Nicohlas: -Você devia fazer Psicologia. É boa com crianças...pelo menos os meus sobrinhos gostavam de você!
Gaby o olhou surpresa. Arqueou uma das sobrancelhas e Nicohlas captou oque ela estava pensando:
Nicohlas: -E não! Isso não foi um elogio!
O silêncio tomou o local novamente.
Minutos Depois o calor estava insuportável.
Nicohlas levantou e tirou a camisa.
Gaby: -Para por aí, né!
Nicohlas: -Hã? –perguntou confuso.
Gaby: -Esquece!
Nicohlas: -Se eu fosse você eu faria o mesmo. Isso aqui vai ficar cada vez mais quente!
Gabryella tirou os sapatos e a jaquetinha que vestia e prendeu os cabelos em um coque meio bagunçado.
Gaby: -Quando eles vão tirar a gente daqui?
Nicohlas: -Espere aí, deixe eu consultar minha...Oh Não! Esqueci minha bola de cristal na sala. Que pena!
Gaby: -Idiota!
Nicohlas enfiou a mão no bolso da calça e tirou uma garrafinha.
Gaby: -O que é isso?
Nicohlas: -Eu estou com sede.
Gaby: -Isso não é agua. Você traz bebida alcoólica para o trabalho?
Ele não respondeu. Deu dois goles na bebida e se encostou na parede do elevador.
Nicohlas: -Quer?
Gaby: -Não!
Nicohlas: -Eu jurava que você estava com sede!
Gaby: -Eu estou morrendo de sede! Mas não vou beber isso ai.
Nicohlas: -Tem certeza? Está fresquinha! Hum. Delícia!...Não quer mesmo? Ultima chance!
O elevador deu um tranco e ela foi parar em cima de Nicohlas.

–Gabryella-
Ele ficou me provocando com aquela garrafinha. É um idiota mesmo!
Eu ia dar uma resposta ‘daquelas’, mas não deu tempo. O elevador deu um ‘tranco’ e eu fui parar em cima dele.
Que cena constrangedora: Ele encostado na parede do elevador, sem camisa e eu jogada em cima dele. Tenho a leve impressão que uma mão estava pousada em minha cintura, na verdade eu tenho quase certeza!
O momento estava tão constrangedor que eu não conseguia nem me mover. Fiquei lá, com cara de idiota olhando pra ele. Oque ele deve estar pensando?!
Eu tinha que fazer alguma coisa pra não ficar tão constrangedor. Então peguei a garrafa da mão dele e dei um gole.
Nicohlas: -Sabia que você ia aceitar! –depois que eu saí de perto dele.
Eu: -Sabia nada! E eu só aceitei por que estava com sede!-disse jogando a garrafa nele/pra ele.
Logo os técnicos arrumaram a porcaria do elevador e nós saímos. Algumas pessoas que estavam do lado de fora da porta ficaram nos olhando estranho. Porque será? Acho que é pelo fato de eu estar descabelada (não tenho culpa se o calor prejudica meu cabelo), com os sapatos e minha jaquetinha na mão, além de minha roupa estar toda amassada. Mas o Nicohlas estava pior: o cabelo estava bagunçado e úmido de suor (confesso sob tortura que estava bonitinho) e sem camisa.
A imaginação do povo é tão grande que eu nem quero saber o que eles pensaram.
Pra piorar aquela...Larissa estava ali. Me olhando debochadamente.
Larissa: -Gaby!! –falsa- Eu não sabia que você estava presa ai linda. Nossa! Nesses últimos tempos você tem passado por momentos difíceis heim?! –se não tivesse tanta gente aqui eu juro que amassava essa cara feia (que não é feia) dela.
Ela olhou para o Nicohlas e deu um sorrisinho safado, mas ele não retribuiu. Toma essa!
Larissa: -Nick! –deu um beijo no rosto dele- Está tudo bem com você? Eu fiquei preocupada quando me disseram que estava preso no elevador!
Nicohlas: -Eu só estava no elevador! Está tudo ótimo! –Toma mais essa, sua oferecida!
Eu: -Como você pode ver ele está muito bem! Afinal, estava comigo né! –talvez eu não deveria ter dito isso. As pessoas deram risinho assanhados e ficaram com expressões maliciosas.
Isso serviu pra provocar a Larissa. Ela deve estar me matando por pensamento.
Pra provocar mais ainda, eu segurei a mão de Nicohlas, que me olhou surpreso.
Eu: -Vamos Nick que eu estou cansada! –o puxei para longe dali.
Quando já estávamos longe o suficiente larguei o braço dele e ia na direção oposta.
Nicohlas: -Vai me deixar aqui Gaby querida?
Eu: -Pode parar tá! Eu só estava encenando.
Nicohlas: -Jura? Eu acho que não!
Eu: -O que você está insinuando?
Nicohlas: -Nada não amor! Deixa pra lá. Nos vemos em casa Gaby! –beijou meu rosto e saiu, deixando uma Gabryella tão irritada quanto confusa.
[...]
–Narrador-
Era sexta-feira, 18:00 horas. Gabryella estava tomando banho e Nicohlas na sala assistindo jogo de futebol.
A campainha tocou e ele foi atender.
Ao abrir levou um susto. A visita não era muito agradável.
Nicohlas: -Oque você faz aqui?
Dois pingos de gente apareceram do nada.
–Tio Nicohlas! –gritaram enquanto agarravam ele.
Nicohlas: -Oi crianças! Oque estão fazendo aqui?
Bia: -Nós vimos na internet que a tia Gaby foi sequestrada.
Math: -Ai pedimos para o papai trazer a gente aqui!
Todos entraram e se acomodaram no sofá.
Eduardo: -Eu tenho uns assuntos para resolver aqui e aproveitei para trazer eles. Estavam loucos pra ver vocês!
Nicohlas assentiu.
Bia: -Cadê a Gaby?
Nicohlas: -Ela está tomando ba...-não deu tempo de terminar a frase. Gabryella já estava descendo as escadas.
As crianças correram para abraçá-la.
Eduardo: -Eu tenho que voltar ao hotel para resolver umas coisas. Se não tiver problema eu volto em menos de uma hora para busca-los.
Gaby: -Sem problemas!

Depois que Eduardo foi embora, ficaram na sala conversando. Bia e Math queriam saber tudo sobre o sequestro de Gaby e ouviram a história com detalhes.
Bia: -Tio Nick é um herói!
Math: -Agiu com muita coragem! Tão corajoso quanto eu.
Gaby: -Quando o pai de vocês vai voltar para a Europa?
Bia: -Acho que na segunda-feira.
Math: -Não é muito legal ficar com papai. Ele sempre deixa a gente sozinho pra resolver coisas do trabalho.
Nicohlas: -E porque vocês não ficam aqui até segunda?
Bia: -Será que nosso pai deixa?
Math: -Vamos lá pegar meu celular e ligar pra ele. –os dois foram até o quarto onde deixaram suas mochilas.
Gaby: -Nossa! Impressionante!
Nicohlas: -Eu sei. Uma criança de quatro anos já tem celular!
Gaby: -Eu não estou falando disso!...Me refiro a como você tratou seus sobrinhos!
Nicohlas: -Oque tem de errado nisso?
Gaby: -Talvez seja porque você me disse uma vez que elas eram: ‘’Crianças mimadas e irritantes’’ mas agora...