A Loba e o Dragão escrita por Neko


Capítulo 13
Igneel Dragnell


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas,garotas,garotos, kouhai ! De volta haha Trouxe um especial sobre o Natsu. Desculpa ficar muito tempo sem postar,mas está bem corrido mesmo. Espero que gostem ;) e agradeçam a Chibi Chan porque eu não teria animo pra postar se não fosse ela



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Especial Natsu Dragnell

Narradora Lucy Hearthfilia

Era terça-feira.

Estava na casa da Bisca cuidando da Asuka. Usando o computador delas pra atualizar minha encomenda do site. Eu tinha comprado um jogo de X-box,pro Natsu de presente de aniversário. Era nessa quinta agora. Felizmente o jogo já estava a caminho de ser entregue.

Quando sai da casa da Bisca,passei no shopping pra comprar uma blusa que tinha ficado em promoção semanas a trás e eu queria saber se ainda estava lá.

Mesmo que não estivesse mais eu não queria dar viagem perdida. Fiquei dando umas voltas até parar numa loja de pelúcia.

Havia um bichinho de pelúcia na vitrine que realmente me chamara à atenção...

–Moça? – chamei a vendedora – Pode pegar aquele? É pra presente. – sorri.

Narrador Natsu Dragnell

–Ela confirmou?Ela confirmou?!!

–Natsu! – meu pai virou a cadeira do computador e eu me encolhi em cima da cama – Ah nossa... – ele riu – Tá, ela falou que vem mas-

–Traz a Merody,por favor!

–Isso não vai dar... Ela esta com dores de ouvido, o avião não vai fazer bem. – senti uma pontada de mentira na voz dele, mas preferi não ligar.

–Ah que, que merda... Ela é tão fofa...

–Eu sei. – ele riu

–Ela vem sozinha?

–Sim...

–Não deve ser por isso. – me referi a dores de ouvidos

–Não não é.

Eu odiava quando meu pai falava com essa mania de monossílabas.

–É por causa dele né... Ele está por aqui por acaso?

–Ele sempre está na época do seu aniversário.

–Algum motivo especial?

–Além de dinheiro, ele deve quer ver você.

Igneel.

Era de quem nós estávamos falando. O meu pai, o biológico, claro.

Esse ano meus pais queriam passar o meu aniversário juntos, já que nos outros três anos não deu pro meu pai ir graças ao Igneel que sempre dava um jeito de aparecer pra pedir dinheiro. E mesmo desde o meu nascimento ele vinha, mas eu nunca o vi. Nunca mesmo.

Eu ouvira sua voz... quando eu tinha uns treze anos.

Mesmo que eu pedisse aos meus pais, pra pelo menos falar com ele, ver o que ele queria...ver o porque dele encher tanto a minha mãe e extorquir dinheiro dela.

–Acho que esse ano... – comecei a falar relutante – Eu podia falar com ele né?Pelo menos uma vez. Como presente de aniversário...

–Não vem com essa.

–Ah qual é?Eu já tenho dezoito anos, quase dezenove não tem nada que um juiz possa interferir... ou que eu não possa pensar sozinho não acha?

–Ele vai quer levar você como sempre – meu pai fingiu um bocejo

–Tá, mas eu não vou pai. – bufei – Só queria ver ele só...

Ele se virou na cadeira girando.

Eu não ia fugir pro meu pai de verdade. Qual é, mesmo que ele fosse o cara mais legal do universo. Foi Jellal,que cuidou de mim e da Ultear até hoje, e sempre. Ele que largou uma vida de conhecer alguém e casar e se apaixonar, pra cuidar de mim e da melhor amiga dele. Eu não podia simplesmente lhe dar as costas.

–É isso que você quer?

–É.

–Vou falar com a sua mãe.

Eu ri fingindo uma risada maliciosa.

–Vou pedir dinheiro pra ele.

–Natsu...Você vai falar com o Igneel com uma condição. Nada de pedir dinheiro, nada de tocar no assunto de dinheiro, nem de ele querer te roubar, viajar, nem nada.

–Tá.

–E não vai dar dinheiro pra ele também.

–Tá.

–E não vai começar a gostar dele... – eu sorri – Gostar pode... Só não... Não vá embo- eu o abracei.

–Eu não vou embora, Pai. Só agora, porque eu vou ao shopping de novo! Ver se meu jogo chegou.

