Aluga-se um Homem escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 3
Um momento que vale por dois


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem rs
Beijos



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Uma semana. Uma semana que eu estava solteira e do fatídico episodio com o homem fofo. Ainda não tomei coragem para ligar pra ele. Droga!

O que há comigo afinal?

Nunca ajo de forma envergonhada e exagerada. Sou sempre racional, quase fria. Com certeza foi a bebida. É a única explicação para esse comportamento. Esse lamentável comportamento.

–O que há comigo afinal? – me pergunto ao olhar para o meu reflexo no espelho de corpo inteiro. Me admiro sem conseguir evitar que um brilho de admiração passe pelos meus olhos. Meus cabelos ruivos conseguiam chamar atenção tanto quanto o meu corpo curvilíneo. Sou confiante, sensual e mortal quando preciso então porque me sinto tão vulnerável com aquele sorriso?

Será que é o que as pessoas chamam de dor de cotovelo? Ou seria carência? Talvez medo de ficar sozinha?

Preciso parar de pensar nisso e ir para o trabalho.

Me olho no espelho do quarto antes de sair de casa. Apenas para ter a completa certeza de que estou perfeita. Não posso cometer gafes em meu trabalho. Meu trabalho me paga, consideravelmente, bem. Ser chefe de segurança de uma grande empresa trouxe alguns benefícios apesar de tudo.

Comprei um bom apartamento, tenho um carro e não falta dinheiro em minha conta bancaria. E ainda mantenho o meu corpo em forma. É o trabalho perfeito.

Pego as chaves de minha moto antes de pegar a mochila. Tenho poucos minutos para chegar. Sorrio confiante.

Em dias assim me sinto viva. Pego o capacete, o coloco embaixo do braço antes de fechar a porta do apartamento. Desço as escadas do prédio, pois é a forma mais fácil e um exercício. Após beber tantas tequilas preciso deixar o meu corpo mais alerta. Meus passos fazem barulho a cada degrau que desço. Sinto um sorriso brotar em meu rosto a medida que me aproximo da garagem. Vejo a minha moto estacionada próxima a porta das escadas. Coloco a chave na ignição, coloco o capacete e não demoro para escutar o barulho do motor.

Sinto a excitação da velocidade invadir o meu corpo. Ultrapasso os carros em alta velocidade. Naquele momento meu corpo e a moto se tornam um. Poucos minutos depois vejo a entrada imponente da empresa Stark. Sigo para o estacionamento e estaciono a minha moto. No momento em que retiro o capacete balanço meus cabelos. Escuto os murmúrios dos seguranças.

–Boa tarde rapazes – os cumprimento séria. No mesmo instante eles ficam envergonhados e sérios ao responder com educação.

Sigo ate a entrada dos funcionários e me vejo movendo a minha cabeça diante das pessoas que me cumprimentam pelo caminho. Não sorrio. Para eles devo ser profissional e fria, afinal sou a chefe de segurança.

Meus passos não fazem barulho por todo o caminho que percorro ate chegar ao vestiário. Paro em frente ao meu armário, me dispo rapidamente e coloco o meu uniforme. Uma calça preta, uma blusa branca e um terno preto. Roupas que acabam revelando minhas curvas.

–Linda e mortal – digo sorrindo levemente ao sair do vestiário. Começo a primeira etapa do meu dia que consiste em andar pelos corredores apenas para ter a certeza de não havia problemas. A minha vistoria se inicia andar por andar até que no vigésimo andar tenho uma surpresa. O homem mais fofo que já vi em minha vida está em minha frente, de costas para mim, usando um jaleco branco enquanto conversa com outro homem.

A minha vontade é de ir ate ele, mas sei que não seria profissional e muito menos parte de minha personalidade.

Não sou assim.

Não sou emotiva e muito menos tenho expectativas.

Viro de costas disposta a ir embora quando uma mulher passa por mim. Uma mulher com o semblante furioso. Parei e me virei.

Ela parou em frente ao fofo. A sua linguagem corporal indica o quanto ela esta com raiva.

