Jon

Quando a carta chegou Jon não ficou muito surpreso. Sabia que algum dia iria ter que se encontrar com a mulher que aparecia em seus sonhos. Sua noiva de fogo,a mulher que era destinada a ser dele, segundo sua própria esposa Melisandre. A tranqüilidade de Melisandre diante do possível encontro era o que deixava Jon mais pensativo. Achava estranho que ela encarasse com tanta naturalidade o encontro dele com outra mulher.

–Talvez ela esteja fingindo- ele pensou ao sair da sala com a carta na mão. Ele achava que ela podia está fingindo não se importar, mas no fundo está se importando. A verdade era que Jon nunca sabia exatamente o que se passava pela mente dela. Mesmo depois de tanto tempo ainda sentia que não a conhecia. Talvez nunca a conhecesse, mas gostava dela. Eles tinham uma filha juntos. Sua pequena Lyanna.

Em uma tentativa de tentar entender o que ela realmente achava de seu encontro com a rainha dragão de seus sonhos, resolveu levar a carta que chegou para ela ler.

Jon foi encontrar Melisandre no quarto, com Lyanna no colo. Ele ficou um bom tempo olhando para ela que parecia contar uma história para a bebê. De uma forma como se a pequena Lyanna entendesse cada palavra. Quando percebeu que ele havia entrado parou de falar com a filha, se virou para ele e disse:

– Você vai se encontrar com ela em breve. É isso que essa carta diz, não?

Jon não perdeu tempo se questionando sobre com ela havia descoberto. Ela devia ter visto nas chamas ou então alguém devia ter lhe contado. Só se falava disso em Winterfell.

– É. Exatamente isso. Vou me encontrar com a rainha Daenerys somente para falar sobre uma provável aliança.

–Onde será o encontro?

–Na Muralha. Porque é mais fácil para ela ir de Pedra de Dragão para lá, do que para Winterfell. Sem falar que é mais seguro por causa dos dragões. – ao falar isso Jon sentiu um arrepio em seu corpo. A Muralha lhe trazia lembranças ruins, mesmo depois de tantas mudanças ele ainda lembrava da noite em que foi atacado por seus antigos irmãos da patrulha da noite. Melisandre pareceu ler seus pensamentos tanto que disse:

–Sei que a Muralha deve lhe trazer lembranças ruins, mas todas as coisas que lhe aconteceram estão no passado e no passado ficarão. Nenhum das pessoas que lhe traio continua lá. Enquanto estiver na Muralha não é o passado que deve temer.

–O que devo temer? – aquela conversa estava indo para um rumo meio sombrio.

–Deve temer as forças ocultas do Grande Outro, do inimigo do Senhor da luz. Elas podem ser sentidas mais intensamente na Muralha, ainda mais com a batalha contra ele tão próxima. A Muralha tem elementos místicos que eu nunca entendi por completo.

Ao falar do grande Outro um vento frio entrou no quarto e a pequena Lyanna começou a chorar muito. Melisandre tentou a acalmar. Aquele assunto não estava fazendo bem para a filha deles.

– Vamos para de falar do local do encontro e falar do encontro. Você não se sente incomodada?

–Isso não vem ao caso. É o seu destino conhecer ela. Isso estava nas chamas há muito tempo, até lhe falei. E...

–Ela é minha noiva de fogo que foi preparada para mim. – falou Jon a interrompendo. Imaginando que ela iria falar essa frase que ela já havia dito outras tantas vezes.

–Não iria dizer isso. – falou ela sorrindo, pareceu se divertir com a interrupção.

–O que você iria dizer?

– Não importa mais.

Sem saber porque, Jon disse:

–Eu posso ficar com vocês duas. Como disse logo que você me falou da visão das chamas. É um costume Targaryen ter duas esposas.

–É um costume Targaryen, não Stark. Ninguém mais além de mim, da Arya e de você sabe de seu sangue Targaryen. Você preferiu assim quando decidiu ficar com o Norte.- Melisandre tocou em seus cabelos enquanto falava- Seus cabelos estão perdendo o prateado. A magia que os deixava assim está ficando fraca. Se você tivesse conquistado o trono de ferro quando...