–Natsu é melhor você comprar pela inter-

–Não, eu me recuso, a moça da loja disse q ia estar lá, ela prometeu!

–Ta vai... Cuidado com meu caro, está tarde olha os ladrões.

–A é e se um bandido me levar ele nem liga... – sussurrei pegando as chaves e saindo.

Tá de brincadeira?

–Desculpe... – a loira sorriu pra mim – Só chega mês que vem.

–Ta de brincadeira? – dessa vez eu falei – Mas você disse...

–Eu sei, mas foi erro meu. Desculpa mesmo.

–Ah que ótimo... – bufei

–Me da seu número eu ligo pra avisar – ela piscou

–Hm. Não... Valeu.

Sai da loja direto pro estacionamento. Liguei o carro e dei ré quando alguém enfiou a frente na traseira do carro.

–Que beleza!! – berrei de dentro do carro e sai.

Tudo que eu precisava era que alguém arrebentasse a traseira do Velloster do meu pai. Do Velloster mano... Ah não.

Cruzei os braços olhando pro carro. Amém ele não estava tão ruim. Mesmo assim seria caro pra arrumar.

–Foi mal ae garoto você apareceu do nada...

Eu podia sentir um cheiro de cerveja e cigarro a metros de distância. E chegando mais perto agora eu só queria vomitar.

–Eu? – perguntei ainda calmo – Eu? Você que estava a mais de 30km num estacionamento. – gargalhei

–Eu to com pressa moleque da licença. - Ta agora eu podia ficar puto. – Vai querer que eu pague por acaso?Porque eu não vou. Quem vai pagar é você!

–Não estou pedindo.

–Seu pai deve ser um daqueles ricos pra ter um desses, não vai ser nada arrumar isso ae.

–Tá cara vai embora. – me virei pra entrar no carro enquanto ele reclamava

–Vai me dar às costas seu moleque?!

Qual é esse louco queria briga ou o que?

Me virei vendo um punho enorme vir sobre mim,mas segurei o jogando pro lado.

Ele estava tão bêbado que eu não precisava nem ter feito força. Uma mulher, devia ser uma prostituta, minha nossa com certeza era com aquela roupa que nem devia ser uma roupa.

–Cara vai pro seu carro... Eu não quero seu dinheiro.

–Você vai ter que pagar o meu carro!! – ele gritou ouvi ela dizer pra voltarmos pra dentro do carro.

–Eu?! Você está um pouco alterado acho melhor-

–Eu não to ótimo menino, quero que pague pelo meu carro.

–Eu não vou pagar porque eu não fiz nada... Mas se quer? Manda a conta – disse já perdendo a paciência – Pode mandar no meu endereço procurar ai Natsu Dragneel eu pago essa merda.

–O que?

–Eu pago! –gritei

–Não... Você disse... Seu nome...

–Natsu Dragnell Fernandez.

–Aquela vaca colocou o nome dele em você?!

–Do que você está falando... – eu ri alto – Cara vai pra casa... Moça leve seu... sei lá.

–Me solta. – ele gritou pra ela - Eu sou Igneel Dragnell, eu sou seu pai! Porque você ta com o nome daquele merda!

–O que...

Senti que minhsa pernas iam travar. Olhei o estado daquele cara... Olhei diretamente pra ele prestando atenção dessa vez.

Ele olhava me medindo de cima abaixo. E piscando várias vezes. Parecia até um drogado.

Ele era ruivo... Assim como eu. Alto e forte.

É como se ele me fosse familiar, sem eu nunca ter visto,como se tivesse uma ligação...Mas eu jurava não ter visto ele na minha vida. Mas a voz,eu podia jurar que naquele tom,gritando eu tinha escutado.

–Acho que você está enganado...

Tentei fazer minhas pernas voltarem. Que merda... Eu só queria sair dali.

–Não to não!Eu sei... – ele gritava – Você é o garoto da foto que ela me mandou... Você é filho da Ultear Drag-

–Eu não conheço você não. – o interrompi olhos cheios de lágrimas.

Aquele cara era meu pai?

–Claro que não conhece! Aquela vaca nunca deixou eu te ver... Nem aquele viadinho... Ele é um otário sabia. – ele gargalhou

–Vai pro seu carro. – cerrei os punhos

–Eu era um burro, não devia ter deixado ela se soubesse que ela ia ficar rica e gostosa.

