A 4th July to Remember escrita por Scarlett


Capítulo 1
Happy 4th July, Captain.


Notas iniciais do capítulo

Hey galerinha olá olá olá espero que gostem da fic! Sei que a fic é por causa de 4 de julho mas eu to postando no fim do dia sry



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Brooklyn, quatro de julho, 05h00min AM.

O Capitão Rogers havia acordado bem cedo naquela manhã, seu sono sendo constantemente perturbado por pesadelos. Depois de ter visto seu melhor amigo morrer e anos depois reaparecer e tentar matá-lo era algo que poderia facilmente ser taxado como inquietante, no mínimo.

Logo que se mudou para a Torre, achava que aquilo seria ruim, incômodo. Pensava que não conseguiria conviver com aquelas pessoas, visto que tudo que queria era ficar sozinho. No início, passava a maior parte do dia em seu andar exageradamente grande, era confortável, isso não podia negar, mas não via necessidade em todo aquele espaço que provavelmente nunca seria usado. Só que na verdade acabou sendo bom, não em todos os aspectos, claro, mas era bom, quase como ter uma família.

A rua estava silenciosa, o soldado praticamente só ouvia o barulho da lata de refrigerante que chutava. Era estranho visitar aquela vizinhança depois de tantos anos. Desde que havia sido descongelado não tinha visitado o Brooklyn. O máximo que tinha feito era uma pesquisa na internet para descobrir os preços dos imóveis disponíveis, queria voltar a morar naquele lugar, mas ainda não tinha tido coragem de visitá-lo. Contraditório, mas ele tinha medo das lembranças que aquilo traria.

Estava tudo mudado. Dos estabelecimentos que conhecia, poucos foram os sobreviventes. Havia um bar no fim da rua que Bucky sempre o levava na esperança de conseguir-lhe uma garota, sem sucesso, é claro. Steve queria ver esse bar, em sua época ele já tinha quase cinqüenta anos, queria ver se ele havia sobrevivido. Queria ver também a antiga casa de Bucky, a sua nem tanto, não sabia exatamente o porquê mas não queria.

O loiro olhou para o Mc Donald’s a sua esquerda e riu. Isso está em todo o lugar mesmo, pensou. Até naquele bairro simples que há anos atrás não tinha nada particularmente interessante agora tinha várias lojas e algumas delas ele se lembrava de ter visto em shoppings. Sobre shoppings ele havia feito uma nota mental para ir a um apenas se for muito necessário, não gostara muito do ambiente, era cheio e barulhento e não tinha relógios. Era uma forma de pensar um pouco idosa demais.

Os sinais do sol já começavam a aparecer e as pessoas dentro das casas já acordavam, pelo pouco que Steve conseguia ouvir quando passava perto de casas, as pessoas estavam animadas para a comemoração de quatro de julho. Tirou o panfleto que achou no chão do bolso e o leu novamente. Teria um desfile de independência não muito longe de onde ele estava, três quarteirões, que iria começar às 07h00min. Decidiu que iria assistir.


A animação das crianças era digna de admiração. Não imaginava que as crianças desse século apreciassem coisas assim, não pelo que havia visto delas até agora. Corriam de um lado para o outro, algumas com seus rostos pintados de azul, vermelho e branco, outras fantasiadas e segurando pequenas bandeiras. Havia cartazes do Tio Sam pendurados nos muros de algumas casas, ele também estava presente no desfile. Assim como o próprio Capitão. Um homem estava cantando o hino nacional e ele não pôde deixar de notar sua semelhança com o Coronel Philips.

Observava o desfile feliz por estar ali e não o vendo pela televisão. Era realmente emocionante, por mais que ele tenha perdido grande parte da história de seu amado país ele havia participado em carne e osso de outra. Também achava graça pelo fato de estarem o homenageando também.

- Aqui, senhor. – uma jovem de longos cabelos pretos e olhos azuis lhe entregou uma bandeirinha enquanto sorria docemente.

- Obrigado. – respondeu dando um aceno de cabeça.

