A Loba e o Dragão escrita por Neko


Capítulo 4
O plebeu e a nobre


Notas iniciais do capítulo

Mais um pessoal ((: Nao se gostam de capítulso grandes,ou pequenos... Deixem a opinião de vocês depois!



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Levy voltou a ser a Levy na quinta-feira. Três dias depois do Gajeel ir embora.

Natsu passara os dias procurando emprego nas agencias. Por mais que o pai dissesse arranjar pra ele na empresa que trabalhava, ele não queria.

Eu continuei com o emprego no café, e não estava de muito papo com o Loke. Nossas trocas de mensagens estavam mais secas do que o sertão nordestino.

Na sexta-feira a noite, assim que sai do café. Natsu estava parado na porta tomando um Milk Shake, encostado no carro.

–Que está fazendo aqui? – disse cumprimentando ele

–Levy nos intimou a ir no shopping com ela comer no Pizza Hut, porque ela não quer passar a sexta em casa. Vim buscar você.

–Preciso me arrumar. – disse pegando o copo da mão dele e tomando um gole. ¾ de chocolate e um de café. Sabia...

Entrei no carro e fomos até o apartamento. Eu ainda tomava o milk shake dele.

–Espero vocês no carro.

–Nada disso, ué. Vem sobe.

Abri a porta do apartamento, gritando pra Levy que Natsu estava ali. Ela tinha mania de correr semi-nua pela casa enquanto se trocava,então avisei.

–Tô vestida! – ela gritou de volta e eu ri.

–Você tomou tudo Lucy...

–É gostoso. – dei o copo vazio pra ele.

–Mas não é o seu preferido, e você ainda tomou.

–É a fome.

Me virei pra passar da sala pro quarto quando senti a mão quente no Natsu pegar no meu ombro e me virar bruscamente segurando-o. Olhei pra ele surpresa, enquanto ele levantava a mão em direção ao meu rosto. Fechei o olho por reflexo, então senti o dedão dele tocar o canto da minha boca, e puxar pro lado.

–Estava sujo. – ele disse naturalmente e me soltou

Pisquei duas vezes seguidas.

–Vo-vou tomar, quer dizer,me trocar. – disse e entrei no quarto fechando a porta.

Malditas borboletas voando nas horas mais inapropriadas.

Fiz uma coisa que não fazia a tempo porque Loke não gostava.

Tomei um banho rápido, peguei um vestido de manga curta, azul de bolinhas e vesti com uma sapatinha, passando meu preferido batom vermelho. É, Loke odiava ambas as coisas.

Espirrei um pouco do perfume agora no frasco novo e eu e Levy saímos do quarto.

Natsu sorriu quando me viu e eu fiquei um tanto sem graça.

–Saudades desse batom.

–Eu também. – assumi

Levy ficou uma meia hora sentada em cima das próprias pernas na cadeira decidindo sobre a pizza. Enquanto eu encarava as bebidas, e Natsu tomava outro daquele Milk Shake de café.

– Vai ficar no 220 assim. – avisou Levy

–Eu já sou... – ele respondeu normalmente

–Hmmmm... Danado.

Eu ri deles e tirei os olhos do cardápio. Olhei para fila do Pizza Hut.

A não. Disse a mim mesma em pensamento.

Lisanna estava parada sobre o balcão pedindo alguma coisa com outras garotas.

–Natsu, hoje é seu dia de sorte. – avisei mexendo os olhos pro restaurante

Ele olhou na direção, e se engasgou com o Milk shake e começou a tossir. Eu cai na gargalhada, e Levy começou a perguntar sem parar o que acontecera.

–Que foi, que foi,quero rir...- ela dizia

Lisanna era Ex-namorada do Natsu.

Sabe aquela namorada do seu melhor amigo que por mais que ela seja “legal”, você zoa só pra não perder o costume de amiga-irmã que zoa a namorada do amigo, então. Essa éramos eu e Levy.

Pela reação de Natsu eu sabia que ele não tinha avisado Lisanna que voltara.

–Iiiii –disse Levy rindo – Seu amô está ali.