Tirei o de perto do meu carro. E abri a porta pra entrar.

–Não pode ir embora!Você tem que pagar.

–Se você é mesmo quem está falando que é tem dinheiro pra pagar.

–Ela não me mandou nada esse ano... Porque achou que você ia pra faculdade –ele gargalhou daquele jeito que os bêbados fazem – Tinha que guardar dinheiro pra você... Você foi? Acho que não né?É bom ser filhinho de papai.

Abri a porta mesmo com ele encostado, até que escutei um estrondo vindo do meu lado. Ele acertara em cheio com um chute o retrovisor e agora acendia um cigarro.

Aquele retrovisor valia minha vida!! Eu ia ficar de castigo o resto dela.

–Ele é rico o suficiente.

–Você é doente. – cuspi

–Eu sou seu pai garoto você não de-

–Você não é meu pai! Você é um bosta, um bêbado que só sabe fumar e ir atrás de boquete! Tira a droga da mão do meu carro e vai embora seu merda!!

–Eu adorei te ver Natsu... – ele gargalhou – Bom saber que você tem um pouco de mim não só a aparência.

–Vai se foder! Eu não tenho nada seu!

–Seu cabelo não nasceu preto a ponto de ser azul... Aquele gayzinho se deu bem até, me diz ai ele ainda ta com a sua mãe ou ta enferrujado o suficiente pra ela mandar ele embora... Ela não era fácil...

–Cala a sua boca. – disse o mais calmo que pude e carreguei um soco no nariz dele.

Senti o sangue espirrar assim que meu punho encostou no rosto dele.

Alguém me segurou pelos braços me puxando. Era um segurança.

Outro já chamava a policia.

Isso não podia ficar pior.

–Natsu!! – ouvi uma voz familiar gritar – Que está acontecendo?Eu conheço ele, solta ele moço.

O segurança me soltou. E eu me virei.

Lisanna estava ofegante com as mãos no joelho.

–Vi você discutindo de longe, o que foi?

–Nada.

Olhei de novo pra Igneel...

Por Deus, porque aquilo era meu pai?

Eu esperei dezenove anos pra isso ai?

–Você bate feito uma moça! – ele berrou gargalhando e cuspindo sangue no chão.

–Ah que ótimo... – dei dois passos antes mais os braços de Lisanna me seguraram pela cintura.

–Não! Natsu ,esquece,quem é esse cara?

–Ninguém. – me soltei dela

–É sua namoradinha filho?

Ouvi o carro da policia chegar.

Um dos policiais prendeu logo Igneel e mandou a mulher ir embora.

Outro veio na minha direção.

–O que aconteceu aqui criança?

–Ele só bateu no meu carro, está um pouco bêbado nada demais.

–Vou detê-lo por embriaguez e você por agressão.

–Eu?!

–Vem filho não dificulta as coisas.

Bufei alto e estendi os pulsos.

–Posso ir junto até a delegacia? – Lisanna pediu.

Não ouvi o que o policial respondeu. Só entrei no carro e fiquei os olhos sentindo duas lágrimas escaparem.

Achei que ia passar uma noite na cadeia, mas foi rápido. Fiquei talvez três horas na cela, e alguém anunciou que meu pai pagou a fiança.

–Tchau rosadinho. – um dos presos mexeu comigo e eu não consegui segurar uma risada.

Sai de braços cruzados. Olhando pra frente.

Mas assim que o corredor virou que vi meu pai eu abaixei a cabeça e parei de andar.

Os dois braços fortes dele me abraçaram.

–Eu disse que você não ia querer conhecê-lo...

–Isso foi muita coincidência... – disse segurando um choro

–Foi... Eu perguntaria se ele te falou algo ruim, mas pra ter dado um murro nele a resposta é sim.

Ele me soltou entregando minha sacola onde estavam as minhas coisas que os policiais tomaram. Havia um cachecol dentro dela.

Não era meu... Eles deviam ter confundido.

–Deixa eu falar com ele. – falei fitando o cachecol

Jellal riu.

–Pra que? Não acha que já viu demais?

–Isso não é meu... – apontei o cachecol

–A policia devolve.

–Eu quero devolver.

–Que porra Natsu! Pra que você quer isso?Mais disso? Não acha que já não é suficiente?

–Não. – foi só o que eu respondi, e eu sabia que não era.

Ninguém nunca falou dos meus pais cuspindo tanto ódio.

