou na porta da penitenciaria masculina de segurança máxima. Aquele lugar era horrível demais. Não gostava de ver as pessoas sofrendo mesmo com os crimes que cometeram. Todo ser humano deve ser bem tratado independente de cor, raça, sexo, religião e classe social. As pessoas deveriam ser menos ignorantes umas com as outras e saber respeitar as diferenças. Cada um no seu jeito e na sua forma.

Deixou os seus pertences com uma das agentes e logo foi encaminhada para a sala de visitas. Seu coração disparava só em pensar que tão logo estaria abraçando um alguém tão especial. Uma pessoa que fazia falta na sua vida independente do que pudessem dizer a seu respeito. Aguardou tempo o suficiente para que um do agentes o trouxessem. Logo a porta pesada foi sendo aberta e não mais contendo a ansiedade, Amy abraçou o senhor que estava em sua frente.

— Papai! — Exclamou ela ao abraçá-lo — Como eu estava com tantas saudades dos seu abraços, de te sentir do calor do seu corpo.

— Ah minha querida! Eu também estou com muitas saudades de ti. Fico aguardando o momento de te reeencontrar só para ganhar esse abraço maravilhoso.

— Não vejo a hora de te ver longe daqui, de termos um lugar para vivermos juntos. — Suspirava Amy.

Raymond apontou para a cadeira que ocupava a sala.

— Me conte as novidades da escola de artes minha querida — Pediu ele animado.

— Está indo tudo muito bem, pai. A Margareth tem sido muito atenciosa comigo desde o começo e agora sou sua assistente nas aulas de performáticas. — Contou-lhe Amy sorridente.

— Acho que não é só isso — Observou Raymond — Tem mais alguma coisa ou melhor alguém envolvido?

Amy riu nervosa.

— Nada demais pai. Estou apenas fazendo novas amizades.

— Isso é bom minha filha, mas estas pessoas te respeitam? — Perguntou Raymond preocupado.

— Sim papai. Uma dessas pessoas tem me feito sorrir, conversado bastante comigo. Compartilha praticamente os mesmos ideias.

— Na última vez que você falou a respieto de alguma pessoa dessa mesma forma, acabou se envolvendo num relacionamento sem muito sucesso com o Donnie.

— Desta vez não vou cair nas conversas de qualquer pessoa pai. No meu coração só mora o senhor e ninguém mais. Para conquistar o meu coração terá de enfrentar uma batalha muito grande. Gostaria de encontrar alguém que me compreedesse de verdade, mas os tempos mudaram. Hoje é tão dificil.

— Nada é dificil nessa vida. Só quero que você seja muito feliz, que um dia se case porque ama essa pessoa de verdade, mas não por obrigação ou simplesmente. Um dia vou querer conhecer os meus netinhos mesmo na morte.

Amy sentiu o seu coração se comprimir. Deu a volta na mesa e abraçou Raymond. Não conseguia imaginar a sua vida sem o seu pai.

— Nunca mais fale isso, pai. Será o senhor a me conduzir até o altar — Desejava Amy fortemente.

— Sonhar não faz mal minha filha. Acho lindo esse seu gesto. Um dia quando eu sair daqui, mesmo que a sua carreira esteja no auge, jamais esquecerei o quanto me ajudou trazendo luz, energias positivas, o seu sorriso maravilhoso. Tenho sorte por te ter como filha.

— Vou fazer o possivel e o impossivel para tirar o senhor daqui.

— Pense primeiro em você meu amor! Serei feliz se você continuar lutando pelos seus sonhos. Te amo demais minha filha

O guarda entrou na sala e pediu para que Raymond se retirasse. O horário de visita havia acabado definitivamente. Amy deu um último sorriso para o seu pai. Assim que possível acabaria retornando para mais uma visita. Nunca que ela abandonaria seu pai naquela prisão. Reuniria forças e pessoas para mostrar que seu pai era inocente, que tudo não passava de um engano. Um erro que logo seria reparado.

Pegou a sua bolsa e se retirou da sala escura. O tempo com seu pai foi menor que o de costume, ma antes ter um tempo ao invés de não ter nada. Tomou um outro táxi de volta para a cidade. Agora era hora do grande ensaio. Tinha de se empenhar ainda mais, logo começariam a realizar testes e Amy gostava de dar o seu melhor.

**********

O retorno foi mais rápido do que poderia prever. Horas depois, Amy foi para a casa de Demetria. Ela estava produzida para o ensaio que realizariam logo mais. Estava tranquila enquanto esperava Demetria se aprontar. Sua mente viajava diretamente até seu pai, queria saber como ele estava sendo tratado. Desejava tirá-lo dali o quanto antes. Precisava tê-lo perto de si para lhe trazer alegria, conselhos e um abraço protetor.

