Give Me Love escrita por Christina


Capítulo 1
Não chame a morte


Notas iniciais do capítulo

Oláa!

Talvez alguns nem leiam isso haha
Eu estou com este pedaço de capítulo a alguns meses, e eu realente não sei o que me deu, mas eu precisei o postar.
Fanfics floops são meu sobrenome, porém eu queria realmente compartilhar esta ideia.
Não sei se terão muitos capítulos... Que autor sabe quantos capítulos terão suas fics né? Tudo vem a partir daquela linda chamada INSPIRAÇÃO.
Bom, é isso!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/628623/chapter/1

Papai, não chame a morte.

Eu nunca fui muito próximo do meu pai. Nunca tivemos uma boa convivência, quem dera uma longa conversa. Não podíamos começar a falar do mais simples assunto, sem entrar em um embate.

Ele sempre teve seus próprios ideais, e nunca me deixava mostrar os meus, preferia dizer que eu não falava as coisas pra ele, por que sabia que ele questionaria.

Geralmente naquelas brigas familiares, onde se junta pai, mãe e irmãos, eu nunca pude ter uma voz ativa. Todos se calavam, e quando falavam sempre se mantinham em cima do muro.

Do que adiantava toda minha voz ativa se ninguém me apoiava?

Os irmãos que eu tenho geralmente não contrariavam meu pai, sempre abaixavam a cabeça e preferiam se calar a contestar.

Nós três sempre nos mantemos calados, sempre distantes... Confesso que me sinto culpado com nossa situação nos últimos anos! Todos seguiram seus caminhos e ninguém mais se encontrou pra passar um natal, quem dera um ano novo.

Minha mãe sempre tentava se manter próxima dos filhos, porém manter uma distância segura do meu pai.

Ela assim que viu que estávamos crescidos, tratou de se separar do meu pai. Já não era um casamento feliz há muitos anos... Só estavam juntos por conveniência.

Meus irmãos, talvez pela educação que ganharam se tornaram fechados e egoístas. Ligavam-me quando precisavam de algo.

Minha mãe se casou novamente, com um homem alguns anos mais novo, e hoje em dia mora bem longe de todos nós! Me liga todos os dias, nem que seja apenas pra me dar bom dia.

Meu pai, o mais complicado de todos, morreu...

Faleceu a pouco mais de uma semana, sozinho em casa, e provavelmente amargando sobre a vida.

Durante a vida toda foi militar, quando já velho não podia fazer nada, teve que se aposentar. Dizem que o que mantem um homem vivo e ativo é seu trabalho, depois que ele perdeu o dele, apenas vivia dizendo que já estava na hora de morrer!

Quanto à morte dele, eu não soube como reagir, fiquei em choque lendo a mensagem que um dos meus irmãos me mandou;

“Papai morreu. Você cuida dos pertences, do enterro nossa mãe cuida.”

Teve o enterro, fiz minhas preces em frente ao seu caixão e depois fui embora. Não faria uma cena, chorando horrores, dizendo o quão bom pai ele foi e falando que queria ir no lugar dele!

Todos saberiam que eu mentira. Preferi ser sincero em minhas orações, e desejar a Deus o melhor pra sua alma.

Desde então eu venho adiando a viagem até a casa do meu pai. Eu precisava ir para lá cuidar dos seus pertences, decidir se venderia a casa...

Nós – enquanto “família”- moramos a vida toda na cidade grande, porém assim que os filhos cresceram e foram embora, ele foi morar no campo. Uma maneira de se isolar, de dizer que não queria mais nos ver.

Abandonei todos os meus projetos de trabalho e comecei a organizar minha ida até sua casa. Por mais que fosse sexta, eu só voltaria na segunda.

Saí do meu rápido devaneio quando meu telefone tocou.

Era Gabriel, toda vez que eu tinha um problema parecia que ele sentia.

Sensitivo? Não. É apenas um amigo fofoqueiro.

Trabalhávamos juntos a anos, e ele era os ouvidos do escritório.

Eu lhe disse que viajaria, e ele mais uma vez me ouviu contando sobre a morte do meu pai.

Da primeira vez que me ouviu, a semanas atrás, esperou minutos e me consolou.

Hoje apenas me mandou ficar quieto e terminou a ligação com um “Me espere que eu irei com você”.

Eu deveria me opor, eu não confiava em mim mesmo pra passar quatro dias com ele. Não sabia o quanto eu ainda poderia conter meus sentimentos.

Eu descobri que o amo há tanto tempo, amo tanto...

Passaram-se alguns minutos e ouvi uma buzina.

-Chegou rápido hem? Pela primeira vez não está atrasado! – Alfinetei, antes mesmo de entrar no carro.

Abri a porta de trás e coloquei minha mala ao lado da sua. Como eu já imaginava, a mala dele nem fechava, estava de jogada qualquer jeito no banco, aposto que estava uma zona lá dentro.

