Bellarke - The Wedding escrita por Commander


Capítulo 9
One Fight, One Kiss.




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Octavia

Octavia só estava animada com a ideia de ser madrinha do casamento até descobrir que tinha que se esforçar para isso.

— Obrigada por vir. – Lexa sorriu, assim que a Blake chegou ao seu quarto de hotel. – Agora que faltam só dois meses, temos que nos apressar com todos os detalhes. Ainda tenho que ir provar o vestido e escolher o lugar. Então, você pode ir com o meu irmão à floricultura e confeitaria, acertar os detalhes da entrega?

— Claro. – ela assentiu, pegando o recibo das mãos de Lexa. – Onde ele está?

Octavia estava curiosa para ver Lincoln novamente. Os dois não se falaram de novo nem tiveram qualquer tipo de contato, desde aquela noite. E acabar bêbada no quarto de hotel dele não é bem o que ela chamava de "ótimo primeiro encontro".

— Provavelmente treinando. – ela deu de ombros, caminhando até o banheiro. – Acho que eu tenho o endereço do ginásio aqui, só um momento.

Octavia lembrou-se que Raven pediu para que ela lhe mandasse uma mensagem, quando chegasse à casa de Lexa. Ela não sabia o porquê, mas a mecânica estava realmente levando a sério sua desconfiança sobre a noiva de Clarke. Esperou até ter certeza que a morena estava no banheiro, então mandou uma mensagem para Raven, dizendo:

Lexa não é uma vadia, eu te disse. 10 dólares.

Sim, elas apostaram isso. Depois da discussão de ontem, Raven quis oficializar que estaria certa, no final das contas. Octavia não conseguia entender como ela achava que Lexa poderia ser uma pessoa ruim, não a conhecia muito bem nem há muito tempo, mas ela parecia ser muito legal.

Não demorou mais que alguns segundos para que ela respondesse:

Isso ainda não acabou, soldado Blake. Sem movimentos bruscos ao redor da Vadia Master. Obedeça as ordens da comandante Reyes.

Octavia balançou a cabeça, rindo. Ela guardou o celular no bolso novamente, assim que Lexa voltou.

— Não é muito longe, talvez uns cinco minutos daqui, mas, se quiser uma carona... – ela ofereceu.

— Tudo bem, eu me viro.

Ela não estava sendo mal educada, como Raven, apenas não queria a irmã de Lincoln por perto quando os dois estivessem juntos. Talvez, e apenas talvez, Octavia tivesse alguns pequenos planos.

.

Não demorou muito tempo para que ela achasse o tal ginásio. Assim que entrou, viu dois ringues. Dois caras lutavam no primeiro, e duas mulheres no segundo. Abaixo deles, vários equipamentos de luta, que ela não fazia a menor ideia dos nomes, ocupavam grande parte do espaço.

Lincoln treinava sem camisa com um boneco, chutando e socando o manequim com todas as forças. Uma bela visão, ela diria.

— Ei, lutador... – a morena chamou, atraindo sua atenção. Ele sorriu, virando para ela. – Tá na hora de perder sua masculinidade e ir comprar as flores e o bolo do casamento da sua irmã.

— Por que tenho que ir? – ele perguntou, parando o que estava fazendo.

Ela disse, colocando as mãos nos ombros do manequim:

— Porque eu vou. Vai, pega suas coisas.

.

.

Depois de quase duas horas, eles não fizeram nenhuma das coisas que Lexa havia pedido. Pelo contrário, ficaram no ginásio, lutando. Pessoas foram e voltaram, e eles estavam lá, continuando as lutas como se a vida alheia dependesse daquilo.

— Lexa vai ter um ataque quando souber que estamos duas horas atrasados. – Octavia sorriu, desviando de um soco. Lincoln investiu contra ela, fazendo-a contra-atacar com as luvas.

— Isso pode esperar. – ele garantiu, segurando a perna dela, quando a mesma tentou chutá-lo. Assim que a morena caiu, Lincoln se pôs sobre ela, imobilizando-a. – Acho que alguém perdeu.

— Acho que alguém está errado. – ela falou, então tomou mais uma de suas atitudes imprevisíveis.

Octavia se aproximou mais de Lincoln e selou seus lábios, envolvendo sua nuca com as mãos. O suor escorria por seus rostos e Lincoln a colocou contra o chão do ringue. Ela fechou os olhos e deixou suas línguas se chocarem, sentindo falta de ar por um tempo.