–Não vamos falar disso. – Jon falou a interrompendo pela segunda vez, não queria falar sobre o trono de ferro. Toda vez que eles tocavam nesse assunto terminava em discussão.

Diferente da primeira interrupção, que ela levou na brincadeira, após essa ficou um pouco mais séria:

–O que estou tentando dizer é que mesmo que as chamas e sonhos mostrem o futuro, são os humanos que escrevem o presente. Com suas ações você mudou algumas coisas que poderiam ser mudadas e fez algumas escolhas que mesmo não aprovando aceitei. - falou Melisandre e colocou uma das mãos no coração de Jon enquanto com a outra ainda segurava Lyanna. – Mas depois desse encontro terá que escolher. Dentro de você tem o gelo dos Stark e o fogo dos Targaryen. Assim como a terra não pode ter o gelo do inverno e o fogo do verão ao mesmo tempo,assim também você. Terá que escolher. E eu não irei falar nada sobre essa escolha, pelo menos não mais, cabe a você.

Jon ficou em silêncio por um bom tempo depois daquelas palavras. Não sabia o que dizer. Tudo que ela falou era verdade. Teria que escolher.

–Apenas lhe peço uma coisa. – disse ela o tirando de seus pensamentos

–O que?

– Não importa o que você escolha nunca se esqueça da sua filha Lyanna.

Jon se sentiu até meio ofendido com aquelas palavras. Ele nunca iria se esquecer da filha. Não importava o que acontecesse nunca abandonaria a menina. Com um pouco de raiva pegou a menina do colo da mãe e disse:

–Eu nunca vou esquecer dela.

Melisandre apenas concordou com a cabeça.

– Tem outro assunto que gostaria de falar com você.. Estive falando com a Arya e ela disse que gostaria de se casar.

Jon não poderia ficar mais surpreso. Arya querendo se casar? Logo Arya.

–Com quem?- foi só o que conseguiu falar diante da surpresa

– Com aquele rapaz que chegou com ela. O ferreiro chamado Gendry que era bastardo e você legitimou e autorizou que ficasse aqui. Ela até pediu para mim celebrar o casamento. Já que sou sacerdotisa.

– Por mim tudo bem, mas que esse casamento seja celebrado só quando eu voltar da Muralha.- Ele disse isso porque talvez durante esse tempo sua irmã Arya mudasse de idéia. Mesmo sabendo que Arya não era sua irmã de verdade, ele a amava como irmã de coração. E como irmão mais velho tinha um ciúme natural dela.

Melisandre sorriu e disse que ia falar isso para Arya.

A cabeça de Jon estava doendo, foi um dia cheio. Por isso ele devolveu Lyanna para os braços de Melisandre e ia tomar um ar. Tinha que descansar, pois a viagem seria no dia seguinte. Tinha que ter a mente relaxada.

–Espere, ainda falta eu lhe dizer uma coisa. Naquele momento que falamos da Muralha nem falei direito das forças ocultas do inimigo do Senhor da Luz, o grande Outro. Como você sabe o Senhor da luz possibilita ver o futuro nas chamas, os outros deuses inferiores também tem a habilidade de fazer isso, só que geralmente através de sonhos. Todos os deuses, por mais inferiores que sejam, conseguem isso. Incluindo o Grande Outro.

– Não sabia que o Grande Outro tinha essa habilidade.

– Tem. Só que o futuro mostrado por ele é diferente do mostrado pelo Senhor da Luz e pelos outros deuses inferiores.

– Como assim?

–O futuro mostrado pelo Grande Outro é terrível, tem apenas frio e morte. – ao falar isso um estranho frio tomou conta do quarto e Lyanna começou a chorar bem alto. Jon tentou a acalmar e disse:

– Nossa filha sempre chora quando falamos desse assunto.

