Dividida escrita por Garota Fantasma


Capítulo 3
2- A Divisão


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :3 espero que gostem!



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...Me desesperei muito, a ponto de escorregar e cair com tudo no chão, meu corpo estava gelado por inteiro, oque me lembrou vagamente a neve nos dias de inverno. Dolorida, me arrastei pelo chão tentando me apoiar em algo para levantar, não entendia absolutamente nada do que estava acontecendo, era como se eu estivesse ficando completamente louca. - Oque está acontecendo comigo? - Me perguntei, ao notar que minha visão se tornava cada vez mais embaçada.

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Estava em um sonho muito estranho, era como se minha alma saísse de meu corpo e perambulasse por ai, só me lembrava de ter tomado um banho na noite passada. Estava deitada no que parecia ser muito frio, estava quase congelando. Rapidamente, abri meus olhos e percebi que estava ao ar livre, a neve caia lentamente sobre meu corpo, que aparentemente, estava nu. -Meu Deus!- Gritei. - Oque estou fazendo aqui!?.

Tentei me levantar e observar onde eu estava, não me lembrava de porque fui parar ali e nem como, estava no meio de uma estrada, aparentemente deserta, sem roupa alguma e praticamente congelando de frio. Mesmo desesperada, tentei ser ágio e esperta, localizei uma pequena estrada, minha unica tentativa naquele momento era tentar pedir para algum motorista me ajudar.

Me aproximei com dificuldade próximo da beira daquela estrada desconhecida, com um braço, fiz um sinal com o polegar na esperança de uma carona, e com o outro braço, tentava esquentar as partes nuas de meu peito, antes de morrer de frio. Não demorou muito até que uma caminhonete, aparentemente familiar, passa por mim e, rapidamente, para na minha frente.

–Anna!- Falou Kristoff, espantado - Oque está fazendo aqui, onde estão suas roupas!.

– Kris..Me ajuda - Falei, com muita dificuldade.

As presas, ele então saio da velha caminhonete, apunhalou um cobertor velho que havia no porta-malas e me deu, na tentativa de me esquentar.

– Rápido, entre. - Ele disse, abrindo a porta para mim.

****

–Oque houve com você? - Ele disse, preocupado. - Poderia ter morrido sabia!

– Eu sei - Eu disse, em desespero - Eu não me lembro do que aconteceu, a ultima coisa que lembro é de que estava tomando um banho!

– Pode ser que seja sonâmbula... - Ele deduziu.

– Talvez, mas não sei não... Ah, como eu queria me lembrar! - Resmungou Anna.

– Bom, não importa agora, tenho algumas roupas minhas nessa mala, assim vai poder se vestir.

– Ok e... Espera, onde estamos ?

– É uma estrada meio longe de casa, tinha uns compromissos para resolver na cidade vizinha e por isso estamos aqui. Mas fique tranquila, amanhã te deixo em casa. Agora já está tarde, vamos ficar em um hotel de beira de estrada só por essa noite. - Disse Kris, decidido.

Após ele dizer isso, percebi que havia estado inconsciente um dia inteiro sobre aquela neve fria, não sei como ainda posso respirar, eu poderia ter morrido. Fiquei perplexa com essa descoberta.

–..Esta bem, mas preciso avisar meus pais que eu estou bem.

Ele fez que sim com a cabeça, estranhei pois ele parecia agitado, algo não estava nada bem.

Chegando no hotel, ele fazia o aluguel de um quarto com o balconista, e eu me trocava no banheiro da recepção. Coloquei uma blusa dele, que em mim, era como um vestido, coloquei um casaco e também botas. Ao sair ele me esperava, distraído como sempre, no sofá duro da recepção.

– E então? - Perguntei, oque fez ele virar a cabeça para mim rapidamente.

– Bem, o quarto tem apenas uma cama de casal... Se você preferir eu durmo no chão.. - Ele disse, pensativo.

– Não, imagina.. Tudo bem pra mim. - Falei, mentindo. Era a primeira vez que dormia com um homem na mesma cama. Aquilo soava bem estranho.

Ele sorriu levemente e nós fomos para o quarto, ele era simples, meio sujo, os móveis gastos e antiquados, não demorei pra notar diversas entalhas na grande cama de madeira. Ele se dirigiu para o banheiro, foi se vestira para dormir, já que eu não tinha roupa alguma, tive que me contentar com a blusa dele e uma cueca samba-cansão que ficava extremamente engraçado. Me deite sobre a cama, rapidamente me enrolando entre as cobertas. Estava nervosa, não sabia oque viria depois que ele saísse do banheiro, será que ele iria me querer naquela noite? Ai meu Deus...

Alguns minutos se passaram e pude escutar o rangido da porta ao se abrir, ele estava usando apenas uma calça larga de moletom, deixando seus músculos a mostra. Eu gelei ao ver ele se aproximando da cama. Eu não estava com sono já que estava dormido por um bom tempo, me mantive acordada, respirando fundo. Ele então se colocou embaixo das cobertas e olhou para mim, que estava de costas para ele.

Passamos alguns minutos em silêncio até que uma brisa gelada atravessa a tira entreaberta da janela, se chocando com meu corpo, me causando uma tremedeira, que se juntou com o nervosismo formando uma dupla perfeita. Logo ele percebeu que eu estava desconfortável pelo frio, então, em um gesto carinhoso, pois seus fortes braços sobre meu corpo indefeso e gelado. Foi ai que seu corpo entrou em total contato com o meu, eu paralisei, porem, apesar de ser meio constrangedor, aquela sensação me trazia uma harmonia muito boa.

–Nossa, Anna...Como você esta fria.. - Comentou Kris, em tom baixo no meu ouvido. Me assustei, estava acontecendo novamente, meu corpo gelou por completo, foi ai que lembrei de tudo, tudo que aconteceu no banheiro aquela noite, a cena do espelho, a dedução de estar ficando louca. Me soltei de Kris e levantei da cama, eu estava pálida.

–Anna, oque ta acontecendo?! - Ele exclamou, assustado.

–Eu não sei, eu... - Foi aqui que tudo começou a ficar meio nublado, na tentativa de impedir isso, corri até o espelho do banheiro, para ver oque estava acontecendo comigo. Ao trancar a porta, olhei fixamente o espelho, que, como na noite passada, mostrava o reflexo de Elsa. Tentei manter a calma e tentar solucionar esse mistério.

–Elsa... É você? - Falei, tentando tocar no reflexo de Elsa.

Nossas mãos então se chocaram e eu senti uma dor muito estranha em meu peito, meus olhos, de verdes claros se transformaram em um verde-água quase azul, como os de Elsa. Sentia que não podia mais comandar o meu corpo, era como se eu fosse algum tipo de marionete, como se eu estivesse dividida.


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