— Pelo amor de Deus, arrumem um quarto. – a voz de um dos amigos de Lincoln, provavelmente Jason, interrompeu os dois, que apenas sorriram. Em outra ocasião, ela xingaria ele por isso, mas estava demais para se importar com sua plateia.

Acho que ser madrinha vale a pena, Octavia pensou, se levantando.

.

Bellamy

Bellamy Blake nunca se sentiu tão idiota.

Você pode até se achar idiota, mas nunca levou a garota que você gosta para comprar um vestido de noiva do casamento dela com outra pessoa, certo? Exatamente. Então, provavelmente, ele é muito mais idiota que você.

Bellamy viu Clarke sair da porta do hotel, acompanhada de Lexa. A morena parecia totalmente contra essa carona e era exatamente por isso que ele precisava ir mais que tudo. Era questão de princípios, o que ele não daria para ver Lexa se mordendo de ciúmes?

— Vou mandar uma mensagem quando eu chegar na loja, ok? – Clarke disse à ela.

— Tudo bem, Princesa. – Lexa sorriu.

O quê?!

O Blake estava ficando realmente furioso. Desde quando outra pessoa chamava Clarke de "princesa"? E desde quando ela deixava? Principalmente aquela mulher demoníaca, que ela chamava de noiva. Isso estava muito, muito errado! Ele entendeu aquilo como uma declaração oficial de guerra.

— Vocês podem parar de agir como se nunca mais fossem se ver? Porra, só estamos indo à outra cidade, não para à guerra. – Bellamy revirou os olhos. – Aliás, esse é o meu apelido. Invente seu próprio apelido.

Lexa o olhou como se ele fosse um total desperdício de ar, e Clarke apenas esboçou um pequeno sorriso. As duas trocaram um beijo rápido e Lexa disse alguma coisa que ele preferiu não ouvir.

— Olha, se você tiver outra coisa para fazer, tudo bem, eu posso pegar um táxi. – a loira lhe disse, quando chegou perto. – Não parece muito feliz com isso.

E não estou, ele pensou, não é nada legal ter que praticamente levar você para se casar com outra pessoa, no carro da sua noiva.

Depois de pensar muito tempo sobre aquilo, Bellamy decidiu que falaria com Clarke apenas o necessário. Ele a levaria até a loja, a traria de volta e depois os dois não precisavam se encarar nunca mais. Ele não seria um idiota, como foi no primeiro dia que ela chegou, mas... Não é como se eles fossem ser melhores amigos de novo, certo? Uma hora ou outra ela iria embora de novo e ele não ia cometer o mesmo erro de novo.

— Aonde você quer ir? – ele perguntou, ignorando o que ela havia dito antes.

Ela apontou para o outro quarteirão, onde se localizava a ponte que fazia a ligação entre as duas cidades:

— Phoenix, rua 12. Pode pegar a primeira avenida e seguir as placas.

— Phoenix é bem longe. – reclamou, se lembrando das previsões de chuva para hoje. – Se chover e a ponte for fechada, vamos ficar presos lá.

— Então, não temos muita coisa a perder. – ela disse, entrando na caminhonete de Lexa e se sentando no banco do passageiro. Ele entrou no carro também, relutante. – Estamos presos juntos.

(X)

Eles chegaram à loja, mais ou menos uma hora depois que saíram. A viagem até lá foi muito silenciosa, as raras vezes que eles falavam um com o outro era para discutir sobre a música que queriam que tocasse no rádio.

Ficar sentado numa loja que mais parecia uma mansão, no meio de um monte de vendedoras lhe oferecendo bolo e bebida, esperando por uma mulher experimentar um vestido de noiva, que nem mesmo era para o casamento dele. Está aí uma coisa uma coisa que Bellamy Blake achou que nunca faria na vida.

— Não tenho certeza sobre esse aqui. – ele ouviu a voz de Clarke de dentro do vestiário. Aquele devia ser o milésimo vestido que ela experimentava, apenas em uma hora.

— Se você não sair daí e olhar no espelho, nunca vai ter certeza. – Bellamy revirou os olhos, se afundando na cadeira.

E, assim que ela saiu da cabine, ele quis que ela continuasse lá. Não fazia a menor ideia de qual marca ou qual era o nome do vestido, só que aquilo era tortura! O vestido branco tinha um decote em "V", que deixava muito a se mostrar – se é que entendem. E ela estava tão linda que ele não conseguiria nem descrever.

— E então? – ela perguntou, se olhando no espelho.

Ele esqueceu como se falava por uns segundos:

— É... Eu acho que...

