Três palavras seguidas de três emoções escrita por MylleC


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Antes de tudo preciso explicar kkkk eu estava de boas olhando os rascunhos de fics que escrevo no celular e fui passando, passando e foi aparecendo alumas que fiz já há algum tempo e achei essa.
Os sentimentos de Oliver depois de ter dito aquilo para Felicity na finale da season 2
A maioria das fics depois daquilo foram pelo ponto de vista da Felicity,e eu simplesmente achei essa em meu celular com um pouco do ponto de vista do Oliver até o momento em que ele decide que não pode ser o Oliver e o Arqueiro. Então resolvi postar.
Enfim, espero que gostem. Boa leitura!



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Dúvida.

Um ser humano pode escolher uma dentre muitas emoções a que considera pior, e essa escolha varia de cada pessoa para cada momento. Mas pode uma pessoa estar sentindo a mesma emoção dias e dias seguidos? Com o mesmo pensamento dias e dias seguidos? Sem conseguir chegar em qualquer solução?

Minha cabeça está enlouquecendo e tudo por causa de três palavras, apenas três palavras. “Eu te amo.” Bem, três palavras e a pessoa para qual elas foram ditas. Felicity.

Ignorar.

Ignorar também é algo que fiz por muito tempo, por quase um ano inteiro para falar a verdade. Não ignorar Felicity, mas sim ignorar a mim mesmo, ignorar as coisas que estava sentindo. Alguns meses atrás quando Felicity, Dig e eu fomos para a Rússia junto com Isabel e Felicity me viu com ela... A única coisa que conseguia pensar é em como eu não queria que ela tivesse visto, o quando me incomodava o que ela estaria pensando de mim e então eu precisava me explicar. Eu fui me explicar.

Quando Felicity me disse que eu merecia alguém melhor, a única pessoa que veio em minha cabeça foi ela mesma. Felicity, Felicity, Felicity. O tempo todo. Quem me compreendia quando outras pessoas não conseguiam? Felicity. Quem dizia o que eu precisava ouvir, sendo algo bom ou ruim? Felicity. Quem sempre acabava tendo razão e vencendo as discussões comigo? Felicity. Quem sempre viu uma esperança em mim, mesmo quando eu e todos os outros julgaram não existir? Felicity. Quem me fazia sorrir em momentos que eu pensava não ser possível? Felicity. E mesmo quando não consegue uma solução, como aconteceu na torre do relógio antes de armarmos o plano contra Slade, ela conseguiu fazer com que eu me acalmasse e pensasse com clareza, vendo toda a confusão por outro lado e assim me fazendo ter um plano.

E é ai, bem ai que queria chegar. O plano. Depois de tanto tempo evitando pensar em meus sentimentos, para depois pensar sobre eles e aceitá-lo, fiquei com medo, medo do que aconteceria com ela caso meus inimigos percebessem qualquer ligação entre nós, e o que eu fiz? Fiquei com outras, tentando a todo custo não pensar e não chegar a admitir em voz alta a mim mesmo, muito menos a ela, meus reais sentimentos. E então eu estava ali, frente a frente com ela, olhando em seus olhos e dizendo algo que não tive coragem de dizer a mim mesmo por meses. “Eu te amo”

Aquilo foi como uma bola de demolição atingindo o enorme muro que eu havia criado em minha mente, em meu coração, em volta de mim todo na verdade. Eu não sabia bem ao certo o que Felicity estava pensando aquele momento, mas sua expressão surpresa foi o que fez minha mente voltar a focar na realidade e se lembrar que havia um plano rolando ali. E a decepção que passou por seus olhos quando eu discretamente coloquei a seringa em seu bolso... Quase me impediu de sair dali, quase me fez levá-la para um local onde Slade não estava nos observando e dizer “Olha, aquilo foi um plano, mas o que eu disse era verdade. Eu te amo.” Mas isso não aconteceu.