Eu queria a resposta.

Queria saber da onde vinha tudo aquilo.

–Cadê a Lisanna? –perguntei. Ele me olhou confuso.

– Ela está lá fora, só podia entrar um aqui.

–Hm... Tá... E ele?

–Eu paguei a fiança dele...

–Porque?!

–A gente conversa depois.

Nós saímos pela porta de vidro. Eu ainda segurava o cachecol nas mãos. Quando Lisanna apareceu. Ela estava sentada nos banquinhos, acompanhada por Sting. Felizmente, eu sorri por ver ele.

–Queria esperar você sair, vê se está tudo bem...

–Eu to. Vou ficar. – pisquei pra ela - Obrigado Lisanna. – afaguei o topo da cabeça dela - Não fiz nada... Só chamei seu pai.

– E obrigado por isso – disse de novo.


Assim que cheguei em casa,meu pai me deu um tempo até que viesse falar comigo. Eu sei que ele viria, uma hora.

Eu segurava o cachecol nas mãos, olhava fixamente pra aquilo.

Como ele podia ser tão... Como?

Eu esperava um cara não tão legal pelas histórias da Ultear, mas eu não imaginava aquilo.

Mas, queria mais. Queria ver até onde ele ia... Se aquilo fosse o álcool? As pessoas realmente mudam ao beber.

Sinceramente, eu queria acreditar que era. Eu fantasiei um pai a vida inteira, e ele não passava nem perto do que eu acreditava ser.

E porque diabo Jellal pagara a fiança?

Eu só queria... Chorar... É. Só isso.

–Pai...

Me senti uma criança fazendo aquilo.

Ele estava capotado de sono na cama coberto até a cabeça.

Eram quatro e meia.

–Pai...

–Hm? – ele tirou o cobertor do rosto – Que foi?Está tudo bem?Aconte-

–Não foi nada, eu... – suspirei. Ia falar a verdade ué. – Não consigo dormir...

Ele piscou umas duas vezes seguidas pra mim e riu de leve.

–Me lembra você com cinco anos agora...

–Eu queria ter agora.

Ele se afastou e eu deitei na cama de bruços agarrado no travesseiro e ao cachecol.

–Pode... Pode me contar sobre vocês?Vocês três... Quero ouvir de novo, antes de saber o lado dele.

– De novo? – ele fez que sim – Tá. Se você pegar no sono igual fazia vou socar sua cara.

Narrador Jellal Fernandez

Há quase vinte anos atrás. Minha melhor amiga, Ultear Milkovich, engravidou do... “namorado” dela. Igneel Dragnell. Eles se casaram por obrigação de ambas as famílias. Mas, não durou nem três meses. Pelo juiz, eles tinham que ser casados por no mínimo seis meses, até a separação... Se o Ignell não tivesse sumido. Sumido mesmo.

Ultear estava mais do que inconsolável.E eu não podia ajudar em nada...Naquele dia, eu deixara de ir na casa da Erza,minha namorada pra ver se Ultear precisava de algo.Essa parte eu nunca contaria pro Natsu... Mas quando eu cheguei, ela estava ao telefone com uma amiga. Ela queria abortar.

–Você não vai fazer uma merda dessa! – gritei pra ela

–E que escolha eu tenho?! A minha mãe me chutou de casa, aquele merda foi embora, perdi o emprego de tanto enjooar. O que você quer que eu faça?

–Eu não disse mil vezes que ia te ajudar...

–Ajudar é uma coisa, eu não posso ficar aqui sozinha...Eu não trabalho,eu tive que parar a faculdade... Eu...

–Ultear. – segurei os ombros dela – Eu... – respirei.

Eu ia mesmo fazer aquilo?Eu nem falara com Erza antes. Ela nunca mais olharia na minha cara.

–Casa comigo.

–O que?!

–Não é esse casar... Saiu meio estranho... Mora comigo. Sabe que eu tenho dinheiro de sobra pra ajudar você. A gente compra uma casa... Em São Paulo, porque esse muquifo não é uma casa pra você morar... Eu te ajudo com... ela? Ele?

–Eu não sei... – ela riu

–Espero que seja ele, eu escolho o nome.

–Você não pode fazer isso Jellal... Você tem que viver... Não pode fazer isso. Você tem a Erza.