Uma vendedora ruiva e sorridente se pôs do lado dele. Bellamy agradeceu a todos os deuses do mundo por aquela mulher ter aparecido e ter o deixado parecer um pouco menos idiota, distraindo a sua atenção de Clarke.

— E o noivo? Não vai querer um smoking?

Ele se recompôs, esclarecendo:

— Não, não somos noivos.

— Na verdade, ele é o padrinho. – Clarke sorriu.

— É, eu sou o... O quê?!

Ela realmente não podia estar falando sério. A vida amorosa de ninguém podia ser tão fodida quanto a dele, isso não fazia sentido. Anote isso na sua lista pessoal de conquistas pessoais: Nunca, em nenhuma hipótese, leve a pessoa que você gosta para comprar o vestido do casamento dela com outra pessoa, e, principalmente, em todas as ocasiões, não seja o padrinho dela!

— É uma pena. Vocês fariam um casal lindo. – a vendedora assentiu, parecendo um pouco decepcionada.

Concordo, Bellamy pensou, mas preferiu ficar quieto.

(X)

Exatamente como Bellamy esperava, depois que a chuva passou, uma estrada que levava à ponte foi fechada por causa da pista molhada. Sem muito o quê fazer e, numa beira de estrada, os dois estacionaram o carro perto de uma velha linha de trem.

— Se lembra que você sempre perdia as corridas? – ela sorriu, se sentando entre os trilhos.

— Eu só perdia porque você me empurrava antes de chegar ao final. – ele respondeu, sorrindo e se sentando também.

Clarke sentiu algo lhe incomodando dentro dela. Alguma coisa lhe dizia que Bellamy ainda não havia esquecido completamente o que aconteceu com os dois. Na verdade, nem ela esqueceu. Os dois eram tão inseparáveis quando eram pequenos, faziam tudo juntos e a ideia de seguir suas vidas separadamente sempre os assustou na infância... O que aconteceu?

— Me desculpa por ter ido embora. – ela pediu, de cabeça baixa.

Ele deu de ombros, mexendo nas pedrinhas entre os trilhos:

— Isso já passou, Clarke. Tudo bem.

— Não, não está tudo bem. Eu sei que parece que eu não me importei de me despedir, eu sei que eu fui egoísta em não ter te contado tudo antes, mas... Eu estava com tanto medo de ir embora e deixar tudo aqui. De perder vocês.

Ele franziu a testa, sem entender uma coisa:

— Por que tá falando isso agora?

— Porque você é a minha família. – ela respondeu, com toda a sinceridade do mundo. – E eu não suporto ver a minha própria família me odiando.

Eles ficaram um tempo em silêncio. Bellamy não se atreveu a dizer mais nada, mas, também, o que mais ele poderia falar? Ele realmente queria ter raiva dela, mas não conseguia. Por que ele não conseguia ter raiva dela?

Clarke se levantou e caminhou sobre um dos trilhos, equilibrando-se como uma criança.

— Eu não te odeio. – Bellamy falou, depois de um tempo. – Já tentei muito odiar, mas... Até agora, nenhum progresso.

— Espero que isso seja uma boa coisa. - ela respondeu, continuando seu caminho pela linha do trem.

Em algum momento depois daquilo, ela se desequilibrou e Bellamy se preparou para pegá-la. Mas não foi preciso. Ele notou, com certeza surpresa, que Clarke segurou sua mão. Ao invés de soltar, ela o puxou para andar no trilho também.

Os dois seguiram juntos, ainda andando sobre os trilhos estreitos. Ele observou a loira parar para tirar uma foto da paisagem – a qual Bellamy nem havia reparado direito – à sua frente com seu celular, e murmurar para si mesma:

— Isso vai dar um desenho perfeito.

— Você sempre quis ser artista, não é? – ele perguntou. Desde que se lembrava, Clarke vivia por aí com um caderno de desenhos. – Como acabou virando uma médica?

Ela deu de ombros.

— Minha mãe achava a ideia de desenhar profissionalmente muito arriscada. Ela dizia que era uma chance em um milhão, e... Sei lá, eu meio que sei disso agora. Talvez eu não seja boa suficiente para ter um quadro exposto numa galeira.

— Você é. Só precisa parar de ter tanto medo do que as pessoas vão achar.

Bellamy nunca foi muito sentimental em relação à essas coisas de sonhos. Ele sempre quis ser policial, mas... Ele faria qualquer coisa que mantivesse ele e Octavia estáveis, enquanto ela terminava os estudos.

—Você deve estar certo.

— Quando eu não estou?


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