Unterhaltung escrita por BabiihFr


Capítulo 1
Memórias do Parque


Notas iniciais do capítulo

OE /o/
Como vai a vida, leitoras? Primeiro capítulo, dessa minific que vai ter só quatro capítulos...
Mas enfim, vai ser bom enquanto durar, então chega de papo furado e vamos ao capítulo.
Enjoy.



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Alice P.O.V.


[Flashback On]

Esfreguei meus olhos e depois soltei um longo bocejo. OK, a julgar pelo lugar em que eu me encontrava, devia estar me divertindo, mas na verdade, eu podia morrer de tédio ali mesmo.
- Alice! - meu pai gritou, passando por uma multidão de gente.
- Que foi? - tentei parecer simpática.
- Pode ficar de olho na Layla por um instante? - ele carregava a menininha dos cachinhos loiros no colo. OK, eu tenho que admitir que a minha irmã era a coisa mais fofa do mundo.
- Claro - abri um sorriso, enquanto meu pai colocava Layla sentada do meu lado. Logo, ele sumiu e eu fiquei com ela.
- Alice, olha - ela me mostrou uma florzinha cor-de-rosa. Não pude deixar de sorrir, eu me derreto inteira por ela.
- Que bonitinho - suspirei, olhando para Layla.
- Alice, onde a mamãe está? - ela perguntou, inocente. Juro que fui pega de surpresa. Vamos esclarecer uma coisa: Minha mãe tinha morrido quando a Layla nasceu, mas ninguém me contou mais que isso. E eu não ia jogar na cara de uma criancinha de três anos que a mãe dela morreu, certo?
- A mamãe? - franzi o cenho, tentando pensar numa resposta - A mamãe está na Terra do Algodão Doce.
Ela me olhou, confusa. OK, essa foi a pior desculpa que já inventaram na história.
- E onde fica a Terra do Algodão Doce, Alice? - Layla perguntou, com uma carinha fofa. Deus do céu, pare de fazer perguntas!
- Fica no céu, lindinha - afaguei seus cachinhos - Um dia vamos todos pra lá, que tal? E aí nós vamos ver a mamãe e vamos nos empanturrar de algodão doce.
Ela me abriu um sorriso divino. Deus do céu.

[Flashback Off]


Ao lembrar disso as lágrimas vieram quase que instantâneamente. Eu não queria me lembrar da Layla, muito menos da minha mãe. Não gosto de me pegar pensando se Layla estaria agora na Terra do Algodão Doce.
Sacudi a cabeça, afastando esse pensamento. Enquanto me lembrava, ia escrevendo tudo num caderninho. Eu gostava de ter todas as minhas memórias registradas.


[Flashback On]

Meu pai havia acabado de pegar Layla pra ir no carrossel e mais uma vez ali estava eu, sentada no banco de um parque de diversões, morrendo de tédio.
Eu estava imersa (lê-se afogada) nos meus pensamentos, quando vi uma figura se jogar no banco ao meu lado, bufando. Olhei para ele, instintivamente.
- Oi - arqueou uma sombrancelha.
- Ei - eu disse, o reconhecendo de algum lugar - Você não é...?
- Bill Kaulitz - ele disse, fechando os olhos. Parecia estar puto com alguma coisa.
- Você tá legal? - franzi o cenho. Ele abriu os olhos para me encarar. Depois, para a minha surpresa, sorriu.
- Estou - suspirou - Mas você não parece bem.
- Ah... - eu disse, me virando para encarar o vazio - Digamos que eu não esteja me divertindo muito.
- Idem - ele concordou, ainda olhando pra mim e sorrindo - Escuta, quer ir na roda gigante?
Mordi o lábio. Eu morria de medo de altura. Franzi o cenho.
- Que foi? - ele perguntou, divertido.
- Morro de medo...sabe... - me engasguei com as palavras - Eu tenho medo de altura...
Ele abriu um sorriso maior ainda.
- Não precisa ter medo - suspirou - Ah, tudo bem, esquece.
Olhei pra ele, que retomou a feição de quem estava morrendo de tédio.
- Ei, quer saber de uma coisa? - eu disse, fazendo-o olhar pra mim - Vamos na roda gigante?
Ele abriu um sorriso enorme. Só quero ver.

[Flashback Off]

Comecei a rir, lembrando do colapso nervoso que eu tive quando a roda gigante chegou no topo. Eu juro que quase morri do coração.
Eu ainda estava rindo, quando ouvi meu telefone tocar. Me estiquei, com pressa, para atendê-lo.
- Hallo! - ouvi a voz familiar.
- Hallo!
- Escuta... - Bill começou - Acho que eu esqueci um CD aí, não é?
Pensei um pouco, depois localizei-o em cima da cômoda.
- Aham - suspirei.
- Posso passar aí mais tarde, pra pegá-lo?
- Claro - abri um sorriso.
Desliguei o telefone. Eu e Bill éramos melhores amigos, desde o dia no parque. Caramba, aquele parque me rendeu cada lembrança...

[Flashback On]

- Eu te odeio! - ri, saíndo da roda gigante.
- Você quis aceitar - ele disse, gargalhando da minha cara - A culpa não é minha.
Dei-lhe um soco no ombro. Eu devia estar verde. Ave, enquanto meu pai se divertia no carrossel com a minha irmã mais nova, eu quase morria numa roda gigante, com um desconhecido que eu só havia visto pela TV.
- Algodão doce - ele disse, de repente, com os olhos brilhantes.
- Algodão doce - repeti, vidrada.
Nem pensamos duas vezes. Fomos comprar um monte de algodão doce, para comermos até morrer.
- Calorias... - eu dizia, enquanto engolia o doce, fazendo Bill rir.
- Ei - ele olhou pra mim. Mexi a cabeça em resposta - Me desculpa perguntar, mas porque você parecia tão triste, aquela hora?
- A hora que você chegou? - perguntei, franzindo o cenho.
- É... - ele suspirou - Você parecia infeliz.
- Hm - resmunguei - Eu estava morrendo de tédio.
Ele assentiu com a cabeça.
- Mas e você? - continuei - Você parecia infeliz.
- É - ele respirou fundo - Quando as coisas dão errado pra banda, eu fujo pra cá e fico me empanturrando de algodão doce.
Não pude deixar de rir. Bill Kaulitz afogava as mágoas em algodão doce, quem diria.

[Flashback Off]

Olhei para o caderninho cheio de memórias escritas. Faltava uma coisa ali. Logo, me pus a escrever.
"Não sei porque, mas todas as lembranças dele me atormentam. Quer dizer, ele é meu melhor amigo, mas...Céus, como pode machucar tanto só de ver uma pessoa? Tenho medo. Muito medo. Tenho medo que o que eu sinto por ele seja mais que simplesmente carinho, sabe, entre amigos. Eu tenho medo de estar me enganando.
Todas as cartas de amor que eu escrevia pra ele, eram só de brincadeira, claro. Mas quando eu vou tentar jogá-las fora, não consigo. Não sei porque, mas me parece que elas são reais. Que um dia ele vai lê-las e depois as responder. Vai dizer que me ama também e que jogaria tudo pro alto por mim"

Mais uma vez, li o texto que havia acabado de escrever. Rasgava cada pedacinho do meu coração ter que admitir, mas eu acho que sonhei alto demais.

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Notas finais do capítulo

Eu, dramática como sempre /o/
Mano, ás vezes eu mesma me surpreendo com a quantidade de flashbacks que eu coloco em um capítulo só
Mas enfim, os próximos não terão tanto flashback, então fiquem tranquilas XD
:*