Com raiva do fofo? Isso é possível?

Continuo olhando para saber ate onde ela iria ou esperar pelo momento em que eu deva intervir. Cruzo os braços em frente ao meu corpo.

A mulher começa a gritar com o fofo. Eu tenho certeza que a expressão em minha face é de surpresa e raiva. A mulher se atrevia a apontar o dedo para a cara dele. A sua voz começa a mudar de tom.

Provavelmente eu deveria me aproximar.

O rosto do fofo continua o mesmo. Ele não sorri, apenas mantem a sua calma.

Está tudo bem se quiser brigar com ela. Droga!

Perco o restante de paciência quando a escuto xingá-lo.

–Você é um imprestável – a voz dela fica cada vez mais alta ou sou eu que estou me aproximando demais? – Como tem coragem de fazer isso comigo? Acha que sou um brinquedo seu? Odeio essa sua calma. Grite comigo – ela esta pedindo para que ele brigasse? Louca. – Eu te odeio – essa ultima frase me vez respirar fundo. Caminhei o mais firme que consegui e paro em frente a ele.

–Posso te salvar agora – falo com a voz baixa ignorando o olhar de surpresa dela. – Quer que eu te salve? – pergunto séria. O Banner não diz nada. Ele permanece parado como se pensasse na situação ate que sorri e assenti. Ele quer a minha ajuda. – Essa é a minha forma de compensá-lo – esclareço antes de envolver o pescoço dele com meus braços – É bom fechar os olhos, Bruce.

O som do nome dele soa engraçado ao sair dos meus lábios. Fecho os meus olhos, levemente, antes de beijá-lo. Sinto um ar estranho atrás de mim. Pelo menos ate sentir os braços dele me envolver.

Ele sabe que estou fazendo isso para a mulher ter ciúmes, certo?

Sinto os lábios dele sob os meus. O gosto do seu hálito. A força do seu braço envolta da minha cintura. É uma sensação diferente. Diferente do que sentia com meu ex-noivo.

Seus lábios são macios. Nossos lábios se movem em sintonia. Sua língua passeia pela minha boca. O seu beijo consegue me deixar com o coração acelerado.

–Acho que o espetáculo está ficando para maior de dezoito anos – escuto uma voz falar com uma gargalhada em seguida. Afasto-me do Banner, coloco minhas mãos em seu peito e o olho nos olhos. Ele está envergonhado.

–Espero que isso tenha lhe ajudado – digo para Bruce com a voz mais normal que consigo. Na verdade meu coração ainda bate apressado. Sinto-me uma tola por ter um comportamento infantil desses.

–Provavelmente piorou – ele afirma antes de sorrir. Enfim vejo o seu sorriso.

No instante em que me viro percebo dois novos rostos, nos encarando, além de todos que encontravam-se no andar. O dono da empresa e o meu ex-noivo.

Perfeito.

–Exagerei na ajuda – me vejo falando de costas para Bruce. Sinto a mão dele em minha cintura.

Ele está me confortando e me apoiando?

–Foi perfeita – ele me elogia ao falar em meu ouvido.

Que tipo de homem é assim?

Tento me manter séria. Sei que vou conseguir, pois não me abalaria com algo assim.

–Foi uma cena e tanto Banner – Tony Stark, o dono da empresa, fala sorrindo. – Não sabia que era tão sedutor. A levou para casa e agora tem um romance. Estou orgulhoso.

Estou confusa e curiosa, mas me mantenho firme. Não faço ideia do que ele fala.

Um instante. Ele sabia que o Banner me levou para a casa dele, mas como?

–Tony, não é bem isso – Bruce tenta se explicar ainda segurando em minha cintura.

–Essa não é a melhor forma de explicar, garotão – falo sorrindo ao colocar a minha mão sob a dele. – Senhor Stark – o cumprimento e o vejo acenar afetado ao mesmo tempo em que sorri.

–É bom ver um nerd como ele desencalhar.

–Não acho coerente esse comentário, Senhor Stark – digo com a minha voz profissional ao afastar a mão do Banner da minha cintura.

