Don't Ever Let It End escrita por Rocker


Capítulo 9
Capítulo 8 – You’ve always been my escape route


Notas iniciais do capítulo

Já deixei nas notas de Heimkehr e em A Sexta Guardiã, mas vou deixar aqui também no caso de alguém não acompanhá-las. Eu estou aproveitando minhas férias da faculdade para dar um jeito nas minhas fanfics que estão ainda em andamento. Eu tinha pensado em desistir delas, mas algumas, com exceção de DELIE, estão quase no fim, então não tinha porque não dar um desfecho. Se eu não consegui finalizá-la nas férias, vou ao menos deixar uns capítulos adiantados para não ficar tanto tempo novamente sem postagem. Espero que não tenham me abandonado, porque eu não pretendo abandoná-los ♥ (e sinto muito pelo capítulo horrível, acabei tendo um bloqueio pra ele, mas espero que os próximos melhorem)



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Capítulo 8 – You’ve always been my escape route

Tentei segurar o soluço que se seguia às lágrimas com aquela mera lembrança. Eu não tinha ideia de como tudo aquilo iria doer após permitir-me afundar nas memórias, mas, caramba, como doeu. Meu peito doia como se meu coração quisesse ser arrancado violentamente e eu não sabia mais o que fazer. Tudo estava tão confuso, eu não conseguia colocar meus pensamentos em ordem e tudo o que eu conseguia pensar em olhos azuis. Aqueles olhos azuis que por anos me olharam com amor e carinho e mudaram de tom quando me olharam suplicantes dias atrás.

— Bea? – a voz de Calum me arrancou dos meus pensamentos.

Quando levantei meu olhar para ele eu nem mesmo tentei esconder que estava chorando. Não adiantaria mesmo, de qualquer maneira – eu tinha certeza que meu nariz estava vermelho, meus olhos inchados e minhas bochechas molhadas.

— Você está bem? – ele perguntou, com um olhar cauteloso e eu percebi que ele sabia a resposta, mas ainda assim decidi mentir.

— Estou sim. – foram as palavras que disse, enquanto passava rapidamente a mão para secar as lágrimas em vão.

— Não está não. – ele disse, se arrastando até o meu lado pela grama do campo. Ele segurou minha mão entre as suas e começou a acariciar a pele como que para me acalmar. – Você sabe que sempre pôde contar comigo para desabafar.

Ele tinha razão. Calum sempre foi minha rota de escape e meu porto segundo quando eu mais precisava desabafar, mesmo que eu nunca tinha contado nada relacionado à minha mãe. Mas de resto, ele sabia tudo. Quando eu tinha algum problema com meu relacionamento com Luke, minhas dificuldades na escola, até sobre o fato de eu querer me tornar compositora. Calum esteve em cada passo e, mesmo que não tenhamos nos falado há quase dois anos, eu ainda sentia que podia contar tudo a ele. Eu me sentia confortável o suficiente a esse ponto.

— Eu não sei mais o que estou fazendo, Cal. – funguei, deitando minha cabeça em seu ombro e enterrando meu rosto em seu pescoço. – Está tudo tão confuso.

— Você diz sua volta? – ele perguntou, parecendo receoso, e eu apenas assenti. – Todos nós ficamos confusos, na verdade.

— Não sobre isso. – insisti, me afastando um pouco dele. – Quis dizer sobre antes.

Percebi claramente quando Calum se remexeu desconfortavelmente.

— Por que ele parou de falar comigo? Seis meses e todos vocês pareceram ter desistido de mim. De mim e de Emma.

Não sei se ele era capaz de identificar a gota de dor no meu tom de voz, mas até para mim ela pareceu estar óbvia.

— Não foi bem assim... Não era como se quiséssemos. – ele começou a dizer, sem nem mesmo olhar nos meu olhos. Em vez disso, continuou a segurar minha mão com uma das suas enquanto usava a outra para arrancar alguns pedaços de grama do chão. – Nossa carreira começou a deslanchar e nós nos encontramos perdidos no meio daquilo tudo. Nós tentamos o máximo possível, sempre que você conversava com um de nós era em alguma pauda que tínhamos. Com o tempo o contato só foi esfriando. Não era culpa de ninguém, na verdade. Nem minha, nem sua, nem de nenhum dos meninos. As coisas só... chegaram a esse ponto sem ninguém perceber, eu acho.

Quando ele se calou, um silêncio carregado se instalou entre nós. Nenhum de nós dois ousou quebrá-lo durante alguns minutos enquanto cada um mergulhava nos próprios pensamentos. Talvez ele tivesse razão, talvez a culpa não era de ninguém no fim das contas, as coisas simplesmente aconteceram. Mas nada disso muda como o que pareceu ser o destino nos separando me afetou mais do que qualquer um poderia pensar.

— Pode não ter sido culpa de ninguém. – decidi vocalizar meus pensamentos após algum tempo. – Mas isso não muda o fato de como me doeu. Eu passei dias e dias tentando ligar para vocês, tentando alcançá-los e depois quando percebi que não haveria retorno, eu passei mais dias apenas chorando na cama. Saber que não os veria nunca mais doeu muito quando fui embora, mas saber que eu tinha saído completamente da vida de vocês depois desses meses foi como se um pedaço da minha alma tivesse sido arrancada.

Dessa vez ele que ficou em silêncio, mas também não durou tanto tempo.

— Você não pensa em conversar com Luke? – ele perguntou de repente e, pelo susto e pela natureza da pergunta, acabei soltando a mão dele, sentindo-me desconfortável com o rumo que a conversa estava tomando.

— Não acho que ainda estou pronta. – foi tudo o que consegui dizer em voz alta, mesmo que eu estivesse tendo dificuldades para raciocinar tal pergunta.

— Você não pensou duas vezes antes de me pedir para fugir com você no meio da madrugada, mas também não pensou duas vezes antes de fugir de Luke quando ele tentou conversar com você. – ele disse e eu podia perceber pelo tom de voz e pelo jeito carinhoso que seus olhos castanhos me olharam que ele não estava me julgando, apenas constatando um fato.

— É diferente.

O rosto de Calum pareceu se iluminar com alguma realização.

— É porque você ainda não o superou!

Decidi não dar-lhe uma resposta direta, mas apenas pela tensão que tomou meus ombros, ele soube qual era a verdade.

— Você não o superou ainda, Bea, e isso está claro. Então por que não tenta conversar e resolver isso de uma vez? – ele sugeriu e, antes que eu pudesse abrir a boca para protestar, ele já estava acrescentando: – Vocês estão sofrendo, todos os dois. Nunca vi o Luke tão abatido quanto nos últimos dois anos e, ao que parece, você passou pelo mesmo. Agora que você está de volta, talvez as coisas se encaixem, uma vez que você decidir conversar com ele.

Achei melhor não corrigir o fato de que minha volta era apenas temporária.

— Não é uma boa ideia. – eu disse. – Eu sofri muito, Calum, e ainda sofro. Não é uma coisa que eu possa esquecer e perdoar tão rápido. Luke foi meu melhor amigo, meu primeiro namorado. Ele foi a parte mais importante da minha vida por muito tempo e tudo isso me fez me machucar muito. Não sei se seria capaz de deixar tudo isso para trás. – levantei-me e limpei meu jeans quando percebi que ele queria insistir no assunto. – É melhor eu ir embora, já está ficando muito tarde e acho melhor eu enfrentar Dawson antes que ele fique ainda mais irritado por eu ter fugido de casa daquele jeito. Pode me dar uma carona de volta?

Calum apenas suspirou e assentiu, sabendo que era uma batalha perdida.

 


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