Em busca de uma nova vida - 2ª Temporada escrita por Kaah


Capítulo 25
Bônus - POV Tobias sobre o capítulo anterior


Notas iniciais do capítulo

Oláá gatenhas!!! :D

Tenho um capítulo do Tob pra vcs!

Esse capítulo é apenas um bônus. Vocês me perguntaram onde estava o Tobias durante o último capítulo.
Pois como vocês já imaginavam, teve treta dele com o Caleb e ele foi impedido de ver a Tris, mas ele esteve lá o tempo todo e vocês vão ver o que aconteceu pelo ponto de vista dele.

Eu já estou quase terminando o próximo capítulo, mas como eu ainda tenho que revisar, não sei se sai hoje, ta?

Espero que gostem desse!

Muitíssissíssímo obrigada a todas que comentaram, eu adoro ler e responder vocês!

Beijos... ♥



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Tobias

Meu rosto lateja.

O soco que eu recebi de Caleb quando cheguei ao hospital, foi bem forte. Eu deixei. Não revidei. Estava muito angustiado desde que Anna me disse que a Tris foi trazida para cá. Além disso, eu mereci. Eu é quem devia esta com ela no momento que ela passou mal.

Agora, Susan e Caleb estão do outro lado da sala e não me olham. Sei que me culpam. Merda, eu me culpo! Eu devia ter ido atrás dela. Não devia nem ter permitido que ela fosse embora sem mim. Se algo acontecer a ela ou ao meu filho, eu nunca irei me perdoar.

Estou angustiado e até agora ninguém veio falar conosco. Tudo o que eu sei nesse momento, é que Tris veio para cá sentindo muitas dores e que foi levada para fazer alguns exames.

~~

Nem sei quanto tempo se passou, mas de repente um homem vestindo uma roupa azul - típica de centro cirúrgico - entra na sala de espera. Nós três nos levantamos e o encaramos. Ao lado dele esta uma mulher com a mesma vestimenta.

–Vocês são os familiares de Beatrice Eaton? – Pergunta o homem.

–Sou o irmão dela – responde Caleb e eu dou um passo à frente.

–Eu sou o marido dela – informo. Caleb me olha feio e Susan aperta o braço dele.

–Sou o Dr. Jonathan Jenks. Eu atendi a Beatrice quando deu entrada na emergência. Ela foi submetida a vários exames e agora está sedada. Acaba de ser transferida para o quarto e está descansando.

–Como está o bebê Dr? – Pergunta Susan e eu prendo a respiração.

O médico suspira e então responde:

–Sinto muito. Ela perdeu o bebê.

Fico sem me mexer. Meu Deus! Meu filho.

Levo as duas mãos ao rosto e respiro com dificuldade. Eu provoquei isso. Deixei a Tris sozinha.

Ouço o choro de Susan e em seguida ela grita.

–Não Caleb, não! – Abro os olhos e vejo Susan e o médico tentando impedir que ele avance sobre mim. Olho para ele e vejo o quanto ele quer me ferir.

–Você é um desgraçado! É tudo culpa sua!

–Caleb – Susan insiste, puxando o rosto dele entre suas mãos, o fazendo encará-la. – Tris precisa de você, se acalma, por favor – ela chora e Caleb se vira para o médico.

–Como está minha irmã?

–Ouçam – começa o médico –, ela teve um aborto espontâneo. Não havia nada que pudéssemos fazer. O bebê já estava sem batimento quando ela deu entrada no hospital. Estamos esperando os resultados dos exames para poder determinar a causa, e até mesmo para prever se ela poderá sofrer com esse mesmo problema em uma futura gestação. A Beatrice já esteve grávida antes?

–Sim – eu respondo, antes que mais alguém fale. Depois acrescento: - Nós temos uma filha de cinco anos.

–E a gestação foi ocorreu normalmente? – Penso por um instante e repondo:

–A Tris teve um acidente no 5º mês, ela caiu das escadas, mas fora isso ela não teve complicações.

Caleb solta um riso alto.

–Ela se acidentou nas escadas... – Ele olha para mim – Você quer dizer que ela foi empurrada das escadas pela sua ex, não é? E agora você faz minha irmã perder o bebê!

–Caleb! – Susan repreende. – Pare de falar e escute o médico.