–Você é minha amiga desde os cinco anos de idade... Eu não posso te virar as costas, e viver minha vida com você assim, vou ficar culpado pra sempre se não me deixar te ajudar.

–Então é isso mesmo... – Erza disse calmamente

–Eu ainda vou ficar com você. Eu não vou casar de verdade, nem nada...

–Não vou ficar com um cara que mora com outra mulher.

–É só enquanto ela está grávida...

–E depois?Ela ainda vai precisar de você. Jellal aceita, ela vai precisar de você pro resto da vida. Você vai até registrar ele... ou ela.

–Não muda que eu amo você.

–Eu não ficar nessa Jellal...

–Erza, é tão difícil de entender que-

–Eu passei na federal. – ela sorriu. Arregalei os olhos – Eu não vou ficar aqui por muito tempo.

–Isso é bom... Mas...

–Eu sei. – ela me abraçou – Acho que a gente precisa fazer isso. – deixei uma lágrima cair no ombro dela – Nós vamos nos ver de novo se assim for pra ser.

–Eu amo você mais que tudo sabe disso... Não precisa ser assim.

–Jellal... – ela beijou minha testa – cuide da Ultear. Ela vai precisar se proteger daquele doido...

–Só se você passar a noite aqui... – pedi

–Não vou recusar isso nem em um milhão de anos.

Eu comecei a cursar advocacia. Largando a faculdade de logística. Felizmente, eu consegui trabalhar das duas coisas. Só achava que ia conseguir mais coisas contra o Ignell, mas não consegui suficiente. Além do casamento em comunhão de bens, ele tinha direito pelo menos a um fim de semana quando o guri... ou guria nascesse. Tinha que admitir que o advogado dele montara argumentos melhores que o meu.

Resultado...

–Três mil. – disse.

–Ah qual vocês são ricos. – ele ameaçou entrar em casa. Bati o bastão de baseball duas vezes na mão e ele recuou.

–Guarda isso!! – Ultear me puxava pra guardar o bastão com aquela barriga enorme, fazendo a maior força pra me por pra dentro.

–Cinco mil. – Ignell disse.

Segurei mais forte ainda o bastão.

–Eu posso alegar agressão sabia?

–Quem disse que vou deixar você vivo? – gargalhei saindo da varanda.

–Tá fica nos três mil.

Oito meses depois. Eu acordei num susto com Ultear gritando.

O combinado foi a gente não saber se era menino ou menina. Fiquei andando de um lado pro outro no hospital ate que a enfermaria me chamou. Entrei na sala, ela estava sorridente com ele no colo. Fiquei paralisado.

–Eai? – ela piscou

–Menina?

–Errou!! – ela tirou o paninho de cima dele – Ele é lindo, olha só!

E era mesmo... bochechudo, e com cara de bravo.

–Fala...

–Fala o que?

–O nome Jellal, não disse que ia escolher.

–Eu não pensei muito nisso sabe... – cocei a cabeça – Natsu... É bonito... Não é brasileiro pra combinar com o seu e o meu. – ela riu

–Eu adorei, não é Natsu.

Durante todos aqueles anos seguintes. Igneel continuou vindo pedir dinheiro, agora mais. E com isso veio outro pedido ver o Natsu.

–Toma. - estendi pra ele

–Que é isso? – ele olhou e se assustou.

–Ele se chama Natsu.

–É ruivo...

–É claro que é imbecil...

–Quero vê-lo... – ele insistiu outra vez

–Não enquanto eu estiver aqui.

Anos depois...

–Então você vai simplesmente ir pros Estados Unidos? – gritei

–Vou!Ele cada vez pede mais Jellal!Eu quero parar de ficar com medo...

–Vai ficar três anos longe?!Você vai mesmo levar ele de mim por três anos!

–Tenta entender...

–Do que vocês estão falando? – Natsu surgiu com um skate na mão e os fones do pescoço.

–Nada – disse, mas Ultear falou mais alto que eu.

–Natsu a gente vai embora...

–Natsu? – chamei – Se você – eu já ia brigar por ele ter dormido quando ouvi ele fungar.

–Você largou tudo... Até a Erza, você não devia ter feito isso... – agora ele soluçava – Ele é um bosta!Ele acabou com a sua vida... Eu queria não ter nascido...

–Natsu. Não diga isso... Eu queria você. Fiz isso por você e pela Ultear...

–Mas e a Erza?

