A Nossa Historia escrita por Lilly Belmount


Capítulo 11
Capítulo 11




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Amy preparava o seu café da manhã, logo mais teria um dia carregado de ensaisos e obrigações a serem resolvidas na escola de artes. Não iria perder tanto tempo em casa sendo que poderia estar num lugar que lhe fazia bem. O dia já começara bem pelo simples fato de Bernard não estar em casa. O silêncio da manhã lhe deixava tranquila. Seus pensamentos se tornavam mais positivos.
— Chegou tarde, ontem! — Reclamava Ingrid.
Amy não olhou para sua mãe antes de responder-lhe.
— Foi um comprisso da escola de artes... eu estava com a Margareth. — Respondeu Amy simplesmente.
— Até parece que ela é a sua mãe e não eu. Nunca temos tempo uma para a outra. Você só sabe viver em prol da sua carreira... e do seu pai.
— Desde o começo a senhora sempre soube o que eu desejava. Não seria diferente se eu fosse filha de outra mulher. Tenho que correr atrás do que eu amo. Concordo que não temos tempo uma para a outra, mas isso é tudo culpa do Bernard.
— Você sempre envolve ele na conversa, Amy! — Esbravejou Ingrid — Isso irrita, garota. Pensava que você queria que eu fosse feliz na vida, mas não.
— Não é assim. Eu quero que seja feliz. Acontece que eu nunca me dei bem com o Bernard e a senhora sabe muito bem. Nenhum homem será capaz de substituir o lugar do meu pai.
Passos logo começaram a ser ouvidos pela casa. Amy já desconfiava de que pudesse ser Bernard.
— De novo esse assunto chato, garota? Quando é que você vai entender que eu já ocupei o lugar do seu pai.
Ingrid riu alto.
— Essa minha filha é muito engraçada! Ela nunca para de sonhar. Acredita que ainda verá o pai fora da cadeia.
A risada de Ingrid e Bernard juntas incomodavam Amy o suficiente para que ela desejasse ser transformada em um pequeno grão de areia. O ambiente ao seu redor aquecia e se tornava escuro diante daquelas risadas. Sem dar muita importância a jovem se retirou para o quarto. Terminou de se arrumar e foi para o ponto de ônibus. Permanecer em casa por mais tempo a deixaria pior.
— Amy? Está tudo bem?
Ela tomara susto.
— Donnie? O que faz aqui? Estava esperando que eu saísse de casa?
Donnie sorriu maroto.
— Queria muito falar com você. Sobre o beijo que te dei... — Amy o interrompera.
— Donnie, não se torture por um erro que aconteceu. Eu estava distraída e o beijo simplesmente aconteceu.
— Não, meu amor. Não aconteceu simplesmente. Você retribuiu o meu carinho. Caso o contrário teria me batido e saído correndo como da última vez.
Amy sentiu suas bochechas queimarem.
— Ao contrário do que você pensa lá no fundo... mas bem no fundo ainda existe uma gota de sentimento por você. Só não sou capaz de te dar outras chances porque você não merece.
— Estou tentando mudar. Me sinto mal por te ver sozinha.
— Eu nunca estou sozinha. Não preciso estar com homem ao meu lado para ser feliz. Quem tem amigos tem tudo. Agora me dá licença, estou atrasada para a minha aula.
Dito isso Amy pegou o primeiro ônibus que passou. Donnie ficou a ver navios. Não esperava que Amy pudesse agir de tal forma. Seu coração se partira em milhões de pedaços. O que ele seria capaz de fazer para reconquistar Amy? Durante o percurso até a escola, Amy não conseguia parar de pensar no quanto Donnie ainda insistia em tê-la novamente como sua namorada. Estava cansada de ser enganada, mesmo que ele disse inumeras vezes que havia mudado, ela se recusava a acreditar. Seu coração não aceitava facilmente. Assim era melhor. Só poderia manter a amizade entre eles e nada mais. Não o levaria enganado.
Ao chegar na escola com a expressão de preocupada, Marcus puxou Amy pra bem longe da sala.
— Está tudo bem? — Perguntou ele preocipado segurando uma de suas mãos. Notara que ela mantinha o olhar focado naquele pequeno gesto.
— Claro! Por quê não está na sala? Hoje eu sou a responsável pela aula.
