Condutores Renegados escrita por Rafisk


Capítulo 6
Fantasma do passado, dúvidas presentes.


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é uma continuação direta do anterior, desculpem pela demora e pelo tamanho, estive meio desinspirado pra escrever a continuação, no próximo capítulo tomarei um novo "assunto" desta história.



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Algumas horas depois naquele mesmo dia
22:30
Lucky’s POV: ON

 No momento que eu tinha ouvido aquele cara gritando na porta, meu coração acelerou me fazendo achar que ia cair duro no chão antes de levar qualquer golpe ou tiro.

 Jogaram lá uma espécie de granada de gás, tentei tapar o nariz, mas foi inútil, posso ser um condutor, porém ainda preciso de ar para me manter vivo, então comecei a ficar sonolento, tentei usar minhas habilidades e nada acontecia.

 Não era um gás sonífero, era um inibidor de células condutoras, que nos deixou sem habilidades algumas.

 Ross abriu a janela e pulou, Elisa me puxou e pulamos atrás de Ross, então caímos em um beco, mas estava completamente cercado de soldados armados nas duas saídas.

 Tentamos lutar? Claro que não! Seria suicídio, três condutores contra uns trinta soldados, então apenas levantamos as mãos e com a ordem de um dos soldados que se aproximavam, ajoelhamo-nos.

 Então heroicamente eu levei um golpe e apaguei.

 Acordei num lugar completamente escuro, quando a visão desembaçou eu só via uma parede de cimento puro, olhei em volta, uma sala escura com uma lâmpada pendurada por um fio, esta mesma piscava com intervalos de alguns segundos.

 Eu não sentia o meu corpo, nem conseguia me mexer direito, então ao olhar pra baixo percebi que estava suspenso, olhei pra cima e vi uma corda que estava amarrada na minha mão direita, esta corda subia até o teto e passava por um gancho, até que chegava até minha mão esquerda que estava amarrada pela mesma.

 Eu não fazia ideia de que lugar era aquele, não parecia nada com as prisões do DUP.

 Se bem que, pensando melhor agora, aqueles soldados não usavam nenhum traje ou sequer cores do DUP, aqueles trajes laranja e pretos...

Alguns minutos depois

 Eu não conseguia me mexer de tão dormente que estava, sem conseguir ver nada, apenas ouvindo dois caras conversando sobre o clima, comida e viagens, nada de útil, e aquele papo de comida só me fez lembrar que eu devia estar faminto, com o estômago roncando, porém tão dormente que nada sentia.

— ALGUÉM AI?! – Gritei eu esperando alguma resposta, então logo após ouvi passos e percebi uma sombra passando por debaixo dos meus pés, olhei pra trás e descobri estar de costas pra uma porta, então o cara usando uma roupa esfarrapada disse:

— Silêncio.

 Então o cara entrou na sala com Elisa no ombro, então levei outro golpe na cabeça por trás e novamente desmaiei.

 Quando acordei olhei para o lado e vi Elisa presa da mesma forma que eu, ela já estava acordada, então ao me ver acordado ela disse:

— Lucky! Me responda uma coisa urgentemente, você viu para qual lado o Ross foi?

— Eu não lembro de nada, desmaiei com o golpe.

— Merda, ele tentou fugir, eu reconheço os rapazes na porta e o líder deles, Henry Lawrence não gosta nenhum pouco do Ross.

— Quem são esses caras?

— Um grupo que a maioria já foi do DUP, condutores como eu, mas o líder deles foi colega do Ross no grupo do Michael.

— Ok, qual o motivo do ódio desse ex-colega do Ross?

— Uma operação falhada, além de que ele me amava e eu fiquei com o Ross.

— Então ele te odeia também?

— Talvez, mas ele quer a cabeça do Ross antes de qualquer coisa.

— Que droga... – Então após eu dizer isso nós ficamos em silêncio, então percebi outra pessoa respirando ao meu lado, virei o pescoço e vi a Kat, presa da mesma forma que nós, tentei chamar a atenção dela, mas ela não reagia, conclui que estava desmaiada.

 Eu não sentia o tempo passando, mas sabia que estava lá há algumas horas, então três caras entraram, dois usavam uma roupa preta com capuz e bandana, o outro era mais alto que todos, o cara era gigante pra cacete, devia ter um metro e noventa, ou talvez noventa metros e dez.

