— Sério?

Não havia ironia na voz de Reo; na verdade, talvez aquela fosse a primeira vez que Eikichi o via falando tão seriamente consigo. E, sinceramente, o maior não sabia dizer se isso era algo bom ou ruim.

Pior... Ele estava nervoso?! Ugh, isso não. Nebuya Eikichi realmente estava se sentindo desconfortável perante àquela situação?! Oh, isso era realmente vergonhoso para alguém como ele; e sim, era, mas cabia a ele se importar ou não. Mas, droga, Nebuya nem estava conseguindo pensar direito.

— Sim, é sério.

Mibuchi não sabia ao certo o que estava acontecendo ali; quer dizer, ele não sabia se deveria acreditar que aquilo estava acontecendo. Nunca se imaginou naquela situação, não com Nebuya. Era o que chamava de inimaginável. Queria sair dali o quanto antes, a atmosfera do local parecia pesada.

— Eu... Entenda, esta é uma situação delicada e... O que deu em você?!

O que é isto? Eikichi se sentia ainda mais desconfortável. Mais alguns segundos e não aguentaria mais manter os pés no chão.

— Nada. Eu gosto de você, só isso.

Ah, a resposta... Reo tinha de dar uma. E daria, a tinha em mente, mas optou por descobrir de fato as circunstâncias as quais se encontrava. Não podia ler a mente de Eikichi, mas podia, ao menos, especular acerca do que se passava nela. E, no lugar do moreno, esperaria um "não" como resposta.

Reconhecia a situação em que se encontrava, sim. E, se fosse por sua vontade, aquilo acabaria bem.

Eikichi gostava de Reo e queria uma chance. Mas a verdade era que o sentimento que Reo guardava não era compatível com um simples "gostar".

Talvez Nebuya tenha apenas usado as palavras erradas, mas Mibuchi escolhera não arriscar. Não daquela vez, que talvez fosse a última.

Virou-se, dando as costas ao maior, que, no fundo e ainda visivelmente, não se surpreendeu.

— Não.

Se Nebuya houvesse usado as palavras certas, talvez o desfecho tivesse sido diferente.