— Desculpa, mas precisava falar contigo.
Sua expressão era séria demais.
— Fala logo, Marcus... Diante dessa sua expressão fico preocupada.
— Não é tão sério assim.... — Murmurou ele enquanto mexia na mochila
à procura de algo. Sorriu docemente ao vê-la esperando diante de si. — Minha irmã pediu que eu lhe entregasse esse convite. Em poucas semanas estaremos dando uma festa na mansão e ela deseja te conhecer.
O convite estava esperando que Amy o pegasse das mãos de Marcus. Nunca que ela imaginaria algo tão bom. Como é que a irmã dele poderia desejar a sua presença na festa? Quem era Amy Jones perto da familia Lancaster?
— Não posso aceitar.
— Claro que pode garota — Reclamou Marcus coma voz afetada parecendo uma garota recém tiradas de um filme — Por que você não pode?
Amy mexia nos cabelos nervosa.
— Não sou quem a sua irmã imagina.
— É por isso que ela quer te conhecer... — Marcus depositara suas mãos no rosto de Amy. Era a primeira vez em que o contato entre eles chegara a tal limite. Suas mãos quentes eram calma e gentis. — Se não fosse pelo incentivo da minha irmã nunca teria vindo para essa escola, não teria conhecido a Margareth, a Demetria, o pessoal... você.
Os olhos azuis de Marcus brilhavam intensamente. Um brilho diferente tomava conta de todo ele. Como se ela estivesse diante de um Marcus mais sensivel, apaixonado. Amy se controlava para não se render aos carinhos de Marcus, eram apenas amigos. O roçar leve do polegar em seu rosto a fazia sentir vontade de fechar os olhos e manter-se presa num mundo completamnte diferente, como se fossem personagens de um livro que um dia ela lera.
— Não garanto nada. Detesto decepcionar as pessoas...
Marcus tirara as mãos do rosto da jovem.
— Você não irá se arrepender, Amy. Minha irmã é parecida comigo.
Ela o olhou estranhamente.
— Náo exatamente comigo, somos diferentes em muitos aspectos.
— Tudo bem! Vamos para a aula.
Amy sentia seu corpo todo queimar de uma maneira como nunca. Exceto quando era a primeria que apresentava um novo espetáculo ficava desta forma. Conhecer a família de Marcus poderia ser muita informação. Pensava de certa forma em não comparecer a essa festa. Primeiramente porque sua mãe detestaria por ser na casa do Marcus e segundo pelo fato de Amy não saber como se vestir para aquela ocasião.
No intervalo das aulas que se seguiam naquele dia, Amy aproveitou apara contar à Demetria sobre o convite que recebera de Marcus.
— Alguém está gamado na Amy — Brincou Demetria.
— Para com isso, Demi. É só uma festa.
— Claro que é.
— Preciso da sua ajuda. Não sei o que vestir para comaprecer a essa festa. Nunca mais tive tanto animo para festas de aniversário desde... — Amy parara subitamente.
— Desde? — Insistia Demetria curiosa.
Amy balançou a cabeça de um lado para o outro. Ainda não estava pronta para contar-lhe a respeito de seu pai. Não iria mexer em feridas no momento.
— Pode ficar tranquila, pois eu te ajudarei a escolher um belo vestido.
Amy abraçou a amiga com carinho. Demetria tornava o seu mundo melhor.

**********
A semana passara correndo numa velocidade sem igual e o dia da tão esperada festa de Evie havia chegado. Demetria combinara de ajudar Amy em tudo que precisasse. A ajudaria a fazer a maquiagem e o cabelo. Amizade como a delas ia além das confissões e desabafos rotineiros. Depois de estar devidamente arrumada o nervosismo parecia se apoderar do corpo da jovem.
Amy não conseguia se manter calma. Toda aquela ideia de que Marcus a convidara para uma festa em sua casa não a deixava confortável. Todos comentavam de que ele possuía muitos bens, que seus pais eram sinônimos de elegância e sofisticação. Ela seria notada como uma pessoa desajustada, diferente de todas as outras.
— Demi, estou perdida! Não sei o que faço. Não quero envergonhar o Marcus. Não quero decepcionar meus amigos.
