O renascimento de Jon Snow escrita por Ana Carol Machado


Capítulo 50
O Trono de Ferro e os usurpadores


Notas iniciais do capítulo

Oiii, espero que gostem do capítulo de hoje. Não se esqueçam de me dizer o que acharam. Fico meio triste quando ninguém comenta. Me digam, nem que seja apenas um "olá", nos comentários. Abraços e boa leitura.



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Aegon

Ele se arrependia um pouco de não ter ido para o Norte com os soldados que mandou, porém sabia que era melhor permanecer na Fortaleza Vermelha. No Trono de Ferro. Com a maior parte do seu exercito. Se ele saísse poderia ocorrer problemas. Está no trono de ferro era uma forma de demonstrar poder.

Por meio de alguns informantes ele soube da batalha da Alvorada e de toda aquela mitologia que envolvia as criaturas sobrenaturais que chamavam de Outros. De alguma forma as notícias sobre essa batalha e essas criaturas haviam se espalhado pelo Sul. Seu conselho suspeitava que isso se devia a Tyrion Lannister. Mão da Rainha Daenerys.

O povo do Sul podia não temer as criaturas como o povo do Norte, mas mesmo assim a semente do medo havia sido plantada e a situação era pior porque o Alto Pardal havia se retirado sabem os deuses pra onde.  Alguns fanáticos achavam que ele havia ido lutar contra esses seres sobrenaturais, que na visão desses fanáticos, podiam ser criaturas do Estranho.

Os homens que ele enviou iriam investigar a veracidade desses fatos e caso essa batalha fosse realmente ocorrer tinham ordens de lutar contra os Outros. Aegon não queria que o povo lembrasse dele como o rei que não ajudou na batalha da Alvorada. E caso não tivesse batalha nenhuma as ordens para seus soldados eram outras.

O único lado bom dessa batalha da Alvorada, caso ela realmente esteja por ocorrer, é que nela a rainha Daenerys e o rei do Norte podem morrer e assim ele não teria nenhuma oposição e não haveria nenhuma futura guerra.

Era verdade que o rei do Norte tinha uma filha, uma esposa e irmãos, mas se ele morresse e Daenerys também, os que ficaram não tentariam nada contra o ocupante do trono de ferro. E pelo que sabia nada garantia que eles ou ele próprio sobrevivessem ao longo inverno que viria.A previsão era que o inverno duraria uma década. Isso era muito tempo, principalmente para um reino que havia sofrido tantas perdas e sangrado tanto. Muitos não sobreviveriam para ver a primavera.

Lembrar de primavera o fez pensar na sua segunda esposa Margaery. Ele afastou os pensamentos do inverno e pensou no calor da sua rosa. Ele sabia que ela era estrategista e que havia se casado com ele apenas por causa da coroa, mas mesmo assim gostava dela e gostaria mais ainda quando seu herdeiro nascesse.  Por causa dele ele se preocupava com uma possível guerra, caso Daenerys com o apoio do rei ainda quisesse o trono e caso ambos sobrevivessem.

Tinham muitas pessoas, reinos, Casas, envolvidos e mais que isso tinha o inverno. Devia ter algum acordo que agradasse todas as partes, de preferência um acordo que o beneficiasse, ele não abriria mão do trono. Ele sabia que se ocorressem conflitos, nesse caso, com toda certeza ninguém iria sobreviver para ver a primavera.

Apesar de querer um acordo, pelo bem de seu filho, ele sabia que seria difícil conseguir um. Sua tia Daenerys era Targaryen também. As pessoas do sangue do dragão não desistem e não se curvam. Era perigoso ocorrer uma segunda dança dos dragões.

Quando ele se sentou no trono para resolver questões, mais tarde naquele dia, ele ainda pensava naquilo. Durante todas as horas essa questão continuou em sua mente. No momento em que ele se retirava do trono sentiu uma dor aguda no braço e viu que ele havia se cortado em uma das farpas afiadas do trono.

Enquanto colocava a mão em cima do machucado, sem saber o porque, lembrou de uma lenda que contavam sobre o trono de ferro. Que dizia que o trono rejeitava e machucava quem não era digno de se sentar nele. Segundo falavam isso havia ocorrido com Aerys o rei louco, Maegor o cruel e com a rainha Rhaenyra, que protagonizou a dança dos dragões. Todos se cortaram no trono pouco antes de perderem o reinado e morrerem.

