Trouble. escrita por FantasyJuli


Capítulo 6
Capitulo 6.


Notas iniciais do capítulo

Gente, as minhas aulas voltaram então eu n vou ter mto tempo para postar, mas eu vou tentar postar tds os dias!!
bjosss



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Fui acordada por algumas batidas na porta, provavelmente a Taylor me chamando para tomar café. Quando abri a porta a Maia me olhava com aqueles olhinhos azuis, já podia até esperar por o que vinha a seguir.

–você dirige, não dirige? Seu pai disse que você dirigia. –ela estendeu os dedos com uma chave pendurada na ponta do indicador.

–depende, porque e para onde eu dirigiria?

–nós vamos a praia. –não era uma má ideia, estava mesmo precisando nadar um pouco. –de quem é o carro?

–é da minha mãe, bom, foi ela pediu para que a gente ficasse fora durante o fim de semana. –já era final de semana? –você sabe, pra aproveitar com o seu pai.

–ai meu Deus, cala a boca.

–se arruma logo, o pessoal já está esperando a gente. –o “pessoal” iria está lá ou seja, o Cameron vai estar lá.

–onde a gente vai ficar?

–ai meu Deus, para de fazer tanta pergunta é só uma noite na praia, com fogueira e barracas entendeu? A nossa já está no carro só te esperando ficar pronta. –a garota sorriu e saiu da frente da porta. –estou te esperando lá em baixo.

Realmente não me importava se o Cameron fosse, o mar sempre me fazia bem não importava as circunstâncias, era como se o mar fosse parte de mim e eu não pudesse ficar muito tempo longe dele.

Coloquei dinheiro, algumas roupas e cigarros na bolsa o resto já estava lá a dias. Coloquei um short jeans de cintura alta e uma blusa preta com a frase “smells like a teen spirit” e sandálias coloridas, deixei o cabelo solto e coloquei os meus óculos escuros de sempre. Desci as escadas segurando a bolsa e a Maia sorriu levantando-se.

–vamos. –disse atravessando a porta

A Maia saltitava como uma gazela em direção ao carro, eram oito horas da manhã de onde vem tanta animação? O carro da Taylor era uma caminhonete vermelha e velha, não parecia o tipo de carro em que a Taylor anda. A Maia arrumou as coordenadas no GPS e lá fomos nós atrás da praia.

–vai ser divertida, Tridy. Lá é bem bonito e vazio, logo, não terá ninguém para encher o nosso saco. –ela ligou o rádio, passava love me like you do e ela cantarolava no seu canto.

“Vire a direita” eu virei e logo depois a voz do GPS me mandou para a esquerda, em cerda de uma hora depois de seguirmos em frente numa estrada chegamos a tal praia. Completamente isolada do mundo.

–finalmente vocês chegaram. –a Chery estava sentada na caçamba de uma outra caminhonete mexendo os pés sob a areia.

Alguns carros estavam parados na areia, o da Chery e da Nicole, o do Ash e só. Não via o resto por lugar algum, e quando eu falei resto eu me referi ao Cameron. O ar salgado da praia invadiu o meus pulmões quando desci do carro, sentia mais falta do mar do que imaginava. Na Austrália eu ia para a praia todos os dias, afinal morava a cinquenta passos do mar.

–sim, mas agora, onde estão as cervejas? –a Maia saiu saltitando e pulou no colo do namorado que a envolveu com os braços rapidamente, Ash parecia ter mais paciência com a Maia do que ela merecia.

–estão no fundo do carro da Cherry e da Nicole.

As duas estavam vestidas praticamente iguais, com short, biquíni e moletom amarrado na cintura. Me preparei internamente para aguenta-las até o domingo, não porque eu não gostava dela, mas porque elas simplesmente não falam comigo.

–onde estão as outras pessoas. –Cameron, meu interior quis dizer. Me puni mentalmente por isso.

–o Chris e o Cam estavam pegando algumas coisas para fazer a fogueira. –uma das primeiras palavras da Nicole direcionadas a mim veio seguida de uma cerveja. Abri e comecei a toma-la.

–vamos para o mar, gente? –a Nicole sacudiu as pernas enquanto tirava o short mostrando um lindo biquíni azul marinho.

–não Nic, não quero molhar o cabelo. –a Chery respondeu voltando a se senta na caminhonete dessa vez com uma garrafa de cerveja na mão.

–não vou, mal sei nadar. –a minha “irmã” falou.