–Amor o caramba...

–Ela sabe que você voltou...? – perguntei

–Talvez a gente conte pra ela. – Levy riu e eu também

–Ela sabe. – ele disse.

Ele repentinamente assumiu uma postura ereta e bufou coçando a cabeça.

Eu sabia...

–Está escondendo o que?

–Nada. – ele tomou outro gole do Milk shake que já praticamente tinha acabado e fez aquele barulhinho

–Eu sei quando você está escondendo algo. Nós sabemos. – provoquei me erguendo da cadeira e apoiando na mesa com os cotovelos

–Nada...

–Natsu! – Levy avisou – Desembucha.

–Aaah ta vai. Eu fui pra cama com ela quarta, e quinta também...

Era isso. Eu segurei uma risada.

A historia era que Natsu e Lisanna namoravam felizes, até que ela sabe-se lá porque contou vários segredinhos do Natsu pela escola. Mesmo que fossem mentira uns, verdades outros, foi motivo de zoação por quase todos os três anos. Eu e Levy tirávamos uma com a cara dele, porque mesmo ela fazendo aquilo, ele voltou com ela. Claro que nenhuma de nós apoiou isso, maas, era ele e não nós. Meio que daí cresceu um ódio minúsculo por ela, do mesmo jeito que Natsu sentia pelo Loke.

Só que depois dele dar um pé na bunda dela antes de viajar, ela corria atrás dele feito doida.

–Então vocês voltaram? – Levy perguntou incrédula

–Não.

–E então é o que?! – eu perguntei meio brava – Depois de tudo você ainda está com ela.

–Eu não ligo pra aquilo foi coisa de criança.

–Então... – convidei ele a continuar

–Eu contei pra ela que estava voltando. Ela...viro minha... – ele coçou a cabeça – Sei lá. Eu pego ela quando estou com vontade.

Eu e Levy ficamos muda.

Ele rodava o canudinho pela borda do copo,girando,girando até ele cair,e de novo.

–Já pediram? – ele perguntou

–Cadê o Natsu fofinho? – Levy tirou uma com a cara dele

Natsu era um cara meio na dele em questão mulher.

Ele não era de dormir com várias garotas a não ser que ele estivesse gostando dela, num relacionamento ( o que é obvio então quase não conta como uma opção...), oooou que a tivesse achado extremamente bonita. Acho que esse Natsu não existia mais...Ou talvez...

–Lisanna, se encaixa em uma das suas 3 opções? – perguntei vendo que ele não respondera Levy. –

–Ele fico no Estados Unidos. – ele disse virado pra Levy – e não. – disse a mim – Em nenhuma das três...

–Realmente, ele está nos Estados Unidos. – resmunguei – E ainda está exigente...

Lisanna não era normal. Não pra mim.

Ela sempre fora muito bonita. Tinha os cabelos loiros quase brancos, e os olhos azuis naturais. Era normal,nem muito magra ou gorda. Ao contrario de mim... Que tinha meus quilinhos, mesmo que todos dissessem que não. Nisso eu a invejava.

–É só que ... – ele voltou a falar – Ser bonzinho só fode. – ele soltou

Não deixava de ser verdade.

Levy deu de ombros concordando com a cabeça.

–Ela se encaixa na 3 opção. – afirmei mais pra mim do que pra ele.

–Hmm, sei lá. Eu nem sigo mais minha própria lista...

Natsu ficou quieto por um instante ate que começou a mordiscar a borda do canudo. Eu e Levy nos lançamos um olhar de “ele não quer falar sobre o assunto” e demos de ombros quase juntas.

–Pede Levy.

A gente comeu uns três pedaços cada um de pizza calabresa. Eu já nem agüentava o terceiro mais.

–Eu preciso perguntar cara. – Levy tomou um gole do refrigerante – E funciona como?Você simplesmente liga pra ela e puft ela cai de perna aberta na sua cama?

–É. – ele disse comendo.

–Ok então macho alfa. – ri

–Vou fazer isso um dia... – brincou Levy e eu gargalhei – Sério. Quer também Lucy? Tem um cara na sala de jornalismo...