– É porque ela sabe que estamos falando do inimigo. Ela tem medo. Nossa filha sente o perigo.

*

No dia seguinte, bem cedo, ele saiu com uma parte de seu exercito para ir em direção a Muralha. Se tudo desse certo eles chegariam ao destino em no máximo seis dias. Ele deixou uma parte seu exercito guardando Winterfell e as pessoas que ele amava.

Sansa chorou ao se despedir dele. Sua irmã sempre foi a mais sentimental. Rickon insistiu que queria ir junto. Que queria ver os dragões. Mas ele achou que seria mais seguro para ele ficar. Arya o abraçou e sussurrou em seu ouvido que esperava ansiosa o seu retorno. Jon sabia que era por causa do tal casamento e não pode impedir de olhar meio torto para Gendry que veio se despedir dele também.

Melisandre o beijou e disse para ele lembrar da conversa que tiveram no dia anterior. As outras despedidas ocorreram de forma normal. A única coisa que chamou a sua atenção foi que sua filha, que estava calma durante toda despedida, começou a chorar quando ele subiu no cavalo para ir. Ela chorou tanto que Jon desceu do cavalo e a carregou no colo novamente para ver se ela parava de chorar. Funcionou, mas quando ele a devolveu para o colo de Melisande ela voltou a chorar.

– Pode ir, eu cuido dela. Ela vai sentir sua falta, mas depois deve se acostumar.- falou Melisandre para Jon. Ela sussurrou mais baixo em seu ouvido – Ela chora porque sabe que você vai para um local onde os poderes do nosso inimigo são fortes. Mas não se preocupe.

Jon concordou, mas foi com o coração apertado por causa do choro da bebê.

Daenerys

Daenerys, mesmo tendo vindo de mais longe, chegou primeiro que o Rei Jon. Isso se deve porque quando a carta chegou ao Norte seu exercito já estava a caminho da Muralha há algum tempo. Ela foi depois dele, montada em seu dragão negro. Os outros dragões e Tyrion ficaram em Pedra do dragão. Ela achou melhor assim.

Ao chegar na Muralha foi muito bem recebida pelos patrulheiros. Ela não pode deixar de reparar que uma boa parte deles eram selvagens, mas mesmo assim todos foram muito gentis com ela e a parte do seu exercito que a acompanhava.

Enquanto o rei no Norte não chegava, Dany ficava pensando no futuro encontro. Em como vários sonhos apontavam para esse momento. Ela sentia uma curiosidade crescer em seu coração. Talvez essa curiosidade estivesse tão grande por causa da decepção que teve com Aegon. Ainda lhe doía lembrar-se do que havia descoberto há alguns dias atrás. E lhe doía mais saber que tinha que agir, pois Aegon não era quem dizia ser. Mas ela não queria pensar nisso enquanto estivesse na Muralha.

Jon foi chegar somente quatro dias após sua chegada. Ele com o seu exercito do Norte. Os dois foram se encontrar para conversar na sala de reuniões. Logo que seus olhos bateram nele viu que o que as pessoas diziam era verdade. Por causa de uma magia ele tinha a aparência meio Targaryen, apesar de seus cabelos estarem apenas levemente prateados. Dany reparou que Jon também sentiu algo ao olhar para ela.

Jon

Jon sentiu uma coisa indescritível ao olhar para Dany. Era como se um fogo queimasse em seu peito, mesmo com todo frio ao redor deles. No momento em que eles se olharam Jon se esqueceu do mal-estar que sentiu ao entrar na Muralha e da saudade que já sentia de Winterfell.

Com um gesto disse para que seus guardas os deixassem a sós. Dany fez o mesmo com seus guardas.Logo após eles saírem , guiado por uma força maior, sem saber o porque, beijou a rainha Daenerys. Logo que fez isso sentiu uma grande vergonha. Ele não sabia o que estava ocorrendo com ele. O que estava fazendo era errado, por isso se afastou um pouco dela e planejava pedir desculpas. Mas não deu tempo, pois Daenerys o puxou de volta para um beijo antes que ele tivesse tempo para falar algo.