Ele tentou afastar esses pensamentos e dizer para si mesmo que essa lenda era falsa. O Trono de Ferro com todas as suas espadas e farpas afiadas já devia ter causado cortes a muitos reis, não apenas aos ruins. Além disso, ele não era louco como o seu avô o rei Aerys foi, nem era cruel como Maegor e nem um usurpador como Rhaenyra era. A usurpadora era sua tia que conspirava com o rei do Norte para tomar o que pertencia a ele.

O trono de ferro conhecia os usurpadores e os verdadeiros reis. Ele conhecia o sangue Targaryen até melhor do que os dragões.  E ele se considerava um bom rei e um verdadeiro Targaryen. Não havia motivo para se preocupar.

Naquele momento ele se acalmou com esse pensamento, mas no dia seguinte, quando ele se cortou novamente o medo voltou mais forte . Ficou impressionado e chegou até a ter pesadelos. Sonhou com ele sendo cortado em pedacinhos pelo trono enquanto os reis mortos que ocuparam o trono antes dele apenas olhavam. No sonho ficou mais desesperado pelos rostos deformados e cadavéricos do que pela dor. Os reis mortos sorriam de forma macabra, como se aprovassem o sofrimento dele. Principalmente um que tinha longas unhas pretas e o rosto mais assustador que os outros.

Não eram apenas os reis com rostos decompostos e coroas sem brilho que estavam por perto. Haviam mulheres também. Uma dessas mulheres era Cersei Lannister, ela estava com a pele pálida e cadavérica e ria alto do que ocorria com ele. Os filhos dela que também haviam sido reis estavam ao lado dela.

Haviam algumas mulheres chorando no lado oposto a dos reis. Algumas dessas mulheres usavam coroa de rainha e outras não. No meio dessas mulheres que usavam coroa ele viu as suas esposas. Arianne e Margaery. Elas se destacavam das outras por não terem aparência de mortas.

Todos que estavam ao redor dele pareciam estarem mortos, com exceção de suas rainhas e de uma garotinha que ele não conhecia. Os corpos deles estavam se decompondo a medida que o corpo de Aegon se cortava com as farpas.

Quando acordou  se sentiu aliviado por ser apenas um sonho, porém não conseguiu dormir o resto da noite. Tentou convencer a si mesmo que foi apenas um sonho. Que a lenda e a tensão o fizeram ter pesadelos. Que todas as horas estudando a história dos reis que vieram antes dele fizeram ele sonhar com eles mortos e o encarando. Mas mesmo assim ele continuou com medo.

“Que tipo de rei tem medo do próprio trono?”-perguntou ele para si mesmo.

Melisandre

Ela olhava para as chamas e não conseguia ver nada. Ficou olhando até os olhos arderem e mesmo assim não viu nem um vislumbre do futuro ou do que estaria ocorrendo em Winterfell naquele momento.  Não conseguiu ver se algum perigo se aproximava ou como estava sua filha Lyanna.

Sentiu lágrimas encherem os seus olhos tanto por causa da ardência como por causa da tristeza por não conseguir mais ver coisas nas chamas.

“Mas o preço foi esse. Tenho que me acostumar...”-pensou ela tentando se consolar. Tentando convencer que o sacrifício foi para o bem maior, mas mesmo assim ela se sentia incompleta...

Jon estava começando a estranhar o comportamento dela e as respostas sempre vagas sobre o que estava ocorrendo. Assim como ele estranhava o fato de ela nunca mais ter visto nada nas chamas e o frio que ela constantemente sentia. Ele até tinha desistido da idéia de a mandar de volta para Winterfell devido ao medo que tinha dela congelar no caminho.

Melisandre queria ir logo para Winterfell, mesmo correndo o risco de congelar no caminho. Não queria ficar mais um segundo na Muralha. Ela não era mais útil lá mesmo e o local a deixava ainda pior. As forças do Grande Outro eram fortes lá. Talvez ela se sentisse melhor se tivesse perto de sua pequena filha.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Essa teoria que citei, do trono de ferro tipo repudiar quem não é digno dele, achei enquanto lia a história da primeira dança dos dragões.Eu me esqueci de citar, mas o Joffrey se cortou no trono de ferro no segundo livro. Abraços e até o próximo!