Florestrelas

▪ Dajan x Jade ▪

[...]

Ele cuida do jardim com a paixão que tem pela terra e a admiração que tem pelo céu.

Pode parecer meio patético pensar assim, eu sei. Mas desde quando eu já não sou mais dono de meus pensamentos?

Desde quando comecei a errar feio cada lance? Cada enterrada? Cada passe? E nem é apenas no basquete (que é uma das melhores coisas que eu faço na minha vida). Eu passei á ser um completo desastrado e idiota.

Tudo isso desde aquele dia em que a minha bola de basquete parar no jardim dele. Desde aquele dia em que eu o vi furioso olhando para mim, e ameaçando á cortar a bola com aquelas ferramentas estranhas de jardinagem.

Desde o dia em que fixei meus olhos naquele par de olhos verdes.

E isso é ridículo. E eu nunca terei coragem de contar para ninguém o que eu venho sentindo.

Eu tenho certeza que meus amigos ririam da minha situação se soubesse. Eu começaria á rir se eu fosse eles.

Eu sou um idiota. Um idiota apaixonado.

Que droga...!

Eu realmente não queria admitir isso. Não queria. Mas depois de vários outros momentos em que minha bola de basquete foi “sem querer” até o jardim da Sweet Amoris, apenas para poder vê-lo... Não dava mais para negar. Ao menos não para mim mesmo. Apesar de eu ter tentado.

E a reação dele era sempre a mesma: Ele ficava muito irritado. E eu ficava muito admirado em vê-lo, por mais que eu não demonstrasse.

– Outra vez, Dajan?!

– Foi mal, Florzinha! – E como sempre, eu só sabia zoar. Era o único modo de esconder toda aquela bobagem que batia desenfreada no meu peito.

Ele apenas revirou os olhos e jogou a bola de basquete para mim, de um modo não muito singelo (como sempre!). E eu, como sempre, peguei a bola e estava saindo dali, quase conformado com a única maneira de poder ter um mini diálogo com Jade.

Quase.

Acabei por virar o rosto antes de sair de vez do jardim, só para dar uma última olhadela nele naquele dia. Porém, confesso que eu não esperava que ele estivesse com um sorriso suave no rosto.

Ele apenas fez um sinal de negação com a cabeça e voltou para seus afazeres com a terra. E eu... Bem, eu já estava sorrindo feito um idiota.

Também fiz um sinal de negação com a cabeça e voltei á andar, saindo dali com o sorriso mais idiota que alguém poderia demonstrar.

É Dajan... Talvez sua admiração por ele não fosse tão impossível. Talvez ele estivesse tão perto de si quanto àquelas rosas estavam perto da natureza. E eu aqui achando que ele me era tão distante quanto ás estrelas.

Que idiota eu sou...

Fim.