–Bom... Eu voltarei aqui para informar o resultado dos exames. Como eu disse, a Beatrice está sedada. Eu proibi visitas por enquanto. Assim que ela acordar, uma enfermeira virá avisar e liberá-los para vê-la – o médico se vira para sair, mas Susan o chama.

–Dr. vocês poderiam avisar o Dr. George Wu? Ele é o obstetra da Tris. Seria muito importante se ele estivesse presente quando ela receber a notícia – o médico assente e olha para a enfermeira ao seu lado.

–Dora, por favor, avise o Dr. Wu, explique o caso e diga que a Beatrice deve acordar em breve. – Dito isso, o médico se retira e eu dou dois passos para trás, até encostar na cadeira e ali desabo.

Isso não pode estar acontecendo.

Apoio os cotovelos nos joelhos e esfrego o rosto com as duas mãos. Quero chorar. Estou desesperado. A Tris precisava de mim. O que eu fiz?

~~

Mais tempo se passa e a enfermeira entra na sala e diz que Tris já acordou. Me levanto rapidamente e com um sorriso sem graça, a enfermeira informa que a Tris pediu a presença do irmão ou da Susan, apenas eles.

Caleb sai da sala e eu fico ali, me sentindo um lixo. Ela não quer me ver. Esta com muita raiva de mim por que a deixei sozinha. Será que ela também me culpa?

Quando Caleb volta, ele está chorando. Eu o olho esperando que diga alguma coisa, mas ele abraça Susan e chora. Murmuram algo entre eles e depois saem da sala.

Estou explodindo de tensão, ninguém me diz o que está acontecendo e quando saio em busca de informação, a enfermeira só me diz que já deram a notícia a Tris e ela esta descansando novamente. Seu rosto se contorce enquanto fala. Tris deve estar arrasada.

–Por favor, preciso vê-la! – Peço à enfermeira. Ela me olha e balança a cabeça, negando.

–Não posso senhor. Ela está dormindo, de qualquer forma o senhor não poderia falar com ela.

–Não tem problema, eu só quero vê-la. Por favor – imploro. Estou a ponto de me ajoelhar se for preciso. Mas a mulher me olha, parece estar em conflito. Está com pena de mim. Sempre odiei esse sentimento, mas nesse momento ele é útil, então forço minha expressão de angústia para ela.

–Eu vou permitir, mas só por 3 minutos ou isso pode me causar problemas, ok?

–Claro, claro – digo ansioso e a acompanho pelo corredor.

Paramos em frente a uma porta e as luzes estão apagadas. A enfermeira acena com a cabeça e eu entro. Apenas uma luz fraca de cabeceira está acesa e eu me aproximo devagar. Não quero acordá-la, tenho medo que ela fique irritada se me vir aqui.

Sua expressão durante o sono não demonstra nenhuma tormenta. Ela parece um anjo.

Soluço e levo o punho fechado à boca. O que eu fiz a você, meu anjo?

Aliso seu cabelo loiro e tiro alguns fios que estão presos em sua boca tão bonita. Ela não se mexe, mas seus olhos passeiam dentro das pálpebras. Ela está sonhando.

Com todo cuidado, me sento na borda da cama e acaricio seu rosto.

–Me perdoa... – Custo para conseguir falar. Tenho um nó enorme na garganta e me sinto em pedaços por vê-la assim. – Me perdoa meu amor. Eu não queria que nada disso acontecesse, eu achei que estava te protegendo. Eu... Eu... – Deito meu rosto sobre seu braço e me deixo extravasar, me sinto tão cansado por guardar esses sentimentos. – Eu não sei o que fazer Tris... Eu queria fazer a coisa certa pra nós, mas eu ferrei tudo. Você está aqui agora e vai me odiar por não ter estado do seu lado. Eu sinto tanto...

A porta do quarto se abre e quando levanto a cabeça vejo a enfermeira.

–Desculpe, mas você precisa sair. – Limpo minhas lágrimas e olho mais uma vez para Tris. Me levanto e beijo sua testa enquanto murmuro:

–Eu não vou te deixar sozinha nunca mais. Nunca. Te prometo.

~~

Depois disso, tudo passa como um borrão. Nossos amigos chegam e recebo mais olhares raivosos. Will e Zeke são os únicos que falam comigo. Zeke sabe o que esta acontecendo na empresa. Ele não concordou com a minha decisão de manter Tris afastada e mais ainda quando eu deixei meu pai pensar que ia abandoná-la. Mas ele não me julga nesse momento. Nem Will, que apesar de não entender, se senta do meu lado e tenta me confortar.