Demetria não conseguiu se conter e riu. Ela havia notado os sinais de Marcus a respeito de Amy. Estava mais claro do que cristal que Marcus estava perdidamente apaixonado pela sua amiga. Só não tinha coragem alguma para revelar-lhe o que sentia.
— Seja você mesma! Afinal essa é uma das qualidades que Marcus admira em você. Nunca precisou fingir ser quem não era.
— Obrigada amiga! Farei o meu melhor.
— Não esqueça de ser gentil com toda a família do garoto.
— Como se eu fosse ignorante.
— Você não pe ignorante, querida. Estava só te testando.
Amy abraçou Demetria fortemente. Se não a tivesse como amiga poderia estar louca, vivendo num mundo sem cor. Nunca esqueceria o momento emque se conheceram, quando dois mundois completamente diferentes se colidiram e se tornaram fortes.
— Aproveite essa festa, a companhia das pessoas maravilhosas e especiais. Você merece desfrutar de um bom momento como esse, Amy. — Recomendou Demetria amnimada.
— Obrigado, Demi. Você é um anjo.
— Termine de se arrumar, daqui a pouco a sua carona chega.
A jovem concordou e logo dera o toque final. Logo estava pronta esperando apenas a chegada do motorista da família de Marcus. Demetria fora para casa antes do carro chegar. Apenas desejava que Amy se divertisse como nunca na vida.
O motorista parou o carro e buzinou. Amy sentira um arrepio tomar conta de seu corpo. Não entendia o porquê estava tão preocupada. Pegou a sacola de presente e saiu de casa. Um carro preto reluzente brilhava na noite estrelada.
— Boa noite! — Cumprimentou Tony — Deve ser a senhorita Jones.
— Isso mesmo — Disse ela confiante.
— Queira me acompanhar. A levarei até o senhor Marcus e a sua família.
— Agradeço.
Amy foi sendo conduzida pelo imenso jardim iluminado. Desconhecia uma festa 'com tantas pessoas bem vestidas e alegres num único lugar. Sempre achava que as pessoas da alta elite fossem metidas e sem graças que não sabiam se divertir, mas estava presenciando outra realidade. A felicidade era contagiante demais. A música embalava cada uma das suas batidas de seu coração. Tinha de se controlar, pois naquela noite ela não era a estrela a brilhar. Alguns dos convidados a encaravam curiosos.
— Desculpe-me a inconveniência senhorita Jones, mas está muito bela.
— Agradeço o elogio... — Ela parou no meio da frase pelo fato de não saber o nome dele.
— Tony.
— O senhor é muito simpático.
Tony gostou da forma como ela se relacionava com ele. Havia um ar de simplicidade naquela garota que lhe chamara atenção de forma única.
A mansão por dentro era iluminada com magníficos lustres trabalhados em cristais. Móveis claros faziam uma belíssima combinação com o ambiente animado. Tony a conduziu para a sala onde a família de Marcus se encontrava reunida com outros convidados.
— Com licença! Senhores aqui está a vossa convidada — Anunciou Tony.
— Amy! — Exclamou Marcus feliz por vê-la.
Estella e Hilbert entreolharam-se satisfeitos, pois sabiam que o motivo dos sorrisos de seu filho estava bem ali. Marcus a recebeu num abraço caloroso.
— Estava perdendo a esperança de que não viesse para a festa.
— Foi por pouco.
— Família quero que conheçam a Amy Jones. — Marcus a apresentava — Amy, essa é a minha mãe Estella, meu pai Hilbert e a minha maninha Evie!
— É um prazer conhecê-los! — Exclamou ela animada.
— O prazer é todo nosso! — Declarou Hilbert.
— É ainda mais bela pessoalmente — Comentou Estella admirada.
Evie apenas estudava a expressão abobalhada de seu irmão.
— Desculpe-me, mas você é a Amy? Tipo assim, Amy Jones? Dançarina e atriz da qual meu irmão vive falando?
Amy corou.
— Até o último momento em que eu olhei em meus documentos, sim sou a Amy Jones... — Ela foi interrompida.
— Você é uma lenda viva. Meu irmão fala sobre você vinte e quatro horas por dia. Comecei a achar que ele estivesse delirando em falar tanto de uma garota.
— Quanta honra. Aqui — Amy entregava-lhe uma sacola de presente dourada — É algo simples, mas é de coração.
— Não precisava se incomodar. Não sou muito fã de presentes, mas agradeço.
