O Despertar do Tigre escrita por B L Moraes


Capítulo 10
Verdades


Notas iniciais do capítulo

Olá,primeiramente queria me desculpar pela demora pois as aulas começaram e tem sido muito dificil.Mas enfim aqui esta espero que gostem e boa leitura.



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Não tive nenhum sonho,mas por horas senti muito frio não sabia se Nilima e Durga haviam chegado pois o silencio predominava,agarrei a algo quente e macio e ainda de olhos pregados não consegui dinstinguir o que era.Apenas sabia que o cheiro era incrivel algo como Lavanda,era como escalar o pico de uma montanha e sentir o ar umido e fresco.Dormir lá era horrivel e eu bem que queria estar dormindo no meu quarto-na cama e depois caindo no chão como sempre- e sendo acordada com patinhas carinhosas de Kadam.Uma saudade estranha tomou conta do meu peito e senti como se meu coração fosse estourar,embora os olhos fechados pude sentir as lagrimas.Eu estava com tanta saudade da minha casa,mãe,pai,corpo ... vida normal.

—Anik,esta chorando? —Disse uma voz suave colocando um lampião perto do meu rosto.

—N-não—Funguei.

—Querida me diga, o que esta acontecendo. —Nilima apertou minhas mãos e ficou de joelhos enquanto eu repetia o movimento.

—Faz tempo que chegaram? —Mudei de assunto

—Faz um tempinho.Anik você esta bem?

—Estou,acho que só foi um pouco de saudade de casa.

Nilima suspirou e com um sorriso me abraçou firme e acariciou meus cabelos que estavam em um estado selvagem,ela sussurava palavras de carinho e aquilo me acalmou e realmente parecia que minha mãe estava ali.Eu não sou de desabar e lido com o Luto e coisas parecidas muito bem,alguns me consideram um pouco fria.Mas aquilo era como se uma parte-Boa parte-Fora arrancada como um sacrificio,algo que eu era obrigada a fazer.Ficamos um tempo abraçadas até que Nilima percebeu o estranho pano que se entrelaçava em meu travesseiro e soltou uma risada.

—O que esta fazendo com isso?

—Bom,é que estava frio e esse pano é muito quente.

—Podia ter pedido ao lenço divino,você consegue controlar todos os presentes de Durga.

—Oh me esqueci

—Acho que Kishan não vai se importar de você dormir com a Jaqueta dele não é?

—J-jaqueta de kishan—Senti todo calor do meu corpo ferver para cima e tampei o rosto com as mãos—Ah droga,eu não sabia é que estava tão frio e era minha ultima opção eu não queria realmente não queria...

—Anik será nosso segredinho—Disse ela dando uma piscadela e se deitando novamente.

—Certo nosso segredo—Engoli em seco ainda corada e mesmo sabendo que podia mandar o lenço fazer muitos cobertores dormi abraçada a jaqueta com um discreto sorriso no rosto.

Já era de manhã e sentia os passarinhos piarem fracos e ainda sonolentos.Abertei os olhos com as palmas das mãos mas mesmo assim me virei para dormir mais.

—Ei hora de acordar. —Sussurou uma voz familiar.

—Hunf—Tampei meu rosto com a jaqueta e chutei as cobertas com raiva.

—Você é bem estressadinha sonolenta—Ouvi uma risada—Dormiu bem com a minha jaqueta bilauta?

—Kishan ! —Gritei assustada e com um pulo levantei da cama com o rosto queimando.

—Claro quem mais seria?

—Nilima,Sunil,Durga,Meu pai,Lokesh...

—Ok já entendi muitos exemplos—Ele deu uma risada com que fez que o estado do meu rosto ficasse ainda mais vermelho. —Você esta bem esta tão vermelha. —Ele apoiou suas mãos em meu rosto checando minha temperatura e meus pés estavam imoveis.

—E-Estou...