–Cara, vá para casa – diz Zeke. - Olha seu estado, você ainda está com a mesma roupa, e está sujo de sangue – olho minha camisa e sei que Zeke tem razão. Meu terno está jogado na cadeira e minha camisa branca esta com alguns botões abertos e está manchada com o sangue que escorreu do meu lábio quando Caleb me socou. Estou um lixo, mas não vou sair daqui até Tris ter alta e eu poder levá-la para casa.

–Não Zeke, eu vou ficar aqui. Eu não me perdoo por deixar ela sozinha. A partir de agora eu não vou mais sair do lado dela.

–Tobias, acho que seria melhor você dar um tempo a ela. Fique uns dias em casa, deixe ela se recuperar um pouco e esfriar a cabeça – diz Will.

–Não, não! – Digo. – Isso tudo chegou a esse ponto por que eu deixei ela sozinha. Eu fiz isso, eu matei meu filho. Tris está sofrendo, eu sei que está. E eu vou ficar com ela, mesmo que ela me odeie, eu não vou sair do lado dela. - Zeke e Will se entreolham.

Nesse momento Caleb entra na sala e vem em minha direção.

–Você! – Ele aponta pra mim. – Minha irmã esta despedaçada lá dentro. Acabei de saber que ela acordou transtornada, gritando, estourando o soro... – Ele dá voltas e Susan já está do lado dele de novo. Eu, nem me mexo. – Minha irmã vai receber alta e eu vou levar ela para a minha casa!

–Não – me levanto. – Chega Caleb! Eu mereço que você me culpe. Eu fui uma merda nas últimas semanas e não cuidei da Tris, mas ela é minha esposa e eu não vou deixar ela ficar longe de mim.

–Você já ferrou demais as coisas, não acha? – Ele grita. – Desde que te conheceu, a Tris só tem se dado mal.

–Caleb, não exagere. Os dois são adultos e podem decidir o que é melhor para eles – diz Zeke. Caleb o fuzila com o olhar, depois suspira e se vira para mim.

–Beatrice vai para a minha casa. E eu quero você longe dela!

–Vocês todos. Calem a boca! – Interfere Christina. Ela se põe entre nós. Agora estão quase todos de pé, em circulo. Apenas Shauna está sentada alisando a barriga e nos olha atenta. – Tris está lá dentro, está sofrendo e eu sei o quanto minha amiga está sofrendo. Só o fato de ela não querer nos ver, mostra que ela está se fechando de novo. Igual quando a tia Natali morreu. – Christina funga e com a voz embargada, ela continua. – Vocês vão parar com essa disputa de quem manda mais aqui e vão fazer o que é melhor para ela. Ou Deus me ajude, mas eu vou chutar a bunda de vocês! – Ela olha para Caleb, depois para mim.

Ninguém diz nada, mas a tensão está tão evidente que eu quase posso vê-la.

Depois de alguns segundos e suspiros, Christina volta a falar:

–A Tris precisa estar cercada de amor, de segurança. Ela precisa estar na casa dela, precisa da filha e precisa de cuidados. Anna vai cuidar muito bem dela, tenho certeza. E Sophia vai ajudar a curar o coração da minha amiga...

–Christina eu não ach... – Caleb começa a dizer, mas Christina ergue uma mão para ele.

–Caleb, por favor. Você esta com raiva e esta preocupado com a Tris, mas agora eu estou pensando só nela, então ouça – ela volta a olhar para mim. – Tobias, você vai ficar comigo e com o Will, por uns dias. Tris precisa se recuperar e eu não falei com ela, então não sei como ela está se sentindo sobre você. Portanto, você precisa dar um tempo a ela e deixar ela se acalmar. Quando a poeira abaixar, eu te aviso e você volta para casa e conversa com ela.

Vejo Susan e Shauna balançarem a cabeça, concordando com Christina. Os homens não dizem nada.

Exausto de tanta briga, concordo. E na verdade, eu sei que Christina tem razão, preciso pensar no melhor para a Tris. Vou deixa-la descansar e se acalmar, mas não vou deixar ela me abandonar. Não vou deixar que ninguém afaste ela de mim.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!