Alpha-Five escrita por DLeindecker


Capítulo 2
Tin-Tin


Notas iniciais do capítulo

Olá meros mortais! Preparados para viajar novamente nessa nave e embarcar numa nova aventura? Pois bem, sintam-se a vontade..
Boa Leitura, até as notas finais.



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Nave ALPHA-FIVE, Brasil – 12 de maio de 2017

Uma semana ainda nem se tinha passado, a nave já estava cheia para o tão esperado "final do mundo", lembro-me que minha prima mais velha, sonhava com o fim do mundo como uma coisa mais Hollywoodiana, apocalipse zumbi, apocalipse de vampiros, mas garanto que agora, quando chegou a hora H, ela nunca sonhou que o fim do mundo seria por alguns milhões de litros d'água. Bom ela realmente "sonhava", Brasília estava com o contador de população zerado, e a nave aceitava crianças de até 10 anos, por sorte eu ainda tinha 10 anos, mas ela com 15 e anêmica do jeito que era, duvido que tenha conseguido sair do estado e se refugiar em algum lugar. Coitada.

O contador de população brasileiro, caia na velocidade da luz, passaram-se apenas 4 dias e o país, principalmente a região sul e sudeste, estava devastado. Noticias ainda eram transmitidas nos televisores de LED que a nave tinha, isso ainda era possível, por não termos saído da atmosfera, coisa que não sei se aconteceria algum dia, a mobilidade lá em cima não é muito boa.

Tudo que fazíamos era vigiado, tudo mesmo, a ida ao banheiro, um passo, dois passos, TUDO. Não tínhamos privacidade alguma, me senti na casa do Big Brother, programinha de meia pataca que passava em uma rede televisa de sinal aberta no meu tempo. Eu não sei o que eles achavam interessante em uma garota de 10 anos, com seu mais novo "namoradinho" que terá que virar seu marido, andando de um lado para o outro, de mão dadas, sem saber onde se enfiar por se sentir estranho em uma nave cheia de crianças superdotadas, médicos e cientistas renomados e mulheres grávidas. E eu não queria me enturmar, queria voltar para onde um dia fora minha casa, com uma mulher que um dia fora minha, um homem que antes de se matar um dia fora meu pai, mas era impossível, no mínimo ela deve estar, pelo menos em parte, destruída, em parte, queimada.

Eu dormia no mesmo quarto que Mauricio, não era muito normal, mas também sentia que não era muito diferente, parecia que ele fora algum dia um grande amigo de escola, mesmo eu nunca ter visto a cara dele, antes de subir naquele avião para vir pra nave. Dormíamos em camas separadas, mesmo ele sendo meu futuro marido, só poderíamos dormir juntos depois dos 15 anos. Mais uma regra ridícula, para não repovoarmos com mais rapidez aquela casa de lata. O que eu acho que não ajudaria muito, pelo visto em terra firme, grupos rebeldes estão se unindo e formando um novo tipo de governo todo autodidata, que manda e desmanda nas pessoas que ainda estão vivas, as mesmas aceitam e ganham comida, água e um lugar para dormir, bom pelo menos é isso que os noticiários estavam passando, repetidamente.

Não sei o que era pior: ficar trancada em uma nave espacial, com mini Einsteins espalhados pelos cantos, gestantes enjoadas e Einsteins com PHD em tecnologia científica e avançada, ou imaginar que parentes ou pessoas conhecidas estavam sendo mantidas reféns de um governo autodidata que mandava e desmandava em tudo, para conseguir sobreviver. Eu e Mauricio estávamos nos aproximando cada vez mais, e comecei achar que não fiz uma escolha tão ruim ao escolhe-lo como meu futuro marido.

Já estávamos até criando algumas teorias de como iríamos morrer, pois pensar que sobreviver em uma nave por mais de alguns anos, seria muita tolice. Era bem possível que sobreviveríamos só mais alguns meses, enquanto estivermos dentro da atmosfera terrestre, estaremos em perigo, qualquer helicóptero de meia boca conseguia chegar até a altura em que nós nos encontrávamos. E esse era nosso medo, piratas espaciais invadindo nossa casa de metal, saqueando, matando, fazendo uma só zona, e nos obrigando a voltar para a terra firme, onde lá viraríamos escravos desses novos "Senhores Feudais".

Já era quase hora de termos nossa última refeição, o horário dessa refeição era em torno de 19:30 minutos até as 20:30 minutos, acho eu que era o antigo horário de Brasília. Tínhamos exatamente uma hora para comer, se por acaso chegássemos ao refeitório as 20:35 minutos, só teríamos acesso a uma refeição no café da manha do outro dia às 09:10 minutos, e ficaríamos mais de 12 horas sem comida. Isso era parecido com o método usado pelas precárias escolas públicas de Brasília, se você chegasse atrasado ficaria sem comer, um método para sobrar mais comida, rendendo mais dinheiro para os diretores corruptos, que dominavam a área escolar. Mas no fundo eu gostava dos horários, até agora eu e Mauricio chegamos na hora em tudo, eu gostava deles, porque sou uma garota muito organizada, e lido muito bem com horários.

A comida não era muito ruim, na verdade era péssima, mas com o tempo acho que vamos nos acostumar, nem sei se posso chamar de comida, eram cápsulas desidratadas, arroz, batata, feijão, lentilha, carne seca e tinha umas que tinham gosto de salada verde, mas não conseguia distinguir o que realmente era. Naquela noite comemos uma espécie de batata amassada com carne seca, éramos nós mesmo quem fazíamos o próprio prato, eu e o Mauricio comíamos sempre a mesma coisa, para parecer um casal romântico, e totalmente apaixonado, que ia ao restaurante chique e pedia o "prato da casa", coisa que só existia em filmes e livros, mas que gostaríamos de tentar fazer o máximo possível, já que aquilo era a nossa nova realidade.
— Poderíamos ter uma escola aqui! - começou Mauricio, tentando puxar assunto, ele era um pouco fechado, e quase sempre eu que tinha que começar alguma conversa entre nós - Eu já estou com vontade de aquecer meu cérebro, ele esta frio por um bom tempo.

— Teremos! - eu respondi com toda certeza do mundo, mesmo sem saber nada sobre o assunto - Bom acho que teremos, porque se não, não faz juízo eles terem ocupados lugares na nave com os melhores professores que a América poderia ter. Espero que eles o usem logo. - então acabamos nosso assunto, batendo nossos copos de suco, que fingíamos que era vinho, fazendo aquele velho barulho acompanhado de "tin-tin".


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Notas finais do capítulo

Então pessoas gostaram? - espero que sim aowidaoiwfjaiwj -
Prometo que os próximos capítulos serão maiores, é que não estou tendo muito tempo para escrever, mas vou dar um jeito, quero capítulos de +1800 palavras, espero que de certo, e torçam por mim! aidaiwfja
Nos vemos nos comentários!