–Eu namoro ok? – disse antes dela terminar a frase

–Maaas, aposto que você não faz isso há uns tempinhos...

–Levy! – gritei jogando papel amassado nela, do meu lado Natsu riu leve – Não é nada disso.F azem... 7 dias.

–Maaaaaas, antes dos 7 dias...

É.

A verdade é que antes do aniversario de namoro, eu não fazia nada com o Loke há pelo menos uns cinco meses. Mesmo ele reclamando...

–Para com esses maaaas, Levy. – mudei de assunto e ela e Natsu riram – Tá rindo do que Natsu viro o garanhão agora e vai me zuar.

–Estou na minha.

–E você Levy?!

–Eu sai com o Jet semana retrasada ta vem não.

–Idiotas...

Resmunguei voltando a comer mesmo sem fome alguma. Minutos depois Levy se levantou pra levar a bandeja dela. Natsu ainda estava com a cara meia enjoada,então comecei a puxar assunto tentando-o fazer rir.

–Vai chamar ela hoje Natsu?

–Não...

–Sem vontade então.

–Vontade não falta, só não é dela. – ele olhou fixamente pra mim

Arregalei os olhos e sinceramente, fiquei com medo de perguntar quem era. Então fiquei quieta,e tomei um gole do refrigerante.

–E você vai chamar o carinho do jornalismo?

–Eu posso estar com o namoro ruim, mas eu respeito o Loke. Lógico que não.

–Sabe se ele respeita você?

–O que?! – engasguei – Claro que sim!

–Ata, menos mal.

–Se, se eu terminar – comecei a falar brincando – eu posso até chamar o carinha...

Ele me olhou sério. Aposto que não entendera o tom da brincadeira,mesmo assim continuei a falar.

–Se for quem eu estou pensando é o... Sting. Ele é gato mesmo. – ri de novo

–Devia me chamar.

O que !!! Eu fiquei parada olhando pra ele por pelo menos dois minutos,enquanto ele mexia concentrado no celular. Comecei a rir pra ele pensar que não me afetara.

–Lógico que não! – gargalhei – Você não se encaixa nas minhas três opções... – menti.

É menti mesmo. Menti.

Podem começar a me xingar.

–Aposto que sei as suas... – ele se aproximou – Somos amigos, sei tudo de você.

Ele tentou me deixar sem graça e conseguiu, mas eu sabia devolver aquela.

–Ai Natsu... você me faz rir demais com essa sua confiança toda. Eu me encaixo em qual das suas três então?

Ele arregalou os olhos o rosto se avermelhando. Agora ele perdera a falar.

–Sai dessa Lucy.

Eu gargalhei.

–Você não é o único que sabe deixar alguém sem graça. –confessei o encarando. – É brincadeira...

Ele continuava vermelho ate que Levy chegou.

–Ainda estão falando sobre opções e sexo?

–Levy! – nos dois dissemos juntos, afinal ela tinha falado tão alto que as pessoa são redor das nossas mesas nos olharam.

–Ai credo gente, calma...

Eu olhei por cima de Natsu a procura de um relógio quando vi Lisanna. Sorridente, se aproximando. A não... Ela estava vindo pra cá. Não, não! Por favor não sente com a gente.

–Natsu!- ela soltou um gritinho e o agarrou por trás virando o rosto dele e... um beijo. Um selinho na verdade.

Eu ergui as sobrancelhas e olhei para Levy que também estava meia espantada.

–Li-lisanna – ele começou a gaguejar

–Oi meninas. – ela sorriu pra nós. Eu levantei o copo na direção dela como se fosse um brinde e Levy soltou um oi baixinho. – Ora Natsu, podia ter me dito que viria aqui com suas amiguinhas

“Amiguinhas?”

“Ami-gui-nhas”

“Amiguinhas!!!”

Fala sério.

–Eu teria vindo junto. – ela fez um beicinho sentando do lado dele agarrando o seu braço.

Os peitos dela só faltavam saltar daquele decote enorme gritando “Natsu!!” mas não fizeram.