— Espero que eles não fiquem apenas de brincadeira! — Exclamava Demetria.

— Somos duas então. Meu dia foi cansativo demais e pelo menos temos de ter algo marcado, Demi. — Murmurou Amy

— O que você foi fazer hoje a tarde depois da aula? — Questionava Demetria.

— Uma longa história amiga... — Suspirava ela — Quando tivermos algum tempo lhe contarei tudo, mas ainda não é o momento.

— Amy não gosto quando fica fazendo esse suspense todo!

A garota riu de Demetria que fazia biquinho.

— Não estou fazendo suspense algum! Só preciso me preparar psicologicamente.

— Tudo bem — Demetria se dava por vencida — Vou cobrar.

As garotas sairam de casa e pegaram um táxi. Era melhor do que o ônibus naquele horário. Chegariam tranquilas sem toda a correria desnecessaria. Amy gostava de relaxar durante os seus passeios, escutava suas músicas instrumentais e se imaginava executando cada um dos seus passos, do quanto se sentira encantada ao ver Pina Bausch executar seus movimentos. Sentia saudades das noites animdas em casa com boas músicas tocando ao fundo, de dançar com o seu pai.

Demetria apenas a observava desejando saber exatamente o que se passava com a sua amiga. Queria estar mais presente em sua vida, ajuda-la com palavras postivias e tornar os seus dias mais alegres.

**********

A casa de Patrick era imensa, não como a de Marcus, mas era simplesmente luxuosa. Tudo o que era de mais tecnologio e sofisticado havia em sua casa. A luz da tarde que invadia a casa deixava o clima ainda mais gostoso e suave. Os garotos estavam todos reunidos na casa de Patrick. Eles mais bagunçavam do que praticavam seus exercicios. Marcus estava mais isolado. Era perceptivel a ansiedade em Patrick. Não conseguia disfarçar o quanto esperava pela chegada das garotas. Todo aquele nervosismo tinha de ter uma explicação plausível.

— O que está acontecendo contigo, Patrick? — Questionou Marcus incomodado — Nunca foi de ficar assim nervoso.

— Ah cara! É a primeira vez que essas garotas vem para cá. Não quero que elas pensem o pior de nós. — Explicou Patrick

— Não parece que é apenas isso. Está interessado em alguma delas. Dá para perceber só de te olhar.

— É cedo para dizer, mas devo dizer que uma delas mexe comigo.

— A Amy? — Indagou Marcus.

— Sim. Desde que a vi me encantei. É uma bela moça, esforçada e parece estar sempre disposta para os amigos.

— Ela é agradável — Os olhos de Marcus brilhavam com intensidade ao lembrar da tarde que passaram juntos num outro dia — Possui um jeito único de interpretar a vida. Algo que nunca presenciei em qualquer outra garota.

— Ela será minha e de mais ninguém, lutarei para cinquistar o seu coração.

Marcus fechou a cara. Não acreditava no que seu melhor amigo acabara de lhe contar. Tinha de admitir que foi um choque saber de seus interesses por Amy. Não possuia nenhum tipo de relacionamento firme com ela, mas Amy parecia ser uma pessoa tão desprendida de pessoas. Alguém que gostava de ser independente. Tinha de tirar todos aqueles pensamentos de sua cabeça. Amy não lhe pertencia, eram apenas amigos e talvez fosse melhor continuar desse jeito.

A campainha da casa tocou e Patrick todo nervoso pediu para Marcus atender. Sem muito hesitar Marcus logo atendeu.

Seu coração disparou ao ver Amy toda sorridente ao lado de Demetria.

— Olá meninas! — Cumprimentou Marcus.

— Oi — Respondeu Demetria.

Amy estava acanhada, nunca se sentira assim quando ia para a casa de seus amigos. Deveria haver uma explicação.

— Oi Marcus.

— Entrem — Marcus as conduziu até a sala de estar.

Demetria se empolgava com os cumprimentos recebidos. Uma alegria constante que não parecia possuir um fim e era essa alegria que sempre se tornara um grande incentivo para Amy.

— Sejam bem vindas! — Exclamou Patrick animado — Sintam-se em casa.

Marcus estendeu a mão para pegar as bolsas delas assim permitindo que ficassem livres. Amy sorriu docemente para ele, sabia o quanto ele estava se esforçando para tornar tudo mais leve. Enquanto os outros garotos se aprontavam para começarem o ensaio, Amy e Demetria se puseram a olhar as fotos de família que estavam espalhadas pela sala. Era normal sentir-se solitária ao contemplar os momentos felizes de outras pessoas, mas não as culpava, apenas a tornava mais forte para a vida.