Pelo menos de algo isso serviu. Eu vi como foi fácil, como foi bom ter admitido isso para mim mesmo em voz alta, e mesmo que indiretamente para ela também. Não era mais tão assustador, talvez eu devesse ter assumido isso antes e não ter reprimido tudo na esperança de algum dia apenas... Esquecer. Depois de ter dito a verdade a ultima coisa que eu queria fazer era esquecer, pelo contrário, eu mal podia esperar o momento para dizer de novo. Mas, depois de cinco meses porque eu não disse? Oportunidade não faltou.

E então voltamos ao assunto da dúvida. O que Felicity faria uma vez que descobrisse a veracidade por trás das benditas três palavras? E se eu não fosse correspondido? Essa provavelmente foi a dúvida mais tola que passou por minha cabeça: Se o sentimento fosse platônico. Por Deus, me senti um adolescente com medo de dizer a garota que a amava, mas o medo era mais profundo, eu não queira estragar a nossa relação. Que alias, durante esses cinco meses foi ficando mais... Intensa. Foi quando me vi adiando mais e mais a conversa que queria ter, apenas aproveitando todos esses momentos com ela.

Mas ainda assim, eu via o medo voltando, a dúvida crescendo e o ignorar querendo me dominar novamente. Eu precisava agir. Qual o momento seria mais perfeito quando Felicity disse:

-...Fale com o coração.

Me apegando a idéia de que com Felicity seria diferente de qualquer outro relacionamento, uma vez que o próprio sentimento era diferente de qualquer outro sentimento, decidi começar como relacionamentos normais começam. Um encontro. Qual a minha surpresa quando a própria achou que eu estava brincando?

Foi engraçado, um pouco constrangedor, mas havia acontecido. Eu teria um encontro com Felicity Smoak. A mulher que eu descobri amar a tanto tempo atrás, mas que não tive coragem de fazer algo a respeito até agora. Enfim chegou o momento.

Fiquei menos preocupado quando Felicity confessou que estava tão nervosa quanto eu. O que era estranho, já que nos conhecíamos há três anos, pra que tanto nervosismo? Talvez, mesmo que inconscientemente ela soubesse que eu teria algo importante para falar. O problema é eu estar reconsiderando falar isso essa noite, talvez eu deva deixar as coisas rolarem? Bem, o que não vou conseguir fazer é ficar sem falar o quanto ela é especial e importante para mim, o quanto foi bom conhecê-la.

O que levava a deixar que ela conhecesse um pouco mais de mim também, falei um pouco sobre meu tempo em Lian Yu e acabei mergulhando um pouco em lembranças, fugindo momentaneamente do rumo da conversa. Respirei fundo e voltei a falar, voltando ao assunto que eu realmente queria chegar.

-Em todo tempo que estive fora eu nunca pude... Confiar em alguém completamente. –Suspirei, descido a continuar. -E quando isso dura por muito tempo você para de ver as pessoas como pessoas, você vê... Ameaças, ou alvos. E quando eu decidir vir para casa eu não sabia como desligar essa parte de mim.

Felicity me escutava atentamente, curiosa para saber até onde e o que eu contaria.

-Então eu entrei em seu escritório. –Ela sorriu, os olhos brilhando com meu relato. –Você foi a primeira pessoa que eu vi como... Pessoa. –Me senti instantaneamente aliviado por compartilhar aquilo com ela. Por compartilhar parte de meus sentimentos por ela, em como seu jeito de falar e de agir na primeira vez em que nos encontramos tinha mexido comigo. –Tinha algo em você.

-É eu estava mordendo uma caneta. –Disse embaraçada com a lembrança. Ah sim, eu havia reparado na caneta.

-Era vermelha. –Recordei.

Seus olhos encontraram os meus novamente, concordando com um sorriso. E ai está, meu momento.

-Você se lembra de quando eu disse que, pelo o que nós fazemos era melhor eu não ficar com alguém que eu realmente me importasse?

-É, eu me lembro.

-Então, talvez eu estivesse errado.

