–Narrador-
Depois que Ryan foi embora, Gabryella colocou as crianças para dormir. Fez suas higienes. E foi até a cozinha pegar um copo d’água.
Nicohlas ficou na sala, assistindo filme.
Após beber água, Gaby passou pela sala.
Nick: -Tenho uma pergunta para você! –disse sem tirar os olhos da TV.
Gaby: -Fala logo porque eu quero dormir.
Nick: -Você está a fim do Ryan?
Ela não se conteve, caiu na gargalhada.
Gaby: -É serio? Você falou mesmo isso? –perguntou quando finalmente parou de rir.
Nick: -Qual é o seu lance com o meu primo?
Gaby: -Por que você acha, que o Ryan, teria algo comigo? Não o conhece o suficiente?
Nick: -Não falo por ele! –se levantou e caminhou até ela- Conheço você muito bem e...
Gaby: -Ah! Por favor, Nicohlas! Me deixe em paz!
Nick: -Você não perdoa ninguém, heim?! Até meu primo? E depois diz que a vadia é a Larissa!
Plaft! Ele levou um belo tapa na cara. Poderia ser mais doloroso, mas Gabryella foi piedosa, apesar de ele não merecer.
Nick: -VOCÊ ESTÁ LOUCA?! –segurou firme o pulso da garota –Ninguém bate na minha cara!
Gaby: -Acredite, eu não me orgulho de ter feito. Mas você me ofendeu!
Nick: -Aaaah! Ofendi? Por quê? Só por dizer que é uma vadia?
Gaby: -Você pode falar assim com as suas peguetes, não comigo! Eu sempre respeito você, mesmo tendo nossos desentendimentos, eu nunca lhe faltei com respeito! Não abuse da minha educação. Posso ser uma pessoa gentil, amável e até inocente, porém, não tenho sangue de barata. Me irrite e eu farei você se arrepender de ter me conhecido!
Nick: -Ha! Ha! Ha! Estou morrendo de medo! Mas eu te intendo, o Ryan é um cara muito legal!
Gaby: -Entenda de uma vez, EU NÃO TENHO NADA COM O RYAN! Gosto muito dele, mas é como um irmão mais velho, ou melhor, como um primo mais velho! Agora, larga o meu braço!
Ele ficou encarando-a. Se atreveu a não soltar o pulso dela.
Gaby: -Me larga! Você está me machucando!
Ele a soltou.
Nick: -Por que você tem que ser tão, tão...
Gaby: -Tão oque? – se aproximou como se o desafiasse.
Ficaram calados. Olhos nos olhos. Ambos com respiração tensa.
Não parecia ter fim.
Olhos castanhos e olhos azuis em singela disputa.
Separados por milímetros de distância. Que poderiam ser quebrados a qualquer instante.
Bastou Gabryella desgrudar os lábios e... E nada!
Ela começou a sentir fortes dores acima da barriga e falta de ar. Curvou-se ofegante e um pouco tonta.
Nick: -O que foi?
Gaby não teve tempo de responder. Desmaiou nos braços dele.

–Gaby-
Acordei deitada em uma maca. Olhei em volta reconhecendo um quarto de hospital.
Não estava sozinha. Nicohlas estava encostado, de costas, na maca.
Eu: -O que aconteceu?
Nicohlas: -Já acordou? –não. Eu falo dormindo –Você desmaiou.
Eu: -É alguma coisa grave? Aconteceu alguma coisa com o bebê? Ai meu Deus! Eu perdi, não foi? Eu perdi meu filho? –me desmanchava em lagrimas. Malditos hormônios!
Nicohlas: -Ei! Ei! Ei! Calma!- disse segurando meu rosto- Não aconteceu nada disso! Seu bebê está bem!
Eu: -Tem certeza? Você não está mentindo pra mim, está?
Nicohlas: -Juro que não!
Eu: -Se você estiver escondendo alguma coisa de mim...
Nicohlas: -Eu já disse que não! Agora, pare de chorar.
Parei de chorar. Percebi que estávamos próximos demais, e a mão dele permanecia no meu rosto.
Estávamos muito perto. Em vez de se afastar, ele se aproximou mais. Nos beijaríamos! E eu, tomada de sentimentos, também queria isso.
Mas retomei a consciência a tempo de afasta-lo.
Com a mão em seu peito, o empurrei levemente.
Eu: -Não é assim que as coisas funcionam comigo!
Ele ficou me olhando confuso.
Eu: -Você não pode simplesmente ficar me beijando quando tem vontade.
Continuou mudo.
Eu: -Sei que é isso que está acostumado a fazer com outras. Mas comigo não é assim! Não sou do tipo que deixa os caras me beijar quando querem e depois... nada.
Desviei o olhar. O clima ficou estranho. Depois de um tempo mudo, ele abriu a boca.
Nicohlas: -Talvez eu não queira te beijar e depois nada!