–Ela... Eu vou voltar com ela... Quanto a isso não se preocupe. Nós fizemos um trato não é? –ele fez que sim – Agora eu tenho que falar com ela.

–Mesmo assim você não teve a vida que queria...

Respirei fundo.

–Não, não tive, mas eu tive você e cada momento fez valer a pena.

Ouvi ele chorar alto.

–Posso dormir aqui?

Gargalhei, e sequei uma lágrima.

–Pode.

Natsu Dragnell

Um dia antes do meu aniversário.

Minha mãe acabara de chegar. Desci as escadas e fiquei encostado no corrimão revirei os olhos.

Ela enchia meu pai de beijos e abraços.

–Ai você está lindo como sempreeee!! – cantarolou

–Deixa o Zeref saber disso... – ele sussurrou

–Ah,aproveita que ele ta longe. Cadê Natsu?? Erza...

–Estou vendo a segunda parte ainda...

Pigarreei de propósito da escada. Ela se virou soltando um gritinho e pulou em mim.

Depois que ajudei ela com a mala, voltamos pra cozinha onde meu pai fazia alguma coisa pra almoçarmos.

–Onde eu vou dormir? – ela fez um beicinho

–No sofá. – ele soltou e eu ri

–Quanta delicadeza para com a minha pessoa... Sofá, não...

–Tudo bem, Natsu vai pro sofá.

–O que?!

Por sorte, parecia que meu pai não tinha falado do incidente com o Ignell pra ela.

Ou se falou pelo menos ela não queria falar.

Mais tarde, fui até o quarto do meu pai pra falar com ela.

–Posso pedir uma coisa? – perguntei... Ela levantou os olhos do livro dela e Jellal fuzilou os olhos pra mim se arrumando pra ir trabalhar.

– O que?

–Me dá o endereço do Ignell.

Ela pareceu ter engasgado. Jellal suspirou e nos deu tchau saindo.

Tive de contar tudo o que aconteceu.

Lógico que ela surtou. Primeiro porque ela nem sonhava que eu sabia que meu pai tinha uma casa em SP, já que ele não morava nesse estado.

–Não quero isso.

–Mas-

–Eu não vim pra cá pra você pedir pra ver seu pai!

– Ignell. – corrigi – Meu pai eu vejo todo dia.

–Amém que você pense assim... Natsu não me peça isso. Eu não quero ele perto de você.

–Já esteve perto demais... – mostrei o punho machucado – Só quero devolver esse cachecol... – menti

Eu queria mesmo era saber a versão dele da história. Sempre quis. E agora, saber de onde vinha toda aquela raiva dele.

–Eu me recuso a falar. – ela voltou a ler.

–Porque?! – quase gritei – Eu não sou mais criança, não preciso que você me proteja ta legal?Eu só quero conversar!Você não acha normal eu querer saber?

–Não acha normal eu não querer que você vá?! Não é questão de proteger, eu não quero. Não. Quero. Você com ele.

–Ah que seja. – dei as costas com ela me chamando.

Eu ia descobrir por mim mesmo onde era.

Narradora Lucy Heartfilia

Na quinta sai da casa da Bisca quase nove horas porque Alzack pegara um trânsito infernal na volta do serviço. Peguei um ônibus pra ir mais rápido até a casa do Natsu.

Eu não queria que ele me visse suada, e fedida de um dia inteiro de correr com Asuka, mas...

Fui a ultima a chegar na casa dele.

–Luce!! – ele me abraçou e me levantou pela cintura

–Me ponha no chão! – pedi vendo o pessoal no sofá rir

–Eu achei que você não vinha... – ele ainda não tinha me soltado, a sacola do presente batendo nas costas dele.

–Achou mesmo que eu não viria?- perguntei. – Não vai me por no chão?

–Minha cara está num lugar muito agradável vou ficar por aqui...

Percebi que ele estava falando dos meus peitos.

–Natsu! – sai do seu braço e lhe dei um tapa no braço e outro – Bocó...

–Hoje é meu dia, não deve me xingar ok?

– Ok, hentai... – sorri usando a expressão japonesa pra tarado ou pervertido e ele gargalhou

–Você não viu nada.

–Natsu!

Entramos na sala. Eles comiam alguns daqueles salgadinhos que eu amava de paixão!!Meus olhos podiam brilhar pra caixa de bolinhas de queijo.

