Nosso Esconderijo escrita por Echo


Capítulo 1
Debaixo do meu cobertor, será o nosso esconderijo.


Notas iniciais do capítulo

MDS, OIE! *chega toda purpurizada* Chegay! Sentiram falta da Mary-Chan? *u*
Eu perdi dois períodos de história escrevendo essa One, com todo o meu amor e carinho, escrevendo e apagando, escrevendo e apagando... Ah, essa é a minha vida! HUEHUEHUE
Eu tentei, TENTEI MESMO, fazer algo mais picante, mas eu estava no meio da aula! E a cada coisa quente que eu escrevia ficava vermelha! O///O Geral notava a minha vermelhidão! O///O
Então, sobre pressão, acabou saindo algo Kawaii e Inocente! *O*
Nada mais a declarar... :v

Boa Leitura!

*Mary-Chan*



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Novamente praguejou, chutando o cobertor para o pé da cama. O calor infernal o incomodava, e nem mesmo a escassa brisa da noite podia aliviar o forno que estava seu quarto. Kankuro murmurou alguns palavrões, virando-se de barriga pra baixo, enterrando seu rosto nos travesseiros. Tentava manter-se concentrado na maciez que era o seu travesseiro, mas novamente, seu calor queimou em brasas. O manipulador de marionetes queria, e muito, gritar a pleno pulmões, mas precisava respeitar os outros que estavam na casa.

Gritar até seria uma boa ideia, o quarto de Temari era no andar de cima, bem encima do seu, mas sabia que se gritasse, a loira acordaria e desceria, arrombaria a porta e lhe daria uma bela surra. Seria legal incomodar Temari no meio da noite, mas não era só ela que estava dormindo. Sabaku no Gaara, seu pequeno e frágil irmãozinho, estava dormindo no quarto ao lado do seu. Acordar o pequeno ruivo seria quase que um pecado para Kankuro.

Mudou de posição novamente – apenas Deus sabia quantas vezes Kankuro havia se remexido naquela cama! –, para o lado da janela aberta. Uma breve brisa invadiu o quarto e acariciou o rosto suado do moreno, mas como tudo que é bom dura pouco, logo desapareceu.

– Ah, Kami-Sama! – praguejou o moreno, pegando um travesseiro e colocando-o sobre seu rosto. Bufou. –Eu.Odeio.Esse.Lugar!

O calor era insuportável! Já aguentara por várias noites, mas dessa vez, parecia apenas piorar. Kankuro ainda se perguntava como era capaz de ainda morar ali. Parecia ser fácil pegar suas coisas e sair dali, mas não era. Temari sabia muito bem como ser assustadora quando queria...

Contudo, seus pensamentos foram interrompidos pelo barulho mínimo da porta se abrindo, e a luz do corredor iluminou a cama e o corpo do manipulador de marionetes. Bufou novamente. Se fosse Temari, expulsaria a mais velha a ponta pés, mesmo que isso lhe causasse uma desfiguração permanente em seu rosto.

– K-Kankuro...? – espera... Aquela voz não pertencia a Temari; a irmã mais velha não tinha a voz inocente de uma pequena criança de seis anos! Tirou o travesseiro da cara e ergueu o olhar para a porta. A luz do corredor o cegou por breves segundos, mas Kankuro logo conseguiu focar sua visão no pequeno ser que estava parado. De uma altura razoável para sua idade, Gaara estava ali, abraçado a seu ursinho, e com os olhos marejados. – P-Posso e-entrar?

– Hm? – Kankuro demorou alguns segundos para entender a fala do irmão mais novo. Sentou-se na cama, usando as costas da mão para esfregar seu olho esquerdo. – Ah, claro Gaara. Só feche a porta quando entrar, tá?

– Tá...

Gaara entrou no quarto, e com calma, fechou a porta atrás de si. Caminhou hesitante até a cama do irmão. Kankuro, ao ver o menor colocar-se ao lado na cama, pegou-o no colo e depositou-o ao seu lado no colchão. O pequeno ruivo estava cabisbaixo, algumas lágrimas corriam pelo rostinho infantil e breves soluços escapavam de seus lábios finos. O moreno arqueou uma sobrancelha, surpreso.

– O que foi? – passou um de seus braços sobre os ombros miúdos do outro. Gaara, por sua vez, aconchegou-se no corpo do irmão mais velho, sentindo seu calor e cheiro. Kankuro estava coberto de suor, mas o ruivinho ignorou aquilo. – Aconteceu algo...?

Kankuro estava surpreso, e um pouco chocado. Nunca vira seu irmãozinho chorar daquele jeito. O pequeno ruivo parecia desesperado, e com medo.

– Eu tive um pesadelo... – a voz infantil de Gaara saiu esganiçada, um pouco estrangulada, e Kankuro percebeu o medo nas palavras.