Eu virei pro lado na esperança de puxar qualquer assunto com Levy. Então comecei a falar sobre algum filme bom em cartaz pra gente ver no próximo fim de semana, ou quarta depois do trabalho.

–Foi mal... – vi Natsu meio que se desculpar – Chamo você da próxima...

A não chamaria não, ou haveria uma terceira guerra de indiretas.

–Hmm vou cobrar...

Outro beijo.

Estava ficando chato já.

Eu não ligava mesmo de meus amigos se beijarem perto de mim, um ou outro. Mas nao precisava se pegar também.

–Blééé – Levy sussurrou pra mim e eu ri alto.

Natsu parece que deu uma afastada na Lisanna, porque ela perguntou o que ele tinha.

–Eu... Tenho que ir Lisanna, as meninas vão – nós duas olhamos. Ele fazia uma cara de súplica de “por favor me acobertem” – comprar umas coisas e nós já vamos...

–É, nossa quase esqueci de comprar uma lembrancinha pro Loke. – disse, e Levy concordou com a cabeça.

–Ah... Bem, tudo bem. Divirtam-se. – ela se levantou junto conosco.

Eu preferia não ter visto aquela cena por que eu realmente não queria acreditar que estava com nem que seja um por cento de ciúmes do Natsu. Mas infelizmente eu vi e ouvi. Lisanna o pegou pelo braço e falou no canto do ouvido dele “Te vejo mais tarde...” e deu um beijo no lóbulo da orelha dele.

Eu peguei minha bolsa talvez com mais raiva do que pretendia. E sai acompanhando Levy. Não vi o depois, só sei que Natsu deu uma corridinha pra nos acompanhar. Passando o braço pelos nossos ombros.

–Obrigado. – disse.

Eu fiquei quieta.

Levy realmente precisava passar numa loja de roupas. Ela trabalhava como recepcionista numa empresa e a saia que ela usava estava com um rasgo. Ela ficou passando por entre os cabides de uma das lojas, e eu fiquei perto do provador como sempre fazia pra depois dar uma opinião. Natsu parou do meu lado depois de uns cinco minutos quietos.

–Algum problema?

–Porque você... – eu parei tentando reformular a pergunta – Porque age como se devesse alguma coisa pra nós quando a Lisanna está?

– O que?!

– Você age sei lá... Como se quisesse manter escondido,está com vergonha dela por acaso?Porque está com ela então?

–Eu. Não. Estou. Com.Ela Lucy. – ele disse pausadamente – Não é esconder... é só que... Vocês não gostam dela então prefiro não expor na frente de vocês- ele estava ereto coçando a cabeça.

De novo.

–Está mentindo. – soltei

–Não ES-

–Sabia que quando você fica reto – eu disse ficando reta também – e coça a cabeça com o braço assim é porque você mente. – eu fiz colocando o braço atrás da cabeça imitando certinho o jeito que ele estava agora.

–Eu não...

–Não precisa me contar tudo só porque sou sua amiga. E também não precisa fingir na minha frente só porque eu não gosto dela, aja normal. Não vejo mal nisso, pelo menos você está feliz.

Ele ficou mudo e se sentou normalmente. Levy vinha para o provador com uma sacola cheia de roupas pra experimentar.

–Eu não quero que você pense que eu gosto dela ainda.

–Porque não? – olhei pra ele – Tudo bem se...

–Eu não gosto dela Lucy.

–Tá, se você diz eu acredito. Não vou ficar pensando nada ok? – ele fez que sim – Porque isso te preocupa tanto? – voltei a perguntar curiosa

Ele pareceu ter sido picado por algo quando eu perguntei isso. Ele abaixou as costas, e ficou extremamente vermelho.

–Um dia você vai saber. – ele disse e se levantou saindo de perto de mim, se encostando na parede do provador masculino apoiando uma das pernas nela.

Eu bufei e comecei a prestar atenção nas roupas que Levy vestia.

Na ultima peça Natsu voltou a se sentar do meu lado.