Estavam todos ali como sempre, até mesmo Leon tinha vindo. O único sem um casal. Ri em pensamento.

Ué não pera!

Eu também não tinha casal!

Para com isso Lucy...

–Vem cá, minha mãe está na cozinha.

–Sua mãe?! – exclamei enquanto ele me puxava até a cozinha.

Ultear e Jellal conversavam sobre alguma coisa e pararam quando Natsu chegou mais acho que ele nem percebeu.

–Lucy!! – ela me abraçou - Minha nossa!Você está tão linda... Tão linda!!! – ela me apertou mais

–Seus olhos. – sorri

–Até que enfim você se juntaram. – ela exclamou

–Não, não – Natsu e eu começamos a nos atrapalhar pra falar e Jellal riu.

–Eu não namoro o Natsu... – disse

–Ah... foi mal.

Fiquei um pouco corada de vergonha.

Ultear Dragnell

Eu não podia acreditar...

Dezenove anos e ele não estava com a Lucy?

Poxa.

Aqueles dois pareciam ter uma linha segurando os movimentos de ambos, eles pareciam andar em sincronia... Assim que Lucy deixou a sacola do que parecia um presente na cadeira, Natsu tirou a tampa de uma cerveja preta com o dente e entregou pra ela,que pegou tomando um pouco lhe jogando uma piscadela.

Dei sorrisinho.

Eles me lembravam muito Jellal e Erza...

–E Erza? – voltei a falar com Jellal.

–Você e o Natsu são um pé no saco...

–Olha a boca. – abracei suas costas enquanto ele procurava algo nos armários da cozinha – Porque não falou com ela?

–Eu estou velho pra isso.

–Isso você se refere?

–Namorar.

–Então case, você não acha que perdeu tempo demais... Cuidando de mim, do Natsu. Ele já é um homem... Graças a você.

–Acho que eu não tenho mais tempo.

–Não é desculpa... Eu tive uma filha aos trinta e seis com um ano de namoro e me sinto ótima. – ele riu – Você é bonito demais pra ficar em casa... – sussurrei – Ou talvez seja em casa mesmo que você deve ficar, mas com alguém.

–Eu não sei como falar...

–Eu te ajudo! – ele riu alto – Vai ser uma retribuição.

Lucy Heartfilia

–Tá tudo bem? – perguntei a ele.

Natsu estava a meia hora fitando a rua sentado na porta da casa dele,ao meu lado.

Gray e Fried estavam na garagem colocando algumas cadeiras e Gajeel segurava um violão em uma delas. As meninas traziam os salgados e as bebidas pra fora acompanhadas por Leon.

–Tá.

–Hm... – fiquei encarando ele – Certeza?

Ele respirou fundo e virou todo o conteúdo da garrafa de uma vez.

–Eu vi meu pai...

Fiquei quieta por um tempinho.

–Eai? – foi só o que consegui pensar

–Eai que... Ele bateu no meu carro,eu desci,vi que era ele,a gente brigou... eu bati nele e fomos presos.

–Foi preso?!Porque não me falou antes?

–Eu não estava conseguindo pensar bem ontem, ia preocupar você só.

Depois disso Natsu deu mais detalhes sobre o pai dele, e algumas coisas horríveis que ele falara. Eu não fazia idéia de que ele podia ser assim,mesmo com todas as coisas que ele falava quando éramos crianças,sobre o abandono,eu não achava que ele podia ser assim.

–E agora, minha mãe não quer que eu veja ele.

–Ah Natsu – eu ri – Eu também não ia querer não-

–Não defende ela ta?

–Não é defender... Ela é mãe, só está preocupada...

–Mas eu acho que é um direito meu, eu já sou maior-

–Ser maior não faz sua mãe cuidar menos de você Natsu...

–Não defende ela,você não sabe de nada.

Tá.

–Ok. – dei de ombros e me levantei.

–Onde você vai? – ele fez um beicinho

–Espera você esfriar a cabeça pra não descontar em mim. – soltei

Dei dois passos pra frente antes que os braços dele envolvessem minha cintura.

–Me desculpa.

Respirei...

–Eu... não devia falar assim,eu-

–Não tem problema. – cantarolei e o abracei a cabeça encostada no seu peito – Eu sei que está bravo...

–Eu só queria falar com ele.

–Tenta descobrir o endereço, vou com você se precisar.