–eu vou ficar com ela. –o Ash abraçou a cintura dela e deu um beijo carinhoso no pescoço, admirava o carinho entre os dois.

–nossa, obrigada. Eu vou sozinha.

–espera. –eu comecei a tirar a roupa mostrando o meu biquíni de crochê preto favorito. –eu vou com você.

–obrigada, tenho medo de entrar no mar sozinha. –não seria uma má ideia e assim eu podia tentar começar uma nova amizade com a Nicole, ela parecia ser uma pessoa legal no final das contas.

Corremos na areia até finalmente os nossos pés alcançarem a água gelada do mar, a minha pele inteira se arrepiou e a Nicole começou a dar pulinhos até finalmente mergulhar na água, eu fiz o mesmo. Pulei como uma gazela pela água até tomar coragem e mergulhar. Os cabelos pretos da Nicole apareceram depois de alguns segundos.

–eu amo o mar, é tão eletrizante. –ela jogou um pouco de água para cima molhando ainda mais o cabelo.

–é maravilhoso, dá uma calma. –disse, -a Austrália não é sempre assim, tem as épocas dos maiores ataques de tubarão e tudo mais.

–você já viu um tubarão? –ela perguntou animada.

–de uma forma terrível, mas já. –sorri um pouco nervosa, falar desse assunto não me deixava muito confortável.

–como foi? –a curiosidade surgiu nos seus olhinhos verdes como uma cirança.

–eu estava na praia com uns amigos, era quase três horas da manhã e estava muito escuro então não conseguimos enxergar quando um tubarão surgiu. Ele conseguiu levar a metade da perna do meu ex-namorado e depois disso ele ficou muito depressivo e nós terminamos. Eu fiquei quase um ano sem entrar no mar novamente. –as lembranças criaram um nó na minha garganta, foi horrível vê-lo daquela forma.

–nossa, isso é interessante. Uma boa história.

–obrigada. –meu riso saiu meio falhado por causa do nó que já havia se instalado na minha garganta.

Uma música alta invadiu e interrompeu o silêncio que predominava na praia quando um Jip chegou em alta velocidade. Cam. Vi a Maia agitar os braços enquanto segurava uma cerveja nas mãos. Eles começaram a carregar madeira e colocar em forma de um círculo na areia.

–o Cameron tem de dado muita atenção nesses últimos dias, mais do que ele é acostumado a dar. –a garota sorriu e saiu nadando em direção a areia e eu, a segui.

–o que?

–nada, eu só estou falando para ter cuidado. O Cameron é bem confuso quando quer ser. –ela saiu do mar e eu a segui em silêncio, cobrindo meus braços do frio até chegarmos onde todos estavam.

–olha só, se não são as sereias. –o Cameron abriu um dos seus sorriso enquanto abaixava para acender o fogo junto ao Chris.

–Maia onde está a toalha. –perguntei ignorando o garoto, preferi ouvir a Nicole. O nome do Cameron era um sinônimo de problema para a minha cabeça.

–na caminhonete. –fui até o carro e abri a caçamba, não havia nada lá a não ser duas bolsas.me sequei e coloquei um moletom por cima do biquíni úmido.

–Maia, onde estão as barracas? – ela dançava ao som de Avicci e todos os outros a acompanhavam, praticamente bêbados.

–eu ia mesmo te falar sobre isso...-ela soltou um riso abafado e continuou. –eu acho que esqueci em casa.

–como assim você esqueceu. –ela abriu um sorriso me deixando mais irritada.

–não tem problema, eu durmo com o Ash e você com a Nic e a Chery.

–nem da, a nossa já está cheia com o Chris. –eu realmente não queria imaginar o que aqueles três faziam juntos o tempo inteiro.

O Cameron soltou uma risada rouca e infeliz que só serviu para me deixar ainda mais chateada. A Maia fez aquilo de propósito, era claro. Eu queria ir embora, mas não podia sair daquele jeito, era isso que ela queria.

Era simplesmente isso que ela queria, me deixar desconfortável em qualquer situação em que eu esteja. Mas eu não iria deixar que isso acontecesse. Peguei uma cerveja em um balde cheio de gelo e soltei uma risada um tanto forçada.

–não tem problema, eu durmo na caminhonete.

–não, você pode dormir comigo. A minha cabana é bem grande. –todos ficaram em silêncio a surpresa nos olhos da Mara era nítida.