— Eu não conheço esse do meio, pode me apresentar a ele, Elisa?

— Ele é Lucky, um condutor novato, porém com muito potencial, ele entrou no seu lugar.

— E o Ross? Meu grupo disse que viram um cara junto com vocês com o perfil dele.

— Deve estar decorando seu túmulo, você morreu pra ele depois que abandonou o grupo e, prendendo a mim e ao Lucky, em breve vai estar naquele túmulo de verdade.

— Ele ficou de luto? Que fofo, para alguém que nem tentou me ajudar.

 Nesta hora eu consegui ver alguém vindo da porta, estava com um capuz e andava com a cabeça baixa, ele entrou na sala silenciosamente, nas costas daquele grupo do Henry.

 O encapuzado se posicionou atrás de um dos guardas mais próximos da porta e tapou sua boca e o puxou para fora da sala até sair de nossa vista, ninguém percebeu nada, logo depois aquele guarda que havia sido puxado retornou e foi na mesma posição, Henry, ainda olhando para mim e Elisa disse:

— Aqueles que um dia foram meus aliados me abandonaram para morrer, filhos da puta desonrados... Matem os três.

 Eu estava no meio e Elisa na minha esquerda, Henry estava de frente para Elisa, um dos guardas de frente para a Kat e o guarda que havia sido arrastado estava na minha frente, os três puxaram a pistola da cintura.

 O guarda que havia sido arrastado rapidamente mirou no guarda prestes a atirar na Kat e deu um tiro na cabeça dele, Elisa rapidamente deu um chute na mão de Henry, fazendo-o disparar contra o teto, então ela colocou seus dois pés na volta do pescoço do Henry e o derrubou jogando-o contra o chão.

 O guarda que havia sido arrastado começa a se desfazer em sangue, quase como se estivesse derretendo, e por baixo daquele sangue comecei a perceber que era Ross com um capuz, quase como se tivesse trocado de pele, como se usasse o guarda como um disfarce.

 Ross colocou o pé sobre o peito de Henry, que estava no chão, e lhe deu um tiro na mão que segurava a arma.

— PORRA! MAS QUE CARALHOS ROSS! – Gritou Henry.

— Péssimas últimas palavras. – Disse Ross, que com sua pistola, deu cinco tiros no peito de Henry.

Algumas horas depois

 Depois de horas tentando mastigar tudo aquilo, ainda não conseguia entender, parecia uma história de amor não correspondido finalizado em morte, mas e aquela missão? O que aconteceu nela?

 Eram dúvidas presas na minha cabeça, que sempre que saiam pela minha boca recebiam um “deixa pra lá” da Elisa.

 Agora eu não sabia a hora de voltar pra base em Los Angeles e esquecer um pouco desta história, mal lembrava de quando havia chegado em Princeton, aconteceu tanta coisa em pouco tempo, a Kat, a besta da construção e agora esse fantasma de Ross.

 Estávamos chegando ao apartamento, Kat estava no banco de trás comigo, calada o tempo todo, sem sair uma palavra de sua boca.

 Olhei pra Ross no retrovisor e ele automaticamente encontrou meu olhar e disse:

— Admirando a vista, Lucky?

— Nem fudendo – Respondi, Ross então soltou uma risada, aproveitei este pequeno momento pra tentar uma resposta.

— Ross, como tu, tipo, se disfarçou de guarda?

— Em primeiro lugar, corta esses “tipos”, que não somos um grupinho de meninas adolescentes e em segundo lugar, eu posso usar o sangue das pessoas para recriá-las, como uma segunda pele. Já assistiu homens de preto?

— Sim.

— É tipo a cena do alienígena que veste o corpo do cara.

— Não tô ligado

— Hmmm...

 Então o silêncio voltou, mas sabe de uma coisa? O silêncio era tudo que eu queria ouvir agora, me lembrando de um verso que Ross, que curte filmes, já deve ter ouvido.

— Ross, adivinha o filme, “Quem sou eu? Ao pronunciar meu nome já não existo mais?”

— A vida é Kat.

 Elisa então olhou pra Ross e disse:

— A resposta da charada é “O silêncio”, e o filme é “A vida é bela”.

— Puta merda, ela sabia.

 Kat estava envergonhada com aquilo, Elisa braba e, eu e Ross rindo da situação.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler.



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