—Ei esta com vergonha de mim.Não fica assim princesa eu e você vamos ser melhores melhores amigos,a ultima coisa que tem que ter de mim é vergonha.

Entendi tudo.A única relação possivel com Kishan era no maximo um melhor amigo,eu e ele estavamos a procura da minha mãe o grande amor da vida dele e eu era apenas algo que saiu de dentro dela.Argh o que eu estava pensando um homem irmão do meu pai que eu acabei de conhecer e já estava caindo de amores.Onde estava aquela Anik forte e com cara fechada para todos os meninos que a olhavam na rua.Ele ainda me encarava com o mesmo sorriso,senti suas mãos de veludo ainda brincando com minhas mação do rosto e indagado ele colocou sua mação do rosto em minha testa.Mordi os labios o maximo que pude e fechei os olhos ¨Melhores amigos,Melhores amigos,Amigões¨.

—Você esta bem Anik,realmente estava só um pouco coradinha.

—Oh—Murmurei e entreguei sua jaqueta—Aqui esta e me desculpe por te-la usada como cobertor.

—Ei pequena,não há problema algum.Pode ficar com ela lá fora esta frio e mesmo que você pode fazer infinitas jaquetas que mesmo assim eu gostaria que ficasse com a minha como uma porta para uma grande amizade.Você parece ser uma garota de ouro Anik.

—Obrigado Sohan,eu vou me trocar.Fique me esperando no lado de fora da tenda—Ele assentiu.

Desejei ao pano apenas uma calça jeans e uma regata branca e me cobri com a jaqueta e com os pés descalços.Antes de ir olhei para a mochila e comecei a procurar Fanindra mas me lembrei que Durga estava com ela,frustada agarrei meu caderno de poemas e reli o poema de Kishan.

Quem eu sou?
Quem Me comanda?
Qual das partes tem mais força?
Isso é uma guerra infindável.
Até o Fim da vida ...
Seguimos o rumo de Batalhas entre Ser bom e ser mal quero ver a vida sem guerra quero uma vida de paz ...
Olhando os estilhaços do meu coração por ter lutado tanto, olhando qual parte do mim sobra.
Preto ou branco, ódio ou amor ...
No leito de morte decidiremos isto
É como a última batalha dessa guerra infindável.

Apenas um amigo.Ele apenas cita o que sente,bufei e coloquei o caderno em minha bolsa novamente.Ele deve estar sofrendo,e sinto que isso tudo é culpa minha afinal se eu não tivesse nascido a origem não iria continuar e talvez Kishan e meu pai estariam curtindo a vida,talvez a escolha certa a fazer seja ser uma boa amiga a Kishan e uma boa filha para meu pai.

Afinal eu sou apenas eu.

Corri para fora da barraca e prendi o folego quando os olhos dourados me encaravam.

—Nada mal—Ele disse bagunçando meus cabelos—A jaqueta te caiu muito bem,e não vai prender os cabelos ?

—Por que deveria? —Mordi o labio e agarrei um cacho.

—Não é nada,seu cabelo é absolutamente lindo Anik.É que sua mãe tinha mania de fazer tranças no cabelo e imaginei que... —Desviei o olhar,droga o novo papo de costumes de minha mãe—Quer dizer,eu adorei Anik.Cada um é cada um,você é única eu também nunca imitei meu pai.

—É... —Suspirei arrumando a jaqueta frouxa em meu corpo.

—Vamos,Ren e Durga estão no esperando no salão,deve estar faminta.Você não comeu nada,espero que tenha comido ontem.

—Comi sim obrigado—Tentei segurar as palavras mas elas cairam como uma avalanche—O poema

—O que tem ele?

—Ele é muito bonito,e realmente eu acho que estamos sentindo a mesma coisa. —Ele parou e me encarou como se estivesse analisando minha alma—Sentindo a mesma coisa hmm é por causa do sofrimento e estas coisas.

—Anik nós dois somos tigres,embora eu tenha mais experiencia estamos unidos.Esta guerra é nossa e vamos vencer.