As ações de Patrick não estavam normais, pelo menos a seu ver. Não perguntaria nada, não estava a fim de parecer uma observadora chata demais. Demetria se mostrava mais solta em relação ao local e as pessoas, brincava e fazia piadas que fazia todos rirem. Quase todos.

— Estamos todos prontos, podemos ir para o salão — Sugeriu Patrick empolgado.

— Podemos sim.

Bruno tomou a frente das garotas e as conduziu até o salão de ensaios. Uma grande sala espelhada dourada. Um lustre de cristal dava a delicadeza que precisava no ambiente. Lembrava bastante com as salas de dança da escola. Amy estava muito séria desde qye chegara, mesmo com as brincadeiras e piadas que faziam a animavam.

— Se importam se fizermos algum aquecimento?

— Não!

Cada um deles se alongavam da forma que estavam acostumados.

— Quer que eu coloque alguma música? — Perguntou Gregório.

— Seria ótimo!

Gregório se aproximou do rádio e colocou uma música bem leve. O toque do piano a agradava em qualquer ocasião. Todo o seu corpo se conectava imediatamente a cada uma das notas executadas. Uma forma que descobrira de se libertar de seus problemas para que os seus personagens começassem a surgir. Uma doação ferrenha que ela executava todos os dias, sem nunca falhar. Com o corpo mais leve, Amy começou a propor toda uma ação, Bruno reagiu com mais facilidade enquanto Patrick pensava no que fazia. Demetria anotava tudo o que falavam e agiam e assim viraria um texto impresso dentro de poucas horas. Um hábito que as duas possuiam.

À principio ela se sentira decepcionada, mas não demorou para que Patrick. Felizmente não tomaram tanto tempo como imaginara antes.

Durante o ensaio, Marcus apenas observava o grupo de Amy. Ela sorria nos momentos em que deveria, as marcações propostas eram completamente obedecidas, mas sua mente estava bem longe dali. Se esforçava para que tudo desse certo e que de alguma maneira pudessem tirar boas notas.

Logo foi a vez de Demetria e o resultado foi melhor ainda, Gregório e Marcus se entregavam sem medo algum. Riam, choravam e brigavam nos momentos propostos por Amy. Não reclamavam, eram boas pessoas de se trabalhar. Depois de tudo devidamente ensaiado e marcado Amy deciu que deveria ir embora, ainda havia muitas coisas a serem preparadas para ter o fim de semana tranquilo.

As garotas se despediram, mas Patrick segurou a mão de Amy impedindo-na de dar mais algum passo.

— Vamos sair qualquer dia! — Convidava Patrick soltando a mão da garota.

— Quem sabe um dia. Agora estarei muito ocupada. Preciso resolver muitas coisas na minha vida, espero que possa entender.

— Esperarei o tempo necessário, Amy!

Amy não queria saber de compromissos ou de algum envolvimento que pudesse ser interpretado de alguma outra forma. E ela logo foi ao encontro de Demetria, não lhe contara nada a respeito do convite de Patrick. Ainda era cedo demais para dar falsas esperanças.

Ao chegar em casa Amy foi diretamente para o seu quarto. Jogou a sua bolsa na cama e foi tomar um banho. Precisava relaxar um pouco, sua sorte era a de estar sozinha. Seu padtasto sempre a perturbava quando chegava dos lugares. Depois do banho, ela preparou um lanche leve, não sentia fome,mas precisava repor as suas energias gastas. Depois retornou ao seu quarto e com o notebook em seu colo começou a conversar com Marcus.

Marcus: Boa noite!

Amy: Boa noite!

Marcus: Está melhor? Te achei um pouco distante enquanto ensaiava.

Amy: O dia foi cheio de surpresas, só isso...

Marcus: Não sei não... tem algo a mais.

Amy: Confie em mim... está tudo bem!

Marcus: Certeza?

Amy: Não...

Marcus: O que acontece?

Amy: Não consigo explicar... é uma longa história.

Marcus: Pode desabafar se quiser. Eu tenho dois ombros que podem te ajudar.

Amy riu ao ler a mensagem. Marcus tinha o dom de faze-la sorrir sem fazer muito esforço e isso ela admirava bastante.

Amy: Um dia te conto!

Marcus: Promete?

Amy: É só o tempo de nos tornarmos mais intimos. Preciso descansar, amanhã terei um dia muito cheio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Deixe a sua opinião.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Nossa Historia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.