Pov Marcelina
Estávamos todos tomando café, a única que não estava na mesa era a Alicia, que tinha se recusado a sair da cama.
– Como foi ontem a noite? Perguntou minha mãe.
Tínhamos nos reunido hoje de manha, para saber se contávamos a verdade ou não, ou resultado foi: 9 votaram para não contar e 7 para contar, toda a minha família ficou em defesa do Paulo e votaram para não contar, e por incrível que pareça a Alicia votou para não contar, Mario ficou meio bravo com o resultado, mas acabou aceitando.
–Normal. Respondeu Davi
–Então, foi tudo bem? Sem nenhuma confusão? Perguntou Rene
Pude notar que Mario me encarava, mas quando o olhei ele desviou o olhar.
–Foi tudo bem, nada de novo. Digo
Rene me olha com desconfiança, pode parecer meio difícil nós não termos discutido.
–Já que foi tudo bem, por que a Alícia não está na mesa com a gente? Rene fez a pergunta olhando diretamente para mim e para MaJo.
–Ela tava com sono, e não quis levantar. Disse MaJo
Paulo permaneceu calado o cafá inteiro, acho que ele tinha ficado realmente mal pelo que aconteceu.
–Tinha que ser essa menina, o café é a hora da família e eu quero todos na mesa. Rene disse um pouco bravo.
–Diz isso pra ela então. Diz Carmem
–Carmem. Minha mãe a repreende
–ALÍCIA, EU SEI QUE VOCÊ ESTA ACORDADA E QUERO VOCÊ AQUI EM 5 SEGUNDOS. Gritou Rene
–Calma amor, talvez ela não esteja se sentindo bem. Disse minha mãe tentando acalma-lo.
–Eu cansei dessa menina, você não sabe a metade das coisas que ela já me fez passar, deveria ter mandado ela para escola militar.
–Achei que já tínhamos resolvido esse assunto. Disse Mario
–Isso não me impede de voltar nesse assunto. Disse Rene
Eu não estava entendendo nada, o que a Alicia tinha feito de tão grave?
–ALÍCIA!!! Diz Rene gritando
–Eu vou chamar ela. Eu digo antes que as coisas piorem.
Subo as escadas e vou até o meu quarto, que na verdade eu divido com a Alicia e a MaJo.
–Ally, o seu pai ta te chamando pra você tomar café.
Eu a olho e ela está jogada na cama de pijama com a cara meio inchada.
–eu não vou. Ela disse
–Escuta Alícia, o seu pai ta realmente bravo, e ele quer você lá tomando café com todo mundo.
–Dane-se ele, o sonho dele sempre foi me mandar pra escola militar mesmo. Ela disse triste
–Não ala assim dele, ele te ama, e ta fazendo tudo isso por que realmente se importa com você.
–Mesmo assim, não quero olhar pra cara do seu irmão.
–Ele ta arrependido do que disse, da pra ver isso nos olhos dele. Eu digo, o que realente é verdade
–Co a minha mãe era tudo tão mais fácil...
–Você sente falta dela? Eu sinto falta do meu pai.
–Eu a odeio, nunca mais quero vê-la.
Fiquei com pena dela, imaginei como seria minha vida sem inha mãe abandonasse a mim e aos meus irmãos, uma coisa é o seu pai morrer, outra coisa é ser abandonado.
–Sinto muito, ela devia ser bem idiota, pra não querer ficar com vocês.
Vejo ela sorrir pra mim e sorrio de volta.
–Eu a achava incrível, mas quando ela foi embora, acho que foi o pior dia da minha vida, tudo virou u caos, meu pai ficou doente e foi para o hospital, Bibi e Adriano choravam sem parar dia e noite, Mario chegava em casa bêbado as vezes, Valéria ficou de depreção, Margarida e Jaime fugiram de casa, até Daniel começou a ficar rebelde, chegou até a bater na Margarida.
–Nossa que horror, e o que aconteceu com você?
–O pior, fui a ultima de todos a falar com a minha mãe, então quando ela foi embora, eu comecei a ver como meus irmãos estavam e eu realmente comecei a ficar muito mal, achei que meu pai iria morrer, e via todos ao meu redor sofrendo, então eu me envolvi com uma certa turma da pesada, e sabe como é né..
–Ally você, não fez o que eu to pensando né? Perguntei nervosa
–Se você esta pensando em drogas, sim foi exatamente isso.
Eu estava de boca aberta, nunca pensei que a Alícia e os outros tivessem sofrido tanto assim.
–As coisas melhoraram, Adriano e Bibi estavam bem melhores, a Val saiu da depreção, Mario disse que nunca mais iria beber e cumpriu isso até agora, Jaime e Margarida foram achados e Daniel parou com as brigas e pediu desculpas a todos, meu pai saiu do hospital e pra eles tudo estava perfeito, mas eu não parei.
–O que aconteceu depois? Perguntei
–Mario descobriu tudo, e tivemos uma baita discussão, mas já era tarde, sai de casa e me meti numa roubada.
–O que você fez?
–Fui presa, e aí a minha família descobriu tudo, e meu pai quis me mandar para a escola militar, mas Mario e Daniel o convenceram a mudar de ideia. Comecei a frequentar grupos de apoio, clinicas, e me livrei desse mal.
–Nossa, que barra.
–Pois é.
–Mas, agora você sabe que não está sozinha, você tem os seus irmãos e a mim. Eu disse num tom amigável.
–Valeu Marce, acho melhor descermos.
–Okkk eu te espero lá em baixo
–Tudo bem.
Desci as escadas, e me dei conta de uma coisa, eu tinha acabado de virar amiga de Alícia, a garota que eu sempre odiei, agora eu podia considera-la uma amiga, ou até que sabe uma irmã.