Ele deu um passo em minha direção e pegou-me em seus braços.Percebi que aquilo era um abraço.

— Temos que vencer.

Ainda com o rosto quente,apertei o amuleto de Damon que pendia em meu pescoço e corri em direção ao refeitorio o deixando confuso e para trás.Durga e meu pai conversavam baixo com os outros soldados mas pararam quando eu cheguei. Os soldados que retornaram recomeçaram a se mover, mas olhando para mim sobre os ombros.

—Pai o que foi?

—Bom dia Anik. —Disse ele me dando um abraço.

—Pai o que foi? —Repeti a perunta com um olhar mais sério.

—Nilima e Sunil tevem que voltar para o presente.

—O que ? —Arregalei os olhos e encarei Durga furiosa—Por que? Sunil era um guerreiro ótimo pelo o que disseram a Nilima era...como uma mãe.

—Ó querida eu posso ser uma mãe para você—Ouvi certa malicia no olhar de Durga e a ignorei.

—Acreditamos que para cumprir a lenda temos que fazer a mesma coisa,Kadam não estava aqui e Sunil estava sob o poder de Lokesh.Apenas temos medo de Nilima ter o mesmo destino que o avô e Sunil ser possuido de novo e a uma boa noticia eles poderam dar comida ao seu gatinho lá em casa.

—Porque vocês tem que seguir uma droga de tradição !? Se essa coisa não deu certo na primeira porque vamos tentar fazer diferente? —Gritei.

—Por que Anik não queremos que nada se repita.

—Você são mesmo abestados,como querem que algo não se repita se estão fazendo a mesma coisa.Eu não irei ser louca de daqui dezesseis anos sacrificar um filho meu e dar um poder besta de tigre !

—Anik eu exijo mais respeito. —Disse meu pai sério.

—Você não tem que exigir nada.Tudo que eu queria era uma vida normal,já basta ter pesadelos a noite todo santo dia,ter visões dolorosas,ser enganada pelos meus pais,ter dois poderes completamente estranhos,ir no passado e agora tirar a minha única confiavel amiga...Eu não sou paspalha como minha mãe e nem corajosa como ela para prosseguir com essa missão boba,eu também não serei obrigada.Acha mesmo que uma garota como eu vai te salvar pai?

Sai correndo enquanto as lagrimas mais uma vez preenchiam meus olhos,meu coração estava minusculos e corri para a floresta mais proxima me transformando em tigresa.Eu precisava realmente de um tempo sozinha.Eu precisava desistir de tudo isso.

Ainda correndo senti tropeçar em uma pedra e cai,mais uma vez distraida.Percebi um grande lago com alguns salmões e senti minha barriga roncar.Caminhei curiosa para o lindo lago cristalino e finalmente vi meu reflexo,Uma grande tigresa com pelos acizentados e rajadas negras me encarava,meus mesmos olhos castanhos prevaleciam brilhantes e minha boca carnuda era agora depositada por grandes dentes.Eu era um monstro e como citava em meu sonho eu era uma aberração.

Balancei minha cabeça em negação e prometi a mim mesma que tudo aquilo iria passar.Voltei minha cabeça para o lago e com muitas tentativas frustantes consegui pegar um pequeno salmão alaranjado.Com repulsa cherei o fedorento aninal e senti meu vazio estomago se revirar.Uma rapida rajada negra passou pelos meus olhos e pegou minha refeição.

Rugi e iricei meu pelo para o grande tigre negro que me encarava divertido ainda com o peixe na boca.Levantei as batas frontais e com um pulo ataquei-o o tigre me olhou espantando mas o ignorei e cravei meus dentes em suas costelas.Ele deu um rugido mas apenas se deitou e joguei o peixe nas minhas patas,cheguei mais perto para o analisar e ele lambeu minha pata gentilmente.

A ficha caiu,Anik sua tonta.

—Kishan ! —Gritei me transformando em humana e acariciando seu pelo.