Era como se os dois já se conhecessem a muito tempo.

–Sonhei com você em algumas noites.- falou ela após o longo beijo

–Também sonhei com você.- respondeu Jon meio envergonhado. A sua consciência o estava acusando. Por isso tentou se afastar dela, mas alguma força os atraia.

Dany parecia ter ficado envergonhada também, mas nada disse. Ficou um silêncio estranho entre eles até que mandaram os respectivos exércitos e conselheiros entrarem e começaram a falar sobre política. Mas a verdade é que nenhum dos dois estava concentrado nisso. No fim a reunião acabou sem chegarem a nenhuma decisão. No dia seguinte teria outra.

Daenerys

Dany não conseguia tirar Jon da cabeça. Tanto que naquela noite não conseguiu dormir em paz. Toda vez que fechava os olhos ou sonhava com ele ou sonhava com um trecho da visão que teve na casa dos imortais. O trecho em questão era um em que ela via uma flor azul em uma muralha de gelo e uma voz falava:

”Mãe dos dragões, noiva de fogo”

Dany sabia que a flor azul era Jon. Talvez ele tenha sido representado por uma flor azul de inverno por que essas flores são comuns no Norte, de onde ele veio. Ela também sabia que a muralha do sonho era a muralha em que eles se encontravam. Se fosse seguir a risca a profecia acabariam casados.

Por não conseguir dormir resolveu dá uma volta pelo topo da Muralha. Qual não foi sua surpresa ao ver que Jon também estava no topo da Muralha. Ele estava segurando uma harpa e parecia perdido em seus pensamentos. Dany ficou um bom tempo olhando para a harpa. Ela lhe parecia estranhamente familiar. Era como se seu coração a reconhecesse.

– Não sabia que além de rei eras músico. – falou ela se aproximando, tentando puxar assunto. Estava um clima estranho entre eles desde o beijo de manhã – Essa harpa...

Jon pareceu nervoso e por um momento ela pensou que ele tentaria esconder a harpa. Mas o que ele disse a deixou muito intrigada:

– Não sou músico. Meu pai era...- Jon falou com certa tristeza no olhar

Dany tinha ouvido falar muitas coisas sobre Ned Stark, o pai de Jon, mas nunca tinha ouvido falar que ele era músico.

– Não sabia que lorde Stark era músico.

Jon

Jon não sabia o porque, mas sentia a necessidade de contar a verdade para Dany,ele não conseguia mentir para aqueles lindos olhos violetas, por isso quando ela comentou sobre lorde Stark ser músico, Jon disse toda verdade:

– Ele não era meu pai de verdade. Ele apenas me criou. Na verdade eu era sobrinho dele. Sou filho de lady Lyanna.

Os olhos de Dany ficaram arregalados e ele soube que ela havia entendido tudo.

–Essa harpa era a harpa do meu irmão. – falou ela com lágrimas nos olhos e pegando o objeto – Onde você a achou?

–Ela estava enterrada junto com minha mãe.

Dany ficou em silêncio por um bom tempo até que começou a falar animadamente sobre como isso era maravilhoso. Que ela não estava mais só, pois tinha ele que também era Targaryen.

–Agora entendo a magia que há entre nós. Um dragão reconhece outro. – falou e ela e depois continuou –Somos os últimos Targaryens.

–E Aegon? – Jon perguntou já sabendo da resposta. Ele lembra-se de como Melisandre insistiu em dizer que Aegon era um dragão de pano.

–Ele não é quem diz ser. Não vamos falar disso nesse momento. Preciso descansar um pouco- ela se aproximou para o beijar. Jon não conseguiu resistir. Realmente havia algo mágico entre eles. Talvez realmente fosse o fogo que havia em seus sangues.