Seus olhos brilharam em expectativa pelo o que aquilo significava, e tenho certeza que eu não estava diferente. Eu tinha aquele sentimento de que estava fazendo a coisa certa. Foi quando todos os meus sentidos e reflexos me alertaram urgentemente. Não terminaríamos aquela conversa. A primeira coisa que pensei foi em protegê-la, afastei a mesa e fiz o que pude para impedir que nós dois fossemos atingidos. Eu precisava protegê-la.

E é só o que quero fazer, é só o que tenho feito. Assim que aquela bomba atingiu o restaurante, quando descobri que foi com o propósito de atingir o arqueiro, que aliás foi rastreado sem nem ao menos ter percebido... Aquela bomba destruiu também qualquer esperança que eu tivesse de tentar ter uma vida normal, pois isso não era possível para mim. As pessoas que amo sempre estaria em perigo ao meu lado e definitivamente eu não colocaria Felicity em perigo. E pela primeira vez, em todas as nossas discussões eu estava certo. Eu não poderia ficar com alguém que eu realmente me importe. Não posso.

-Temos que conversar –Falei. Meu coração doendo por ter que ter uma conversa para terminar o que sequer começou.

-Eu não quero conversar. –Respondeu, com certeza sabendo o que eu faria. –Sei que para mim isso é inédito, mas... Assim que conversarmos estará acabado. –Bom saber que não tinha sido apenas eu que já havia posto a palavra “começo” em nossa relação. Infelizmente um meio começo que já tinha que chegar ao fim. Odeio ter que fazer isso, odeio ter que olhar em seus olhos e ver a decepção neles, sabendo que eu quem esta causando isso. Mas simplesmente não posso suportar a idéia de colocá-la em perigo.

-Sinto muito. –Comecei. Felicity fechou os olhos por um momento, lamentando por eu ter insistido em conversar. –Eu pensei que poderia ser eu e o arqueiro... Mas não posso. Não agora, talvez nunca.

-Então diga “nunca” – Exigiu. –Pare de dizer talvez, diga que nunca daria certo entre nós, diga que nunca me amou, diga...

Eu quase podia suportar essa “separação”, mas não suportaria olhá-la nos olhos novamente e novamente deixar que ela pensasse que eu não a amo, ela precisava saber, não poderia pedir para eu dizer que eu não a amava, quando tudo o que fez com que chegássemos até aqui foi meu amor por ela, amor que eu só consegui realmente admitir sem medo quando eu enfim disse a ela. Mesmo que tenha parecido ter sido apenas parte de um plano, as palavras foram verdadeiras.

-Felicity...

E então eu me aproximei, coloquei minhas mãos em seu rosto e a puxei para mim, selando nossos lábios. Tentei passar naquele beijo todo meu sentimento, todo meu amor e tudo o que não terminei de dizer em nosso encontro. Nunca mais conseguiria esquecer o gosto de seus lábios, a sensação de tê-los grudados aos meus, de sua textura macia e também de todo o sentimento que ela mesma passava naquele beijo. Foi uma conversa rápida e mais objetiva do que a que tivemos em palavras. Foi a conversa em que enfim dizíamos as três palavras um para o outro. Melhor do que qualquer som.

-Não peça para eu dizer que não te amo.

Nos encaramos por segundos, absolvendo aquele momento.

-Eu disse que assim que conversássemos... –Afastou o rosto de minhas mãos. –Estaria acabado.

E então ela se foi, levando com ela a felicidade que compartilhamos, a felicidade única que sentia ao lado dela. Me deixando apenas na habitual escuridão que começou a voltar em minha mente, fazendo com que eu volte com o sentimento de ignorância, tentando ignorar a sensação que ficar sem Felicity trazia. A dúvida de se eu tinha mesmo feito a coisa certa e a tristeza por não poder ir atrás dela e dizer que eu retirava tudo o que havia dito e que ficaríamos juntos, que eu viveria ao seu lado como Oliver. Mas isso significaria colocá-la em perigo.

Então eu apenas tinha que me conformar em viver como o Arqueiro.


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Notas finais do capítulo

Eaeee gostaram? Espero que sim, comentem!