Os olhos dourados piscavam com calma e meu desespero aumentava.

—Ah o que eu fiz,me desculpa eu me senti fora de mim é que eu estou com tanta raiva de tudo isso e eu te vi você roubou minha comida...

—Tudo bem...Eu estou bem bilauta.Você é uma tigresinha brava eu não devia ter brincado com você,é que eu queria quebrar o gelo.

—Quebrar o gelo de que? —Ele se sentou com certa ditancia de mim e notei que seu ferimento já estava se curando.

—Eu te abracei,me desculpe.É que eu me esqueço que nos conhecemos a pouco tempo mas eu tive noticias de você a dezesseis anos,uma certa criança travessa que eu gostaria de conhecer e ela esta aqui na minha frente,com esse rostinho de confusa ainda vestindo minha jaqueta culpada por algo que pode fazer qualquer hora comigo.Eu não ligo de me machucar Anik mas me desculpe por ter te machucado.

Ele me trata como uma criança...-Pensei

—Eu não vou ferir você Kishan,Mas você não me feriu.

—Te feri com aquele abraço,eu percebi que não gosta de contato fisico.

—N-não não feriu—Gaguejei

—Isso é bom então, Serani naraja

—Engraçadinho—Deu uma risada e depois tapei minha boca.

—Pare de ficar fazendo isso Anik sua risada é tão linda.

—Me desculpe é que quando eu dou risada parece que eu estou baixando a guarda.

—Quer deixar seu posto de valentona?

Mordi o labio sem graça e assenti com a cabeça.

Kamana... —Arregalei os olhos ao ver o que ele havia falado.

— O que disse ?

—Nada Anik só estava pensando alto.

Corei ao ver que ele me encarava profundamente nos olhos e todas as minhas célular do corpo diziam para grudar meu corpo no seu.Mas eu permaneci imovel.

— Vejo que suas costelas se curaram.

Ele assentiu e com um movimento que até eu assustei coloquei meus dedos sobre o ferimento e ele soltou um gemido.

—Não curou ainda não é?

—Não precisa se preucupar,não foi culpa sua— Ele forçou um sorriso.

— Sim, é minha culpa — soltei um suspiro e me levantei. — Eu posso te curar,eu sei usar um pouco o amuleto.

—Não brinque comigo Anik.

—Estou falando sério Kishan,eu aprendo rapido e acho que eu posso te curar.

—Não é necessario.

Ele forçou para se levantar mas eu ajoelhei perto dele.

— Kishan pode parecer um pedido incoviniente mas poderia tirar sua camisa?

—O-oque?Porque?

—Para eu apreciar a vista—Disse ironica. —Eu preciso fazer contato direto com a pele para o amuleto dar maior efeito.

Na verdade essa parte eu inventei,eu queria realmente apreciar a vista—Pensei

Ele assentiu com a cabeça e tirou calmamente sua blusa ensanguetada,senti meu jantar ir pela garganta e todas minhas veias se contorcerem ao ver aquela imagem.Seu toráx perfeitamente bronzeado e definido,era como um corpo de um Deus,segui com cautela seu corpo até ver um feio corte que me fez acordar.

—Esta bem feio.

—Já sofri ferimentos piores,e ser ferido por uma menina tão bonita tem suas vantagens.

—Vantagens—Arqueei a sobrancelha.

—Claro,ela esta me encarando com esta cara de bobinha o que faz eu me derreter e desistir de tudo no mundo,inclusive a dor.

—Esta exagerando—Corei.

—Não Anik não estou,mas acho que querendo ou não eu estou Kaamaart.

Esqueci de seu ferimento e seus olhos dourados se aproximavam cada vez mais dos meus,nossa respiração era quase a mesma mas fomos interrompidos com uma voz cortante.

—Kishan,saia de perto da minha filha.Agora .

Com um impulso sai envergonhada do lado de Kishan enquanto ele vestia a camisa.Meu pai fungava de odio e agarrou o irmão pelo pescoço.