–o que? Não precisa, obrigada. –respondi quase gaguejando, preciso de mais cerveja.

–você não vai mesmo dormir na caçamba de um carro. –o tom autoritário que é quase uma marca registrada do Cameron me atingiu.

–já disse para não se preocupar, sei me virar sozinha. –tomei um gole longo e me sentei no chão ao lado da Nicole. A verdade é que eu estava apavorada, não queria dormir na caçamba da caminhonete, mas também não iria dormir na cabana com o Cameron. O jeito era beber até o ponto de desmaiar e não precisar dormir.

...

Estava começando a escurecer e eu já tinha tomado umas sete cervejas, o que não é nada bom, afinal eu sou péssima quando o assunto é beber. O Cameron estava deitado na frente da fogueira enquanto terminava um cigarro, sua expressão era serena e calma. Nem parecia ele naquele momento.

A forma como ele fumava era algo inexplicável, não parecia um ato qualquer quando ele o fazia. Parecia algo sensacional que precisasse de muita técnica, seus lábios rosados envolviam o cigarro e soltava a fumaça com delicadeza segundos depois, mais parecia um ato sexual e ele ficava maravilhosamente sexy quando o fazia. Não conseguia desviar o olhar.

–quer? –ele perguntou quando percebeu que eu o encarava.

–eu? Não obrigada. –respondi com dificuldade por causa da bebida que já fazia efeito.

–tudo bem. –ele se levantou e foi mexer no fogo, as labaredas alaranjadas se levantaram e eu me aproximei para me esquentar.

O Chris dançava junto a Nicole no meu lado enquanto a Chery gritava alguma coisa em francês em cima do carro. Todos ali já haviam bebido o dobro ou talvez o triplo que eu, menos o Cameron que estava mais calmo do que nunca.

–Tridy, vem dançar com a gente. –o Chris me puxou pelos braços e eu tive um pouco de dificuldade para andar.

A música que tocava logo me envolveu e eu comecei a me mexer de forma descontrolada, ora mexia os quadris ora mexia a bunda e os braços, estava me divertindo muito pela primeira vez desde que comecei a morar e eu estava amando o momento.

As ondas quebrando no horizonte e um cheiro de churrasco que estava sendo preparado numa grelha improvisada, aquilo estava tirando metade do peso que eu estava sentindo em cima das costas, mas provavelmente isso é mais um efeito da bebida e amanhã de manhã eu vou estar igualmente culpada.

O Ash remexia as linguiças na grelha e nós dançávamos como loucos, porém logo logo eu teria que dormir no carro e aquela ideia não me parecia nem um pouco satisfatória. Quando o ash nos chamou terminamos toda a carne e o pão de alho em instantes e lá para as três da manhã todos já estavam dormindo em suas devidas cabanas, menos eu.

Abri a caçamba e ajeitei o meu coberto e usei a minha bolsa como travesseiro, aquilo com certeza não era confortável e o efeito da bebida estava começando a passar, que bosta. Ouvi um barulho e me levantei num susto.

–quem está ai? Olha se isso for uma brincadeira... –a luz fraca da fogueira iluminava uma silhueta que não conseguia decifrar.

–sou eu, Lady. –a voz do Cam reverberou e eu soltei um murmúrio.

–o que você quer aqui? –conforme o garoto ia se aproximando eu conseguia enxerga-lo melhor, usava uma calça moletom preta e uma camisa cinza com cavas nos braços.

–eu vim te chamar, não dorme aqui vai ficar desconfortável e tem vários bichos aqui à noite. –sua voz parecia suave como sempre.

–aqui está ótimo. –menti.

–eu sei que é mentira. –ele sorriu e fez uma pausa. –vem, eu juro que me comporto.

–tudo bem. –depois de pensar um pouco eu decidi ir, não seria tão ruim e a proposta era tentadora.

Sua cabana era realmente grande e havia um travesseiro a mais, ele se deitou e logo se cobriu eu fiz o mesmo. O “teto” da cabana era transparente e as estrelas brilhavam com toda a intensidade agora.

–é lindo. –falei sem querer.

–eu sei, é como se estivéssemos mais perto do céu. Longe da cidade e de todas aquelas luzes, eu me sinto melhor quando olho as estrelas como se tudo fosse bom. –ele apoiou a cabeça nos braços e encarou o céu junto comigo. –eu sei que me entende.

Ele estava certo, eu o entendia perfeitamente.


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