–Preciso de ajuda pra contar uma coisa pra Levy.

–O que?

–Gajeel vai voltar definitivamente pra cá. – eu pulei de espanto – A faculdade acaba agora sabe, nesse segundo semestre. Na verdade acabou... ele volta na sexta que vem.

–Por que, porque precisa de ajuda, ela vai ficar contente eu acho.

–Contente? A primeira coisa que ela vai falar é “eu não vou agüentar ver ele todos os dias, ou todas as vezes que a gente sair. Ou vai falar “ele vai arranjar outras e eu vou ter que ficar assistindo.” – ele fez uma voz feminina nas frases

–É. – aceitei – É bem Levy.

Depois que entramos no carro, Levy na frente e eu como sempre jogada no banco de trás. Eu comecei a puxar assunto sobre o Gajeel.

–Lucy quer por a droga do cinto? – Natsu me atrapalhou

–Não. Banco de trás é feito pra se deitar quando só há uma pessoa.

–A jura? E quem fez essa regra?

–Eu.

–Poe o cinto.

–Não. – temei. Ele bufou desistindo e voltando a atenção pra rua.

Enfim comecei o assunto. E nós dois contamos pra ela.

Pra nossa surpresa. Ela já sabia.

–Como assim você sabe? – Natsu perguntou

–Eu... Meio que engoli um tantinho de nada do meu orgulho sabe. Nós somos amigos de novo agora, depois que ele foi embora ficamos nos falando pelo Skype. Acho que... Eu vou ficar bem.

–Não senti firmeza nessa acho que vou ficar bem.

–Nem eu. – ela confessou olhando pela janela – Mas, vou tentar.

–Eu sinceramente não acho que ele vá arranjar outra menina. Serio. – disse

–Temos que considerar. – Natsu falou – Afinal os dois são orgulhosos o suficiente pra não se falaram, não duvido que ele desista.

–Natsu! – repreendi.

Agora estávamos os três em silêncio. Levy agora com um olhar triste, Natsu na mesma e eu puta da vida. Não precisa ter falado nada daquele jeito pra ela. Nem parece que ele conhecia Levy. Que ela agora ia chorar o resto da noite por aquilo que ele disse.

Assim que o carro parou no apartamento, ela desceu sem nem dar tchau pra ele. Ele saiu do carro chamando por ela.

–Que é?

–Você está triste pelo que eu disse?

–Tanto faz. – ela abriu a portaria e subiu.

Eu fuzilava ele de dentro do carro. Abri a porta com tudo e bati.

–Você ainda pergunta!

–Quer que eu minta pra ela?Qual é Lucy você sabe que é verdade. Gajeel não vai esperar por ela,ela fez a merda de falar todas aquelas coisas pra ele antes de ir embora,ela tem que ir falar co mele. Acha que ele vai vir?

–Acho que você é um hipócrita Natsu. Você não quer mentir pra Levy, mas lá no shopping ficou de fingimento pra cima da Lisanna!

–Hipócrita! – ele repetiu

–Hipócrita sim! Peça desculpas pra ela.

–Eu não vou pedir por algo que é verdade.

–Não precisava ter sido grosso.

–Quem devia estar falando isso é ela e não você.

–Ela é minha amiga!

–Minha também ta! Acha que eu gosto da situação deles dois? Eu queria que eles ficassem juntos, mas ela é medrosa isso sim, não é orgulho.

–E você Natsu? Você também já foi medroso assim.

Ele fechou as mãos em punho em cima do carro.

Fiquei esperando algo dele.

Ele continuava mudo.

Ambos sabíamos do que eu estava falando.

Porque ele não falara comigo?

Quando éramos crianças, porque ele não disse que gostava de mim? Porque ele simplesmente fora embora com a mãe sem nem se explicar. Eu desconfiava, mas era boba o bastante pra não falar nada pra ele. Agora já acabara ele não gostava mais de mim, Levy mesmo dissera... Agora eu... Talvez eu tenha começado a gostar dele na hora errada. Totalmente errada... Na verdade aquilo nem era pra acontecer!