Profissional? Acabei de agarrar um colega no meio da empresa. Definitivamente não estou sendo profissional.

– Irei retornar ao meu trabalho – minha voz soa firme antes de me virar – Até mais Banner – sorrio antes de encarar a mulher – Não grite e nem o humilhe no horário de trabalho. Tenha mais bom senso – a aconselho antes de me afastar. Ignoro o olhar do meu ex-noivo. Não quero pensar sobre isso. Não agora.

Caminho para o elevador e ao apertar o botão sinto alguém ao meu lado. O aroma do seu perfume continua o mesmo.

Respiro fundo antes de olhar para o homem que havia me traído. Clint Barton. Meu ex-noivo.

–Estou infinitamente surpreso com você, Natasha – Clint falou com a sua voz natural de arrogância. – Não conhecia seu gosto por homens problemáticos e nerds.

–Clint, não tenho nada a falar com você – mantenho a minha voz fria. Não quero me envolver com ele. Não mais.

–Sério Natasha, como conseguiu se envolver com ele? Falando sério, ele tem muitos problemas. Todos comentam.

–Se estou ou não transando com ele, acredito que isso não seja de sua conta ou dos outros, Clint. Vá cuidar da mulher com quem lhe vi transando – nesse momento, para o meu alivio, o elevador chega. – Essa será a primeira e a ultima vez que fala de minha vida. Entendeu isso? Acabou – aperto o botão e as portas se fecham. – Acho que fiz besteira.

Na hora do almoço o meu, suposto, caso com o Banner já se espalhara mais do que incêndio em um estabulo. Por todo o lugar que passo escuto os risos e os murmúrios. Todos acreditam que estou com Bruce Banner.

A minha duvida mais secreta é: como ninguém consegue ver a fofura de homem que ele é?

Trabalho ignorando tudo. Aquele dia fora o mais estranho da minha vida. Sempre faço rondas pela empresa, e sempre que passo pelo vigésimo andar sinto alguém me olhando. Tento ignorar essa sensação. Não me encontro com Clint e nem com Bruce. Pode-se dizer que o restante do dia foi calmo.

Entretanto, no horário próximo de ir embora me deparo com Bruce Banner na portaria. Me esperando.

–Banner – digo ao vê-lo em pé olhando em volta. Ele parecia constrangido. – Aconteceu alguma coisa?

–Eu sinto muito – ele murmura ao me encarar e somente então percebo um convite em sua mão. Ele me estende o convite, me vejo hesitante antes de pegá-lo. – Eu realmente sinto muito – ele continua.

Abro o convite curiosa, mas percebo que fora um erro.

Casamento de Clint e Laura.

Leio aquelas palavras que me fazem rir histericamente. Eu havia sido largada porque ele pretendia casar com outra.

–Como você tem isso? – questiono ao olhar para o semblante constrangido do Banner.

–Ele me entregou.

–O que mais ele disse? – Clint jamais entregaria algo assim a alguém que não suporta. Clint não é esse tipo de pessoa.

–Não acho que eu deva..

–O que mais ele disse? – pergunto novamente com a expressão mais séria e brava que consigo. Vejo pelo olhar de Banner que ele não me reconhece.

Eu não sou uma boa menina. Eu não sou doce, Banner.

–Me perguntou como posso me sentir atraído por alguém como você – confessou envergonhado – falou que você era cruel, louca e não era feminina. Disse que.. – ele me olhou e suspirou – Não vale a pena, Romanoff.

–Não vale, certo?

–Não.

O encaro antes de voltar a minha atenção para o convite em minhas mãos.

–A maioria das mulheres iria querer se vingar de um homem desse tipo – dou de ombros ao entregar o convite para ele – Banner, está livre quando sair do trabalho? – ele assenti – quer sair comigo? Eu preciso beber algo e não quero fazer isso sozinha.

O olhar de Banner transmite compaixão. Ele provavelmente está com pena de mim.

–Será um prazer.

E ele sorri. Um sorriso que me faz esquecer por dois segundos Clint.


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