— Meu filho se comporta bem na escola? Durante as aulas? — Perguntou Estella curiosa.
— Lá é o único lugar onde quase não precisamos nos comportar tão bem. As aulas nos libertam e assim o Marcus faz jus em questão ao se sentir livre.
— É normal, nosso filho gosta de fazer as pessoas sorrirem, mas ultimamente alguém muito especial o tem feito sorrir de maneira única. Há muito tempo em que não o víamos desse jeito. — Explicou Hilbert.
— Obrigado pai! Agora, Evie. Leve a Amy para tomar algo, por favor.
— Como quiser maninho.
Evie entrelaçou-se aos braços de Amy e saíram conversando animadas em direção a cozinha. Marcus esperou até que elas tivessem bem longe dali da sala.
— Obrigado, por me fazerem parecer um bobo na frente da Amy.
— Ela é muito simpática! Fala bem. Possui opiniões fortes e convincentes. Tudo o que eu adoro numa garota, só assim poderemos ser amigas.
— Vocês falam demais! — Brincou Marcus nervoso.
Hilbert ria.
— Deixe a sua irmã conversar com a garota. Nunca vi a Evie tão empolgada com uma paixonite sua.
— Obrigado pai. Eu sei que é óbvio demais.
A família fora dar atenção aos convidados que chegavam cada vez mais. Amy e Evie se animavam nas conversas. Houvera uma quimica entre elas. Amy sempre levava algum tempo para fazer amizades novas, mas com Evie estava sendo completamente diferente.
— Meu irmão vive falando de você. Vinte e quatro horas por dia.
— Por que o seu irmão fala tanto sobre mim? — Perguntou Amy curiosa.
Evie sorriu amarelo. Iria acabar contando algo que não deveria.
— Não é que ele fala exatamente de você, mas sempre que eu lhe pergunto a respeito das aulas, ele usa você como referencial. Fala o quanto é dedicada e boa no que faz.
— Entendo, mas acho que se todas as pessoas se dedicassem mais ao que gostam de fazer, não haveria tantos artistas entrando em depressão.
— Acho lindo quando o meu irmão fala das aulas. Até consigo imaginar com realizam cada um dos exercícios propostos. Sinto que a escola os transporta para algum lugar mágico. Ainda não sei com o que desejho trabalhar.
— A escola nos oferece o melhor dos mundos intocaveis. Tudo o que sonhamos se torna real e várias pessoas acreditam e sonham junto conosco. Isso é o mais importante.
Os olhos de Amy brilhavam ao falar da arte tão apreciada por ela. Evie ficava cada vez mais encantada ao ver o quanto o amor pela arte falava alto em Amy, e disfarçadamente apoiava que seu irmão tivesse algum relacionamento com aquela garota. Mesmo tendo conhecido várias namoradas de seu irmão, nenhuma delas foram tão agradável quanto Amy. Havia aquele ar de simplicidade que as aproximavam.
— Agradeço pelo convite Evie. Confesso a você que eu realmente precisava de algo que me tirasse de casa.
— Quer compartilhar?
— Num outro momento quem sabe. Hoje a noite é de alegria e você merece, afinal não é todo dia que fazemos dezessete anos.
As duas riram e logo foram para a parte mais afastada da casa. A mansão toda iluminada e decorada para a festa deixava Amy de boca aberta. Não esperava estar presente numa festa tão elaborada. Por um único momento desejou trocar de lado com Evie. Ela tinha muita sorte em ter uma família que a amava incondicionalmente e que estariam juntos sempre que precisasse. Essa união fazia falta na vida de Amy, mas não falava para as pessoas. Só poderia sonhar com o dia em que passaria o resto da sua vida ao lado de seu pai. Nada mais importaria.
Empolgada, Evie apresentava Amy às suas amigas. Conversavam e riam sem parar. Era bom demais para ser verdade. Sempre pensava que algumas pessoas da classe alta a rejeitaria num momento como aquele, mas seguia sempre levando à sério os conselhos de Demeteria. Ela sempre tinha razão ao dizer o quanto Amy deveria se dedicar e ser gentil funcionava sempre em qualquer lugar. As músicas mais animadas as permitiam dançarem livremente. Marcus acompanhava tudo apenas com o olhar. Esperava pelo momento certo para tirá-la para dançar.