–Vou pedir desculpas pra ela depois.

–Gajeel vai desistir como você fez, é isso? – perguntei.

Agora eu estava chorando...

Ele não responderia aquilo em nem um milhão de anos. Mas talvez eu soubesse a resposta. Ele desistira a muito tempo atrás...

“Ele ficou nos Estados Unidos”

A voz dele no shopping começava a ecoar na minha cabeça...

“Ser bonzinho só fode”

–Se ele realmente amar a Levy ele não vai fazer isso. – ele disse.

Eu senti como se meus sentimentos tivessem sido socados amassados até não restar nada. Ele não gostava tanto de mim a ponto de não desistir. Ele acabara de deixar bem claro aquilo.

–É, ele realmente ama ela. – disse mordendo o lábio pra não chorar.

–Lucy... – ele olhou nos meus olhos – Sabe aquela sua historia de príncipe lá no shopping? – eu fiz que sim, os olhos ardendo - Se um plebeu quisesse uma nobre, ele desistiria?

Uma lágrima caiu pelo meu olho mesmo que eu tivesse as segurado ao máximo.

–Se ele realmente amá-la, não...

Ele sorriu de leve. Pegou na porta do carro para abri-la, e eu me descontei dele pra subir à calçada. Quando a porta abriu, ele a deixou ali e deu um passou na minha direção, pegando meu rosto em uma das mãos e beijou minha testa.

–Tchau Luce.

Aquele Luce...

Eu sorri.

–Tchau, Natsu.

Eu chorei de soluçar assim que a porta do elevador se fechou.

Porque eu estava assim?Porque eu estava chorando por ele não me amar. Nós éramos amigos e... Amigos... Por favor, gostar de um amigo era a ultima coisa que eu queria. Gostar no Natsu! Não, eu tinha que parar com aquilo e já. E se não desse certo? Lá se vai minha única amizade verdadeira, que superou anos e uma viagem pro exterior. Não Lucy você esta indo longe demais... Aquilo não ia dar certo. Não era pra dar certo. Eu queria que Natsu tivesse me esquecido... Mas ao mesmo tempo eu não queria... Acho que eu nunca estivera tão confusa antes.

Loke.

Meu Deus e Loke?!

Ele me mataria com certeza, ele não aceita nem um termino de namoro, ainda mais pelo Natsu! Sinceramente eu não estou preocupada com isso, estou preocupada com a minha falta de consideração por ele. Ele tentava, ele podia ser chato e tudo, mas ele tentava me fazer feliz. E eu?Retribuía indecisa entre ele e outro cara.

Parabéns, Lucy você é uma tremenda de uma idiota.

A porta do elevador se abriu e eu sai. Levy já tinha entrado em casa. Fui direto pro quarto. Ela estava jogada na cama,chorando abraçando um gato de pelúcia que Gajeel lhe dera uma vez.

–Você vai afogar o Lily assim... – disse deitando na cama ao lado dela e a abraçando.

–É Patherlily, não Lily. Lily não é másculo.

–Como um gato de pelúcia pode ser másculo? - ri

–Gajeel disse que é...

Eu encaixei meu rosto no pescoço dela e a abracei mais forte.

–Natsu foi um tanto rude...

–Ele foi sincero... Mas rude. - ela fungou – Você estava até agora lá? – fiz que sim – Brigaram então...

–Só uma discussão boba...

Então eu chorei também. Chorei muito.

–Você gosta dele não é Lucy... – foi a vez de Levy me abraçar

–Não Levy... Não me confunda mais do que eu já estou.

–Confusa? Um amor que dura praticamente dez anos contra um de dois que andou bem pelos primeiros cinco meses-

–Para Levy. – disse entre um soluço – Não é amor, não é nada.

–Só me responde Lucy... Se você diz que desconfiava do Natsu gostar de você quando éramos menores, porque não falou com ele?

–Eu tinha medo, não queria perder a amizade dele se não desse certo...

–Está pronta pra perder agora, por acaso?

–Não Levy... Eu nunca vou estar pronta pra isso.


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Notas finais do capítulo

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