—Eu falei para você vir aqui e conversar com ela e não fazer estas barbaridades,se eu ver você encostando se quer um misero dedo em minha filha sem que seja necessario eu vou te estressalhar.Eu não podia impedir Kelsey de suas escolhas mas minha propria filha eu tenho direito.Não vou tolerar você com seu charme idiota para cima das unicas mulheres que eu amo ouviu Kishan ?

—S-sim... —O Irmão se tranformou em tigre e me olhou cabisbaixo uma vez.

—Pai o que você fez ? —Gritei—Eu estava apenas o curando.

—Não grite comigo senão...

—Senão o que ? —Falei entre os dentes.

Senti sua mão dar um impacto com meu rosto.Ajoelhei no chão ainda surpresa com a cena,ele havia me dado um tapa no rosto,com toda a sua força.Durga estava perto dele e ficou com o rosto normal e neutro.O efeito do tapa ainda ardia em meu rosto.Respirei fundo e segurei as lagrimas o maximo que pode.

—Minha mãe... —Engoli em seco—Você nunca encostou violentamente um dedo nela e ela ficou com Kishan,e só porque estava o curando você faz isso.As vezes acho que aquela vez no jardim você tentou me matar por querer.

—Anik... —Ele olhou assustado para a propria mão e percebi que estava com lagrimas nos olhos.Druga caminhou em sua direção e cochichou algo em seu ouvido mas ele ignorou—Me desculpa,filha eu... eu uh... o que eu fiz?

—Talvez o tal principe não seja tão encantado quanto cita nos contos.

Me transformei e sai rasgando o caminho para a tenda.

Chegando lá ofegante me transformei em humana e cai em prantos no pequeno colchão de palha,maldição de mundo,como eu odiava a minha vida.Ah comecei a pensar em tantas coisas que eu podia fazer,talvez usar a corda de fogo,mas eu não sabia onde estava.Talvez atacar meu pai mas isso só iria piorar a situação,ou talvez me atacar.

Suicidio.

Dei um sorriso maniaco e comecei a me levantar.¨Todos ficaram felizes¨comecei a correr novamente mas agora para a fora da tenda.Caminhei como um zumbi por todas as tendas e chamei a atenção de Kishan.

—Para onde vai ?

—Passear—Murmurei.

—Eu vou com você.

—Não.

Continuei andando sem notar que ele ainda me seguia em silêncio.

Ouvi um barulho de cachoeira e comecei a rir como uma retardada,agarrei meu amuleto e entreguei a Kishan que se espantou por ver que eu sabia que ele estava ali.

—Cuide disso — sussurrei.

—Anik,onde pensa que va.Nadar em uma cachoeira não parece uma boa ideia.

Andei em direçãoao grande abismo. Havia um grande que era efeito da agua se chocando nas pedras . Kishan estava segurando meu ombro mas ignorei. Olhei para a grande cachoeira e desejei pular com todas as minhas forças,Chega de achar que entendeu tudo...

Então eu cai de costas e de olhos fechados e ouvi os gritos de Kishan.

Senti a brisa brincar com meu cabelo.Depois o choque da agua e a ardencia em meu nariz.Eu fiquei lá me sufocando em silêncio.

Não fui corajosa mãe.

***

—ANIK ANIK ANIK? —Ouvia uma pequena voz,parecia um chiado e ignorei.

Senti algo quente em minha boca e o ar entrou pelo meu corpo e senti a agua voltar e comecei a tossir.

—Que droga aconteceu? —Murmurei.

— Que droga acontecceu ! —Ele disse assustado—Você do nada pulou da cachoeira achei que ia morrer.

Arregalei os olhos.

—V-você pulou?

Olhei em seus olhos dourados e seu toráx nú.

—Anik eu fiz o mais obvio,não iria te deixar morrer.

Kishan suspirou e pegou minhas mãos, beijando uma por uma.