Nunca vira aquela garota tão feliz desde que a conhecera. Sempre havaia algo ou alguém para atrapalhá-la.
A oportunidade perfeita aconteceu quando DJ tocou uma música mais lenta e Evie desgrudara da sua nova amiga. Elegantemente, Marcus se aproximara dela.
— Dança comigo, Amy?
— Está me convidando para uma dança, Marcus? — Perguntou ela divertida.
— Estou e se não aceitar, ficarei triste para o resto da minha vida.
— Para de ser bobo, Marcus. É claro que eu danço com você.
Marcus sorriu docemente para a jovem exuberante que se encontrava a sua frente. Um arrepio intenso percorreu o corpo de Amy. Não era algo com que ela estava acostumada a sentir. Era estranho. Marcus estendeu a sua mão para que ela assim pudesse tocá-la. Seus dedos se entrelaçavam com graça, uma das mãos de Marcus pedia permissão para que pudessem envolver a cintura de Amy. Um pequeno passo aproximou ainda mais os corpos. Ele era um verdadeiro príncipe enquanto a conduzia pela pista de dança. Os convidados os olhavam admirados. Um show que eles não imaginaram presenciar. Durante horas, eles dançaram e sempre incluiam Evie na sua diversão. A amizade começava a se fortalecer cada vez mais entre eles e Amy se sentia cada vez mais querida no meio daquela família. Encontrara o carinho que tanto desejava em outros braços, em outros lares.
Quando se deu conta de que já havia passado muito tempo fora de casa, Amy quase surtara internamente. Não queria que a sua mãe ou Bernard lhe importunasse ou descobrissem onde Marcus morava. Não poderia tornar a vida dele um inferno. Ela, por sua vez já estava acostumada.
— Estella, Hilbert e Evie, foi um prazer conhecer. Preciso voltar para casa.
Evie ficou triste.
— Fica mais um pouco. Ou se quiser pode dormir aqui em casa. Temos bastante quarto de hospedes disponiveis, basta escolher.
Marcus tocou o ombro da irmã.
— Maninha, infelizmente ela tem que ir pra casa. A mãe dela fica preocupada se ela não chegar cedo. Não é costume ela sair sem avisar se pasasará a noite fora.
Ele dera uma piscada pedindo para que ela ficasse tranquila, pois ninguém além dele poderia saber como Ingrid a tratava.
— Realmente preciso ir, Evie. Está ficando tarde.
— Gostei tanto da sua companhia. Não quero que vá embora.
—Também gostei muito de passar essa noite maravilhosa ao lado de cada um de vocês. Sempre que precisar, pode me chamar. Estarei pronta para te ajudar. — Evie a abraçou imediatamente — Seremos amigas.
— Obrigado por ter vindo, Amy. Em breve queroq ue venha dormir aqui em casa. Coisa de meninas.
— Como quiser.

**********
Ingrid esperava ansiosamente pela chegada de sua filha. Não obtivera informações de onde ela poderia estar. Ligara incansáveis vezes para Demetria, mas a amiga sempre respondia que não sabia de nada, que não trocara uma única palavra com Amy. Tudo o que Demetria mais deseja era que Amy aproveitasse as oportunidades que lhe surgiam no caminho.
A mulher sorrira satisfeita ao ver a filha passar pela porta. A respiração pesada já denunciava a aparente frustraçãode Ingrid. Já conseguia imaginar com quem a filha passara a noite.
— Por que não disse que ia para uma festa com aquele rapaz? — Questionava Ingrid.
— Tentei avisar, mas o Bernard conseguia a sua atenção no momento em que mais achava apropriado lhe contar. — Respondeu Amy simplesmente.
— Não é só o Bernard que está tendo muita atenção pelo que posso perceber. Esse Marcus desde que surgiu na escola de artes tem te tirado muito de casa, não tem mais tempo para nada. Estão tendo algum caso?
— Não mãe! Eu não estou com ninguém e mesmo que estivesse isso não importaria para a senhora. Nenhuma pessoa é boa o suficiente para o seu gosto.
Ingrid semicerrou os olhos.
— Não é bem assim... Eu me preocupo com a minha única filha e deveria ser grata a isso.
Amy respirou fundo.
