Só de ler o título dessa história, você deve pensar: Ah, lá vem uma daquelas histórias fictícias em um mundo imaginário feito para crianças, cheio de fadas, duendes, bichinhos rosas e fofos com unicórnios e blá blá blá... Mas aqui esta a surpresa, este não é um conto infantil, feito por/para crianças, mas isso não quer dizer que eu não pense como uma, mas essa é a história de uma estranha menina de meias verdes, baseada em fatos reais totalmente alterados, ou quase...

Mas, pera ai o titia narradora, meias verdes?! Sim, algum problema com isso? Oras mas por que você não colocou o título como: A menina de meias verdes;
Simples, por que eu não quis! Mas chega enrolação, pois eu não estou aqui para falar sobre isso.

Era de manhã, 5:00 horas para ser mais exata, minha mãe entrou em meu quarto como sempre fez para me acordar, a diferença é que ela me chamou uma hora mais cedo que ontem... O por que disso? Eu havia passado no teste para um curso técnico, que eu me esforcei tanto para não passar, e sai do meu antigo colégio... Se eu estou triste? Um pouco, afinal deixar os amigos e uma soneca até as 15:00 por uma escola com desconhecidos, 25 matérias diferentes para o boletim e ficar no colégio até as 18:00 não me parece um bom negócio...

Bom e para piorar ainda mais a minha manhã, a série de exercícios, que eu não estava acostumada, da educação física do dia anterior fizeram efeito. Resultado: eu não conseguia levantar nem me sentar por causa de uma dor no abdômen. Como resolvi? Rolei para fora da cama caindo de cara no chão... É, aquela não foi a melhor manhã da minha vida...

Depois eu me levantei e me vesti com uma calça jeans básica e uma blusa azul com um desenho de um gatinho, essa era a única parte boa do colégio, não tinha esse troço de uniforme. Porém, foi quando eu abri a minha gaveta e vi, em uma parte em que eu colocava as meias, o meu pior pesadelo... As meias estavam verdes! E não era apenas um tom de verde, não não acho dava pra escrever um livro chamado de 70 tons de verde.

Sem escolhas eu apenas peguei uma daquelas meias e a coloquei, colocando o sapato em seguida, e lá estava eu, pronta para a escola nova, ao menos fisicamente. Passei no quarto do meu irmão para acordar ele e o que o infeliz diz?

- Ô vida boa, não precisa usar uniforme agora né?

Agora imagine-se no meu lugar. De 10 a 10 quanto eu quero bater nele? Ele não queria usar uniforme? Ah tudo bem, a gente troca de lugar, você estuda 25 matérias, fica na escola até as 18 : 00 e eu vou ficar aqui de boas em casa, tendo um cochilo matinal e jogando o dia inteiro, a detalhe... Ele é mais velho que eu.

Então voltando a história, uns 5 minutos depois meu pai me levou para a escola. O que houve depois? Levamos uns 20 minutos para chegar e eu levei mais 5 para atravessar a porcaria do bosque que tem na entrada e mais 7 minutos para achar a sala, resultado: não cheguei atrasada por que os professores também estavam perdidos :D

Até aí foi legal, primeiro dia de aula apenas 5 pessoas na sala, primeira aula foi do que? FÍSICA DE LABORATORIO, já começamos a manhã bem não? Demoramos uma aula inteira para achar os professores, um era muito sério e o outro tinha um estilo meio paz e amor... Depois nós dormimos na aula de física teórica por que a professora era muito chata (e cá entre nós física teórica já não é muito legal) , recebemos uma bíblia de exercícios de matemática para fazer, tá posso até ter exagerado um pouco mas sabe, pra mim 40 exercícios mais ou menos grandes não são pouca coisa, voltando ao ponto não tão principal... A professora de história se perdeu pela escola e foi parar lá no raio que o parta e por isso não tivemos aula e fomos liberados mais cedo na aula de filosofia. Aí vocês devem estar pensando: "poxa titia narradora, pense positivo... Você saiu do colégio mais cedo!" Pois é mas a titia narradora aqui pegou um transito de 2 horas, por que né, 20 minutos para chegar e 2 horas pra voltar é super normal, a diferença entre um e outro é quase nula... Resultado : cheguei em casa as 18:30.

Em resumo minha manhã e tarde foram um tédio... E tudo isso porque eu passei na porcaria da prova. A maioria das pessoas estaria: YEEEEEEEYYYYYY UHHUUUUU EU PASSEI NA ESCOLA TÉCNICA!!!

Mas eu não sou que nem a maioria das pessoas, mentira que quando me falaram que eu passei sai pulando como uma gazela saltitante pela casa, mas meu maior problema não era ter passado na escola.

Não não, meu maior problema era eu ter que deixar meus maravilhosos amigos e professores. Já no primeiro dia senti falta de uma garota que reclamava que estava com fome a cada 5 minutos, ainda acho que ela deve ter um bicho na barriga, ou do garoto que era viciado em cookies e parecia um drogado quando comia um, ou das brigas completamente inúteis e ridículas que eu tinha com eles por motivos bobos ou até mesmo do meu amigo que amava uvas e quando eu trazia uvas de lanche ele acabava com elas em... Hm... 3 minutos? Deveria colocar ele em uma prova de "quem come mais uvas"... Eu ia ficar rica se eu fizesse isso... *-* mas voltando...

Também senti falta da nossa maravilhosa professora de história, que me fez ter pela primeira vez um interesse imenso pela matéria, ou do nosso professor de gramática, o grande e poderoso Márcio, que nos fazia rir com as suas piadas de humor um tanto negro e suas reclamações de como certas salas pareciam o inferno, ou do professor de sociologia/filosofia/ensino religioso que nos contou a história do cupido alá GTA, ou até mesmo das "piadas" que eu ouvia: Revolução francesa foi antes de Cristo né pro? É eu realmente sentirei muita falta disso...

A minha vontade é de pegar todas essas pessoas maravilhosas e levá-las comigo para essa escola, porém a vida não é fácil... E para piorar ainda mais a minha situação, o colégio parecia infestado de pernilongos e basicamente chovia lá dentro... Resultado : voltei pra casa parecendo que estava com catapora ou sarampo, detalhe eu sou alérgica a picadas de insetos...

Cheguei no meu quarto e me joguei na cama, me praguejando, praguejando os pernilongos e o professor de educação física pois assim que eu cai na cama senti uma bela de uma dor no abdômen, novamente.