*

Estava claro para Jon que ele precisava escolher. Daenerys agora que sabia a verdade com toda certeza iria insistir para eles tomarem o trono de ferro, já que Aegon não é um verdadeiro dragão. Mas Jon não conseguia decidir. Ele amaria ser Targaryen e ficar com Dany e Melisandre, sem falar com o trono de ferro. Mas ele também ama ser Stark e ficar perto dos irmãos e no lugar em que cresceu. Escolher entre o gelo e o fogo era muito difícil para ele.

Adormeceu com essa questão na cabeça. Logo que caiu no sono sonhou que estava de volta em Winterfell. Ele andava pelos corredores, via as pessoas, mas essas pareciam não o ver. Estranhamente o sonho parecia se passar no tempo presente, mostrar fatos da atualidade.

Enquanto andava ele viu Sansa lendo para o pequeno primo, viu Rickon correndo com seu lobo e as servas gritando para ele dizendo que era hora de dormir. Quando passou perto do seu quarto viu Melisandre com Lyanna nos braços. A menina ainda chorava um pouco, mas parecia mais calma. Depois de ver a filha ele ia seguir até o final do corredor quando de repente tudo ficou escuro e frio. Ele não conseguia ver nada e tremia devido a baixa temperatura. Os risos de Rickon, os barulhos dos servos e o choro de sua filha foram ficando cada vez mais distantes até desaparecerem.

Quando tudo começou a clarear aos poucos, somente um som de choro e passos apressados eram ouvidos. Quando tudo ficou claro novamente Jon ficou horrorizado com o que viu. Winterfell estava sendo atacada por uns homens que ele não conseguia ver os rostos, pois usavam elmos. Eles aparentemente estavam machucando todo mundo. Se ouvia som de choro por todo lado.

Jon ficou desesperado. Mesmo sendo um sonho era tudo muito real. Era como se tudo tivesse ocorrendo mesmo. Ele levou a mão a espada com objetivo de lutar contra os homens. Tinha que defender as pessoas que amava. Ele ficou mais desesperado quando ouviu gritos desesperados vindos do seu quarto e o choro de sua filha e de outra criança que poderia ser tanto Rickon quanto Robert Arryn. Tinha que fazer algo. Mas ele não conseguia tocar em ninguém, era como se ele fosse um fantasma que somente podia assistir. Nem abrir a porta do quarto ele conseguia.

Ele se sentiu ainda mais desesperado quando viu Arya entrar correndo no quarto com uma espada na mão. Temia que sua irmã favorita se machucasse, não sabia o que estava ocorrendo lá dentro. O desespero aumentou ainda mais porque mesmo depois da entrada de Arya os gritos continuaram e os choros também. Ele não agüentava mais ouvir os gritos e os choros, mas se sentiu pior ainda quando eles pararam e cinco homens saíram rindo do quarto, deixando a porta meio aberta.

–Tudo foi mais fácil pela ausência do rei. – falou um dos malvados homens. Jon ficou se questionando sobre quem seriam eles e por qual motivo atacariam Winterfell.

Jon não queria entrar, sentia que não ia agüentar ver o que o esperava lá dentro. Mas suas pernas pareciam se mover sozinhas. Quando ele viu a cena que estava dentro do quarto, gritou com todas as suas forças e caiu de joelhos chorando.

Quando ele acordou ainda estava gritando. Os guardas que estavam na porta do quarto entraram, assim como uma boa parte dos patrulheiros. Seus gritos pareciam ter acordado todo mundo. Até Daenerys estava lá.

– Winterfell está sendo atacada. Temos... Que voltar. – foi tudo que Jon conseguiu dizer por causa do desespero

Os guardas tentaram o acalmar dizendo que havia sido apenas um sonho. Mas Jon não conseguia se acalmar. Quase todos os sonhos que ele havia tido haviam se convertido em verdades. E esse parecia tão realista que ele ainda conseguia sentir o desespero de ouvir os gritos e não fazer nada e ver a cena que viu ao entrar no quarto.

Além disso, sua filha Lyanna havia chorado na despedida, como Melisandre disse a menina sentia o perigo. Tinha que voltar para Winterfell e se certificar que todos estavam bem. Apenas esperava que não fosse tarde.