— Preocupação não é quase nada na minha vida. Isso nunca é o bastante. Não sei o que é ter amor de mãe há anos, sempre me vejo sozinha com os meus pensamentos enquanto você vive acreditando que é uma adolescente. Dói quando tenho apresentações e não tem um rosto familiar para me aplaudir ou me abraçar enquanto os meus amigos se divertem nos braços dos familiares. Vejo união e muito amor por parte de outras pessoas. Sou desprezada pela minha própria mãe.
— Não fale assim comigo Amy! Ainda sou a sua mãe e você me deve respeito.
— Como quiser! Marcus é apenas o meu amigo...
Ingrid ia continuar, mas quando viu que Amy ia para o seu quarto preferiu manter-se em silêncio. Já era tarde demais para tentar cobrar algo de sua filha.
Amy ao chegar no quarto sentara-se na cama com uma de suas almofadas sobre o seu colo. Notou que havia uma mensagem de Marcus. Hesitou em respondê-lo de imediato, mas não tinha mais nada a fazer. Tinha que distrair a mente.
Marcus: Agradeço por comparecer à festa! Fez a minha irmã ainda mais feliz. :)
Amy: Ela merece ser feliz sempre!
Marcus: Você estava tão linda...
Ela demorou a lhe responder. Não estava acostumada a receber elogios.
Amy: Foi a Demetria quem me ajudou.
Marcus: Não só por isso... É a sua alma que brilha intensamente. Mesmo que não seja a sua intenção, por onde passa atraí olhares.
Se Marcus pudesse vê-la naquele exato momento notaria que ela estava corada e com a pele quente.
Amy: Preciso descansar.
Marcus: Mas já? Magoo!
Amy: É... Tenho muito o que fazer de manhã.
Marcus: Vai lá, anjo! Boa noite e se cuida.
Amy: Obrigado! Você também.
Amy optara por ler algum livro enquanto o sono não chegava. Gostava de manter a sua mente tranquila e apenas um livro seria capaz de ajudá-la num momento como aquele. Se sentia bem por ao menos algumas vezes conseguir fugir da sua realidade através das palavras. Entre os capítulos que acabava de elr, fechava os olhos e sentia o seu pai perto de si. Como todas as vezes que ele lhe contava histórias para dormir ou das noites em que corria para o quarto dos pais por sentir medo da escuridão. Em meio aos pensamentos acabara dormindo profundamente.
**********
Já passava um pouco mais de uma hora da madrugada e Raymond não conseguia dormir. Seus pensamentos insistiam em levá-lo até sua filha. Não aguentava ficar tanto tempo longe dela assim. Desejava ter a oportunidade de passar ao menos o aniversário dela ao seu lado. Amy merecia ter alguma alegria no dia de seu aniversário. Sempre se perguntava se ela ao menos celebrava o seu nascimento, mesmo que a data nunca lhe trouxesse boas lembranças. Nem deveria, afinal fora o dia emque fora levado de sua casa, da vida de sua filha.
— Vai dormir, Ray! — Aconselhou um dos comanheiros de cela.
— Não consigo. Meu coração está pesado demais. Sinto que a minha filha sofre cada dia mais.
— Ela é uma moça especial, Ray. É guerreira e vai conseguir te tirar daqui.
— Se eu ao menos pudesse estar ao seu lado durante uma noite, aposto que tudo seria completamente diferente — Disse ele com pesar na voz — Minha filha não deve ficar sofrendo por ter uma mãe tão cruel e fria como a Ingrid.
— Ninguém merece, mas precisa ser forte para o dia de visitas. Em breve estarão juntos, mesmo que durante o dia.
— Obrigado! Em breve me deitarei.
O colega de cela logo dormiu. Passara o dia ocupado limpando a estante com poucos livros que tinha na biblioteca. Um passatempo prazeroso que Raymond desejava realizar. Estar em meio aos livros lhe trazia paz e calma. Num livro encontrava tudo o que precisava para esquecer que vivia atrás de grandes muros cinza e sem graça.


"Jamais permita que lhe tirem o seu sonho.
A caminhada é ardua, mas um dia a recompensa chega
Eu estarei junto para vê-la se tornar uma mulher de verdade "
Raymond desejava coisas boas à sua filha pela mente. Acreditava na capacidade do poder mental. Se você manda energias positivas para o universo, ele o retribui. Raymond acreditava.


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