Você, meu porto seguro escrita por 1FutureWriter


Capítulo 5
Voltando para casa.


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oiii!
Sim, eu sei que demorei, perdoem-me por isso.
É...chegamos a mais um capítulo final.
Gostaria de agradecer imensamente a cada um de vocês por me acompanhar em mais essa loucura que é a minha cabeça heheh
Beijos e boa leitura!



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A música parecia ter cessado, minha cabeça girava, e os pensamentos corriam rápidos demais para que eu pudesse processá-los. Will estava me beijando, e eu estava gostando. Seus lábios eram macios e ele tinha todo um cuidado comigo, como se eu fosse desmoronar a qualquer momento. Através de seu beijo eu senti algo que talvez nunca tenha sentido com Patrick, desejo.

Quando nos separamos, Will se desculpou, não pelo fato de ter me beijado, mas por estar "forçando" a barra com uma mulher casada.

– Não sou mais casada. - Eu disse enquanto esperávamos a bebida chegar na mesa em que estávamos sentados. - Quer dizer, oficialmente eu ainda sou, mas Patrick e eu vamos nos separar. Vou entrar com o pedido de divórcio assim que chegar em São Paulo.

– Uau. - Will parecia surpreso, e ao mesmo tempo aliviado. - Fico feliz por você.

– Feliz?

– Sim - Afirmou veemente. - E não digo isso por mim, mas pelo fato que, era nítido que você não estava feliz na relação. Lou em todos esses dias em que está aqui, se ele a acompanhou três vezes foi muito. Que tipo de homem deixa sua mulher, ainda mais sendo linda como você, sozinha em um lugar como esse? A relação de vocês era pra reascender e não para fracassar, então, por isso, minha cara, eu digo que estou feliz. Você se libertou de um peso que carregava nas costas sozinha.

Talvez eu estivesse triste por não estar pensando da forma como Will colocou, porém, ele tinha total razão, eu estava me libertando de algo que era para ser prazeroso, mas que por algum motivo mais parecia uma prisão.

Ficamos no restaurante -boate até por volta das três da madrugada e então Will me deixou na pousada. Já sem medo das consequências, ele novamente me beijou, mas dessa vez de forma suave. Nossos lábios pareciam ter o encaixe perfeito e provavelmente seria a melhor lembrança que eu levaria daquele lugar.

– Me procure quando for a São Paulo. - Falei com nossas testas coladas. Expliquei a ele como poderia me achar, e trocamos o número de telefone.

– Será a primeira coisa que farei! - Afirmou convicto, despedindo-se logo em seguida.

Subi para o quarto não na intenção de dormir, mas sim de terminar de fazer minha mala para a manhã seguinte, e já amanhecia quando consegui cochilar. Quando acordei o dia estava nublado e frio. Desde que cheguei era o primeiro que não fazia sol.

Tomei o café da manhã, fiz o check-out e esperei o táxi chegar para me levar ao aeroporto. Durante o caminho fui pensando na grande reviravolta que foi a minha vida nos últimos dias. Antes eu achava que o problema poderia ser comigo, que meu casamento ia de mal a pior porque eu não "entendia" que o meu marido trabalhava demais, e tinha pouco tempo pra mim, mas agora eu estava enxergando que na verdade ele não se esforçava para que a relação funcionasse, que ele não estava dando a mínima, e que ele era o problema, e não eu.

Minha grande surpresa aconteceu quando cheguei no na porta de embarque depois de fazer o check-in. Patrick estava me esperando. Parecia arrependido.

– Oi. - Ele disse tímido, com as mãos no bolso da calça jeans.

– Oi Patrick, o que está fazendo aqui?

– Eu não consegui vôo ontem. - Por um milésimo de momento eu achei que ele diria que estava sentindo a minha falta, mas não foi o que aconteceu, ele só estava daquele jeito porque não conseguiu voltar antes. - Droga de sinal que não pega nesse fim de mundo. - Esbravejou ele quase jogando o celular em uma das paredes.

– Patrick. - Chamei-o. - Me responde uma coisa, onde foi que erramos?

– O erro foi ter nos casado. Estávamos bem namorando, mas você queria mais, nunca está satisfeita com nada. - Havia raiva nas palavras dele. Patrick estava diferente do normal, estava nervoso.

Eu estava prestes a começar a responder quando vi alguém correndo entre as pessoas vindo na nossa direção, era Will. Um sorriso se abriu em seus lábios quando me viu, mas o mesmo sorriso morreu quando ele viu Patrick ao meu lado.

– O que esse cara está fazendo aqui? - Patrick perguntou.

– Lou eu preciso falar com você. - Will disse sem nem prestar atenção em Patrick.

– Louisa o que significa isso? - Patrick tornou a perguntar.

– Isso não é da sua conta. Não te devo mais satisfações do que faço ou deixo de fazer. - Respondi direta.

– Louisa ainda somos casados, e enquanto for assim eu não admito que saia por ai como uma desfrutável.

– Como é? - Will ficou de frente para Patrick. - Escuta aqui babaca, que direitos você tem de falar assim com alguém?

– Sou o marido dela, tenho direito de falar como quiser, e não é um merda como você que vai me impedir.

Will abriu um sorriso sarcástico e virou-se de costas para Patrick, ficando agora de frente para mim.

– Sabe Lou, eu poderia enfiar a mão na cara desse idiota que você tem como marido, mas prefiro usar meu tempo de outra forma, com alguém que realmente valha a pena.