-Claro! Eu sabia que se eu demorasse você iria reclamar. Tem comida aí? Não tomei café.

-Toma. – Entreguei um saco de biscoitos.

-To dirigindo, da na minha boca. – Sorriu folgado.

-Eu tenho cara de escravo? Te dei a minha comida, ainda tenho que dar na boca?

-Tem. Eu poderia estar curtindo minhas férias neste momento, mas estou dando uma de motorista e te levando pro meio do nada. – Prestou novamente atenção no trânsito, mas o sorriso convencido continuava ali.

Engoli minhas ofensas e coloquei algumas batatas na sua boca.

-Cara sabe aquela Fernanda? – Falou de boca cheia. Odiava quando você fazia isso, mas sabia que se eu falasse você iria fazer mais vezes, só pra me irritar.

-Quem é Fernanda? – Fernanda, Fernanda... Quem diabos é Fernanda?

-A baixinha peituda! Ex-Namorada do André!

-Ah aquela que você pegou, mesmo sendo namorada do seu amigo? Tô lembrado. – Usei todo o meu sarcasmo. Odiei cada momento que eu o ouvi falando dela.

-Ontem ela me ligou, e disse que queria me ver. Vê se pode, ela me deu um fora, e agora quer de novo!

-E você provavelmente aceitou! – Rolei os olhos.

-Não sou tão fácil! Contei que estava ficando com outra garota.

-Que garota? – Meu tom aumentou consideravelmente. De desinteressado, passou para histérico.

-Não precisa ter ciúmes, só tem espaço pra você no meu coração! – Uma simples frase, causou uma grande dor. Sempre era assim, ele dizia estas frases, e meu coração se aquecia, e gelava ao mesmo tempo.

-Quem é a da vez? – Fingi ter ignorado totalmente a frase.

-Primeiro as batatas, depois a resposta. Vamos lá pink. – O sinal ficou vermelho, Gabriel olhou para os dois lados, e avançou. Típico.

-EI, você quer nos matar? - Estava levemente assustado.

-Deixa de ser certinho pink! – Enfiei três batatas na boca dele só de raiva. Uma pena que o filho da mãe tem a boca grande e engoliu tudo.

-Não me chama de pink! Eu sempre fui o mais inteligente! – Proferi irritado.

-E eu sempre tive as melhores ideias! Me dê batata!

-Ideias estes que nunca davam certo! - Consegui ate rir um pouco, Gabriel sempre foi muito sonhador! - Chega de me enrolar, me fale quem é a vagabunda!

-Não fode Lucas, nem sempre dava errado!- Bufou. - Enfim, lembra a alguns anos atrás quando eu te disse que era Bi? – Pela primeira vez Gabriel estava meio encabulado.

-Lembro, mas o que isso tem a ver? – Fiquei bastante confuso. Quando mais novos, ele me assumiu ser Bi. Durou meses, depois ele me disse que se confundiu e que era “Machão”. Rolei os olhos ao lembrar.

-Eu andei saindo com um cara! - Soltou uma risadinha no final.

De repente todas as minhas ilusões de adolescência voltaram com força! Tentei me focar no momento e esquecer a ideia de ter ele. Eu sabia que ele nunca me veria além de um amigo.

Fui seu primeiro beijo, mas mesmo assim ele continuou me mantendo como amigo!

- Porra Lucas! Ta me ouvindo não?

-Não grita comigo, não sou surdo! - Respondo grosseiramente.

-Você estava fazendo aquilo de novo! - Deu um murro no volante.

-Aquilo o que? - Meu deus, que eu não estivesse pensando em voz alta.

-Você estava distante Lucas!! Desligado como se nem estivesse aqui! Tem que parar com isso cacete!

- Parar? Só por que não estava te dando atenção? Menos Gabriel!

-Não disfarça! Você não esta entrando em depressão de novo né? - Tirou os olhos da pista me encarando.

-Eu tive depressão a muito tempo atrás! E mesmo que fosse depressão... Você acha o que, que a depressão simplesmente chega e me diz... "Lucas to chegando"! – Imitei a voz do salsicha -do Scooby doo- sabia que assim ele ficaria mais relaxado.

-Sério cara você tem que se cuidar! Não esquece que você cuida de si mesmo e de mim! Acha que eu ficaria quanto tempo sem você hem?

Meu coração perdeu uma batida.

-Deixa de ser babaca! Você ficaria de luto ate alguma piranha abrir as pernas pra você!

- Que mal julgamento fazes de mim, pink! - Pôs a mão que não estava no volante, rente ao peito.

Arqueei uma sobrancelha.

-Estou mentindo? - Um pouco de amargura passou pela minha voz.

- Não é bem assim...

-Vamos mudar de assunto! - Cortei-o bruscamente. Buscando acalmar meu coração.

-Você soube que o Leonardo vendeu o projeto para aquela empreiteira nova? De primeira parecia um no negócio, só que eu soube que a empreiteira...

E assim passamos o final da viagem até a cidadezinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Give Me Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.