Texturas de Papel escrita por Kate Cookie


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que muitos de vocês já devem perceber que Cidades de Papel já está virando modinha (sem querer ofender). Por isso resolvi postar antes da estreia do filme kkkkkkkk

Alguns amigos meus já haviam lido esse livro bem antes de mim, e ano passado eu resolvi lê-lo também. E me apaixonei. É, com certeza, o meu livro preferido desde que eu comecei a ler os primeiros capítulos. É simplesmente perfeito!

Boa leitura *-*



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Seis meses se passaram, e Margo ainda é um mistério pra mim. Na verdade, ela sempre manda fotos, mensagens e telefona, mas eu gostaria de tê-la perto de mim. É estranho conviver com uma pessoa, e mesmo assim, estar tão longe dela.

— Cara, você não para de olhar pra esse celular — diz Ben. — Só vamos aproveitar este dia lindo e maravilhoso!

Ignoro, checando as últimas mensagens que havia recebido; que são 1) da minha mãe dizendo que eu não volte para casa agora, porque 2) ela está trabalhando pesado para arrumar tudo, já que a empregada não pôde ir; o que 3) eu achei altamente estranho.

Ben abre a janela do quarto dele, apontando com as duas mãos para o lado de fora. Depois vê que aquilo não vai dar em nada, e tira o celular de mim.

— Q, isso é ridículo. Se você veio até aqui pra ficar ignorando tudo que eu falo, então é melhor você sair agora.

— Tá me expulsando? — indago.

— É — balançou a cabeça lentamente —, acho que sim.

Ele devolve o aparelho, e saio de lá, permanecendo em pé, bem em frente a casa dele. Tiro o celular do bolso, ligando para Radar. Ele atende no segundo toque.

— Onde você tá? Acabei de ser expulso da casa do Ben, e pareço ridículo por dizer isso, mas minha mãe tá arrumando a casa e, sabe, eu não quero ajudar ela. Não tô com cabeça pra isso.

— Só um minuto — pede, e em alguns segundos ele continua: — Ah, oi, voltei. Desculpa, cara, mas não vai dar. São oito horas da manhã, e combinei de sair com a Angela.

— O que vocês vão fazer?

— Vamos a uma cafeteria — responde. — Ainda não comi nada, só esperando ela chegar. Vai ser um café da manhã bem...

— Tudo bem — o interrompo. — Tchau.

Entro na minivan, sentindo meu celular vibrar. É uma mensagem! Uma mensagem da Margo!

“não sei o Que sua Mãe inventou, Mas eu Estou na sua casa. isso Parece meio estranho, já Que não avisei nada a ninguém. Não vá a qualquer Lugar que você estava Indo agora, porque eu Não quero Perder tempo”.

Solto uma risada alta. Margo ainda é adepta àquele uso aleatório das letras maiúsculas! O mais engraçado é que eu consegui ouvir, na minha mente, sua voz pronunciando cada palavra.

(...)

Arrumo o cabelo rapidinho, e olho pra baixo, vendo se estou parecendo um garoto normal que não quer nada com uma garota “normal” que veio me visitar. Quando saí cedo para ir à casa de Ben, eu parecia um bêbado que havia acabado de acordar. Espero que ainda não esteja com essa mesma aparência.

Entro, e minha mãe diz:

— Ah querido, a Margo está aqui.

— É. Eu sei. — Tento não parecer tão animado. — Cadê ela?

— No seu quarto.

— Ahn, tudo bem. Vou lá, então.

Respiro fundo, sentindo meu coração bater forte. Giro a maçaneta lentamente, e a primeira coisa que consigo enxergar são seus olhos azuis, olhando diretamente pra mim.

— E aí, Quentin? — ela está sentada na minha cama, e mesmo tendo muito espaço, se afasta um pouco.

Sento ao seu lado. Ainda estou nervoso.

— Meu Deus, eu tenho tantas coisas pra te contar, Margo! Não sei exatamente por onde começar, mas... Sinto sua falta o tempo todo. Nunca vou esquecer aquele nosso momento. Aquele momento de vingança. Foi incrível! Foi tipo... A melhor experiência da minha vida. Estou falando sério!