– Eu ainda não acabei com você. - Patrick falou, mas Will não deu a mínima.

– Lou eu sei que nos conhecemos há pouquíssimo tempo, alguns dias pra ser exato, mas você realmente mexeu muito comigo e eu estou gostando muito de você. Não estou pedindo que largue toda a sua vida em São Paulo pra vir viver aqui porque eu sei que seria uma grande mudança e eu não saberia dizer se você iria gostar, mas eu peço apenas uma chance, uma chance de tentar fazer dar certo comigo. A gente pode pensar em um jeito....

– Louisa você estava me traindo com esse cara o tempo todo! - Patrick afirmou sem ao menos se dar conta do que dizia, e antes que ele terminasse de me insultar do jeito que estava fazendo, Will virou-se de frente para ele e lhe acertou um soco no queixo que deixou o canto da boca sangrando e o fez dar dois passos para trás.

Patrick e Will só não se embolaram no meio do chão porque os seguranças chegaram no mesmo instante separando os dois.

– Você devia aprender a respeitar uma mulher, seu idiota! - Will disse, sendo segurado por um dos homens.

Meu vôo foi anunciado. Eu precisava decidir o que faria dali para frente. Prometi a Will que arrumaria uma solução e então fui para o embarque. Patrick estava em uma poltrona perto da porta de saída, e eu mais ou menos no meio do avião.

Foi uma viagem tranquila, e logo chegamos em São Paulo. O que eu não esperava era que Patrick saísse como uma bala de dentro do avião. Ele andava com muita pressa, como se estivesse fugindo de alguma coisa, ou de alguém. Não contive minha curiosidade e fui atrás dele, e então eu descobri o motivo de todo o desinteresse no nosso casamento.

Havia uma mulher a sua espera, e o mais incrível de tudo, ela estava com um bebê nos braços que começou a soltar gritinhos esganiçados quando o viu.

– Ora, ora, ora, a família feliz se reencontra! - Disse ironicamente enquanto me aproximava. Patrick arregalou os olhos, com um misto de surpresa, vergonha e culpa estampadas no rosto. A mulher parecia estar do mesmo jeito, o que me levou a acreditar que ela sabia que ele era casado.

– Olha Lou, eu... - Ele tentou se explicar, mas eu o interrompi.

– Não, não quero ouvir nada. Agora eu entendo tudo, só fui idiota por tempo demais para acreditar que ainda tínhamos alguma chance. Mas não espere que eu seja piedosa na hora da divisão de bens.

Patrick ainda tentou vir atrás de mim, porém, foi em vão, eu peguei o primeiro táxi que encontrei e fui direto para o escritório de Advocacia da minha irmã para saber quais as minhas vantagens no divórcio.

Apesar de somente ele trabalhar, a nossa empresa estava no meu nome, e eu tinha mais de cinquenta por cento de sociedade, então convenci os outros sócios a despedi-lo. Fiquei também com a casa, e Patrick ficou apenas com o carro, saindo praticamente falido no divórcio.

Eu nunca mais o vi depois que assinamos todos os papéis, e para falar a verdade parecia que eu havia tirado um peso das costas, mas ainda faltava alguma coisa na minha vida, e eu tinha certeza que era Will.

Ele foi pra mim, naqueles poucos dias, como um verdadeiro porto seguro, e se não fosse pelo fato de realmente ter me encantado por ele, talvez eu ainda fosse a esposa infeliz e traída.

Decidi que precisava vê-lo novamente, e quando estava prestes a comprar a passagem pela internet meu telefone tocou, era Will. Ele estava no aeroporto de Porto Seguro a caminho de São Paulo e pediu que eu o encontra-se. Não pensei duas vezes antes de aceitar seu pedido.

Seus olhos brilharam ao me ver e Will não hesitou em me beijar. Meu corpo que parecia já conhecer o dele amoleceu no mesmo minuto em que suas mãos tocaram a minha cintura.

– Eu estava com tanta saudade do sabor do seu beijo. - Ele disse com a testa colada na minha, e eu sorri em resposta.

– Vai ficar quanto tempo? - Perguntei.

– Isso vai depender de você.

– De mim?

– Sim. - Ele confirmou com a cabeça e continuou. - Como eu lhe disse da outra vez, eu sei que nos conhecemos há pouquíssimo tempo, mas isso foi o suficiente para eu me apaixonar. Sim Lou, eu me apaixonei por você, e passar esses dias longe me fez perceber que não adianta morar em um paraíso se o meu coração não está feliz, e é por isso que estou aqui. Se me aceitar, eu largo tudo em Porto Seguro e venho para São Paulo de vez.

– Will não pode simplesmente deixar sua vida por minha causa.

– Lou você ainda não entendeu? Minha vida não faz mais nenhum sentido sem você. Não importa onde eu esteja, se você estiver ao meu lado eu ficarei bem

Eu não sabia ao certo se aquela relação daria certo, mas assim como ele, eu também havia me apaixonado, e os poucos dias em que convivemos juntos foi o suficiente para fazer com que Patrick já não fizesse a mínima diferença na minha vida. Era Will que povoava meus sonhos durante a noite, e os pensamentos durante o dia, era Will que estava ali, parado na minha frente pedindo uma única chance de me fazer feliz e que eu aceitaria, era Will que me fez perceber que o amor pode ser encontrado em lugares onde menos esperamos, era simplesmente o Will, meu porto seguro.


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Notas finais do capítulo

Então é isso.
Muito obrigada a todas por me acompanharem até aqui S2
Beijo e até a próxima história!
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