—Mas essa era a intenção

— V-você queria se matar?

Ele colocou o braço em volta do meu pescoço e se aninhou para perto de sí,senti suas lagrimas pingarem em meu rosto e ele limpou delicadamente.

—Não faça isso Anik por favor.

—Tudo bem,eu vou ajudar você a quebrar a maldição e talvez depois...

— Anik,você não esta bem pscicologicamente,eu vi este roxo em seu rosto antes mesmo de pular na cachoeira.

Afoguei em lagrimas e finquei minhas unhas em seu peito.Ele gemeu de dor discretamente mas eu não conseguia me controlar,as palavras não saiam da minha boca e ele apenas prenssou eus dedos contra meus labios.

—Eu não quero que me ajude na maldiçao,você é filha da Kelsey quero que seja feliz.Quero que ela tenha uma familia feliz.

Meus olhos arderam,Era por isso a preucupação eu era a filha então Kishan queria me proteger para a mãe ficar feliz.

—Me desculpe por ter feito você pular,vamos para a tenda.Eu fui muito dramatica— Suspirei.

Levantei com custo e manquei para o acampamento que não devia ser tão longe assim.

—Anik....

— Sim Sohan...

Ele colocou os braços em volta da minha cintura e nossos olhos faiscaram.Inutilmente tentando afastar as emoções horríveis que eu estava sentindo, falei:

—Vamos logo Kishan.Embora eu não queira olhar nos olhos do meu pai eu sou obrigada,queria me dizer algo ou só quis me tocar?

O que aquele cara tinha em mente,me trata como criança,depois filhinha da sua ex e agora como uma mulher ?

Kishan assentiu distraidamente.

—Eu só queria te ajudar a andar,não é qualquer um que pula na cachoeira.

Eu estava sendo rude com alguém que pulou em uma cachoeira por mim.

Com o meu braço ligado ao de Kishan, me perguntei o que estava acontecendo comigo era realmente temporária ou se eu e Kishan tinhamos sentimentos por diferentes. Caminhamos em silêncio o percurso inteiro até Kishan interromper o silêncio.

—Esse é nosso segredo Anik.

Me lembrei de Nilima e dei um suspiro.Continuei andar com os pés arrastando até ver dois braços me envolverem.

—Anik,onde estava? —Disse meu pai—Esta toda molhada. —Ele fuzilou Kishan com olhar.

—Kishan não fez nada,pelo contrario me ajudou.

—Anik me descul...

—Não quero suas desculpas

Eu apenas corri para minha tenda e desejei dormir o mais rapido que pudesse e mal podi perceber que Durga me encarava de pernas cruzadas.

—Belo dia não é?

—Eu quero dormir.

—Eu sei querida,mas só para avisar que o almoço será servido as três e você ainda não comeu nada desde de ontem e segundo amanhã terão que ir a Caverna do anjo e derrotar um anjo caído para conseguir o mapa de Lininuh.

—O que seria um Anjo caído ou um mapa de sei lá o que?

—Vai descobrir,mas já que esta curiosa vá para o almoço.

Qual era a daquela mulher,parece que todo mundo é confuso aqui.Não é surpresa alguma afinal aqui é ¨outro mundo ¨.Meu rosto ainda estava latejando e estava com frio nas pernas mas a jaqueta de Kishan esquentava meus braços mesmo estando ensopada.

Troquei as roupas com custo e coloquei a jaqueta para secar.Desejei ao lenço divino um vestido longo branco.Sentei exausta na cadeira e peguei meu caderno.Talvez um poema ajude.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Reli o poema e com um suspiro fui com angustia almoçar.Eu não me lembrava o que era prazer,não me lembrava o que era amor...não me lembrava o que era familia.

Realmente isto é uma maldição.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado,Sei que ficou um pouco dramatico mais queria focar na parte Anik e Kishan e tirar o Ren do posto perfeito mas ele não fez por querer.
Não sei quando irei postar o proximo então até breve !