Depois que cantamos até meia noite e comemos tudo que podia de bolinhas de queijo, coxinha e bebemos tudo que tinha de beber... Começou a dar sono em todo mundo,e decidimos guardar e limpar as coisas,mesmo depois de Ultear insistir em limpar.

Vi Natsu subindo pro quarto pra pegar um agasalho e peguei minha sacola indo atrás.

Assim que ele abriu a porta do quarto pra sai entrei fechando-a de novo.

–Queria te dar isso... – tirei o jogo de x Box da sacola - Achei seu Skyrin. – sorri – Mas veio esse – tirei cuidadosamente uma caixa da sacola – Acho que é dragão... – palpitei – deve ser versão de colecionador... Eu não entendo tão bem então... Natsu?

Ele me olhava os olhos arregalados sem piscar.

–I-i-isso é o... Dragão do Skyrin?Isso é o Alduin?!!

–Eu espero que seja porque eu vou matar aquela mulher se não for, eu fiquei igual doida atrás desse dragão...

–Ah Meu Deus Lucy!!!!! – ele me abraçou forte me tirando do chão. Meu corpo rodopiou até ele parar comigo tonta – Caralho você...Você é foda. Eu fui um idiota com você e você me deu o Dragão do Skyrin e o jogo e... Minha nossa,como eu te amo...

Gargalhei.

Fingi não ouvir a ultima parte pra não ficar vermelha...

–Você me deu um Carolina Herrera isso é o mínimo...

–Isso é o preço de mil Carolina Herreras...

–Não importa.

Ele parecia uma criança encantando com o brinquedo.

Depois de pegar com o maior cuidado do mundo o dragão, começamos a pensar em que canto do quarto ele ficaria melhor. Acabou que foi pra estante perto do computador.

–Foi feito pra ficar aqui. Tá até combinando... – comentei encostada na estante e ele sentado na cama

–Minha nossa... É muito lindo.

–E esse – peguei outra coisa da sacola.

–Mas um...

Tirei do saco um enorme dragão de pelúcia azul, com asas roxas e um coração na barriga. Mexi a cabeça dele duas vezes fazendo um “grral” desageitado. Ele gargalhou.

–Isso foi um leão, não um dragão.

–Olha aqui – ri – eu não sei fazer som de dragão. – dei o bichinho na mão dele

–Um dragão? – fiz que sim – De pelúcia? - ... se segurando pra não rir – Azul Lucy?

–Só tinha azul... – ri alto – Ok, tinha vermelho, mas eu quis te sanear e trouxe azul.

–Minha nossa... É tão fofinho – ele apertou

–Tem que dar um nome pra ele. – ele mexeu a boca pensando

– Happy.

– Happy?

–Sim, ele tem cara de Happy, qual é olha esse sorriso. E também, é como estou... Ou como você me faz sentir...

Sorri envergonhada.

Ele ficou me encarrando com aquela par de olhos mais do que castanhos,quase um ônix. E eu não agüentei em não me abaixar pra lhe beijar. Dei um selinho quando sua mão me segurou a nuca pra me beijar. Sorri retribuindo o beijo devagar... Mas eu não esperava que fosse ficar intenso, como ficou.

Me aproximei do seu colo apoiando meu joelho entre as pernas dele,mas ele pegou meu pulsos e puxou,caindo na cama deitada nele.

–Natsu – chamei nossas bocas separadas

–Você podia ficar aqui hoje...

É claro que eu podia.

Era claro que eu queria...

–O que você vai fazer se eu ficar...?

Ele sorriu abrindo a boca pra falar...

–Natsu! Vou ir deixar Levy! – Jellal gritou da escada – Lucy vai?

Sorri pra ele e me sentei no seu colo.

–Vou!!- anunciei

–Ah não... – ele resmungou – Luce...

Sai dele pegando minhas coisas.

–Outro dia. – lhe dei um selinho – Feliz aniversário.

–Você acaba comigo assim...

–Disse que ia esperar. – provoquei e toquei a ponta do nariz dele

–Isso não incluía provocações com direito a sentar no meu colo ok? – gargalhei

–Não faço mais então...

–Não, não, fica a vontade...

–Tchau... - ele encostou a testa em mim.

–Tchau Luce...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado u.u Fiquei pensando em fazer um especial de alguns casais, o que acham u.u Digam ai !

Até alguma semana ai que eu não tenha lições haha Bye ^^



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