— Shh. Também foi bem divertido pra mim — diz, pondo as duas mãos envoltas do meu pescoço. Por um momento, acho que vou desmaiar. Vou desmaiar bem aqui, com a garota que eu gosto bem próxima do meu corpo. O que eu menos quero agora é acordar desse sonho. Um sonho real. Espero que não acabe nunca.

Me aproximo dela, e beijo seus lábios. Foi tão bom quanto o nosso último beijo. Nesse finalzinho de verão, eu só gostaria de acompanhá-la para qualquer lugar bom o bastante para ficarmos realmente a sós. Mas já é mágico pra mim estar perto de Margo Roth Spiegelman.

Nos separamos, e ela continua:

— Estamos em uma cidade de papel. Somos feitos de papel.

Balanço a cabeça em concordância.

— Você é tão sortudo por levar uma vida assim. E eu sou tão sortuda por estar aqui, ao lado do Quentin Jacobsen.

Solto uma risada, e ela me acompanha.

— Você é uma grande garota. — ela me encara, confusa. — Quer dizer... Você é tão linda, tão exótica e surpreendente.

— Poxa. Valeu, Q. — ela bagunça meu cabelo e levanta da cama, observando meu quarto. Aí encontra uma antiga fotografia num porta retrato em cima da minha cômoda e mostra pra mim, dizendo: — Aqui você tinha oito ou nove anos, eu acho. Brincávamos juntos naquela época.

— Eu me lembro disso.

Eutambémlembrodisso — afirma. — Quer sair daqui? Vamos pra algum lugar com mais agitação, ou sei lá.

— Tá — pego as chaves do carro, e coloco-as no bolso da frente. — Bem, o que acha de sair por aí na minivan?

— Radical.

Saímos de casa, e entramos na minivan. Margo aumenta o volume da música. Não consigo reconhecer qual é, mas é agitada. Ela mexe os braços de acordo com o ritmo tocado. Permaneço atento na estrada, mas Margo dá um soquinho de leve no meu ombro, e eu sorrio.

— Vamos lá, Q — diz entre risos.

Balanço a cabeça, tentando dançar. Margo ri ainda mais.

— Ok, você é um péssimo dançarino.

(...)

Antes de ir para casa, Margo me entrega um papel bem dobrado, depois me abraça. Retribuo, e ela me dá um rápido beijo na bochecha.

— Quero que leia isso quando estiver sozinho. É meio pessoal.

E foi isso que eu fiz. Entrei no meu quarto, e li o que havia escrito.

Oi, Quentin. olha, se quer saber, eu Gosto muito de Você. é difícil admitir Isso Porque, depois de Todos esses anos eu Ainda não o conheço de verdade. E Como você Já deve imaginar, eu Viajo daqui a Alguns dias. mas, Q, eu... bem... eu Te amo! Não aguentaria partir Antes de Contar isso. Ainda vamos nos ver Muitas vezes, e Quero muito que você Me acompanhe em algumas Dessas minhas aventuras. Talvez não Agora, mas, Um dia teremos bastante Tempo para fazermos isso à vontade. “Talvez não Agora” porque sei que está na faculdade, e Sei que Não é isso que quer para sua vida agora. Obrigada!!! Agradeço também por Temos Os melhores Amigos que poderiam existir. Ben, Radar, Lacey... E são as Cidades de Papel que nos Formam.

Com muito amor, M.

Da minha janela consigo avistar Margo me olhando. Ela sorri, e eu faço o mesmo.

Euteamo! — não tem como ouvi-la, mas dá para ler o que seus lábios dizem.

Abro a janela e grito:

— São as cidades de papel que nos formam!

Margo responde:

— Tá seu danadinho, vem cá.

Vou até ela, sorrindo, sentindo que nada pode atrapalhar o nosso momento. Margo fecha os olhos e me abraça. E agora estamos abraçados, confortando um ao outro.


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Notas finais do capítulo

Ai gente, vocês não sabem o quanto eu fiquei feliz quando encontrei essa história no meu pc!!! (Porque, caso não saibam, eu tenho várias pastas com várias histórias que eu mesma escrevo).

Comentem o que acharam, por favor!

Beijos ^-^