As apresentações de dança haviam começado e meninos de cerca de dezoito anos lideravam o grupo tocando trompete, anunciando sua chegada. Steve estava se divertindo muito, esquecera como era, havia muito tempo que ele não se divertia daquela forma. Alguns diriam que era algo patético, mas ele estava amando.


As estrelas agora decoravam o céu junto com os fogos de artifício. Steve já havia visto um pouco de tudo naquele dia. Ele tinha visitado a rua que ele mais freqüentava nos anos quarenta, tinha visto a maior parte do festival, tinha comido de tudo um pouco, tinha ajudado alguns bêbados ao longo do dia, escapado dos flertes de algumas mulheres desesperadas e atiradas, tinha dado boas gargalhadas com pessoas que acabara de conhecer.

Agora ele estava na varanda de um restaurante, bebendo uma cerveja barata e olhando os fogos, tinha sido um dia bom afinal. Não estava tarde, ainda era em torno de umas sete horas da noite, ouviu alguns jovens dizerem que depois dessa hora que realmente começava a festa, mas ele já imaginava como seria e se estivesse certo não queria ficar para ver.

Sem pressa ele foi para onde sua moto estava estacionada há quinze horas e voltou para a Torre dos Vingadores, dirigindo calmamente, sabia que pegaria engarrafamento mesmo estando de moto.

...

Tony Stark olhou pela milésima vez os monitores do computador que mostrava as imagens das câmeras para ver se o loiro já tinha chegado.

- Senhor, eu já disse que vou avisá-lo. Vá aproveitar a festa que o senhor preparou. – a voz de JARVIS ecoou.

Tony bufou derrotado e voltou para a festa que já estava rolando há meia hora e nada do Capicolé. Pediu para todos os convidados chegarem cedo para ninguém topar com ele no elevador, mas estava começando a se arrepender.

- Pare de drama, ele vai voltar logo. Rogers não faz o tipo de cara que passa a noite fora. – Natasha Romanoff se pronunciou.

- Você o conhece bastante, hein, ruiva?! – Tony disse um pouco malicioso.

A mulher revirou os olhos, entediada.

- Nunca muda não é mesmo, Stark?

- Ele vai ficar feliz em te ver aqui, nunca para de falar de você. Acho que ele se sente um cachorrinho abandonado pela sua dona. – seu comentário só fez a espiã revirar os olhos uma segunda vez.

Natasha se afastou de Stark antes que fizesse uma besteira, ninguém conseguia irritá-la como ele conseguia.

De repente as luzes foram apagadas e todos ouviram a voz do mordomo virtual do Stark:

- O Capitão Rogers está no prédio, sugiro que se escondam e se preparem para gritar surpresa.

Tony revirou os olhos, bufando. JARVIS havia ouvido Pepper dizer isso na noite anterior quando estavam resolvendo se fariam ou não uma festa para Steve, e quem convidariam, o que teria na festa e todos esses detalhes que Tony não gostava muito de resolver mas adorava o resultado. Pepper achava patético quando ele dizia isso.

...

Quando as portas do elevador se abriram, Steve achou tudo muito quieto e silencioso, a sala estava pouco iluminada também, o que era estranho porque sempre tinha alguém ali ou pelo menos as luzes ficavam acesas. Tony deve estar querendo diminuir a conta de luz, pensou ironicamente.

- SURPRESA! – Steve se assustou com os gritos mas não o suficiente para cambalear ou coisa parecida.

Olhou para a origem dos gritos e viu rostos conhecidos e outros que ele nunca havia visto na vida, obra de Stark, com certeza.

Várias pessoas vieram em sua direção para esmagá-lo de abraços e o parabenizar. Estava surpreso pela presença de pessoas como Clint Barton, Bruce Banner, Maria Hill e Nick Fury. Mas dava falta de uma.

Depois de agradecer a todos que vieram falar com ele, foi para perto de Tony.

- Parabéns, picolé.

Steve deu um meio sorriso.

- O que é tudo isso?

- Uma festa. O que parece?

O Rogers revirou os olhos e arqueou uma sobrancelha mas antes que pudesse dar uma resposta adequada ele a viu.