– Do que se tratava o seu pesadelo? – o manipulador de marionetes perguntou, fazendo um carinho nas costas do mais novo. – Quer conversar sobre isso?

Se Gaara não quisesse, Kankuro não iria pressionar o mais novo.

– T-Tinha um grande círculo de pessoas ao meu redor, todos estavam m-me olhando. – o menor estremeceu, lembrando-se dos olhares frios que as pessoas lançavam para si. – Todos me encaravam com olhares feios, e alguns até me xingavam... E começaram a me chamar de m-monstro...

As lágrimas começaram a se tornarem mais abundantes naquele momento. Gaara abraçou seu ursinho, enterrando seu rosto na cabeça fofa do brinquedo. Sabia que aquilo havia sido apenas um sonho ruim, mas parecia tão real... Era uma realidade que Gaara vivia, e Kankuro entendia o porquê.

Kankuro olhou o mais novo, a pena e a tristeza predominando em seu olhar. Puxou o corpinho do ruivo para si, colocando-o em seu colo. Abraçou-o protetoramente, fazendo Gaara encostar sua cabeça no peito do mais velho. Com as costas da mão, Kankuro fazia breves carinhos nos cabelos e rostinho do mais novo. Ao sentir o calor do corpo maior entrar em contado com seu próprio corpo, o ruivo se acalmava aos poucos, erguendo lentamente sua cabeça para encarar os olhos negros de Kankuro.

O manipulador de marionetes sentiu seu coração apertar. Gaara sofria, e muito, mas Kankuro não conseguia aguentar ver seu irmãozinho chorar. Seus olhos verdes como esmeraldas transpareciam tristeza e sofrimento, o que apenas piorou a dor do mais velho.

O moreno sabia que não poderia fazer nada, ele não tinha poder ali, e sabia que seria quase impossível mostrar para todos do lado carinhoso, fofo e adorável que Gaara tinha. Todos daquela vila apenas o viam como um monstro, e mesmo não estando no lugar do ruivinho, Kankuro sabia o quanto doía ser rejeitado por ter uma besta dentro de si.

O que poderia para deixar um sorriso nos lábios do menor?

Chamar Temari estava fora de questão! Kankuro não queria ter sua cabeça arrancada!!

– Tá tudo bem, Gaara... – o moreno murmurou para o mais novo, não estava muito certo de suas palavras, mas não conseguiria dormir sabendo que seu irmãozinho sofria. Com a ponta dos dedos, Kankuro viajava pelo rostinho de porcelana, enxugando as lágrimas. Gaara estremeceu, mas logo se acalmou, e deixou-se relaxar pelos toques do irmão. –Foi... Foi apenas um sonho, tá? Não tem que se preocupar com isso.

– Mas as pessoas continuam a ter medo de mim! – Gaara sussurrou, a voz embargada pelo medo.

– Elas têm medo porque não conhecem você como eu e Temari o conhecemos! – Kankuro abriu o sorriso que fazia Gaara se sentir melhor. – Eu sei que se elas lhe conhecessem, e do jeito que você é, mudariam de ideia.

O coração de Kankuro falhou algumas batidas ao ver o sorriso meigo que havia brotado nos lábios finos de Gaara. Não era mentira quando diziam que as pessoas mais tristes tinham os sorrisos mais belos.

Seu pequeno e adorável irmãozinho tinha o sorriso mais meigo e encantador de todos!!

Contudo, algo pareceu bater na cabeça do moreno. Kankuro fez uma careta, o que deixou o pequeno um pouco confuso, ainda mais quando o mais velho sorriu do nada. O manipulador de marionetes se deitou na cama, colocando Gaara deitado ao seu lado. O ruivo segui-o com seus olhos esmeraldas, se perguntam o porquê do mais velho estar pegando o cobertor. Kankuro se deitou na cama, cobrindo ambos corpos até a cabeça. Gaara arqueou uma das sobrancelhas, exigindo claramente uma explicação.

– Esse vai ser, agora, o nosso esconderijo! – Kankuro sorriu, deitando-se de lado para encarar o rosto do irmão mais novo. Gaara ponderou por alguns segundos, mas sorriu de volta. – Sempre que você tiver um pesadelo ou um problema, venha pro meu quarto e fique debaixo do cobertor, tá? A partir de hoje, esse aqui vai ser o nosso esconderijo. Entendeu?

– Sim...

Naquela noite, ambos irmãos dormiram debaixo do cobertor. Kankuro roncava, e um tanto que alto, mas aquilo não incomodava Gaara, que havia adormecido agarrado ao corpo do irmão, e seu ursinho no meio de ambos.

Em noites em que o ruivo tinha pesadelos, sempre corria para o quarto do irmão mais velho, fechava a porta e se enfiava debaixo do cobertor com o moreno. O que poderiam fazer? Debaixo do cobertor de Kankuro, era o esconderijo de ambos irmãos.


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