Escorada no bar segurando uma bebida e com um sorrisinho sacana brincando em seus lábios ela olhava para ele com uma expressão clássica de deboche que sempre fazia. Estava deslumbrante. Trajava um vestido justo tomara que caia preto, sem nenhum detalhe, e um sapato alto com bico fino. Estava simples, mas era a coisa mais bonita que ele já havia visto. Seus cabelos estavam um pouco mais compridos do que da última vez que tinham se visto, soltos delineando seu rosto perfeito, o ruivo contrastando com sua pele branca. Steve achava que não havia nada que poderia deixá-la mais linda, mas estava errado, Natasha Romanoff de vestido era muito melhor do que ele imaginara. Ela olhava para ele como se convidasse ou talvez fosse apenas impressão dele pelo fato dela ser tão convidativa especialmente de vestido. Aquele vestido era o embrulho perfeito para o melhor presente de todos, mas ele jamais se permitiria pensar assim.

- Quem diria? O santo capicolé comendo a ruiva com os olhos. – Tony disse a beira de uma gargalhada.

Ele serviu para acordar o soldado de seu transe que não perdeu tempo e logo saiu quase correndo para falar com Natasha, que percebeu o apavoramento e seu sorriso apenas aumentou.

- Feliz aniversário, Rogers. – ela disse com a voz aveludada de propósito, queria provocar.

- O-Obrigado.

A espiã ergueu uma sobrancelha e virou-se para o bar pegando outra bebida e entregando ao loiro.

- À Independência.

Steve riu e bebeu o champanhe de uma vez só.

- Gostou da festa? – ela disse apontando com a cabeça.

- Gostei mais de você ter vindo. – disse totalmente alheio as palavras proferidas. Só depois de ver que ela mordia os lábios sensualmente ele percebeu o quão aberto tinha sido. – Hã... É... Quer dizer... Eu...

Ela colocou o dedo indicador sobre os lábios do homem e desceu sua mão, deslizando-a no peitoral dele.

- Entendi que estava com saudade. – ela pigarreou e continuou – também senti sua falta, Capitão.

O sorriso que ele deu, em sua opinião, deveria ter sido menor mas ela achou uma graça vê-lo ser tão aberto com ela.

Mudando o rumo da conversa para algo mais confortável para os dois, Natasha perguntou:

- Vem cá, será que posso saber onde o senhor América estava que passou o dia inteiro fora?

Steve riu pelo nariz.

- Eu fui ao Brooklyn e assisti um pouco do festival de quatro de julho. – disse dando de ombros, ela assentiu querendo que ele continuasse – Foi legal, sabe? Eu gostei. Conheci umas pessoas bem engraçadas, me diverti muito.

Ela sorriu desafiadoramente sem mostrar os dentes e arqueou uma sobrancelha.

- Pegou o telefone dela? – perguntou com humor.

O soldado pareceu confuso aos olhos da ruiva. Balançou a cabeça negativamente e respondeu:

- Oh, não. Não conheci nenhuma garota. Bem, sim mas não peguei o telefone de nenhuma delas. – disse como se fosse algo absurdo demais para se fazer.

- Delas? Uau! – Natasha perguntou rindo, e se aproximou de seu ouvido dizendo: – Que arrasador de corações.

Steve se arrepiou com a proximidade daqueles lábios perfeitos em um lugar sensível como aquele, e é claro que isso não passou despercebido pela Viúva Negra.

Ela percebera que Steve estava diferente desde o momento que ele estava encarando ela do outro lado da sala, mas queria testá-lo, queria ver até onde ele iria. Depositou um beijo simplório no pescoço do soldado que já estava arrepiado, ficou ainda mais, se é que isso era possível.

Olhou nos olhos do loiro, tentando decifrá-lo a todo custo mas não conseguia entender o que os olhos dele mostravam enquanto ele tentava desesperadamente comunicar-se com ela através de seu olhar.

Ela o desejava, desejava muito e desde a Batalha de Nova York ela tinha um interesse genuíno no soldado, ele era um homem bonito, um belo espécime, mas sua vontade só foi crescendo com o tempo, o que julgava não ser algo bom.

Steve pigarreou procurando algo para dizer e a única coisa que vinha em sua mente era o quanto aquela mulher era sedutoramente linda. Decidiu que diria isso a ela.

- Você está linda. – comentou corando.

Natasha teve, com esse comentário, parte da resposta que queria. Agora já sabia que podia investir em seu plano sem problemas.

- Obrigada, Rogers.

- O que você tem feito? – perguntou realmente curioso.

Natasha sorriu minimamente.

- Uns bicos por aí, e também tenho fugido dos imbecis que aparecem para me matar. Nada fora do esperado. – deu de ombros.

Steve assentiu e novamente eles não tinham mais o que dizer. Ele achava que quando a reencontrasse ambos teriam diversos assuntos para contar, mas eles simplesmente não conseguiam manter uma conversa sobre qualquer coisa que fosse. Trocavam uma dúzia de palavras e voltavam ao silêncio ensurdecedor de antes.

- Venha comigo. – Natasha finalmente se pronunciou, pegando a mão do soldado e o conduzindo para a varanda, que estava vazia.

Eles se olharam longamente antes de Steve quebrar o silêncio:

- Obrigado, eu realmente não estava com disposição para festas hoje, queria apenas ficar sozinho – Natasha já ia se retirando quando ele continuou –, mas a sua presença é agradável. Fique.

A ruiva achou a frase um pouco patética, mas levou em consideração quem a disse então resolveu ignorar.O soldado acariciou o rosto da espiã com ternura, ele sentia seu coração doer contra seu peito.

Ela aproveitou a oportunidade que ele havia dado puxou-o para um beijo. A ruiva não estava sendo nem um pouco carinhosa, querendo furiosamente que ele a correspondesse da mesma forma.

Ela não pressionou seus lábios nos dele ou pediu passagem nem nada dessas coisas calmas, iniciou o beijo já com sua língua enfiada na boca do Rogers que gemeu, ela não sabia se de surpresa ou de satisfação. Decidiu que achava que era pelos dois. O loiro sentiu as unhas da espiã rasparem seu braço, e suas mãos foram quase que instantaneamente para a cintura da ruiva. Queria sentir aqueles lábios de novo desde o beijo da escada rolante, todos os dias ele pensava naquele beijo, por mais que soasse como se ele fosse um garotinho ele não conseguia parar de pensar naquele dia.

Natasha queria soltar-se daquela prisão sem barras que era querer aquele soldado, queria poder conseguir ficar dois minutos em pensar em suas mãos firmes pegando em sua cintura e a tirando de uma situações bem ruins quando estava em missão. Quando estavam escapando da Hydra naquele dia no shopping ela teve a oportunidade perfeita e aproveitou-a, depois disso deu a ele todas as pistas possíveis para ele tomar uma atitude, o sinal verde chegava a berrar mas ele não ouvia e isso a enlouquecia. Depois de tudo isso tentou se convencer de que aquele beijo tinha sido o suficiente mas Steve Rogers era uma droga alucinante e ela estava completamente viciada, e no presente momento ela se via entrando em um delicioso buraco negro do qual sabia que não conseguiria sair. Estava alimentando seu vício, e não deveria fazer isso, ela se conhecia.

Os lábios dela eram de fato perfeitos, firmes e macios, como o soldado havia fantasiado mais vezes do que deveria. O beijo estava perfeito, o ritmo estava perfeito, tudo estava perfeito, era como se eles tivessem ensaiado. Mas Tony Stark tinha que existir.

- Hey, pombinhos, hora do parabéns! – cantarolou o Homem de Ferro.

Natasha se separou de Steve bufando, irritada. O loiro a achou linda com os lábios inchados e com a expressão raivosa.

- Vamos antes que esse idiota venha aqui de novo. – disse já voltando para a sala batendo os pés como uma criança mimada.

E naquele momento Steve teve certeza que Natasha Romanoff seria sua ruína.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e deixem aqui sua opinião, e para quem não sabe eu tenho outras fics, deem uma passadinha no meu perfil ;) Eu não curti muito o final não but... beijooos e até a próxima invenção maluca